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Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de March de 2006 12:24

"Técnicas de PMA a autorizar[/b]

Os tratamentos de PMA devem ficar restritos aos centros devidamente autorizados para o efeito, e sujeitos a certificação anual de qualidade.

As técnicas passíveis de autorização são as seguintes: Estudo do casal infértil. Ecografia pélvica, Histerosalpingografia, Histeroscopia, Laparoscopia. Indução da ovulação. Inseminação intra-uterina. Hiper-estimulação controlada do ovário. Aspiração ecoguiada de folículos ováricos. Espermograma, outros testes sobre os espermatozóides, interacção espermatozóide-muco cervical, interacção espermatozóide-zona pelucida, interacção espermatozóide-ovócito. Preparação de gâmetas. Lavagem de espermatozóides de casais seropositivos (HVB, HVC, HIV, etc). Obtenção de espermatozóides do sémen, da urina, do epidídimo ou do testículo. Fecundação in vitro. Microinjecção. Eclosão assistida. Transplante de citoplasma (defeitos estruturais dos ovócitos; doença mitocondrial materna). Transplante nuclear (defeitos estruturais dos ovócitos). Maturação in vitro de gâmetas e células germinais progenitoras. Cultura de embriões até à fase de eclosão do blastocisto (6 dias). Diagnóstico genético pré-implantação. Criopreservação de tecido germinal, células germinais progenitoras, gâmetas e embriões. Transferência de embriões. Doação de gâmetas e embriões. Empréstimo benévolo de útero. Transplante de tecido germinal (alotransplante de tecido ovárico: alternativa à doação de ovócitos; autotransplante de tecido ovárico: mulheres curadas de situação oncológica; autrotransplante de células germinais masculinas: homens curados de situação oncológica"





Gostaria de ver os nossos concidadãos a pronunciarem-se sobre estas questões em Referendo.

Falo desses cidadãos que andam por aí num grande frenesim a recolher assinaturas com a finalidade de impedir que casais estéreis possam ter filhos

Re: RMA
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 24 de April de 2006 22:41

Considero que seria bom reflectir sobre um artigo de João César das Neves (prof. universitário) escrito no DN de hoje (24/4/06).

Penso que com razões, mais ou menos sentimentalóides "embarcarmos" no "que está a dar" e somos superficiais na análise dos assuntos.

Aqui vai o artigo:
"Legislação eticamente absurda

Portugal tem um jeito especial para fazer uma trapalhada de assuntos importantes. O recente debate acerca da lei de "procriação medicamente assistida" é um bom exemplo desse dom. Logo o título é absurdo: hoje toda a gravidez tem assistência médica. Aquilo de que a lei quer tratar realmente é da procriação artificial.

Foi há quase 30 anos que nasceu o primeiro bebé-proveta, mas mesmo antes de 1978 já se sabia bem que essa tecnologia, com grandes benefícios na fertilidade, trazia enormes problemas éticos e legais. Desde então os avanços e os dilemas não deixaram de aumentar.

Vários países estão agora a rever as suas antigas leis, mas Portugal continua terra selvagem, sem qualquer regulamentação das práticas.

Cada nova tentativa aumenta o falhanço e a vergonha.

O primeiro projecto foi apresentado no Parlamento em 1985, mas foram precisos 13 anos para que a Assembleia aprovasse um articulado. Essa lei foi vetada em 1998 pelo Presidente Sampaio, que referiu como razão o insuficiente debate público durante o processo legislativo. Nas últimas eleições nenhum partido achou o problema importante para ser mencionado no seu programa eleitoral. Apesar disso, subitamente, apresentaram quatro propostas de lei, de novo sem qualquer discussão pública. Os articulados representam o que de pior se tem escrito sobre o tema.

O benefício dessas técnicas é muito meritório, dando a alegria de ter um filho a quem não o pode naturalmente. Mas os abusos que a lei deve acautelar são também evidentes. Está em causa uma vida humana como qualquer outra, mas criada de forma artificial. A ciência hoje permite a separação quase total entre pais e filho. Já não é preciso que o pai e a mãe se unam (fecundação artificial homóloga); mas também não é preciso que se encontrem (fecundação heteróloga), ou sequer se conheçam (bancos de embriões, esperma ou óvulos). Não é necessário que ambos estejam vivos (inseminação post mortem), ou que a mãe fique grávida (maternidade substitutiva). Por enquanto ainda é forçoso que pelo menos um deles saiba, mas vai deixar de ser (bebés nascidos em laboratório), ou sequer de haver um pai e uma mãe (clonagem).

Como na questão paralela da adopção, a preocupação devia centrar-se na criança, que tem de gozar dos mesmos direitos básicos e condições familiares que a lei garante a qualquer um. O Estado existe para proteger os fracos (embriões), não os fortes (cientistas e pais). Até porque aqui os perigos de manipulação e aproveitamento são assustadores. O embrião pode ser descartado, destruído, vendido, usado em experiências; pode ter pais desconhecidos, trocados, duas mães, etc.

