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Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 12:37

Concordamos CP, numa coisa o aborto é mau. Discordamos na forma de abordar o problema e dar-lhe uma solução.

Das propostas que apresentaste para reduzir o aborto e melhorar o apoio a grávidas de risco, nenhuma tem como a priori a necessidade de legalizar o aborto.

Já disse e volto a repetir. Não são as mulheres que abortam que tem ser condenadas, são as parteiras de esquina, são as clínicas e os médicos, os patrões e os homens que pressionam uma mulher a tomar uma decisão destas.

A aposta tem que ser numa rede alargada de aconcelhamento, na formação da consciencia das pessoas para uma sexualidade responsável, no planeamento familiar, na contracepção e na educação sexual.

Não é por se dizer que o aborto sempre existiu que se deve advogar a sua existência.

A prostituição é profissão mais velha do mundo enão por causa disso que esta deveria ser legalizada.

Re: Referendo sobre o Aborto - Testemunhos de quem vota "NÃO".
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 13:06

Citação:
Paulo
Quem vota sim ao aborto, sabe que não está na comunhão da igreja porque nao acredita no mesmo que a Igreja acredita.

Não podes dizer isto! Pode votar-se sim no referendo mesmo sendo contra o aborto. Não existe nenhuma excomunhão para quem considera que o aborto é mau mas que em determinadas circunstâncias a lei não deve punir a mulher. A doutrina da Igreja não inclui especificações para os artigos do Código Penal!

pontosvista



Editado 1 vezes. Última edição em 10/01/2007 13:08 por pontosvista.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 13:28

Pois Dona Lena,

Não parece. Se quer arranje argumentods convincentes que não se baseiem simplesmente em pressupostos de seguidismo acéfalo.

Existem muitos ateus, agnósticos e não católicos que também defendem o NÃO ao aborto.

O Aborto é mau, pode ser também classificado como pecado na hierarquia moral e doutrinal da Igreja Católica, mas não é dependente dessa factor que se pode chegar a conclusão que o aborto é mau.

A cultura social em que a senhora vive e que se orgulha é baseada num conjunto valores inegávalmente cristãos. Para a sua angústia, mesmo que o número de praticantes cai a pique, na consciência nacional deste país estará sempre essa marca indelável.

Quanto a opinião de terceiros não interessar, a senhora tem um estranho sentido de humor e uma capacidade manicaista de escolher os tópicos que se pode tentar influenciar a decisão dos outros ou não. Se alguém tem um escravo posso ou não limitar essa escolha? É reprovável ou lovável o esforço para acabar com os touros de morte?

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 13:41

Defendes a proibição de abortar em caso de malformações congénitas graves??

Alguma vez me ouviste dizer isso? Claro que apoio quem decide abortar nestas casos mas abertamente admiro e invejo quem tem coragem para não o fazer.

Eu olho para o meu irmão que amo e com quem aprendi as maiores lições de vida e não sou forte o suficiente para pensar que nunca iria abortar num caso destes.

A lei actual já contempla o aborto caso de malformações congénitas graves. Volto a dizer e não me calarei até que me convençam do contrário, rede alargada de aconcelhamento e apoio a grávidas de risco, na formação da consciencia das pessoas para uma sexualidade responsável, no planeamento familiar, na contracepção e na educação sexual. E claro maior investimento nos abonos familiares.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 14:12

Não, não tem de ganhar o "Sim". A letra da lei pode ser alterada de maneira a que as mulheres não sejam condenadas. Para que é que existem as cláusulas?

Quanto ao tornar-se normal, obviamente se a lei permite (seja lá o que for), as práticas tornam-se normais. Aliás, isso vê-se nos países que já despenalizaram o aborto. O número de abortos aumentou e só estagnou num patamar elevado.

Em relação à educação sexual, não são os fundamentalistas católicos que impedem esta disciplina. Há anos e anos que se fala disto e continuamos sem professores com formação suficiente para dar este tipo de aulas. E fundamentalistas há em todo o lado, infelizmente. Não são apenas católicos e religiosos.

