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Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 22 de December de 2006 03:05

Plataforma «Não Obrigada» mostra coração de feto a bater
.
A Plataforma Não Obrigada, a favor do "Não" no referendo sobre o aborto, lembrou ontem que, por volta do vigésimo dia de gestação, "o coração de um bebé já bate". Três médicos que integram o movimento revelaram aos jornalistas um vídeo de uma ecografia tridimensional de um feto com oito, nove e dez semanas.

De acordo com João Paulo Malta, ginecologista-obstetra, presidente da Comissão de Ética do Hospital das Descobertas, as imagens em causa serão tornadas públicas "o mais possível". "Quanto mais as imagens forem mostradas, maior o esclarecimento", referiu, em conferência de imprensa.

Fernando Maymone Martins, director do serviço de cardiologia pediátrica do Hospital de Santa Cruz, salientou que, "pela décima semana, o coração já tem características praticamente idênticas" às do de um adulto.

A Plataforma refere, no seu manifesto, que “O progresso e a evolução da ciência permitem hoje um conhecimento e acompanhamento do desenvolvimento do feto no seio materno acessível a todos”. “O feto não é um ente oculto, mas um ser humano conhecido e directamente observável”, acreescentam.

Na página oficial do movimento, em www.nao-obrigada.org, é ainda apresentado um estudo particular encomendado ao Centro de Sondagens da Universidade Católica Portuguesa, segundo o qual 20,7% dos inquiridos acredita que a vida humana começa no momento “em que bate o coração”.
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Nacional | Agência Ecclesia| 21/12/2006 | 12:20 | 1373 Caracteres | 13

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 22 de December de 2006 08:23

Citação:
Paulo
No proximo ano mais 900 escolas em portugal iram encerrar por falta de alunos.

No próximo ano?
900 escolas?
Devido ao SIM?

Desculpe, o assunto é sério, só por isso não me ri.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 22/12/2006 08:26 por Lena.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 22 de December de 2006 11:56

O que querem afinal não é acabar com o aborto. Querem é acabar com o aborto clandestino. São duas coisas distintas. A descriminalização e despenalização do aborto até às 10 semanas, é aquilo que se quer aprovar. Para que se possa matar em segurança e à vontade. O que virá a seguir? Eutanásia? Legalização das prostituição? Drogas? Que mais? Estas pessoas só têm boas ideias.

Vai uma adivinha?

Qual é coisa qual é ela, que aos 8 meses de existência já tem um coração a funcionar?? Adivinham?

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 04 de January de 2007 20:43

Um artigo No DN de Hoje de Pedro rolo duarte:

"Oito anos depois...



Pedro Rolo Duarte
Jornalista

Se eu acreditasse que o Estado algum dia iria assumir o seu papel social de apoio às mulheres e famílias sem recursos; se eu acreditasse que as associações de "defesa da vida" (que aparecem quando se anunciam debates e desaparecem no dia a seguir aos referendos) iam cumprir o que prometem sobre solidariedade e promoção de uma "cultura de responsabilidade e de respeito pelo valor da vida"; se eu acreditasse que, fora do período de propaganda eleitoral, alguém neste país trabalhasse "na criação de condições para que todas as mulheres que engravidam possam ter verdadeiras alternativas de vida e não façam escolhas de morte", como leio num desses manifestos; se eu acreditasse que as 25 a 30 mil interrupções de gravidez ilegais que se fazem anualmente em Portugal deixassem de existir por via da educação sexual, do presumível apoio do Estado, e da conversa moralista das tais associações criadas por encomenda; se eu acreditasse, enfim, na bondade intrínseca das instituições, e no cumprimento dos deveres mínimos do Estado; se eu...

Ora... Eu assisti ao debate para o anterior referendo, e apesar do resultado, ou talvez por causa dele, acreditei vagamente que todos os que nele intervieram iriam depois assumir as suas responsabilidades e trabalhar no terreno para uma enorme mudança de mentalidades, de atitudes, e a uma efectiva promoção da tal "cultura da responsabilidade" que produzisse efeitos e resultasse numa efectiva diminuição do número de abortos clandestinos...

