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Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 06 de March de 2009 19:19

A Igreja, lamentavelmente, parece ter sofrido um desgaste inútil com o caso da SSPX, notadamente com o anti-semitismo do bispo Williamson. Deus permita que essa situação possa ser revertida.

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 09 de March de 2009 00:53

Eu acho que o que aconteceu foi bom. Caiu-lhes a máscara, a esses nazis que utilizam a relligião para promover a sua hedionda ideologia assassina.

Que fique bem claro que o Cismático Levebre e os seus Sequazes fizeram foi recusar as decisões e posturas aprovadas no concílio mais participado na história da igreja porque eram uns fascistas comprometidos com o regime de Vichy, crentes que são os unicos interpretes da vontade de Deus...

E a forma como continuam a recusar o concílio diz tudo!

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 09 de March de 2009 01:03

Para que conste:


Political positions
Political positions espoused by Archbishop Lefebvre included the following:

Condemnation of the 1789 French Revolution, and what he called its "Masonic and anti-Catholic principles".[2] His protégé Bishop Richard Williamson has reported that, as a supporter of absolutist monarchy, he spoke approvingly of the stance of Henri, Comte de Chambord during the constitutional wrangles in the early days of the French Third Republic.
Support for the "Catholic order" of the authoritarian French Vichy régime (1940-1944), which collaborated with Nazi Germany and whose leader, Philippe Pétain, was later sentenced to death as a traitor.[61][62]
Support for other fascist or authoritarian governments. In 1976, Lefebvre praised the regimes of Jorge Videla in Argentina and Augusto Pinochet in Chile, and in 1985 he spoke approvingly of the governments of Francisco Franco of Spain and Antonio Salazar of Portugal, noting that their neutrality in World War II had spared their peoples, including their Jewish populations, the suffering of the War.
Support for the French far-right leader Jean-Marie le Pen. In 1985, the French periodical Présent quoted Lefebvre as endorsing Le Pen, on the grounds that he was the only leading French politician who was clearly opposed to abortion.
Opposition to Muslim immigration into Europe. In 1990, Lefebvre was convicted in a French court and sentenced to pay a fine of 5,000 francs when he stated in this connection that "it is your wives, your daughters, your children who will be kidnapped and dragged off to a certain kind of places as they exist in Casablanca".[63]

Fonte: Wikipedia

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 09 de March de 2009 01:08

Continuo sem perceber porque é que nos temos que aproximar deste tipo de gente... Deixem-nos estar lá onde escolhream estar: fora da igreja. E que Deus lhes perdoe

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 10 de March de 2009 15:25

Olá Tozé

É sempre bom quando católicos voltam à plena comunhão.

A excomunhão já foi levantada. A Missa já foi liberalizada.

São Bispos Católicos e devemos rezar para que haja um entendimento com Roma para que possam desenvolver regularmente o seu apostulado.

Não acredites em tudo o que vem da wikipedia. O Pai de Mons Lefebvre foi morto num campo de concentração e os actuis responsáveis já avisaram o tal bispo que proferiu as idiotas declrações que se a repetir é expulso.

Estão no bom caminho.

Cristina

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 11 de March de 2009 17:53

O Papa enviou hoje uma carta aos Bispos de todo o mundo sobre as suas motivações ao levantar as excomunhão.

Está lá tudo.

Clarinho como água.

Amanhã a partir das 10 está disponível no site do Vaticano em Português.

Longos anos para o Papa.

Cristina

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Onac (IP registado)
Data: 12 de March de 2009 11:42

3 conclusões rápidas sobre a carta (Texto em português):
O Vaticano II não é negociável
Os tradicionalistas não têm a peste e pode contactar-se com eles
A Santa Sé e o Papa devem consultar mais a Internet :)



Editado 1 vezes. Última edição em 12/03/2009 11:47 por Onac.

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 12 de March de 2009 12:19

Que grande carta.

Que grande Papa.

Está aqui tudo. As suas intenções, o concilio e a tradição, a vontade de uma reconciliação.

Tudo.

Cristina

CARTA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI

AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA

a propósito da remissão da excomunhão

aos quatro Bispos consagrados pelo Arcebispo Lefebvre

Amados Irmãos no ministério episcopal!