Podem repetir-se os piores horrores da História, com a diferença de que a pessoa envolvida, no estado embrionário, é a mais vulnerável que existe. A utilização de fetos para usos científicos reproduz o que de pior fizeram os investigadores nazis nos campos de concentração, aqui sobre pessoas em gestação. A eliminação de "embriões excedentários" copia o horror do aborto, mas em muito maior escala. A sua selecção retoma as infâmias da eugenia e discriminação, mas nos próprios filhos. A fecundação post mortem cria órfãos antes mesmo de existirem. O congelamento de embriões representa a prisão absoluta. Os bancos de esperma e a maternidade de substituição abrem um comércio mais vergonhoso que a escravatura e prostituição. O anonimato dos dadores constrói pessoas sem identidade genética, que amanhã podem ter relações consanguíneas com pais ou irmãos desconhecidos.

Todas estas coisas, em maior ou menor grau, são permitidas pelos projectos discutidos na Assembleia, longe do público. O mais surpreendente é mesmo essa semelhança entre as várias propostas alegadamente opostas. A criação de bancos de embriões e a utilização em investigação é permitida por todos, do PSD ao BE. As exigências éticas, os fiascos antigos, até protocolos internacionais assinados por Portugal sobre o tema, nada parece ter influencido os nossos deputados. Estes, em todo o espectro partidário, insistem numa atitude embasbacada perante a ciência, numa mentalidade parola de querer ser o mais progressivo do mundo, correndo atarantado para soluções libertárias e obsoletas.

Muitos cidadãos enveredaram pela única via séria, recolhendo assinaturas para uma petição de referendo (ver www.referendo-pma.org). Mas tudo indica que não será ainda desta vez que Portugal terá uma legislação decente sobre o tema.

João César das Neves naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt "


Viva a coerência!!!

Re: RMA
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 25 de April de 2006 01:02

Maria José,

Ainda não é desta que concordo com um artigo do Prof. César das Neves. Talvez um dia isso venha a acontecer. Ora vejamos...

1) Começa pelo facto do título do projecto de lei ser um absurdo e afirma que «hoje toda a gravidez tem assistência médica. Aquilo de que a lei quer tratar realmente é da procriação artificial.» Para mim, procriação (acto de procriar) é diferente de gravidez (período de gestação, cerca de 40 semanas). Se para ele é importante que a legislação inclua a palavra "artificial", então chame-se «Procriação artificial medicamente assistida». Aí sim, teremos uma redundância: se ela é medicamente assistida, é óbvio que é artificial.

2) Depois termina dizendo «Muitos cidadãos enveredaram pela única via séria, recolhendo assinaturas para uma petição de referendo». Séria mas demagógica, ou ingénua para não ferir susceptibilidades. Se como diz, este é um assunto de pouco interesse público, se noutros dois referendos já realizados em Portugal, e com maior interesse para a população, não participaram os necessários 50% de portugueses, o que leva os promotores deste referendo a pensarem que desta vez mais de 50% dos portugueses iriam votar?

Porque é que não assumem que uma das razões (se não a principal) para promoverem este referendo é que isso inviabilizaria o referendo sobre o aborto (visto não se poder referendar a mesma matéria - o embrião - na mesma legislatura)?

Numa coisa dou-lhe razão: «Portugal tem um jeito especial para fazer uma trapalhada de assuntos importantes.»

Luís Gonzaga

Re: RMA
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 25 de April de 2006 01:05

Intuitivamente, adiro ao que diz César das Neves, com a ousadia e frontalidade que lhe são características, e remando sempre contra a corrente do politicamente correcto.

Tal como a esmagadora maioria dos cidadãos, nada conheço da complexidade, variedade e subtileza das técnicas de RMA. O jargão dos especialistas assusta-me. E se houvesse um referendo com perguntas herméticas, só inteligíveis para os iniciados, seguramente que não votaria. Um tal referendo seria ridículo!

Ainda assim, há duas ou três coisas que tenho para mim como seguras:

1º - A ciência é uma "ferramenta" divina. Há, pois, o dever moral de a desenvolver e de a colocar ao serviço do Homem, sem complexos nem tibiezas, investigando, aprofundando, experimentando, descobrindo, inovando.

2º - A vida é o dom mais precioso de Deus. Portanto, no combate à doença e na promoção da vida a ciência deve ser indomável, nisso congregando todos os melhores esforços e todos os melhores meios possíveis.

3º - A bondade dos fins, porém, não torna bons todos os meios. Para realizar um bem, a ciência não pode sacrificar bens de valor igual ou superior.

4º - Qualquer técnica de reprodução não natural parece-me moralmente inaceitável se implicar, directa e antecipadamente prevista, a morte de um ser humano, ainda que em fase embrionária e ainda que diferida no tempo, a menos que (hipótese que não consigo vislumbrar) se trate de salvar outra vida humana.

