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Re: RMA
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 11 de June de 2006 02:13

Bebês-medicamento», prática «eticamente inaceitável»; afirma comissão
episcopal suíça*
«Eugenia vergonhosa, mascarada com bons sentimentos»

ZURIQUE, quinta-feira, 8 de junho de 2006 (ZENIT.org
[www.zenit.org]).- Os «bebês-medicamento» constituem uma prática
eticamente inaceitável, afirma uma nota publicada esta quarta-feira pela
Comissão de Bioética da Conferência Episcopal da Suíça ante o primeiro
caso conhecido na confederação helvética.

Em janeiro de 2005 nasceu, em Genebra, o primeiro «Bebê-medicamento» da
Suíça: uma menina concebida por meio de fecundação artificial foi
selecionada em um laboratório de Bruxelas para se converter em doador
(compatível) de medula óssea de seu irmão, enfermo de 6 anos.

«Ainda que não seja prudente criticar a intenção subjetiva dos pais que
sofreram e que se alegraram com a cura de seu filho, há que reconhecer
que a técnica dos "Bebês-medicamento", constitui uma forma inquietante
de eugenia», considera o documento.

«Para que nascesse esta menina "Bebê-medicamento" --declara a nota-- o
laboratório de Bruxelas da senhora Hilde van de Velde produziu
deliberadamente entre 20 e 30 embriões humanos com o objetivo de
selecioná-los. Um deles teve a sorte de sobreviver. Mas os demais foram
eliminados e destruídos como vulgar mercadoria».

O documento explica que esta prática é intolerável por dois motivos.

Em primeiro lugar porque nos encontramos diante de «embriões humanos
produzidos e eliminados voluntariamente».

«Um fim nobre (curar um enfermo) não justifica matar embriões, que são
indivíduos da espécie humana --assinala--. Aqui o embrião já não é
tratado como um fim: é instrumentalizado e considerado uma mercadoria.
Esta prática constitui um regresso de humanismo particularmente
insidioso, pois se camufla na emoção suscitada pela criança enferma e
com o sofrimento dos pais».

Em segundo lugar, explica, a seleção de seres humanos constitui um ato
de «eugenia».

«A eugenia --declara-- é uma prática odiosa que consiste em selecionar
as crianças que vão nascer em função de critérios utilitários que não
respeitam sua dignidade intrínseca».

«Neste caso, uma instância exterior, médica e técnica, decide quem
merece viver e quem merece morrer. Este embrião mereceu viver porque é
geneticamente compatível com o receptor da medula óssea, enquanto que os
outros embriões, numerosos, são assassinados pelo único motivo de não
contar com as características requeridas».

«Não causa calafrios saber que alguns indivíduos humanos são aceitáveis
e outros não?», pergunta a nota. «A prática do "Bebê-medicamento" é uma
eugenia vergonhosa, mascarada com bons sentimentos».

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 11 de June de 2006 11:18

O bébé medicamento vai muito além das técnicas habituais de RMA que os casais usam para ter filhos, ultrapassando uma situação de infertilidade.

É curioso que a nota usa a palavra indivíduo com a carga afectiva que usaria se fosse pessoa, mas não afirma que se trate de pessoas.

Se há nome que se adequa mal a um pré-embrião é o de indivíduo, já que nesta fase um pré-embrião pode dar origem a gémeos.

Mais uma vez acho que se pretende pôr cargas emotivas onde a própria racionalidade aconselha prudência na valoração.

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 11 de June de 2006 15:43

Eu também não protejo estas práticas intoleráveis e hipócrias.
Mas as pessoas são responsáveis pelos seus actos.
[www.zenit.org]


Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: RMA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 11 de June de 2006 23:26

Uma nota rápida. Diz o CA:

Citação:
«Se há nome que se adequa mal a um pré-embrião é o de indivíduo, já que nesta fase um pré-embrião pode dar origem a gémeos.»

Creio que esta «razão» não é totalmente «definitiva» (mesmo que levante problemas de outra ordem), porque individualidade não significa tautologicamente o mesmo indivisibilidade. Podemos ter um indivíduo que dá origem a dois ou mais indivíduos e isso acontece em muitos seres vivos, que se reproduzem desse modo (divisão, fragmentação...).

Quando tiver mais tempo, voltarei a outros assuntos pendentes.