Já agora, deixo um apelo. Votem e falem aos vossos amigos, familiares, etc, como é importante ir votar. Já basta o dinheiro que vamos gastar num referendo que já se tinha realizado. Ganhe o Sim ou o Não, pelo menos que o referendo seja vinculativo.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 19:01

nenhuma mulher é condenada há muitos anos. Quando o codigo penal preve uma pena maxima de 3 anos raramente alguem é condenado a prisão efectiva, em pena até esse limite em casos de condenação (o que não acontece pelo crime de aborto há muitos anos) a pena é quase substituida por multa ou serviço à comunidade.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 19:19

Cara Maria joão:

EScreveste que

"Não, não tem de ganhar o "Sim". [b]A letra da lei pode ser alterada de maneira a que as mulheres não sejam condenadas[/b]"

O problema é que há oito anos atrás, qunado se pensou mudar a lei na assembléia da república se optou por fazer um referendo prévio, por se considerar que apesar da AR ter legitimidade para legislar sobre a matéria, deveria existir antes disso uma auscultação popular.

Obvimente que, se houve esse entendimento na altura, muitos sectores políticos consideram que para se alterar a legislação no sentido da despenalização é preciso um novo referendo.
E mais, é preciso que ganhe o SIM,para que exista a tal despenalização.

O que não percebo é uma coisa - se não concordas com a penalização das mulheres, como podes votar que concordas, quando essa é única forma da lei ser alterada?


Por sua vez o camilo usa um arguemnto igualmente paradoxal: quer que se mantenha actual lei porque... não é cumprida. Como "nenhuma mulher é condenada há muitos anos. ", fica tranquilo porque a lie não se cumpre.



E isso não te perturba?

Ou a lei ´so é boa porque não se cumpre

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 10/01/2007 19:22 por catolicapraticante.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 20:13

Citação:
Tilleul
Não parece. Se quer arranje argumentods convincentes que não se baseiem simplesmente em pressupostos de seguidismo acéfalo.
Por favor, demonstre quais foram eles.

Citação:
Existem muitos ateus, agnósticos e não católicos que também defendem o NÃO ao aborto.
E viva a pluralidade.

Citação:
O Aborto é mau, pode ser também classificado como pecado na hierarquia moral e doutrinal da Igreja Católica, mas não é dependente dessa factor que se pode chegar a conclusão que o aborto é mau.
Alguma vez eu disse que o aborto era bom?
Entenda de uma vez, não ver a IVG como um crime, quando feito por opção livre da mulher, não significa que se veja a IGV como ideal a atingir, a fomentar. Ninguém fica grávida a pensar "Olha quem bom, vou poder fazer um abortito."

Citação:
A cultura social em que a senhora vive e que se orgulha é baseada num conjunto valores inegávalmente cristãos. Para a sua angústia, mesmo que o número de praticantes cai a pique, na consciência nacional deste país estará sempre essa marca indelável.
Que seja. Acha que fico triste por isso? Angustiada? Que exagero! Há coisas óptimas nessa herança!! Outras nem tanto...
Com calma, e se o desejar, gostaria que me explicasse o que é isso de "consciência nacional".

Citação:
Quanto a opinião de terceiros não interessar, a senhora tem um estranho sentido de humor e uma capacidade manicaista de escolher os tópicos que se pode tentar influenciar a decisão dos outros ou não. Se alguém tem um escravo posso ou não limitar essa escolha? É reprovável ou lovável o esforço para acabar com os touros de morte?
Eu devo falar chinês mesmo.
Se alguém aqui foi maniqueísta, não fui eu. Se há algo em que não embarco é nessa divisão entre Bem e Mal. Bem pelo contrário,defendo que há um enorme gradiente de opções entre os extremos. A IVG não é um Bem, mas tb não a vejo como o Mal que querem fazer crer.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 20:21

“Sim” ao aborto ganha na UBI
Quarta-Feira, 10 de Janeiro de 2007
Referendo interno

A Associação Académica da Universidade da Beira Interior promoveu uma auscultação a alunos, professores e funcionários com quase 80 por cento a optar pelo “sim” à mesma questão que será levada a referendo nacional
Daniel Sousa e Silva