5º - Há que preservar, custe o que custar, a dignidade da pessoa humana, não a tornando objecto de experimentalismos e aventuras temerárias que podem gerar pesadelos inimagináveis.


Sartre, esse profeta do desengano e da desesperança, disse algumas coisas acertadas, como acontece, aliás, com todos os filósofos, mesmo os mais loucos. E uma delas foi esta (reproduzo a ideia por palavras minhas): os médicos lidam com o homem como se o tivessem criado (ele dizia o mesmo dos advogados e dos padres...). Pois bem: às vezes, os cientistas lidam com o mundo e com o Homem como se tivessem sido eles os seus criadores.

Há fronteiras do conhecimento em que o terreno se torna tão movediço que o risco de se afundar no abismo ou de se desencadear o incontrolável é enorme.

Cientistas houve, e dos mais geniais, que, tendo penetrado mistérios dos mais insondáveis da matéria, não resistiram à tentação de logo a manipular sem conhecer e avaliar bem todas as implicações e consequências. E assim surgiu a energia nuclear cujos riscos, por tão desmesurados, levaram alguns daqueles, anos depois, a abominar a "maldita" descoberta, mesmo tendo em conta os benefícios da sua utilização pacífica.

Ora, uma abordagem temerariamente manipuladora da génese e replicação da vida humana é muitíssimo mais séria e arriscada do que a manipulação do átomo; nesta, reina o império bruto das leis da física; naquela, prevalecem as leis morais e os valores espirituais exclusivos do ser humano, muito mais importantes do que os simples átomos.

Em tudo quanto se refira ao Homem, todo o respeito, toda a cautela, toda a prudência não são demais.

Quando leio que já há experiências com úteros artificiais e que não tardam muito as gravidezes totalmente ectogénicas - [www.ifeminists.net] - sinto calafrios! Imaginar "maternidades" transformadas em viveiros de criação de seres humanos à la carte, de uma forma rigorosamente científica, controlada, asséptica, mas brutalmente fria, cruel e desumana só será delírio para quem ignorar os níveis de barbárie de que a humanidade já foi capaz.

Re: RMA
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 25 de April de 2006 02:11

" A utilização de fetos para usos científicos reproduz o que de pior fizeram os investigadores nazis nos campos de concentração, aqui sobre pessoas em gestação."


Isto não é debate - é pura propaganda - um bom exemplo de terrorismo ideológico e verbal.( Peço desculpa se firo algumas susceptibilidades, mas este tipo de estratégia panfletária em vez de um diálogo honesto e transparente, que ajude a enquadrar o debate sobre questões éticas sensíveis, parece-me uma atitude indigna de um cristão. Lembra um bocado as estratégias de propaganda do nazismo).

Dizem alguns que uma mentira repetida inúmeras vezes se transforma em verdade.

Mas não é assim.

1 - As Técnicas de PMA não se destinam a matar seres humanos mas a fazer nascer crianças. Os casais que sofrem no seu corpo e no seu espírito ( e nas suas vidas muito concretas – os longos tratamentos para poder ter um filho nos braços não são uma cambada de assassinos egoístas que só pensam no seu bem estar e no seu desejo egoísta (dizem alguns ) de poderem ter filhos.
As equipas médicas que tratam os casais inférteis não são uma cambada de indivíduos sem escrúpulos, diabolizados por JCN e implicitamente comparados aos médicos nazis.
Estas afirmações são uma ignomínia , porque se existem médicos profundamente preocupados com os limites éticos das suas intervenções e com o valor da vida humana, são precisamente os médicos que dedicam á medicina reprodutiva. ( E no nosso país há excelentes exemplos de condutas eticamente impolutas neste domínio) .


2 - Analisemos os factos:

Reparem que em nenhum momento a legislação em debate propõe a investigação em fetos. A pesquisa em embriões execedentários criopreservados é apenas uma possibilidade alternativa e residual a várias outras hipóteses, nomeadamente à adopção de embriões por casais inférteis ou mulheres que queiram fazer essa adopção...

A investigação seria uma alternativa residual, que teria de ter sempre o aval dos progenitores e ser fiscalizada por uma comissão ética. E repito, não falamos de investigação em fetos, mas pré embriões.

Aliás esta pesquisa em células estaminais embrionárias é realizada em fases muitos precoces do desenvolvimento embrionário. Estamos a falar de um aglomerado de meia dúzia de células e não de um ser humano, pelo que a comparação com as experiências nazis é um atentado não apenas à inteligência mas a um mínimo de pudor face ao sofrimento das vítimas do holocausto.

O próprio Cardeal Martini admitiu recentemente a investigação embrionária , para salvar vidas humanas, como alternativa eticamente mais aceitável do que a destruição de embriões.