Alef

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 11 de June de 2006 23:45

Porque é relevante para este debate, coloco aqui também o comentário que fiz a um texto de João César das Neves (JCN) sobre um livro de Nuno Serras Pereira (NSP), que a Maria José Ribeiro colocou na discussão sobre a Inquisição neste fórum:

JCN tem razão: NSP é o único que leva até ao fim as ideias de "defesa da vida" que outros defendem sem levarem até às últimas consequências.

Perante isto há duas conclusões possíveis:

1) estas ideias estão correctas, mas só NSP tem a coragem de as defender coerentemente, envergonhando todos os outros católicos, incluindo a própria hierarquia católica:

"Rádio Renascença, Faculdade de Teologia, Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, até (com grande respeito) a Conferência Episcopal são increpadas, sempre com respeito, mas com inegável vigor e contundência, por vezes alguma impertinência.

Em várias páginas dá a sensação que, no meio de uma batalha onde dois exércitos se enfrentam ameaçadoramente, o padre Serras Pereira é o cavaleiro solitário que acusa de cobardia as suas tropas e não tem medo de cavalgar sozinho contra multidões."

2) estas ideias não estão correctas porque levam a extremos tão absurdos que praticamente ninguém (excepto NSP) leva a sério as suas consequências.

Certamente um tema a reflectir, mas não seria mais adequado no assunto RMA?

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 00:28

Lançaste-o o aqui. Mas pergunto-te se de 12 para 13 de Maio, quando se fizerem as fogueirinhas mandas o NSP para ela, ou algum boneco que o represente?

Estou a pensar comprar o tal livro para ajuizar...
O facto de se estar em maioria ou em minoria nada significa para mim.

qUANTAS VEZES, NUMA DISCUSSÃO NUMA REUNIÃO SEJA ELA DE QUE TIPO FOR, PARECE EXISTIR APENAS UMA PESSOA A DEFENDER UM DETERMINADO PONTO DE VISTA. .. MAS QUANDO SE PASSA À VOTAÇÃO DA PROPOSTA APRESENTADA POR ESSA PESSOA, MUITOS VOTAM NELA. iSTO EM VOTAÇÕES DE BRAÇO NO AR... nÃO TÊM MEDO DE DAR A CARA MAS NÃO TÊM PACHORRA PARA DETERMINADAS DISCUSSÕES. iDENTIFICAM-SE COM AQUELE PONTO DE VISTA. aCHAM QUE QUEM ESGRIME OS ARGUMENTOS ESTÁ A FAZÊ-LO COM COMPETÊNCIA E NÃO SE INTROMETEM... Esperam pela votação... Não é por cobardia... é por modo de ser...por achar que não é necessário.
Quantas vezes defendo um ponto de vista e penso que sou a única que encara o assunto daquele modo. Isto na vida profissional e partidária.... mas continuo...
Passa-se à votação da proposta que eu exijo que seja votada e fico espantada...pensei que essa proposta ia perder e ...ganha... às vezes até vêm no fim da reunião dizer-me: ainda bem que fizeste a proposta... Claro que outras vezes as minhas propostas não obtém aprovação.
Em congressos partidários, em que participei como delegada tenho visto que quem ganha não é quem é mais aplaudido... a 1ª vez que fui fiquei assustada quando apareceu alguèm que era muito aplaudido...pensei...que chatisse, isto deu uma volta... depois na votação, neste caso secreta o resultado foi outro...

Não sei se é este o caso. Só sei que é frade franciscano e padre.
Está na Feira do Livro? Sabes?

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 00:37

Maria José

Tenho andado por aqui e por outros locais a defender que se faça um debate destes assuntos a fundo e com coerência. NSP é das poucas pessoas que assume uma posição (ainda que diferente da minha) com profundidade e coerência. Porque é que eu havia de lançá-lo a qualquer fogueira? Em qualquer caso, faz algum sentido lançar alguém a uma fogueira quando estamos a debater ideias?

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 08:54

Ao contrário de ti , caro pontos de vista , parece-me que NSP faz uma defesa superficial e duma profunda incoerência da sua posição.

Superficial porque usa argumentos pouco sólidos, mais panfletários do que filosóficos , científicos ou mesmo teológicos. Embora tenha a vantagem de expor publicamente as agendas escondidas de outros.