A remissão da excomunhão aos quatro Bispos, consagrados no ano de 1988 pelo Arcebispo Lefebvre sem mandato da Santa Sé, por variadas razões suscitou, dentro e fora da Igreja Católica, uma discussão de tal veemência como desde há muito tempo não se tinha experiência. Muitos Bispos sentiram-se perplexos perante um facto que se verificou inesperadamente e era difícil de enquadrar positivamente nas questões e nas tarefas actuais da Igreja. Embora muitos Bispos e fiéis estivessem, em linha de princípio, dispostos a considerar positivamente a decisão do Papa pela reconciliação, contra isso levantava-se a questão acerca da conveniência de semelhante gesto quando comparado com as verdadeiras urgências duma vida de fé no nosso tempo. Ao contrário, alguns grupos acusavam abertamente o Papa de querer voltar atrás, para antes do Concílio: desencadeou-se assim um avalanche de protestos, cujo azedume revelava feridas que remontavam mais além do momento. Por isso senti-me impelido a dirigir-vos, amados Irmãos, uma palavra esclarecedora, que pretende ajudar a compreender as intenções que me guiaram a mim e aos órgãos competentes da Santa Sé ao dar este passo. Espero deste modo contribuir para a paz na Igreja.

Uma contrariedade que eu não podia prever foi o facto de o caso Williamson se ter sobreposto à remissão da excomunhão. O gesto discreto de misericórdia para com quatro Bispos, ordenados válida mas não legitimamente, de improviso apareceu como algo completamente diverso: como um desmentido da reconciliação entre cristãos e judeus e, consequentemente, como a revogação de quanto, nesta matéria, o Concílio tinha deixado claro para o caminho da Igreja. E assim o convite à reconciliação com um grupo eclesial implicado num processo de separação transformou-se no seu contrário: uma aparente inversão de marcha relativamente a todos os passos de reconciliação entre cristãos e judeus feitos a partir do Concílio – passos esses cuja adopção e promoção tinham sido, desde o início, um objectivo do meu trabalho teológico pessoal. O facto de que esta sobreposição de dois processos contrapostos se tenha verificado e que durante algum tempo tenha perturbado a paz entre cristãos e judeus e mesmo a paz no seio da Igreja, posso apenas deplorá-lo profundamente. Disseram-me que o acompanhar com atenção as notícias ao nosso alcance na internet teria permitido chegar tempestivamente ao conhecimento do problema. Fica-me a lição de que, para o futuro, na Santa Sé deveremos prestar mais atenção a esta fonte de notícias. Fiquei triste pelo facto de inclusive católicos, que no fundo poderiam saber melhor como tudo se desenrola, se sentirem no dever de atacar-me e com uma virulência de lança em riste. Por isso mesmo sinto-me ainda mais agradecido aos amigos judeus que ajudaram a eliminar prontamente o equívoco e a restabelecer aquela atmosfera de amizade e confiança que, durante todo o período do meu pontificado – tal como no tempo do Papa João Paulo II –, existiu e, graças a Deus, continua a existir.

Outro erro, que lamento sinceramente, consiste no facto de não terem sido ilustrados de modo suficientemente claro, no momento da publicação, o alcance e os limites do provimento de 21 de Janeiro de 2009. A excomunhão atinge pessoas, não instituições. Um ordenação episcopal sem o mandato pontifício significa o perigo de um cisma, porque põe em questão a unidade do colégio episcopal com o Papa. Por isso a Igreja tem de reagir com a punição mais severa, a excomunhão, a fim de chamar as pessoas assim punidas ao arrependimento e ao regresso à unidade. Passados vinte anos daquelas ordenações, tal objectivo infelizmente ainda não foi alcançado. A remissão da excomunhão tem em vista a mesma finalidade que pretende a punição: convidar uma vez mais os quatro Bispos ao regresso. Este gesto tornara-se possível depois que os interessados exprimiram o seu reconhecimento, em linha de princípio, do Papa e da sua potestade de Pastor, embora com reservas em matéria de obediência à sua autoridade doutrinal e à do Concílio. E isto traz-me de volta à distinção entre pessoa e instituição. A remissão da excomunhão era um provimento no âmbito da disciplina eclesiástica: as pessoas ficavam libertas do peso de consciência constituído pela punição eclesiástica mais grave. É preciso distinguir este nível disciplinar do âmbito doutrinal. O facto de a Fraternidade São Pio X não possuir uma posição canónica na Igreja não se baseia, ao fim e ao cabo, em razões disciplinares mas doutrinais. Enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja. Por conseguinte, é necessário distinguir o nível disciplinar, que diz respeito às pessoas enquanto tais, do nível doutrinal em que estão em questão o ministério e a instituição. Especificando uma vez mais: enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros – embora tenham sido libertos da punição eclesiástica – não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja.