A esmagadora maioria da comunidade universitária que participou no referendo interno promovido, ontem, pela Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) é a favor da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). A iniciativa teve por meta “servir de balão de ensaio” ao referendo nacional marcado para dia 11 de Fevereiro, explica ao Diário XXI Fernando Jesus, presidente do órgão estudantil.
Dos 493 votantes, entre alunos, professores e funcionários da instituição de Ensino Superior da Covilhã, 79,92 por cento respondeu “sim” à questão “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”, a mesma que será utilizada no referendo nacional. A escolha “não” foi a opção de 17,95 por cento dos votantes, enquanto que 2,03 por cento votaram em branco e 0,4 por cento dos votos foram considerados nulos.
O referendo abrangeu um universo de “cerca de seis mil e 500 votantes possíveis”. “Decidimos alargar a auscultação a toda a comunidade universitária, uma vez que se trata de um assunto que toca não só aos alunos, mas a toda a sociedade”, refere o dirigente académico. Participaram no referendo interno 424 alunos, 41 funcionários e 28 professores.
Segundo Fernando Jesus, a iniciativa “funciona como forma de motivação para uma maior participação activa em democracia”, tentando “combater o mal da abstenção”. “As pessoas acomodaram-se à democracia e não fazem uso do seu poder: o voto”, acrescenta.

Fonte: [www.diarioxxi.com]

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 20:32

a lei actual pode ser cumprida, simplesmente disse que permite a atribuição de uma pena de serviço publico em lugar da pena de prisão.
Quando na lei se preve uma pena de prisão desta ordem o que geralmente acontece
é a substituição da pena de prisão por multa ou serviço civico.

Lena, hitler tambem conquistou o poder pela via democratica, nem sempre a vntade da maioria é uma coisa boa. E as atletas de alta competição engravidam frequentemente planeando anticipadamente o aborto.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 20:32

Um grupo de escritores, jornalistas e intelectuais escreveu um argumentário pela liberalização do aborto. A social-democrata Paula Teixeira da Cruz apresenta-o esta quarta-feira.

O «Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim» lança esta quarta-feira, em Lisboa, um livro que reúne textos de conhecidos intelectuais, em defesa da liberalização do aborto.

Intitulado «Por Uma Vida de Escolhas», o livro apresenta as «razões para votar sim no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez».

Os escritores Ana Luísa Amaral, Inês Pedrosa, Lídia Jorge, Maria Teresa Horta, Possidónio Cachapa e Rui Zink contribuem para este ‘argumentário’ do ‘Sim’ no referendo de 11 de Fevereiro.

Também as jornalistas Fernanda Câncio, Helena Matos, Paula Moura Pinheiro e Maria Antónia Palla incluem textos seus no livro, que será apresentado por Paula Teixeira da Cruz, dirigente do PSD e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.

Da lista de autores de «Por Uma Vida de Escolhas» faz ainda parte o psiquiatra Júlio Machado Vaz, a professora de Direito Teresa Beleza e antropólogo Miguel Vale de Almeida.

[www.portugalmais.com.pt]

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 21:02

Citação:
camilo
Lena, hitler tambem conquistou o poder pela via democratica, nem sempre a vntade da maioria é uma coisa boa. E as atletas de alta competição engravidam frequentemente planeando anticipadamente o aborto.

Por Hitler ter sido eleito devemos acabar com a democracia? Boa ou má a vontade da maioria, em democracia, é Lei. Alguma vez afirmei o contrário?

A ser verdade isso das atletas (a CP já explicou q isso era mito urbano), não é certamente uma estratégia comum e nunca anula os argumentos do Sim. Ou vc está convencido que essas supostas atletas não continuariam a fazer o mesmo aqui ou lá fora?
Essa agora e a das malfadadas listas de espera, batem records...

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 22:07

Olá Lena.

Há pouco escreveste o seguinte:

Citação:
Lena
Alguém te vai dizer que este tópico é só para partidários do NAO (e provavelmente a tua mensagem será apagada).

Há um tópico oficial sobre o aborto. Antes que percas a vontade, transcreve para lá o que aqui disseste. Eu vou fazer uma cópia entretanto.

Também nunca entendi pq não há um tópico para Testemunhos de quem vota SIM... e daí talvez até entenda…

Gostaria de esclarecer o seguinte: embora o tema deste fórum seja Religião, Cristianismo e Igreja Católica, continua a ser aberto a todos, pelo que nada impede que se comece um tópico com os testemunhos de quem pretende votar "Sim" no próximo referendo. Aliás, quando criei aquele tópico fiquei com a ideia que isso seria criado por alguém logo nos dias seguintes. Enganei-me.