NSP é bastante simplista na suas intervenções.
A firma que o pré-embrião (zigoto, blastocisto) é uma pessoa, e por isso deve ter o estatuto antropológico e jurídico de qualquer ser humano.
Mas depois, todo o seu discurso está ferido de uma incoerência e mesmo contradição argumentativa.
Ao contrário do NSP eu não considero que exista uma diferença ontológica e antropológica entre um pré embrião produzido de forma natural e um pré embrião produzido com a ajuda da biotecnologia.
Não considero que o Pré-embrião resultante de técnicas de PMA tenha maior dignidade e mereça uma tutela jurídica mais ampla que qualquer pré embrião produzido por procriação sexuada.
Um não pode ser considerado uma Pessoa e outro não. Defender isto é de uma contradição radical já aqui apontada várias vezes pelo "pontos de vista".
Não pode haver dois pesos e duas medidas consoante se fale em embriões fruto de procriação natural ou da procriação medicamente assistida.

Por isso todos os pré-embriões devem ter o mesmo estatuto e a mesma tutela.
As consequências desta posição são várias.
NSP afirma que a destruição de um pré-embrião, intencional ou não, fortuita ou fruto de negligência é um crime de Homicídio.

E faço notar que não estamos a falar de aborto, por que estamos a falar na fase pré-implantatória.

Mas NSP não é coerente nem retira as conclusões inevitáveis desta sua posição.

1) Em primeiro lugar, todas as pessoas que contribuem para a destruição de pré embriões, mesmo que não intencionalmente devem ser consideradas autoras de homicídio e como tal sujeitas a tribunal e penalizadas com penas de prisão até vinte e cinco anos. (A actual moldura penal em Portugal para os crimes de homicídio)

2) E nisto incluem-se todas as mulheres em idade de procriara que têm relações sexuais sem fazerem terapêutica anovulatória. Estão a ser irresponsáveis e homicidas. Mas, se não ovularem, não há o risco natural inevitável de destruírem pré-embriões.

3 ) Como a procriação natural implica SEMPRE a destruição de um número indeterminado de pré –embriões , numa verdadeira destruição em massa de seres humanos, ( uma elevada percentagem da humanidade é assim destruída como se questionou o alef) .
Ora, se isso fosse verdade, não podemos assistir passivamente a este verdadeiro extermínio. A única forma de acabar com este massacre é proibir taxativamente toda a procriação natural e encontrar formas seguras (que já existem) de reprodução humana exclusivamente em laboratório, pelo menos até à implantação.
Só desta forma se garante não haver destruição de pré-embriões.
E , quem não o fizer e persistir no gravíssimo crime continuado de tentar formas naturais de procriação, deve ser condenado por homicídio.

4) A Igreja deve imediatamente suspender a aceitação dos métodos contraceptivos naturais, pois implicam uma elevada probabilidade de destruição de pré embriões. È inconcebível que a Igreja Católica proclame um método que implique um "genocídio".

5) A coerência desta visão implica que os únicos métodos contraceptivos admissíveis, do ponto de vista doutrinário e legal sejam os métodos anulatórios, pois apenas estes reduzem ao mínimo a probabilidade de destruição de embriões, impedindo que as mulheres ovulem.

Tanto os métodos contraceptivos naturais, como o DIU como a pílula do dia seguinte devem ser imediatamente proibidos e a sua utilização punida com penas de prisão até vinte e cinco anos.

Para ser coerente, NSP deveria defender todos estes corolários inevitáveis das suas teorias.


Como escreveste , Pontos de vista, praticamente ninguém, nesmo mesmo o NSP leva a sérios as suas ideias radicias e defende atá ao extremo as suas consequãncias abusrdas.

Mas numa coisa concordo com a Maria José:

O NSP envergonha muitos católicos padres e bispos.

.

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 09:08

Ana:
Parir é uma palavra muito bonita. Significa dar á luz, trazer ao mundo. Não tenhas vergonha da palavra , é uma bela palavra, deve dizer-se com rspeito e orgulho.
Parir é uma palavra nobre, carregada de significados. Por tudo isso também se utiliza como expressão de um trabalho criativo, ou de um processo moroso que se consegue concluir d eforma positiva.

Paridade é outra palavra com um significado totalmente diferente. Não tem nada a ver com "parir".