À luz desta situação, é minha intenção unir, futuramente, a Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei» – instituição competente desde 1988 para as comunidades e pessoas que, saídas da Fraternidade São Pio X ou de idênticas agregações, queiram voltar à plena comunhão com o Papa – à Congregação para a Doutrina da Fé. Deste modo torna-se claro que os problemas, que agora se devem tratar, são de natureza essencialmente doutrinal e dizem respeito sobretudo à aceitação do Concílio Vaticano II e do magistério pós-conciliar dos Papas. Os organismos colegiais pelos quais a Congregação estuda as questões que se lhe apresentam (especialmente a habitual reunião dos Cardeais às quartas-feiras e a Plenária anual ou bienal) garantem o envolvimento dos Prefeitos de várias Congregações romanas e dos representantes do episcopado mundial nas decisões a tomar. Não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962: isto deve ser bem claro para a Fraternidade. Mas, a alguns daqueles que se destacam como grandes defensores do Concílio, deve também ser lembrado que o Vaticano II traz consigo toda a história doutrinal da Igreja. Quem quiser ser obediente ao Concílio, deve aceitar a fé professada no decurso dos séculos e não pode cortar as raízes de que vive a árvore.

Dito isto, espero, amados Irmãos, que tenham ficado claros tanto o significado positivo como os limites do provimento de 21 de Janeiro de 2009. Mas resta a questão: Tal provimento era necessário? Constituía verdadeiramente uma prioridade? Não há porventura coisas muito mais importantes? Certamente existem coisas mais importantes e mais urgentes. Penso ter evidenciado as prioridades do meu Pontificado nos discursos que pronunciei nos seus primórdios. Aquilo que disse então permanece inalteradamente a minha linha orientadora. A primeira prioridade para o Sucessor de Pedro foi fixada pelo Senhor, no Cenáculo, de maneira inequivocável: «Tu (…) confirma os teus irmãos» (Lc 22, 32). O próprio Pedro formulou, de um modo novo, esta prioridade na sua primeira Carta: «Estai sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar a razão da esperança que está em vós» (1 Ped 3, 15). No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da terra, corre o perigo de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus. Não a um deus qualquer, mas àquele Deus que falou no Sinai; àquele Deus cujo rosto reconhecemos no amor levado até ao extremo (cf. Jo 13, 1) em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. O verdadeiro problema neste momento da nossa história é que Deus possa desaparecer do horizonte dos homens e que, com o apagar-se da luz vinda de Deus, a humanidade seja surpreendida pela falta de orientação, cujos efeitos destrutivos se manifestam cada vez mais.

Conduzir os homens para Deus, para o Deus que fala na Bíblia: tal é a prioridade suprema e fundamental da Igreja e do Sucessor de Pedro neste tempo. Segue-se daqui, como consequência lógica, que devemos ter a peito a unidade dos crentes. De facto, a sua desunião, a sua contraposição interna põe em dúvida a credibilidade do seu falar de Deus. Por isso, o esforço em prol do testemunho comum de fé dos cristãos – em prol do ecumenismo – está incluído na prioridade suprema. A isto vem juntar-se a necessidade de que todos aqueles que crêem em Deus procurem juntos a paz, tentem aproximar-se uns dos outros a fim de caminharem juntos – embora na diversidade das suas imagens de Deus – para a fonte da Luz: é isto o diálogo inter-religioso. Quem anuncia Deus como Amor levado «até ao extremo» deve dar testemunho do amor: dedicar-se com amor aos doentes, afastar o ódio e a inimizade, tal é a dimensão social da fé cristã, de que falei na Encíclica Deus caritas est.