A razão de ser daquele tópico é porque ninguém lê 43 páginas de mensagens sobre o aborto que já existem neste tópico. Muitas dessas mensagens são repetições e mais repetições. As pessoas pensam que por dizerem as mesmas coisas vezes sem conta são mais ouvidas. Bem, neste caso acabam por ser mais lidas, e evita-se que se leiam outras mensagens, mas não significa que os seus argumentos sejam melhores, apenas têm mais tempo e paciência para escrever mais vezes.

Por esse motivo criei um tópico separado onde cada um possa escrever porque razão vota "Não", e para que as discussões e justificações entre sim's e não's não escondam aquilo que verdadeiramente nos motiva.

Não se trata de campanha eleitoral. Tratam-se simplesmente de testemunhos pessoais.

Obrigado,
Luís Gonzaga

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 22:21

O uso do aborto como metodo de doping é muito frequente. Tão frequente que a grande parte das atletas de alta competição nunca vem a ter filhos precisamente porque ao fim de varios abortos provocados fica esteril.
Um dos desportos mais afectados pelo doping é o ciclismo. No site da União ciclista internacional o aborto é indicado como metodo de doping:

[www.uci.ch]

Ler pagina 11, ao fundo. E devo dizer-lhe que para um atleta de alta competição 10% é um incremento notavel.

Se fosse a si ía explicar aos especialistas da UCI que o uso do aborto como doping é um mito urbano. E não julgue que é pouco usado, pelo que me dizem alguns atletas é pratica extensamente usada na alta competição.

Pergunta sobre esse livro. Quantos fetologistas escreveram um texto para ele?

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 22:35

Acho que todos gostamos de saber o que pensam os outros sobre a IVG, falta 1 mês para o referendo que , na prática, liberaliza o aborto.

Já repararam nos cartazes enganosos do P.S. e do B.E.?

Gosto imenso que as pessoas não tentem baralhar os outros com os seus argumentos.

Acho que temos direito a que não nos mintam. Os tais cartazes induzem em erro, são mentiras. E são-no porque não dizem toda a verdade. Apelam ao sentimento de um modo fraudulento.

Mas aqui vai o texto, que agora vi ao consultar as mensagens.


"Referendo: Sim ou Não?
D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa

I – O que é que se pretende?

1. Aproxima-se a consulta popular em que o eleitorado vai ser convidado a dizer “sim” ou “não” a um alargamento legal do aborto, até às dez semanas de gravidez, tendo como motivo a justificá-lo apenas a vontade da mulher grávida. Embora a Igreja, porque é contra o aborto em todas as circunstâncias, não concorde com a Lei actualmente em vigor, ela apresenta razões para justificar o pedido da mulher: violação, mal-formação do feto, graves distúrbios psíquicos para a mãe. Agora pretende-se tornar legal que a mulher grávida peça o aborto só porque o quer.
O que é que se pretende? Que motivos levam a esta ousadia legislativa? O Estado democrático, através das leis que aprova, procura o bem da comunidade nacional. A arte de legislar tem uma forte componente cultural: as leis aplicam à vida concreta da sociedade, em ordem a harmonizá-la, os valores fundamentais da cultura de um Povo. É daí que provém a exigência ética de todas as leis. Será que a nossa cultura deixou cair o valor humano universal que é a dignidade da vida humana e o dever do Estado de a defender e proteger? Será que esta intenção legislativa propõe um bem fundamental para todos os portugueses?