Significa igualdade entre as pessoas. Está relacionaa com uma outra palavra a palavra "par". Se estamos a par com alguém ou se dizemos que alguém, è nosso par , isso significa que temos uma relação de igual pra igual. Não há um superior e outro inferior .


Gostei do exempo que deste de crianças resultantes de embriões para salvar avida d eum irmão. É uma questão ética delicada e nada tem a ver com a normal utilização de PMA em casais inférteis.

Mas eu não hesitaria em usá-la se essa fosse a única possibilidade dedpoder salvar a vida d e um dos meus filhos. SE calhar é porque sou mãe.

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 09:27

The rhythm method and embryonic death
L Bovens

”What is the expectation of embryonic death for rhythm method users? Our first assumption was that only half of the embryos are viable. I take it that this value holds for populations using no contraception and not distinguishing between HF and non-HF periods (or using contraceptive techniques that do not distinguish between HF and non-HF periods). What is not known is what proportion of embryos are conceived during the HF period as opposed to outside the HF period. Since it is reasonable to assume that only a minority of embryos are conceived outside the HF period, let us make a broad estimate that between 1/10 and 1/3 are so conceived. Then, by our third assumption—that is, that the chance of the viability is twice as high for an embryo conceived during the HF period as for an embryo conceived outside of the HF period, we can calculate that the chance of viability outside the HF period ranges roughly from one in four to one in three.i So, on average, for every pregnancy that results from a conception outside the HF period, there are two to three embryonic deaths. And hence, by our second assumption—that is, that rhythm users may expect one pregnancy in ten woman years, it follows that we can expect two to three embryonic deaths in ten woman years. If all of Alcorn’s 780 million pill users were to switch to the rhythm method, then these converts would be causing, in his own words, the deaths not of tens of thousands, but of millions of unborn children.

So what is the alternative? If one is concerned about minimising embryonic death, then one should avoid types of contraception whereby each unintended pregnancy (due to its failure) comes at the expense of a high embryonic death rate.ii Given our first assumption, a condom user (who makes no distinction between HF and non-HF periods) can count on one embryonic death for each unintended pregnancy. A rhythm method user, however, should count on two to three embryonic deaths for each unintended pregnancy. Assuming a success rate of 95% for condom usage, we can count on an expectation of .5 pregnancies in 10 years. Hence, the expectation of embryonic death is .5 per ten years for a condom user, which is substantially lower than the expectation of two to three embryonic deaths per ten years on the rhythm method. Even a policy of practising condom usage and having an abortion in case of failure would cause less embryonic deaths than the rhythm method. “

A ler integralmente em [jme.bmjjournals.com]

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 09:36

Quando eu era pequenino já lia a Bíblia e a palavra para «dar à luz» era precisamente «parir» (que constava tanto no A.T. como no N.T.). Eu ainda andava na escola primária e percebia perfeitamente, sem ficar escandalizado.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 09:42

Correcção :

Citação:
Mas numa coisa concordo não com com a Maria José
....
Não é com a MARIA JOSÉ mas o JCN:


O NSP envergonha muitos católicos, padres e bispos

Sem dúvida .

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 10:14

Rm 14, 23
Citação:
«Mas quem sente escrúpulos por aquilo que come fica culpado, por não agir de acordo com a sua convicção de fé. Tudo o que não é feito a partir da convicção de fé é pecado.

O que isto a ver com o assunto?!
As pessoas avisadas não precisam de explicação.
Contudo como nem toda a gente tem contacto com a Bíblia eis aqui um nota explicativa.
No tempo de Paulo, gerou-se uma discussão quanto aos pagãos que aceitavam o cristianismo deveriam seguir ou não normas (neste caso relativo a alimentos) que eram obrigatórias no judaismo. Em Actos cap 15 Chegaram a uma conclusão os Apóstolos e os Anciãos.
No entanto, parece que a contenda não ficou totalmente resolvida. Por isso Paulo chegou a este princípio muito bonito que se pode aplicar a todos os casos de controvérsia: não sermos pedra de tropeço para os outros, mesmo que estejamos dentro da razão. O amor pelos outros deve levar-nos a ter em conta nas nossas acções não só a nossa consciência, mas também as consciências dos mais fracos para não caírem em escândalo devido à sua ignorância e assim serem levados a pecar, devido à sua falta de discernimento.