Em conclusão, se o árduo empenho em prol da fé, da esperança e do amor no mundo constitui neste momento (e, de formas diversas, sempre) a verdadeira prioridade para a Igreja, então fazem parte dele também as pequenas e médias reconciliações. O facto que o gesto submisso duma mão estendida tenha dado origem a um grande rumor, transformando-se precisamente assim no contrário duma reconciliação é um dado que devemos registar. Mas eu pergunto agora: Verdadeiramente era e é errado ir, mesmo neste caso, ao encontro do irmão que «tem alguma coisa contra ti» (cf. Mt 5, 23s) e procurar a reconciliação? Não deve porventura a própria sociedade civil tentar prevenir as radicalizações e reintegrar os seus eventuais aderentes – na medida do possível – nas grandes forças que plasmam a vida social, para evitar a segregação deles com todas as suas consequências? Poderá ser totalmente errado o facto de se empenhar na dissolução de endurecimentos e de restrições, de modo a dar espaço a quanto nisso haja de positivo e de recuperável para o conjunto? Eu mesmo constatei, nos anos posteriores a 1988, como, graças ao seu regresso, se modificara o clima interno de comunidades antes separadas de Roma; como o regresso na grande e ampla Igreja comum fizera de tal modo superar posições unilaterais e abrandar inflexibilidades que depois resultaram forças positivas para o conjunto. Poderá deixar-nos totalmente indiferentes uma comunidade onde se encontram 491 sacerdotes, 215 seminaristas, 6 seminários, 88 escolas, 2 institutos universitários, 117 irmãos, 164 irmãs e milhares de fiéis? Verdadeiramente devemos com toda a tranquilidade deixá-los andar à deriva longe da Igreja? Penso, por exemplo, nos 491 sacerdotes: não podemos conhecer toda a trama das suas motivações; mas penso que não se teriam decidido pelo sacerdócio, se, a par de diversos elementos vesgos e combalidos, não tivesse havido o amor por Cristo e a vontade de anunciá-Lo e, com Ele, o Deus vivo. Poderemos nós simplesmente excluí-los, enquanto representantes de um grupo marginal radical, da busca da reconciliação e da unidade? E depois que será deles?

É certo que, desde há muito tempo e novamente nesta ocasião concreta, ouvimos da boca de representantes daquela comunidade muitas coisas dissonantes: sobranceria e presunção, fixação em pontos unilaterais, etc. Em abono da verdade, devo acrescentar que também recebi uma série de comoventes testemunhos de gratidão, nos quais se vislumbrava uma abertura dos corações. Mas não deveria a grande Igreja permitir-se também de ser generosa, ciente da concepção ampla e fecunda que possui, ciente da promessa que lhe foi feita? Não deveremos nós, como bons educadores, ser capazes também de não reparar em diversas coisas não boas e diligenciar por arrastar para fora de mesquinhices? E não deveremos porventura admitir que, em ambientes da Igreja, também surgiu qualquer dissonância? Às vezes fica-se com a impressão de que a nossa sociedade tenha necessidade pelo menos de um grupo ao qual não conceda qualquer tolerância, contra o qual seja possível tranquilamente arremeter-se com aversão. E se alguém ousa aproximar-se do mesmo – do Papa, neste caso – perde também o direito à tolerância e pode de igual modo ser tratado com aversão sem temor nem decência.