...Nesse caso, ponderava o meu voto no dia 11 de Fevereiro. Como infelizmente o tempo - nomeadamente o que mediou entre o último referendo e o dia de hoje - me provou que no dia a seguir à consulta popular toda a gente recolhe a bandeira e tudo volta ao mesmo (ou seja, os que podem garantem o aborto clandestino nas melhores condições, dentro ou fora do país - e os outros engrossam a lista de clientes das parteiras de vão de escada e ainda se sujeitam à humilhação de uma passagem pelo tribunal), e como passados oito anos nada mudou, nem sequer os argumentos, essa é para mim a melhor prova de que o voto no "não" deixa tudo na mesma - porque deixou tudo como estava. Ou seja, mal. É o que o tempo se encarrega de nos demonstrar desde que, em 1998, se discutiu, debateu e no fim votou. Assim sendo, não adianta debater mais o assunto. Os factos falam por si. Estamos no reino da hipocrisia. Só nos resta votar. No meu caso, "sim".

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 04 de January de 2007 21:25

Pena o Governo Socialista do Catolicissimo António Guterres após o referendo de então, não tenha feito absolutamente nada. É que é aos Governos que temos de exigir que se criem os meios para que os casais possam ter filhos.
Pena que os governos que lhe seguiram tambem nada tenham feito.
No fundo, este referendo é tão somente, a afirmação deste governo do senhor Sócrates, de que Não Vale a pena criar meios, que não vale a pena investir, que o mais facil é realmente acabar com o "azar" se ele surgir.
Estamos no Reino da Hipocrisia sim, quando se gastam 10 milhoes de euros no referendo e não se subsidiam as familias. Estamos no reino da Hipocrisia quando os governos não aplicam bem o dinheiro que nos arrecadam dos impostos.
Como acredito que vale a pena lutar, como conheço desenas de associações de cidadãos que após o referendo quiseram fazer qualquer coisa - o que desdiz o senhor Rolo Duarte - o meu voto é NÂO!
Se por acaso o senhor Rolo Duarte ler este meu post, experimente visitar a Ajuda de Berço.
Adoçava-lhe mais o coração.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 04 de January de 2007 23:48

ou experimente fazer ele alguma coisa em lugar de apregoar que ninguem faz nada. Até fazem, mas quem o faz está demasiado ocupado para ir até ao sofá dele mostra-lhe o que faz.

[www.alamedadigital.com.pt]

Lá, onde a vida se joga…

por Rui Corrêa de Oliveira *

É lá, onde a vida se joga que nós estamos. Diante da Irene que nos apareceu de cara assustada, tremendo de medo, confusa, baralhada, desesperada… Tinha sabido que estava grávida outra vez, havia uma semana. O companheiro perdeu a cabeça e insultou-a, acusando-a de ser a culpada por não ter tomado a pílula. A solução era só uma: «abortar e pronto! É pegar ou largar: ou despachas isso ou vai à tua vida, que eu não estou para aturar desleixadas». «Não, abortar, não! Mas sozinha que hei-de fazer?» À Mãe a quem recorreu, encontrou bêbeda, meio adormecida sobre a mesa da cozinha, que é sala e que é quarto, naquele barraco húmido com vista para a pista da Portela. Passou os dias com a angústia da hora da chegada a casa do companheiro. Passou as noites encolhida a um canto da cama com medo que ele lhe tocasse. Sem saber para onde se virar foi até ao Centro, pedir ajuda à assistente social. Foi a primeira pessoa que a ouviu, foi o primeiro olhar que a olhou como gente, foi a primeira vez, desde o começo do pesadelo, que alguém parou diante dela para pensar na sua vida e na sua condição. Foi então que ouviu falar de nós. Talvez a pudéssemos ajudar…

Foi a tremer que nos ligou pelo número grátis. Marcou lá ir no dia seguinte… e ali estava ela, sempre a tremer. O primeiro quarto de hora foi feito de silêncio e monossílabos, incapaz de alinhavar uma frase. A custo foi acalmando… a pouco e pouco descreveu a sua história e a sua situação. Já não regressou a casa. Nesse dia foi na nossa Casa de Acolhimento que pela primeira vez conseguiu dormir de um sono só. Depois, foi o lento reconstruir de uma personalidade desmantelada. Exames médicos, acompanhamento psicológico e companhia humana. Enquanto avançava a sua gravidez foi percebendo que havia vida para além do horizonte de fome e violência a que estava habituada. Seis meses depois nascia o Daniel! Um ano depois aprendera as “artes da casa”, sabia cozinhar e passar a ferro e já era capaz de ajudar no cabeleireiro onde arranjara emprego. Entrou de “porteira” num prédio das avenidas novas, tinha um quarto para si e para o Daniel, cozinha e casa-de-banho. Renascera para a vida e para o mundo, um mundo novo e diferente onde a vida é possível, com dignidade e futuro. Um dia, o Daniel haveria de ser homem, aquele mesmo que esteve para acabar numa hemorragia provocada. A história desta Irene é uma história feita de mil histórias verdadeiras, mil vidas reais, mil dramas autênticos.