2. Os motivos que parecem justificar esta proposta legislativa, vamo-nos apercebendo deles nas diversas declarações de governantes, de partidários da lei, de movimentos a favor do “sim”.
* Parece ser a busca de uma solução para o drama do aborto clandestino. Que ele existe e é um drama, é uma realidade. Mas qual a sua dimensão? O várias vezes anunciado estudo sobre esta realidade nunca foi realizado. O cruzamento dos métodos anticonceptivos com os métodos abortivos e as soluções químicas para a interrupção da gravidez fizeram diminuir a realidade do aborto de “vão de escada”. Esta nova realidade traz a decisão de abortar para o campo da liberdade pessoal e da consciência e não é razão para esta alteração na Lei. Não quero, com o que acabo de dizer, negar a realidade do “aborto clandestino”. Penso só que era preciso tipificar melhor a realidade, nas suas dimensões evolutivas, antes de propor à decisão dos portugueses uma tão grave alteração legal.
E será uma solução? Estudos feitos em países que seguiram este caminho, mostram que a legalização não resolveu significativamente o problema. Ao contrário, aumentaram os números globais de abortos.
* Pretende-se, depois, despenalizar a mulher que aborta. “Nem mais uma mulher para a cadeia” tornou-se “slogan”. Declarações que recentemente vi nos meios de comunicação social, dizem que, nos últimos trinta anos, nenhuma mulher foi presa por esse motivo. A afirmação surpreendeu-me. Houve, é certo, alguns julgamentos, e esses podemos contá-los, porque foram invariavelmente sublinhados com ruidosas manifestações dos movimentos “pró-aborto”. Mas também me consta terem sido dadas instruções à Polícia Judiciária para não ter entre as suas prioridades as investigações sobre o “crime” de aborto. Neste quadro, será urgente uma lei com tais problemas éticos? É notória a ambiguidade: não é possível “despenalizar” sem “legalizar”.
* Vi também apresentar como motivo, fazer alinhar Portugal entre os países mais progressistas da Europa, como se defender a vida fosse sinal de atraso cultural. Cautela Europa! Um continente a definhar por deficit de natalidade, a renunciar aos grandes valores da sua cultura, poderá ser a vítima do caminho que construir.
* Dizem outros que é um reconhecimento de um direito da mulher. “A mulher tem direito ao seu corpo”. Só que o feto é um corpo de outro ser humano, que a mulher mãe recebe no seu corpo, para o fazer crescer. O seio materno foi o primeiro berço de todos nós. É um corpo acolhido por outro corpo. Pergunto-me, sinceramente, pelo respeito que toda a mulher me merece, quantas mulheres-mães, mesmo as que passaram pelo drama do aborto, se pensarem um pouco, ouvindo o mais íntimo de si mesmas, serão capazes de fazer tal afirmação.
* A última razão que ouvi, e essa entristeceu-me particularmente, pois vinha de alguns católicos, que se querem distanciar da doutrina da Igreja: no aborto estão em questão duas vidas, a do feto e a da mãe. Estão a falar de aborto só quando a vida da mãe está em risco? E mesmo nessas circunstâncias é o caso em que a maternidade convida a correr riscos e apela ao heroísmo. Ou fazem equivaler a destruição da vida do feto ao incómodo de uma maternidade indesejada?

3. É notória a fragilidade de todos estes objectivos. O único que se afirma com a crueza da realidade é o drama do aborto clandestino do qual, como ficou dito, não se conhecem as fronteiras da realidade. Esta lei será uma solução? E, sobretudo, será uma solução legítima? Não o é, pois uma tal lei fere princípios éticos universais, é uma questão de civilização. Cultural e moralmente, o “Não” é a única resposta legítima.


Lisboa, 7 de Janeiro de 2007
† JOSÉ, Cardeal-Patriarca

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 22:51

Luiz Gonzaga

obrigada pela resposta racional, equilibrada e livre de azedume.
A minha desconfiança sobre a inexistência de um tópico sobre o Sim baseava-se no comportamento autoritário que por vezes vejo, como se alguém fosse dono do tópico ( à laia de Gollum).
Vejo que estava enganada, pelo que peço desculpa por ter pensado tal.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 23:09

Citação:
Alguns tipos são lendas esportivas como, por exemplo, mulheres que engravidam e antes da competição abortam. Eu não conheço (nem o COI consultado por mim) nenhum caso de aborto proposital com o intuito de doping. O único benefício possível seria a fabricação da gonadotrofina coriônica durante a gravidez, o que cessaria com o aborto. Pelo alto nivel de desempenho exigido, parece-me que imaginar a participação de mulheres grávidas (ou recém-saídas do trauma de um aborto) em uma competição internacional é, no mínimo, ingressar no terreno da fantasia.

[olharvirtual.ufrj.br]

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 23:47

Lena

Na tua intervenção parece que há pessoas que são mais importantes que outras.

Podes dizer-me: apresentaste um texto do Patriarca de Lisboa e é verdade. Só que não disse o que tu disseste :

Citação:
Lena
Um grupo de escritores, jornalistas e intelectuais escreveu um argumentário pela liberalização do aborto. A social-democrata Paula Teixeira da Cruz apresenta-o esta quarta-feira.

(...)