Este princípio de amor pela consciência dos outros deve também aplicar-se a todos os cristãos que dentro das técnicas «RMA» pratiquem acções que não afectam a sua consciência esclarecida, mas que podem afectar a consciência menos esclarecida de outros cristãos.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 10:35

Manuel

"Este princípio de amor pela consciência dos outros deve também aplicar-se a todos os cristãos que dentro das técnicas «RMA» pratiquem acções que não afectam a sua consciência esclarecida, mas que podem afectar a consciência menos esclarecida de outros cristãos."

As técnicas de RMA não levantam nenhum problema às pessoas menos esclarecidas. Quem levanta problemas são aqueles que falsificam dados e misturam tudo com o intuito de assustar os menos esclarecidos.

Quanto à situação dentro da Igreja, sinto que o que o Manuel propõe poderia mesmo levar a uma gravíssima hipocrisia: os que aprofundaram o tema poderiam sem problemas de consciência recorrer à RMA. Os menos esclarecidos nunca chegariam sequer a saber que o que lhes dizem oficialmente não passa de posições mal sustentadas e pouco coerentes. É um bom mecanismo para manter as pessoas pouco esclarecidas como eternas crianças que fazem o que a hierarquia lhes diz, sem sequer compreenderem o que os mais esclarecidos fazem.

Sinto que é um dever pessoal de consciência deixar bem claro dentro da Igreja que muitos casais católicos pensam e agem de modo diferente do proposto nos documentos oficiais. Não porque baixem a fasquia às escondidas, mas porque estudaram demoradamente as posições oficiais e consideram em consciência que não podem aderir a elas.

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 10:51

Os problemas que agora se levantam com a utilização das técnicas «RMA» penso que não são muito diferentes , quanto aos problemas de consciência relacionados com o discernimento próprio, muito diferentes (repito) dos que aconteceram em relação a alimentos no tempo de Paulo. Para os cristãos todos os alimentos eram PUROS, ao passo que para os judeus havia uma lista de alimentos puros e outros impuros. Mesmo assim, o cristão deveria não comer alimentos que sabiam que o seu amigo considera como impuros para o não escandalizar.
Portanto, quanto às técnicas «RMA» um cristão bem esclarecido deve recorrer a elas dentro de sua consciência, mas não fazer alarde público que possa afectar a consciência dos outros.
Como vimos nesta discussão, que já vai em onze páginas, ainda não se chegou a uma conclusão satisfatória, embora cada um tenha a sua opinião (de acordo com a sua consciência). Por isso, os conselhos sábios de Paulo são muito pertinentes. A prudência deve ser uma trave mestra quanto à publicidade que um cristão faz dos seus actos que podem não ser bem aceites por todos.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 11:13

Manuel

O paralelo que sugere não se aplica. A diferença entre os alimentos e a RMA, é que no tempo de Paulo havia uma tradição que considerava certos alimentos impuros e não há nenhuma tradição que considere a RMA imoral.

Já o disse e reafirmo-o: os simples não se escandalizam com a RMA. Mesmo neste debate há pessoas que reconhecem que o assunto é complexo e que não tinham os dados para reflectir sobre ele mas não se mostraram escandalizados.

Quem causa escândalo são aqueles que, por atroz ignorância ou por acharem que os seus fins justificam qualquer meio, dizem que se criam "bébés" para deitar no lixo ou que a nova lei permite "Reprodução post mortem: com recurso a sémen retirado a cadáveres;" [www.referendo-pma.org]

Isto sim é causar escândalo! Dar testemunho da reflexão e decisão pessoal é um dever dos católicos nesta Igreja em que há quem prefira que as coisas sejam feitas às escondidas para poderem continuar a manipular os que sabem menos.

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 11:40

Eu não sei se as acusações mencionadas neste link (clik aqui), são verdadeiras o se são falsas.
Se são falsas devemos reprová-las, não só porque aumentam a confusão entre os indoutos e provocam uma grande escandaleira.
Mas se são verdadeiras, os responsáveis pelos actos praticados devem tê-las em consideração.
Penso que esta polémica toda gira em torno de uma lei polémica que se quer aprovar na assembleia da República.
Também penso que é uma lei que pode satisfazer alguma ansiedade de gente RICA (isto é, gente com boas posses).
Também penso que essa lei também é do interesse económico dos médicos.
Eu penso que são estes pontos a mola de toda a discussão e controvérsia.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 11:55

Manuel : É escandaloso o texto que linkaste . Mas agradeço-te que o tehnas feito, para vermos o grau de perversidade e manipulação de certos grupos.