Amados Irmãos, nos dias em que me veio à mente escrever-vos esta carta, deu-se o caso de, no Seminário Romano, ter de interpretar e comentar o texto de Gal 5, 13-15. Notei com surpresa o carácter imediato com que estas frases nos falam do momento actual: «Não abuseis da liberdade como pretexto para viverdes segundo a carne; mas, pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros, porque toda a lei se resume nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tomai cuidado em não vos destruirdes uns aos outros». Sempre tive a propensão de considerar esta frase como um daqueles exageros retóricos que às vezes se encontram em São Paulo. E, sob certos aspectos, pode ser assim. Mas, infelizmente, este «morder e devorar» existe também hoje na Igreja como expressão duma liberdade mal interpretada. Porventura será motivo de surpresa saber que nós também não somos melhores do que os Gálatas? Que pelo menos estamos ameaçados pelas mesmas tentações? Que temos de aprender sempre de novo o recto uso da liberdade? E que devemos aprender sem cessar a prioridade suprema: o amor? No dia em que falei disto no Seminário Maior, celebrava-se em Roma a festa de Nossa Senhora da Confiança. De facto, Maria ensina-nos a confiança. Conduz-nos ao Filho, de Quem todos nós podemos fiar-nos. Ele guiar-nos-á, mesmo em tempos turbulentos. Deste modo quero agradecer de coração aos numerosos Bispos que, neste período, me deram comoventes provas de confiança e afecto, e sobretudo me asseguraram a sua oração. Este agradecimento vale também para todos os fiéis que, neste tempo, testemunharam a sua inalterável fidelidade para com o Sucessor de São Pedro. O Senhor nos proteja a todos nós e nos conduza pelo caminho da paz. Tais são os votos que espontaneamente me brotam do coração neste início da Quaresma, tempo litúrgico particularmente favorável à purificação interior, que nos convida a todos a olhar com renovada esperança para a meta luminosa da Páscoa.

Com uma especial Bênção Apostólica, me confirmo

Vosso no Senhor

BENEDICTUS PP. XVI

Vaticano, 10 de Março de 2009.

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: VMTH (IP registado)
Data: 12 de March de 2009 13:10

Caríssimos,

O Santo Padre Bento XVI, na sua carta dirigida a todos os bispos do Mundo, hoje mesmo publicada, vem mostrar a sua grande generosidade e enorme preocupação apostólica pelo seu rebanho e unidade eclesial. Bento XVI começa a revelar que não é só o Santo Padre, mas de facto, é também um Padre Santo! Um Papa com um grande amor à sua Igreja, como há muito já não via. O que obviamente, atrai as fúrias dos inimigos da Igreja e daqueles cristãos que sempre prontos a atraiçoar o seu Mestre.
Chamo a vossa particular atenção para as seguintes passagens:

“O facto que o gesto submisso duma mão estendida tenha dado origem a um grande rumor, transformando-se precisamente assim no contrário duma reconciliação é um dado que devemos registar. Mas eu pergunto agora: Verdadeiramente era e é errado ir, mesmo neste caso, ao encontro do irmão que «tem alguma coisa contra ti» (cf. Mt 5, 23s) e procurar a reconciliação?”

“Às vezes fica-se com a impressão de que a nossa sociedade tenha necessidade pelo menos de um grupo ao qual não conceda qualquer tolerância, contra o qual seja possível tranquilamente arremeter-se com aversão. E se alguém ousa aproximar-se do mesmo – do Papa, neste caso – perde também o direito à tolerância e pode de igual modo ser tratado com aversão sem temor nem decência.”

São palavras que procuram a Paz, a Unidade, a Tolerância. Que fortalecem a
Igreja e os fiéis. Palavras CORAJOSAS de CONCILIAÇÃO, dignas do Pastor universal da Igreja, do Vigário de Cristo. Que devem merecer o nosso maior dos aplausos!

Que contraste com o que se vai dizendo por aqui neste Fórum. Que tristeza ver alguém como o próprio criador deste espaço, O Luís Gonzaga (que já tive oportunidade de conhecer pessoalmente, naquele inesquecível “Primeiro Jantar do Fórum Paróquias” no CC Vasco da Gama em 2004!) quando manifesta o seu orgulho em ter assinado uma petição online para a revogação do levantamento das excomunhões a estes 4 bispos católicos, e incitando outros a fazer o mesmo!
Porque é que estes ”católicos” não organizam antes petições a pedir a excomunhão daqueles que dentro da Igreja, defendem abertamente o aborto, eutanásia, o casamento de gays, a ordenação de mulheres? Aí é que não os vejo a fazer nada! É difícil ser corajoso e dar a cara como cristão nessas alturas não é, meus caros?

Já nem sequer falo nas palavras agressivas do Tozé Monteiro, qualificando estes católicos de “nazis”! Porventura as suas hostis, ofensivas e provocadoras palavras foram alvo de interpelação por parte dos Moderadores deste Forum? Porventura permitir-se-á tratar dessa forma estes católicos, que o Santo Padre agora abraça e estende a mão?