É aqui, onde a vida se joga, paredes-meias com a morte, que nós estamos, porque acreditamos que a vida é possível se nos deixarem ajudar as “Irenes” desta cidade com quem nos cruzamos sempre distraídos e sempre apressados.

É o que fazemos em cada dia, todos os dias, se nos ajudarem a ajudar.

* Ponto Apoio à Vida – Associação de Solidariedade Social
Centro de Atendimento e Casa de Acolhimento para grávidas em risco

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 06 de January de 2007 01:22

Comandos Especiais e de Elite







Nuno Serras Pereira

05. 01. 2007



Nesta “guerra dos poderosos contra os débeis”[1], como lhe chamou João Paulo II na Encíclica O Evangelho da vida, que se trava em relação à liberalização do aborto, os miúdos bandos do Não, por amor têm combatido “o bom combate”[2], em frentes múltiplas, com a sagacidade própria dos guerrilheiros perante a poderosa e avassaladora imponência das forças oponentes. Estes combates originais, não só pelos métodos como pelos propósitos, têm como um dos objectivos principais confundir os portadores do inimigo, esvaziando-os das potências manipuladoras, para que se convertam à verdade do amor e passem a viver do amor à verdade. Nesta missão vital e, num certo sentido, de alto risco são necessárias competências singulares, dificílimas de encontrar. Não basta a generosíssima entrega, de resto imprescindível, de quem sacrifica família e dinheiro, sucesso e honra, numa incansável doação que não conhece tréguas. São inúmeros os membros da resistência de quem nos devíamos aproximar com uma reverência semelhante à de Moisés diante da sarça-ardente. Neles, não obstante as suas fragilidades de barro, torna-se verdadeiramente presente Aquele que disse: Eu Sou Aquele que Sou – para vós; operando prodígios que confundem os adversários.



Importa muito entender que esta guerra é essencialmente espiritual “porque não é contra os seres humanos que temos de lutar, mas contra os Principados, as Autoridades, os Dominadores deste mundo de trevas, e contra os espíritos do mal que estão nos céus.”. [3]

É por isso que para ver a verdade não basta olhar ou raciocinar, embora isso seja indispensável, é preciso querer [4] ver, e este querer é suscitado pela presença de Cristo que o faz brotar para lhe dar remédio: “Senhor que eu veja! Jesus disse-lhe: Vê. A tua fé te salvou.”[5]. Esta cura física é sinal de uma cura interior a que os primeiros cristãos chamavam iluminação e a que nós chamamos baptismo. Esse o motivo porque esta narração era usada no catecumenato. Sabemos, no entanto, que a iluminação ou revelação pode de algum modo como que antecipar-se, para nele desembocar, ao baptismo sacramental, como aconteceu com Cornélio, baptizado por S. Pedro.[6] Ou, ainda, mais eloquentemente quando diante do Crucificado um dos malfeitores Lhe suplica: “Jesus, lembra-Te de mim, quando tiveres entrado no Teu Reino”[7]; e perante a Sua morte o centurião romano exclama: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”[8] Na presença de Jesus Cristo Crucificado até os mais cegos de entre todos os cegos, isto é, aqueles que ignoram a sua cegueira e que portanto não se conhecem como tais, podem começar a ver.



Mas como tornar o Crucificado presente, com a força da Sua ressurreição, senão através daqueles que oferecem os seus sofrimentos completando na sua carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo Seu Corpo, que é a Comunhão de vida e amor a que todos são chamados? [9] E quem são esses senão os doentes, os enfermos, os acamados, os idosos, os deficientes, os moribundos, os esquecidos e abandonados. Quem são eles senão os que com Cristo estão crucificados[10] fazendo da sua dor uma oferenda de amor pela nossa salvação.