Não se esqueçam que as técnicas de RMA tentam imitar a natureza ( com um eficácia relativa). E, na natureza, por cada embrião implantado, há uma série de embriões eliminados. Nesta perspectiva, a reprodução natural implicaria sempre a morte de vários seres humanos. Ora o mais comum bom senso e um bocadinho de sensibilidade revela-nos que não é disto que se trata.

3 - "
Citação:
Qualquer técnica de reprodução não natural parece-me moralmente inaceitável se implicar, directa e antecipadamente prevista, a morte de um ser humano, ainda que em fase embrionária
"
Não é este o objectivo nem as técnicas de RMA ( que são muitas e extremamente complexas) "implicam a morte prevista" de qualquer ser humano.

Pelo contrário, como é evidente, implicam o seu nascimento, se forem eficazes...

A produção de mais que um embrião em laboratório é absolutamente forçosa para que uma gravidez venha a ocorrer, em termos meramente probabilísticos....

Há critérios médicos muito restritos para o número de embriões a serem produzidos e a serem implantados...

E estes critérios clínicos são essenciais para que venha a ocorrer uma gravidez ...

4 - Ao contrário do que alguns pretendem, existe em toda a comunidade científica um consenso sólido e alargado sobre as seguintes questões:

a) As técnicas de PMA destinam-se a tratar um problema de saúde grave que afecta cada vez mais casais. Não tem por isso sentido a sua aplicação em pessoas férteis ou saudáveis, que podem procriar, só para satisfazer um capricho pessoal… As técnicas de PMA não são uma simples alternativa à reprodução natural mas um procedimento médico complexo que implica critérios clínicos.

b) - Não é admissível a criação de embriões exclusivamente para fins de investigação ou o desenvolvimento da investigação para além dos fins diagnósticos e terapêuticos (como a criação de quimeras ou a experiência de fecundação interespécies);

c) - Não é admissível a clonagem para fins de reprodução humana.

Este consenso alargado está plasmado em todos os projectos leis dos vários partidos, que estiveram em discussão destinados a regulamentar a PMA.

2 - Em seguida existem algumas técnicas que suscitam opiniões divergentes e algumas reservas éticas mas existe um consenso moderado:

a) A procriação heteróloga, particularmente se nenhum dos membros do casal tiver contribuído com gâmetas. Trata-se de um projecto parental em que um dos progenitores ( ou mesmo os dois) não contribui com o seu material genético. Mas o projecto parental, a gravidez e o parto decorrem normalmente e são partilhados pelo casal, como em qualquer outra gravidez. De notar que a adopção de embriões excedentários se pode incluir nesta categoria
De resto, também a na normal adopção de crianças existe uma vinculação afectiva e um projecto parental a uma criança que não tem o património genético dos pais. Pelo que as objecções éticas à reprodução heteróloga devem ser avaliadas caso a caso.
Em termos de praxis, existe uma tendência para a aceitação da procriação heteróloga, quando esta é a única forma de ultrapassar o problema de infertilidade do casal. ( Por exemplo, quando um dos elementos do casal é estéril mas desejam ter um filho. Existem centenas de milhar de crianças nascidas com estas técnicas).

Ontem o Cardela Mrtini concordou com esta aceitação da procriação heteróloga.

Admitida em todos o projectos lei – PS; PSD, , PCP, BE. O PP é contra a a procriação heteróloga. ( Embora seja favorável à adopção de embriões!!!!!....)

b) – O empréstimo benévolo de útero. Permite que um casal tenha um filho biológico em que existe uma mulher hospedeira que empresta o seu útero para a gestação e o parto, de uma forma benévola e altruísta. É a única forma de permitir que um casal infértil tenha um filho quando a mulher não pode suportar uma gravidez por motivos de saúde ( por exemplo ter sofrido uma histerectomia). Levanta questões éticas mas também jurídicas, sociais e até psicológicas bastante complexas. No entanto, existem hoje milhares de crianças que nunca teriam nascido se não fosse esta técnica.
Admitida em projectos lei – PS; PSD(?), PCP, BE.

3 - Temas em que existe um consenso alargado – embora suscitem reservas éticas:

a) A implantação de embriões post-mortem do progenitor masculino, sendo que tal se concebe integrado num projecto parental anterior, formalmente expresso e mutuamente consentido; ( Admitidos nos projectos lei do PS,PSD,PCP e BE). O PP, embora não tenha apresentado nenhuma proposta legislativa, pronunciou-se favoravelmente a esta técnica.( Nota – esta técnica é diferente da inseminação pós mortem).

b) Destino final dos embriões excedentários - a doação benévola a outros casais ou a utilização para investigação. Admitida em todos o projectos lei - PS; PSD,PSP e BE. O PP admite a investigação em embriões desde que essa investigação não envolva a sua destruição.

Todos os partidos políticos nos seus projectos-lei admitem a possibilidade dos embriões excedentários poderem ser doados ou utilizados para investigação científica, consoante a vontade dos progenitores.