Sei que quando aceitei na minha vida ser Cristão, e ter Jesus Cristo como Mestre, não esperar que me dêem prémios e me estendam o tapete vermelho no chão. O caminho do cristão, tal como o do próprio Mestre, é muitas vezes um caminho de martírio. Daí, também, a importância das palavras e gestos conciliadores do Santo Padre para com a Tradição católica, tão ostracizada nas últimas décadas.

O meu aplauso e admiração para a Cristina Dinis Saraiva, que por vezes solitariamente tem demonstrado um sentido de Igreja, fora do comum, nos dias de correm. Uma voz sempre atenta, que por vezes solitariamente, tem lutado e procurado essa tão desejada unidade eclesial. Que bom termos cristãos assim na Igreja!

Um abraço a todos, na Paz de Cristo!

Longa vida ao Papa Bento XVI!

VMTH

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 12 de March de 2009 19:02

Amigo VMTH

Obrigada pelas tuas palavras mas não são merecidas.

Mas vamos ao que interessa.

A Fsspx já reagiu à carta do Santo Padre, e a reacção não podia ser melhor.

Como eu já tinha avisado obviamente que a FSSPX não defende que a tradição acaba em 1962 e que aceita o megistério de todos os Papas e o Concilio à luz da tradição.

Quem esperava que a FSSPX nunca aceitasse o CVII pode tirar o cavalinho da chuva.

Devagar se chega ao longe. Se tudo correr bem as conversações doutrinais iniciam-se antes do verão e no fim do ano podemos ter um entendimento.

Deixo-vos o comunicado.

Cristina

Communiqué
of the Superior General

of the Priestly Fraternity of Saint Pius X [FSSPX / SSPX]



Pope Benedict XVI addressed a letter to the Bishops of the Catholic Church, dated March 10 2009, in which he made them aware of the intentions which guided him in this important step which is the Decree of January 21, 2009.



After "an avalanche of protests was unleashed" recently, we greatly thank the Holy Father for having placed the debate at the level on which it should take place, that of the faith. We fully share his utmost concern for preaching to "our age, when in vast areas of the world the faith is in danger of dying out like a flame which no longer has fuel".



The Church lives, in fact, through a major crisis which cannot be solved other than by an integral return to the purity of the faith. With Saint Athanasius, we profess that "Whoever wants to be saved should above all cling to the Catholic faith: whoever does not guard it whole and inviolable will doubtless perish eternally." (Quicumque Creed)


Far from wanting to stop Tradition in 1962, we wish to consider the Second Vatican Council and the post-Conciliar magisterium in the light of this Tradition which Saint Vincent of Lérins defined as that "which has been believed everywhere, always, by all" (Commonitorium), without rupture and in a perfectly homogeneous development. It is thus that we will be able to contribute efficaciously to the evangelization asked for by the Savior (cf. Matthew, 28,19-20).


The Priestly Fraternity of Saint Pius X assures Benedict XVI of its will to address the doctrinal discussions considered "necessary" by the Decree of January 21, with the desire of serving the revealed Truth which is the first charity to be shown towards all men, Christian or not. It assures him of its prayers so that his faith may not fail and that he may confirm all his brethren (cf. Luke 22 32).



We place these doctrinal discussions under the protection of Our Lady of Trust, with the assurance that she will obtain for us the grace of faithfully delivering that which we received, "tradidi quod et accepi" (I Cor. 15,3).



Menzingen, March 12 2009

+ Bernard Fellay

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 14:39

Gostei muito de ler a carta do papa Bento XVI. A linguagem utilizada, simples e familiar, tão longe do discurso mais formal a que normalmente estamos habituados, trouxe-me esta imagem do papa como uma pessoa próxima como nunca o tinha visto desde que foi eleito, e não como uma pessoa mais longínqua e afastada, compreensivelmente, por causa do cargo que desempenha.

Tenho pena que ele não tenha tido a lembrança de explicar os motivos pelos quais levantou a excomunhão antes de a tornar pública, atenuando com isso o choque que provocou e fazendo-nos ver o assunto de outra forma.