Estes são os comandos altamente especializados, uma verdadeira e singularíssima elite, por quem a Virgem Maria em Lurdes mostrou particular preferência e carinho. São estes que com as suas poderosíssimas e potentíssimas armas espirituais nos garantirão, pelos méritos de Cristo derramados em nós pelo Seu Espírito vivificante, totalmente presente em Maria, a cheia de Graça, que nos assegurarão “que a força que vem do Alto [fará] ruir os muros de enganos e mentiras que escondem, aos olhos de muitos dos nossos irmãos e irmãs, a natureza perversa de comportamentos e de leis contrárias à vida, e [abrirá] os seus corações a propósitos e desígnios inspirados na civilização da vida e do amor.”[11]



É urgente enviar-lhes agentes que os recrutem para esta nobilíssima missão impossível, “porque a Deus nada é impossível”[12

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de January de 2007 13:05

A guerra santa?

A violência desbragada. de certos fundamentalistas está bem patente neste último post.


Alef, tens toda a razão.

católica praticante

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 06 de January de 2007 18:37

Como sabemos há vários grupos pró-vida que se estão a mobilizar no sentido de um profundo esclarecimento que antecede o referendo de 11/2/07.

Aqui vai a notícia sobre um deles. Esta notícia foi publicada no jornal Público de 6/1/07

Aqui vai:
"Não Obrigada entrega 17.300 assinaturas na CNE



Um grupo de elementos do movimento Não Obrigada foi ontem à Comissão Nacional de Eleições formalizar a intenção de participar na campanha para o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez. Um dia depois de o Em Movimento Pelo Sim ter oficializado a sua candidatura, subscrita por 14.307 assinaturas apensas ao processo, o Não Obrigada diz ter registado 17.300. No final da sessão, Bagão Félix apelou a todos os participantes para que façam "uma campanha moderada", considerando estarem a ser tratados "assuntos muito sérios e melindrosos". O ex-ministro das Finanças apelidou ainda de "lastimável" a intenção do Governo de "liberalizar abortos nos hospitais públicos e no sector privado", consumindo assim dinheiros públicos numa altura em que se "fecham maternidades" e em que se "reduziu a comparticipação de medicamentos". No que respeita às novas acções de campanha da plataforma, na próxima semana, irá ser divulgado um novo cartaz, onde se pode ler: "Abortar a pedido e passar o resto da vida a pedir que não tivesse acontecido." R.D.F."

Nota: o negrito é meu

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 00:09

O fecho de maternidades não tem nada a ver com a promoção da natalidade. Em caso de problemas sérios, é preferível para a mãe e para o bébé estarem longe de casa mas com médicos e equipamentos adequados do que numa pequena maternidade perto de casa onde os casos difíceis têm depois que ser enviados para longe.

Em contrapartida há que reflectir sobre as condições que as empresas dão às mães. Quantas vezes a mulher que tem vários filhos não é prejudicada no emprego? Se os gestores católicos se esforçarem por criar melhores condições para as mães que trabalham já fazem muito pela vida.

Quanto ao estado, a política fiscal prejudica muito quem se casa e tem filhos. Certamente se algum destacado membro defensor da vida tivesse sido ministro das finanças em Portugal teria conseguido mudar isso, não era?

pontosvista

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 00:48

Evidentemente que sim caro pontosvista.....
A passagem do Padre Nuno Serras Pereira por coimbra afinou-lhe os fundamentalismos. Deve ser do ar de lá.....
Boa Epifania.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 00:58

Referendo do Aborto, Cânone 915 e Comunhão Eucarística



«No caso de uma lei intrinsecamente injusta, como aquela que admite o aborto ou a eutanásia, nunca é lícito conformar-se com ela, nem participar numa campanha de opinião a favor de uma lei de tal natureza, nem dar-lhe a aprovação com o seu voto.». João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 73



O Conselho Pontifício para os Textos Legislativos, de acordo com a Congregação para a Doutrina da Fé e com a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, declara:



1. A proibição feita no cânon 915, por sua natureza, deriva da lei divina e transcende o âmbito das leis eclesiásticas positivas: estas não podem introduzir modificações legislativas que se oponham à doutrina da Igreja.