De notar que adopção embrionária é um procedimento ético que permite integrar o embrião num projecto parental e parece responder a questões éticas relativamente aos embriões excedentários.

Nota para reflexão - A proibição absoluta da investigação médica em embriões também coloca graves questões éticas insolúveis.


Em suma – existem mais consensos alargados do que temas fracturantes.


[www.cienciahoje.pt]



Catolica Praticante (em computador alheio)

Re: RMA
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 25 de April de 2006 02:22

Um Link útil ao debate:

[www.cnecv.gov.pt]

Re: RMA
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 25 de April de 2006 22:59

Estamos a brincar com a vida. Não tenho dúvidas que a sociedade vai pagar caro esse jogo... acontece sempre...o homem vai contra as leis da natureza e esta responde.
Considero que o mesmo se passa na famosa "procriação medicamente assistida".

Não vou falar do mesmo modo que vocês. Vou contar-vos a minha experiência sobre este assunto. Num mestrado existia uma disciplina chamada "Pessoa e Vida". Nesta disciplina o professor era um investigar e sonhava, sonhava.... como bom investigador que é... sobre os assuntos que tinham a ver com tudo aquilo em que o investigador podia ajudar a alterar o mundo.

Debatemos muitos assuntos mas um assunto que, em geral, nos levantava reservas era a alteração das leis da natureza.
Para o investigador isso era aliciante. Para a maioria de nós era perigoso.
Além dos transgénicos também se falou do assunto em análise. Estudámos várias técnicas para ter um filho (sem que ele fosse concebido durante a realização do acto sexual). Fizemos exame. Também apresentámos um trabalho.

Para realizar este trabalho acedi a documentos da Conferência do Rio e entrvistei uma pessoa da Liga de Protecção da Natureza (LPN). Não me esqueço da preocupação que essa pessoa manifestou acerca das alterações que o Humano estava a fazer no campo sobre o qual esta liga se debruça.

Podem dizer: está fugir ao assunto...eu acho que não. Se há tanta preocupação com as plantas quanto maior deve ser a preocupação com o ser humano.

Há tratamentos,e em muitos casos com sucesso, em que um deles é infértil e deixa de o ser. e a criança nasce... noutros casos não tem a ver com a infertilidade mas resulta de aspectos de natureza psicológica. Vocês também sabem que há casais que só têm filhos quando se disponibilizam para os não ter. Descontraem-se e naturalmente aparece a criança.

Como vocês sabem quando se faz a FIVET os médicos fertilizam vários óvulos, pois sabem que alguns têm uma grande probabilidade de não resultar em embriões que possam ser implantados.
Isto leva a que existam embriões excedentários.

Mas o que é um embrião? Não é nada? É um objecto que se manuseia?

O embrião tem em si todas as possibilidades de aparecer à "luz do dia" e o cumprimentarmos pelo menino(a) X.
Ou seja, os embriões excedentários são pessoas aos quais outros humanos decidem do seu futuro: congelação, material óptimo para fazer produtos de beleza ou... (isto não é demagogia nem ingenuidade....

É absurdo que os humanos se "dêem ao luxo" de terem escravozinhos (para os seus interesses). Claro, em nome da ciência, em nome do progresso, em nome de "uma frase bonita que inventem (depois aparece a sigla)"

Para mim isto é um atentado à pessoa humana. Esta não é respeitada na sua dignidade.


Por hoje termino.

Re: RMA
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 26 de April de 2006 09:56

Maria José:

Acabo de chegar de um hospital.

Milhares de PEssoas percoerrem os corredores.


Se há algo que caracteriza uma hospital é precisamente um conjunto de actividades contra as uqis tu te insurges - o facto de, permanetemente, milhares de pessoas dedicarem as suas vidas a

"
Citação:
contrariar as leis da Natureza",
isto é, a reanimar pessoas em paragem cardíaca, a tratar doenças graves, a fazer transplantes, a adminstrar fármacos queinterferem com todos os processo metabólicos, realizar fazer cirurgias complexas, a afazer exames complementares de diagnósticos, em suma a contariar o sofrimento, a doença e a morte. Ou seja, a contariar as leis da natureza.


Também as técnicas de PMA permitem tratar doenças e gerar vidas.

Os embriões excedentários mereecem tutela jurídica e uma protecção específica,

Mas afirmar que são pessoas é uma afirmação ideológica temerária.

Re: RMA
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 26 de April de 2006 10:18

Numa Sociedade plural e democrática , é absolutamente normal que existam várias opiniões e posições ideológicas sobre temas relacionados com a ética e cuidados médicos. E que as pessoas exprimam livremente essas opiniões.


Por exemplo, há pessoas que são contra a utilização de técnicas de PMA; há pessoas que são contra o transplante de órgãos humanos, há pessoas que são contra as transfusões de sangue, há pessoas que utilizam técnicas de medicina alternativa e se recusam a submeter a tratamentos médicos convencionais.