Num outro ponto, as dúvidas que as missas e demais actividades da FSSPX me levantavam, ficaram esclarecidas:

Citação:
Bento XVI
Enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja. (...) Especificando uma vez mais: enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros – embora tenham sido libertos da punição eclesiástica – não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja.

No conjunto de tudo o que diz na carta, reparo que o Papa está ai, está alerta e que os sinais não lhe passam ao lado.

Gostei!

Quanto à carta de D. Fellay, verifico que a Cristina vê os comunicados dele sempre com tonalidades mais cor-de-rosa do que aquelas que eu própria vejo.

À carta tão simples e próxima do papa, responde ele com palavras escolhidas a dedo de forma a não dizer nada de especial e de uma formalidade tamanha.

Cassima

P.S. Uma notícia do DN diz que "Numa carta dirigida aos bispos da Igreja Católica, o Papa admitiu ter "errado" ao levantar a excomunhão de quatro bispos integristas, expulsos em 1988 pelo seu antecessor, João Paulo II." Não sei onde a jornalista leu isto!! Na carta do papa não foi certamente!



Editado 1 vezes. Última edição em 13/03/2009 14:43 por Cassima.

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 16:59

Estou de acordo com a Cassima.

Tomara que todos os documentos Papais, ou pronto não queredno abusar da sorte, que todas as homilias empregassem uma linguagem assim.

Também concordo com a Cassima que a jornalista Helena Tecedeiro deve ter lido uma carta diferente da que eu li. Mas o DN, infelizmente para mim porque é dos poucos jornais que se podem ler na totalidade online gratuitamente, já nos vai habituando a leituras e a posições contra a Igreja e os cristão em geral.

Uma nota ainda antes de comentar o conteúdo da carta, tenho pena que o VMTH só venha aqui para fazer propaganda e deve andar distraído e não tem lido o Paróquias com atenção.

A pluralidade tem estado, como sempre bem presente e é uma caracteristica do Fórum. Aliás eu próprio já afirmei aqui estar contra a petição e que achei muito bem a aproximação à Fraternidade.

A 4 de Fevereiro eu escrevi:
Citação:
Tilleul
Eu também não vou assinar nada. Mais não só aho que estas petições são ridículas como não se inserem em nada no espírito ecuménico e do Concílio Vaticano II.
Podemos pensar diferente, até considerar insultuosas muitas das posições dos tradicionalistas mas petições destas só criam mais divisões e cismas desnecessários.

Alguém sabe quem são os promotores da petição que o Luís apresentou? Gostava de lhes perguntar de quê tem eles medo? Será que não lêm o Evangelho e onde diz que a Verdade vos libertará?

Não tenho medo da diferença. Assim não só dão razão aos tradicionalistas em muitas das críticas que apresentam como também estão a ter uma posição pior ou igual à deles.

O Vitor* também escreveu:
Citação:
vitor*
Eu não vou assinar, não sou tradicionalista e sou a favor do Concílio Vaticano II e de todos os concílios.
Ao levantar a excomunhão o Papa não está a renunciar ao Concílio Vaticano II, pois até foi um dos grandes impulsionadores do mesmo sendo um dos proponentes da nova missa.

Essa petição só serve
para criar confusão, para levantar problemas, onde eles dificilmente existem.
Quanto à carta em si acho que o Papa tem uma posição que chama atenção tanto àqueles que criticaram a decisão mas também deixa recados que muitos tradicionalistas insistem em ignorar.

O Papa volta afirmar claramente que quer evitar que esta divisão chega a níveis de outras do passado e por isso actuou.

Depois que as ordenações não foram legítimas e que a remissão dad excomunhões é um convite ao regresso. Tivessem existido gestos assim no passado e não havia igreja Ortodoxa e as diversas igrejas protestantes.

O Papa lembra ainda que; "O facto de a Fraternidade São Pio X não possuir uma posição canónica na Igreja não se baseia, ao fim e ao cabo, em razões disciplinares mas doutrinais. Enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja." Ou seja, até que nota em contrário os ministérios da FSPX continuam a ser ilegítimos.

E o Papa deixa claro, para os mais radicais tradicionalistas e liberais que tentam encontrar mensagens e posições do Papa que não existem que "os problemas, que agora se devem tratar, são de natureza essencialmente doutrinal e dizem respeito sobretudo à aceitação do Concílio Vaticano II e do magistério pós-conciliar dos Papas."