Este texto diz respeito primeiramente ao próprio fiel e à sua consciência como consta no cânon 916. Porém o ser-se indigno por se achar em estado de pecado põe também um grave problema jurídico na Igreja: precisamente ao termo «indigno» refere-se o cânon do Código dos Cânones das Igrejas Orientais que é paralelo ao cân. 915 latino: «Devem ser impedidos de receber a Divina Eucaristia aqueles que são publicamente indignos» (cân. 712). Com efeito, receber o Corpo de Cristo sendo publicamente indigno é um comportamento que atenta contra os direitos da Igreja e de todos os fiéis de viver em coerência com as exigências dessa comunhão. Deve-se evitar o escândalo, concebido como acção que move os outros ao mal. Tal escândalo subsiste mesmo se, lamentavelmente, um tal comportamento já não despertar admiração alguma: pelo contrário, é precisamente diante da deformação das consciências, que se torna mais necessária por parte dos Pastores, uma acção tão paciente quanto firme, que tutele a santidade dos sacramentos, em defesa da moralidade cristã e da recta formação dos fiéis.



2. Qualquer interpretação do cân. 915 que se oponha ao conteúdo substancial, declarado ininterruptamente pelo Magistério e pela disciplina da Igreja ao longo dos séculos, é claramente fonte de desvios. A fórmula: «e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto» é clara e deve ser compreendida de modo a não deformar o seu sentido, tornando a norma inaplicável. As três condições requeridas são:



a) o pecado grave, entendido objectivamente, porque da imputabilidade subjectiva o ministro da Comunhão não poderia julgar; b) a perseverança obstinada, que significa a existência de uma situação objectiva de pecado que perdura no tempo e à qual a vontade do fiel não põe termo, não sendo necessários outros requisitos (atitude de desacato, admonição prévia, etc.) para que se verifique a situação na sua fundamental gravidade eclesial; c) o carácter manifesto da situação de pecado grave habitual.



3. A prudência pastoral aconselha vivamente a evitar que se chegue a casos de recusa pública da sagrada Comunhão. Os Pastores devem esforçar-se por explicar aos fiéis envolvidos o verdadeiro sentido eclesial da norma, de modo que a possam compreender ou ao menos respeitar. Quando, porém, se apresentarem situações em que tais precauções não tenham obtido efeito ou não tenham sido possíveis, o ministro da distribuição da Comunhão deve recusar-se a dá-la a quem seja publicamente indigno, com firmeza, consciente do valor que estes sinais de fortaleza têm para o bem da Igreja e das almas.



4. Nenhuma autoridade eclesiástica pode dispensar em caso algum desta obrigação do ministro da sagrada Comunhão, nem emanar directrizes que a contradigam.



5. O dever de reafirmar esta impossibilidade de admitir à Eucaristia é condição de verdadeira pastoral, de autêntica preocupação pelo bem dos fiéis e de toda a Igreja.



Síntese de texto completo em: [www.vatican.va]

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 01:24

Citação:
pontosvista
Quanto ao estado, a política fiscal prejudica muito quem se casa e tem filhos. Certamente se algum destacado membro defensor da vida tivesse sido ministro das finanças em Portugal teria conseguido mudar isso, não era?

Fui muito atacado pela CP por dizer isso mesmo por aqui.
Quando aos poderes absolutos e ditatoriais dos ministros das finanças... o ministro das finanças não é o primeiro-ministro, o primeiro-ministro não é o parlamento inteiro...
Mas vejo que se começa a fazer luz. o dinheiro é sempre escasso, governar é escolher. Para prejudicar menos as familias com filhos é preciso penalizar mais as pessoas sem filhos, os não casados.
Não há margem de manobra. Puxa o lençol de um lado tem de descobrir do outro.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 02:12

Camilo

Não se trata de prejudicar uns ou outros mas de estabelecer um princípio simples: um casal não deve pagar mais imposto estando casado do que estando solteiros. Quanto aos filhos há todo um conjunto de despesas que devem justificar deduções nos impostos. Estabelecendo princípios de equidade pode ser necessário fazer pequenos ajustamentos nas taxas de IRS mas como os outros impostos não são afectados estou convencido que o impacto global seria mínimo. E o impacto simbólico seria máximo. Quando uma parte de uma coligação acha algo realmente muito importante consegue obtê-lo desde que ceda em coisas menos importantes. Hoje o PP e o Dr. Bagão Félix acham muito importante combater o aborto mas quando tiveram os meios para fazerem algo de importante em defesa da família esconderam-se atrás das desculpas do costume. Acho de uma grande incoerência política.

pontosvista

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 02:22

Paulo

O não neste referendo tem óptimos argumentos e acho que ainda pode ganhar. Os defensores do sim estão no limite dos argumentos e não resistem muito mais a um esclarecimento sereno.