Mas essas opiniões pessoais e expressão de liberdade individual não podem aplicar-se a todas as outras pessoas que não concordam com essas opiniões, sobretudo se incidem sobre domínios tão essenciais como a saúde.


POr isso, quando se trata de regulamentar juridicamente aspectos essenciais relacionados com a Saúde das Pessoas, através da Lei, temos de fazer jus aos procedimentos normais numa sociedade democrática.

O facto de existir um consenso alaragado entre todos os partidos políticos relativamente á legislação de PMA, tem um significado.

Não é explicado apenas , como afirma o JCN porque os partidos políticos portugueses, os seus dirigentes e os seus deputados

" insistem numa atitude embasbacada perante a ciência, numa mentalidade parola …"

Re: RMA
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 26 de April de 2006 20:52

Há pessoas que gostam de baralhar os outros: fazem uma mistura e sai um cocktail muito especial...está envenenado...
O que fazemos com algo envenenado?

Ir contra as leis da natureza é, por exemplo, o que acontece quando se faz a FIVET.

Não vai contra as leis da natureza utilizar meios que permitam que uma doença seja debelada.

Dizer o que eu disse, na minha última intervenção, é cru. Deve ser dito de uma forma não chocante...ai, a superficialidade....

Cada qual defende o que entende.
Mas cada pessoa não tem o direito de faltar à verdade.

Re: RMA
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 26 de April de 2006 20:56

"Não vai contra as leis da natureza utilizar meios que permitam que uma doença seja debelada. "

A infertilidade é uma doença.

Re: RMA
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 26 de April de 2006 21:03


Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 27 de April de 2006 17:25

Na verdade, nós, nas mãos dos médicos (confira no grego o termo "PHARMACIA": droga), somos como que objectos que eles manuseiam.
Se é verdade que a chamada ciência humana parece trazer-nos algumas vantagens, também é verdade que ela é falível e por isso é um perigo enorme fazermos dela uma espécie de "ZEUS" (pai dos deuses).
Assim, transformamos a "ciência" dos homens num ídolo que passamos a idolatrar.
Por isso permitam-me a seguinte citação: (1 João 5,21)
Citação:
Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.




Editado 1 vezes. Última edição em 27/04/2006 17:26 por Manuel Pires.

Re: RMA
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 27 de April de 2006 23:39

Com a utilização da FIVET a doença não é debelada. O infértil mantém-se infértil.

Não há cura da doença, há algo feito pelos mãos humanas ...a infertilidade não fica curada...o que acontece é que o ser humano faz, em laboratório, outro ser humano.

Faz... não nasce do casal. O homem fornece os espermatozóides( contava-me uma minha amiga que estava a recorrer a esse processo que não queria que o marido sofresse mais pois, com isto, ele estava a passar um mau bocado e, por isso, ela preferia desistir ...)e a mulher os óvulos.

Há, pois, fornecimento de material.

Fabrica-se um ser humano, não se cura a infertilidade.

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 28 de April de 2006 10:58

Continuo a insistir no mesmo ponto fundamental.
O importante não está nem no sucesso, nem nas limitações da chamada «ciência», mas existe um grande problema se formos tentados a substituir o lugar que pertence a YHWH, o Verdadeiro Deus Criador, por um simples conhecimento humano a que chamamos de ciência.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: RMA
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 28 de April de 2006 11:42

Maria José:

Para conversas simples mas não simplistas, tentarei ser o mais calar possível e com uma linguagem simples.

Parto sobretudo do princípio que é preciso falar com verdade e com serenidade sobre estas questões.

Peço-te pois que seja essa a tua atitude e sem a tua agressividade habitual.


1) Afirmas que "Não há cura da doença - Infertilidade"


Algumas técnicas de PMA, nomadamente a FIVET que referes, de facto não permitem a cura da infertilidade. Ou seja, o casal não se torna subitamente fértil para sempre sem mais nehuma ajuda médica.

Mas permitem o seu tratamento - ou sejam permitem a ao casal gerar e parir um filho que, sem esse tratamento de infertilidade específico, nunca poderiam ter.

Há de facto uma diferença qualitativa entre curar e tratar.
Por exemplo é hoje possível curar uma apendicite mas não é possível curar um Diabetes tipo II ou a esquizofrenia ou as alergias.

O que não quer dizer que haja tratamentos específicos para os doentes com estas patologias.

Ou seja, os tratamentos médicos e farmacológiscos, emboram não devolvam completamente a saúde permitem controlar os sintomas e corrigir as alterações relacionadas com a doença.

Da mesma forma, quando se faz hemodiálise a um doente ele não fica curado - continua a ter uma insuficiência renal. Mas a hemodiálise é um tratamento que lhe permite viver e controlar o seu problema orgãnico.