Os escritores Ana Luísa Amaral, Inês Pedrosa, Lídia Jorge, Maria Teresa Horta, Possidónio Cachapa e Rui Zink contribuem para este ‘argumentário’ do ‘Sim’ no referendo de 11 de Fevereiro.

Também as jornalistas Fernanda Câncio, Helena Matos, Paula Moura Pinheiro e Maria Antónia Palla incluem textos seus no livro, que será apresentado por Paula Teixeira da Cruz, dirigente do PSD e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.

Da lista de autores de «Por Uma Vida de Escolhas» faz ainda parte o psiquiatra Júlio Machado Vaz, a professora de Direito Teresa Beleza e antropólogo Miguel Vale de Almeida.


Ao escreveres isto pode parecer que por serem jornalistas, intelectuais, nomes sonantes têm mais importância do que se fosse escrito por outras pessoas.

Lena
Pergunto-te: tu fazes distinção entre as pessoas? ou limitaste-te, apenas, a dar uma informação?

Como viste não transcrevi tudo. Mas indiquei o que cortei.
Com esta minha intervenção apenas quero dizer que me parece que estás a utilizar o nome das pessoas, para dizeres que são importantes e são pelo Sim.

Como estou farta das distinções entre pessoas ditas "pessoas importantes" e como acho que tal não deveria existir é que estou a escrever para tu me explicares, se quiseres, o que pretendes com essa tua intervenção.

Qual a razão para indicares muitos nomes e para dizer que são intelectuais,...?

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 10 de January de 2007 23:52

O beneficio é a DH, hormona do crescimento. Atinge niveis elevados durante a gravidez. O proprio autor reconhece não ser um especialista. Claro que o COI não conhece casos de aborto intencional usado como doping. Se nem analises sanguineas o COI faz.

Francamente a UCI recorre-se dos melhores especialistas mundiais sobre doping. Para ter uma ideia o COI não faz analises sanguineas para detectar doping, a UCI faz. O ciclismo é a modalidade que tem os controles antidoping mais exigentes.

Mas se prefere confiar num não especialista a confiar na entidade que consulta os melhores especialistas mundiais e mantem o mais rigoroso controle antidoping o problema é seu.

Mas pesquise e verá que poucas atletas medalhadas nos JO conseguem engravidar depois. A razão é esta.

Ah! Tenho um artigo de jornal digitalizado em que um ginasta da ex-URSS confessa ter sido obrigada a engravidar para poder participar nos JO. Afirma tambem que esta era a pratica corrente no pais dela.
O COI tambem afirma que durante os controles antidoping dos JO apenas são detectados meia duzia de casos isolados de doping. Pois, fizessem controles sanguineos que eliminavam no minimo 70 % dos atletas. E estou a ser optimista. Conheço o meio.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 11 de January de 2007 03:53

Querida Lena:

SEgundo informação o camilo, há mulheres que usam a gravidez como doping,

O assunto é polémico, mas parece que as atletas de alta competição poderiam melhorar as performances nas primeiras semanas de gravidez.


A hipotética razão nada tem a ver com a hormona do crescimento - e só o facto de se escrever este disparate demosntra bem a ignorãncia sobre o tema...


ESte doping fisiológico,a Gravidez programada é uma técnica completamente abandonada, pois os efeitos negativos de uma gravidez no corpo de uam atleta é muito maior que os eventuais efeitos positivos que consistiam no aumento da quantidade de glóbulos vermelhos nas primeiras semanas de gestação.

É um método arcaico que foi pontualmente experimentado nos anos cinquenta e sessenta no seculo passado e está hoje completamente abandonado.

AS técnicas de doping são hoje altamente sofisticadas e em nenhuma listagem de doping de nenhum organismo desportivo internacional aparece a gravidez como doping.

Claro que o que era doping não era o aborto mas a gravidez...

SE o aborto fosse doping, teria de ser realizado imediatamente antes das provas desportivas, e então teriamos que admitir que o aborto faz tão bem á saúde das mulheres que até aumenta a performance desportiva em mulheres atletas.


Sinceramente, de todos os disparates que já ouvi pra defender a manutenção de penas de prisão, este é o mais absurdo ...

Mas não deixa de ter piada que o camilo o repita obsessivamente.

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 11/01/2007 04:02 por catolicapraticante.

Página actual: 43 de 68


Este tópico foi encerrado

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