Ir buscar uma imposição vaticana para forçar a consciência dos católicos é, do meu ponto de vista, um argumento de fraqueza. Além do mais não estou de acordo que seja aplicável do modo que sugeres. O Papa não tem competência especial para decidir sobre a maldade intrínseca de leis civis propostas no contexto específico de cada país. Muito menos seria razoável querer usar penas canónicas sobre católicos que tenham opiniões diferentes. Isso já foi infelizmente tentado nos EUA e mostra um conceito de católico que é de atrasado mental e moral e que precisa que lhe digam tudo o que deve fazer.

pontosvista

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 02:24

A mesma incongruencia do Catolicissimo Guterres que sendo 1º Ministro no anterior referendo nada fez. Este referendo aparece assim com o rotulo: Não queremos mesmo fazer nada. Acabem-se com os fetos na barriga das mães!
Isto é ser-se moderno e progressista.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 07 de January de 2007 02:38

Paulo

Se te referes aos impostos, o catolicíssimo Guterres foi ainda pior do que o PP e Bagão Félix: podia facilmente acabar com a discriminação negativa das famílias e não o fez. Se te referes ao aborto, Guterres conseguiu com o referendo travar o PS laico e republicano que se preparava para facilitar o aborto. Contudo em democracia o povo é soberano e agora tudo se joga no terreno da opinião. Os partidos podem fazer o que entenderem mas nenhum deles será culpado do resultado que sair do referendo.

pontosvista

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de January de 2007 19:25

Ca:
Há realmente padres ( e outros que tais) que tratam os católicos como débeis mentais, acenando com penas de excomunhão fictícias á laia de campanha eleitoral e homilias que mais não passam de tempos de antena (ilegais, ainda por cima).
E a igreja está acometer um erro crasso ao deixar-se arrastar (e manipular) numa campanha política que devia guardar distanciamento(sobretudo relativamente a certos sectores radicais) sob pena de se tornar ainda mais uma caricatura distanciada da realidade.
È um jogo perverso.

E os que tratam os católicos como uns mentecaptos que têm de se submeter ás directivas de voto de uma minoria, acho que vão ter uma surpresa.
Vida de Cão

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 08/01/2007 19:27 por catolicapraticante.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 09 de January de 2007 01:21

Os defensores do sim anda muito nervosos. E preocupados. Agora a estratégia é manter a Igreja de fora. Naturalmente.
Já esperavamos esta estratégia, afirmando que é uma questão politica e que deve ficar de fora.
Ora Esta não é uma questão politica. Esta é uma questão Civilizacional, ética , que vai contra os mandamentos.
São os habituais laicistas que querem fechar os cristãos dentro das Igrejas a rezar terços. Necessáriamente que não o fazemos. Há dois mil anos que sabemos que importa mais servir a Deus que aos homens.
Sabemos o que está em jogo.
Não ficaremos de fora.
Aconselhamos os abortófilos a tomarem calmantes e ansioliticos, porque quem vai ter uma grande surpresa serão eles.
Citando o Patriarca de Lisboa esta não é uma questão politica. E ainda se o fosse, pagamos os nossos impostos, temos o direito de nos fazermos ouvir. E lutarmos pela implementação do Reino de Deus neste mundo.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 09 de January de 2007 08:03

Não percebo por que razão a Igreja tem de ficar de fora. EStamos numa democracia ou não estamos? O aborto é uma questão ética, não é política, como muitos querem fazer passar.

Então, os médicos e os enfermeiros também não podem dizer qual é a sua opinião. O Primeiro-Ministro também não. O partido do Governo também não. Pensava que a censura já tinha acabado.


[deusemtudoesempre.blogspot.com]

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Este tópico foi encerrado

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