Em suma as tuas críticas partem de alguns pressupostsos errados:

1) A ideia de que os casais inférteis não devem submeter-se a tratamentos de einfertilidades porque esses tratamentos não os curam ( embora lhes permitam ter os filhos que n~inca poderima ter s enão fosse esse tratamento médico)

2) A ideia de que toda a intervenção ou tratamento médicos só é legítima se tiver como consequência a cura e não o tratamento de sintomas ou alterações orgãnicas.

Ora, como já expliquei, a aplicação deste pressupostsos conduziria na prática a que a maior parte dos doentes não fossem tratados.

A não ser que defendas que deve haver tratamento para todas as outras doenças humanas menos para a infertilidade

II) - Quanto á FIVET, afirmas tu que se trata deuma criança que

"... não nasce do casal. O homem fornece os espermatozóidese a mulher os óvulos."

Portanto, se considerares este contexto de procriação homóloga, o que acontece precisamente o mesmo que noutra qualquer gestação - os dadores biológicos são os elemsntos do casal. Em seguida, o embrião é implantado no útero da mulher e a gravidez decorre , como todas a outras no seio de um casal, assim como o parto. Como te atreves a dizer que um filho assim nascido, com tanto amor e depois de longos tratamentos, não nasce de um casal??? Então nasce de quê???

O que te deixa confusa é que Na FIVET a junção do óvulo e do espermatozóide são feitos fora do organismo materno.

Sim. É a Ciência ao serviço da vida e homem a cumprir o papel que Deus lhe deu - o de ser pro-criador.

Dar a possibilidade a uma casal infértil de ter um filho é de facto algo de extraordinário.Estima-se que, em todo o mundo há dois milhões de pessoas nascidas com técnicas de PMA, desde que começaram a ser utilizadas com eficácia há cerca de vinte e tal anos.


A propósito do horror face à ciência expresso pela Maria José, aconselho sempre alguns amigos a lerem o que se publicou na década de sessenta a propósito dos transplantes cardíacos e da tremenda discussão ética que gerou. È especialmente interessante analisar do ponto de vista sociológico e antropológico as discussões éticas á volta sobre a doação de um orgão humano como o coração ( órgão eivado de um significado antropológico e simbólico muito específicos). Hoje os transplantes cardíacos são realizados com serenidade.

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 28 de April de 2006 14:39

Achei interessante esta afirmação:
Citação:
«Por exemplo é hoje possível curar uma apendicite»
Quando ainda era novo já se faziam operações ao apêndice.
Eliminavam o apêndice e o mal era erradicado pela raiz.
Da mesma forma com a morte, um ditador é eliminado pela raiz.
Mas falando a sério, pergunto: "agora já é possível curar uma apendicite sem necessidade de operar (ou eliminar o apêdice) ?"
Eu pela minha parte não condeno as pessoas que se submetem a tratamentos médicos, mas condeno sim o facto de esperarem da medicina a panaceia para tudo como que considerando-a como que um deus: o seu deus. Para mim é apenas mais um recurso que pode ou não funcionar.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.




Editado 1 vezes. Última edição em 28/04/2006 14:44 por Manuel Pires.

Re: RMA
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 30 de May de 2006 23:30

Considero pertinente o texto de Carlos Aguiar Gomes que é mandatário para o referendo sobre a PMA

Aqui vai:

Afinal, onde reside o Poder?

32 anos após o “25 de Abril”, a Revolução que quis corporizar-se por três D, o D de Democracia, o D de Descolonização e o D de Desenvolvimento, podemos dizer que dos três D, o D de Democracia ainda está incipiente. Há sectores que ainda não entenderam que a liberdade que a Democracia nos devolveu passa necessária e obrigatoriamente pela participação dos cidadãos, a todos os níveis onde aquela é indispensável e caracterizante de um país livre e democrático. Serei mais claro. 80 mil (oitenta mil) cidadãos portugueses, maiores, assinaram uma petição a propósito da Procriação Medicamente Assistida – PMA. Estes cidadãos estão preocupados. Muito. E andam preocupados por causa da Dignidade da Pessoa Humana e dos seus Direitos fundamentais. Os deputados que os portugueses elegeram, votaram recentemente uma lei que regula a PMA. Ora, os deputados em democracia não se representam a si mesmos. Representam o povo português. Também os 80 mil cidadãos. Estes eleitores fizeram saber que não querem a lei que acabou por ser aprovada. Estão no seu direito mais legítimo de exigirem em referendo, manifestação autenticamente democrática. Querem simplesmente decidir eles próprios e não querem delegar no Parlamento tal decisão. O Poder está, em Democracia, no povo. Em cada um de nós. É bom recordá-lo. E exigir que não se usurpem poderes. Por isso, quero ser ouvido sobre a PMA. Tenho o direito a fazer ouvir a minha voz. A voz do meu descontentamento. Não quero esta lei – uma má lei que põe em causa direitos humanos essenciais, como o de uma criança, mesmo em fase embrionária, ser respeitada na sua integridade, ou a saber quem, de facto, é o seu pai e a sua mãe.