SEgundo esse texto a legislação de PMA aprovada no Parlamento permiria:


1 - "Barrigas de aluguer": Mentira - tal não está previsto na actual legislação.

2 - · "Gerar bébés através de sémen e/ou óvulo de um homem e mulher que não vão ser os seus pais legítimos; "
[ b]Mentira - O que está previsto na actual legislação. [/b] é O recusos á procriação homóloga ( dentro do casal ) e heteróloga apenas em casos extremos medicamente justificáveis.


3 - · "Inseminação artificial de mulheres sózinhas que vão dar à luz bébés que podem ser destinados a pares homossexuais";
Mentira gravíssima - tal não está previsto na actual legislação.
A legislação prevê o recurso a PMA apenas para casais heterossexuais inférteis e com uma relação estável.e não a mulheres sós ou a casais homossexuais.


4 - · " Reprodução post mortem: com recurso a sémen retirado a cadáveres";
Mentira gravísima - tal não está previsto na actual legislação.


5 -· " criação de embriões humanos excedentários cujo destino é a congelação, a investigação científica que leva à sua destruição ou simplesmente o caixote do lixo";

Mentira - tal não está previsto na actual legislação. Esta lei não prevê a criação intencional de embriões detinados á investigação científica ou caixotes do lixo, mas a génese de embriões destinados exclusivamente a originar gravidezes e o nascimento de crianças.

"e a vasta lista continua..."


Escandaloso.

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 11:57

Manuel

"uma lei polémica que se quer aprovar na assembleia da República"

A lei já foi aprovada e não era assim tão polémica. Passou calmamente. Teve até o apoio de vários deputados da oposição.

A ideia de tirar sémen a cadáveres é algo que nunca tinha visto em lado nenhum até ver este anúncio. Nenhum projecto de lei previa tal aberração. Não é permitido pela lei aprovada.

"Também penso que é uma lei que pode satisfazer alguma ansiedade de gente RICA (isto é, gente com boas posses). "

Está redondamente enganado! As pessoas ricas facilmente fazem estes tratamentos em Espanha, Inglaterra ou até no Brasil. Seriam os mais pobres, que têm que recorrer ao sistema público português, os mais prejudicados. E estes não só têm que esperar anos como têm que pagar do seu bolso cerca de 1000 euros de medicamentos por ciclo FIV. Se tivesse sido aprovada uma lei restritiva, como queriam os promotores do referendo, estes casais teriam muito menos hipóteses de sucesso, as listas de espera aumentariam ainda mais e teriam que gastar muito mais dinheiro em medicamentos até conseguirem uma gravidez, se a conseguissem.

"Também penso que essa lei também é do interesse económico dos médicos."

Os médicos só perderiam os clientes que fossem para o estrangeiro. Em contrapartida, ganhariam com a diminuição do sucesso das técnicas. Cada casal teria que fazer mais ciclos de tratamento (e logo gastar mais dinheiro em médicos e medicamentos) até conseguir uma gravidez.

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 12 de June de 2006 12:53

Na minha opinião (no meu ponto de vista) penso que os pobres, que não podem ter filhos não se irão sujeitar às técnicas «RMA», ou será que estou enganado ?!
Vejo as pessoas a queixar-se da medicina, do tempo que tem que esperar, (às vezes, dizem, que pagam a consulta e vão embora sem lhe devolverem o dinheiro quando o médico faltou, depois de terem esperado uma manhã inteira); da fraca comparticipaçao do Estado; da longa lista de espera para marcar vez etc. etc.

A medicina, em Portugal, ainda não é um mar de rosas ! ...

Quanto aos médicos, também tenho uma péssima impressão. Importam-se mais em mostrar que sabem e convencer, que serem dedicados aos doentes, na resolução dos seus problemas.

Um dia fui a um otorrinolaringologista e ele perguntou-me o que tinha.
Eu respondi: «Tenho uma infecção na garganta».
Ele ficou escandalizado comigo e disse-me. «Então se já sabe o que tem, o que vem aqui fazer ?»

Esse médico, mais ou menos da minha idade, já faleceu e a sua ciência não lhe valeu de NADA. Eu felizmente ainda estou vivo.

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