Não podemos deixar o Poder à solta! E o Poder está nas nossas mãos! Escrevendo. Protestando. Exigindo. Exijo, assim, o referendo sobre a PMA."


E vocês o que acham?

Que a democracia, em Portugal, vai mal, acho que ninguém duvida...está a transformar-se em ditadura
A não ser que democracia seja entendida como o governo do povo e para o povo, mas entendendo "povo" como certas pessoas. As outras, as ignorantes..., essas, coitadas...não sabem o que querem... até se dâo ao "luxo" de discordar de suas "excelências", os senhores deputados... esses que hoje alteraram o trabalho das comissões para a tarde de 4ª Feira e o Plenário para a parte da manhã... por haver jogo da Selecção...De certo o País vai parar, livre-se alguém de ir à urgência de um hospital a essa hora: os médicos também têm direito a ver o jogo..como os senhores deputados. Tenham cuidado ...o País amanhã vai parar, não há Metro, se houver algum incêndio os bombeiros também deveriam estar no futebol e devem deixar que arda...já há tanta área ardida, que mal faz...mais uns hectares... Sabemos que os nossos bombeiros, felizmente, não são como os deputados...
Alguém dirá: isso não tem nada a ver com o assunto em debate. Passo a justificar-me...o que escrevi apenas elucida o modo de estar na vida dos senhores deputados, eleitos democraticamente, pagos com ordenados chorudos pelos portugueses, que numa grande percentagem, gostariam de ter o ordenado dos deputados...mas que contam os cêntimos e poupam para pagar impostos. De certo há excepções em deputados de todas as forças partidárias...
Isto do futebol é fundamental, a questão da petição das 80 mil pessoas é a de que "infelizmente" não trata de futebol, nem de férias...
Perder tempo nisso (na petição) é inútil, não ´dá tempo. Há tantos jogos para ver...

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 31 de May de 2006 14:31

Ainda não se aperceberam que a política é representada na Bíblia pela primeira BESTA do cap. 13 de Apocalípse, com 7 cabeças e 10 cornos?! ...
Se pensarmos nisto já não nos admiramos de NADA.
Era assim a democracia romana. É assim a democracia dos nossos dias.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 31 de May de 2006 22:48

Procriação Divinamente Assistida (P D A)



Nos tempos do Antigo Testamento, a dignidade da mulher ( e a sua sobrevivência social) dependia dos filhos que gerava, especialmente dos filhos homens e da quantidade de filhos.
Ser mãe era o que tornaria a mulher um ser humano reconhecido, a única forma de adquirir alguma humanidade, resquícios de reconhecimento social, alguma visibiliadade e algum empowerment.

A esterilidade era um estigma tão terrível que só podia ser interpretado como a marca evidente de um castigo divino.

Sara, casada com Abraão, era estéril. Então, juntos decidiram que teriam uma criança através da sua escrava egípcia Hagar. Assim nasceu Ismael, com a bênção de Deus. Uma espécie de Procriação heteróloga conjugada com empréstimo benévolo de útero.(Gênesis 16 e 21).

Outra mulher que enfrentou o estigma da esterilidade foi Tamar - "avó" de Jesus (Mateus 1). Ficou viúva duas vezes ( de dois irmãos) e sem filhos. Sofria assim um duplo estigma – a sua condição de estéril e o azar que dava aos maridos… Por tudo isto, o seu sogro hesitava m cumprir a lei judaica e dar-lhe mais um filho para consolar a sua viuvez…
Tamar só tinha uma saída para sobreviver e ter algum estatuto social – engravidar rapidamente. Mas como, se o sexo procriativo, como hoje a PMA, era completamente interdito às mulheres não casadas???

Encontrou uma saída: vestiu-se como prostituta e ficou na beira da estrada numa ocasião em que seu o sogro Judá foi à cidade .

Desta forma conseguiu um processo de inseminação de um dador ocasional de material genético, sem que existisse entre eles nenhuma relação estável.

Tal acontece com frequência nas modernas técnicas de PMA, também Tamar teve uma gravidez gemelar (Gênesis 38) e assim Jesus foi gerado, gerações mais tarde.

Depois, temos uma grande mãe no Novo Testamento: Maria.
Maria é a mãe que sintetiza muito bem um novo tipo de maternidade.
Ela é uma jovem mulher que concebe uma criança sozinha em condições de mistério.
Arrisca-se não só a perder seu noivo como a ser apedrejada até à morte.
Ou seja, arrisca-se a perder a vida e não apenas o estatuto social.

Mas o seu noivo aceita fazer a adopção embrionária e assume a paternidade da gravidez de Maria.
Eis um caso bem sucedido de procriação heteróloga.
Dela nasceu Jesus Cristo.

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