E aqui fica a grande nota do documento:
"Não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962: isto deve ser bem claro para a Fraternidade. Mas, a alguns daqueles que se destacam como grandes defensores do Concílio, deve também ser lembrado que o Vaticano II traz consigo toda a história doutrinal da Igreja. Quem quiser ser obediente ao Concílio, deve aceitar a fé professada no decurso dos séculos e não pode cortar as raízes de que vive a árvore." Ou seja há que aceitar e conciliar o Concílio Vaticano II e a história da Igreja.

Em suma um bom puxão de orelhas aos mais radicais dos 2 lados com especial incidência aos que criticaram a decisão do papa para levantar as excomunhões.

Em comunhão

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 18:42

Comentando o que foi dito:

Há coisas mais importantes a fazer na Igreja que perder tempo com esta gente.
Saliente-se que MSr Lefevre, com toda umam história de ideologia totalitária e retrógrada, não se limitou a discordar das decisões do concílio. Recusou a aceitá-las de forma activa, promovendo a criação de uma entidade à revelia da Hierarquia e ordenando quatro bispos sem autorização do papa.

Mas importa ter presente que o fundamento desta decisão não é apenas religioso, mas tem a ver com uma concepção ideológica totálitária, cumplice do nazismo e do holocasto, antidemocrática e teocrática. No fundo, um compagnon de route dos aiatolas iranianos de hoje.

Por isso é que não entedo tanta perda de tempo com esta gente que quer viver noutro século e noutro mundo...

Se o Papa se preocupasse igualmente com outros excluídos que bem mais precisão de atnção, melhor faria

Tozé

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 18:44

A propósito, Hugo, tens de vir mais vezes a Portugal, ou ver a RTPI. Isso de estar na Polónia está-te a tornar um bocado mais conservas do que o costume. Deve ser da falta de sol

Abraço

Tozé:)

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 21:49

Viva Zé Tó

Tanta raiva nas tuas palavras e não sei porquê.

A carta do Papa é bela.

Uma carta para ler, reler, meditar, e claro obedecer...

Cristina

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 16 de March de 2009 08:50

Coisas comuns como o sol, o vento e a chuva são um bem maior. Há obviamente uma cultura do que pode e deve ser comum, embora sob tal condição haja opiniões diversas; para isso é que há votações.

*=?.0



Editado 1 vezes. Última edição em 16/03/2009 08:51 por Albino O M Soares.

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 20 de March de 2009 21:26

Acordo com Roma, é que nada, Graças a Deus.

Já foi anunciado como estando "eminente" pelo menos quarenta vezes

Bem podem esperar sentados.

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 20 de March de 2009 23:16

Caro Tilleul.

Sem dúvida que esta carta de Bento XVI é uma carta diferente, embora eu também não as leia todas, que se destaca, sobretudo, pela proximidade e sentido pedagógico.

Pedagogia essa que, na minha opinião, não existiu quando se levantaram as ex-comunhões. Por isso houveram tantos rumores, tantos mal entendidos, tanta perplexidade e espanto pela decisão de Bento XVI e do Vaticano. A petição que foi criada, que assinei e aqui divulguei era reflexo dessa ausência de pedagogia. O próprio Bento XVI reconhece isso na carta dizendo "Outro erro, que lamento sinceramente, consiste no facto de não terem sido ilustrados de modo suficientemente claro, no momento da publicação, o alcance e os limites do provimento de 21 de Janeiro de 2009.".

A grande preocupação que levou a quem assina a petição é que, em nome da reconciliação de todos os cristãos, e afim de se evitar um cisma, se traga e se o incorpore no seio da Igreja, permitindo que a aceitação dos Concílios como doutrina da Igreja seja algo acessório ou opcional.

Bento XVI esclarece isso nesta carta:

Citação:
Enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja. (...) Especificando uma vez mais: enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros – embora tenham sido libertos da punição eclesiástica – não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja.
[...]
Deste modo torna-se claro que os problemas, que agora se devem tratar, são de natureza essencialmente doutrinal e dizem respeito sobretudo à aceitação do Concílio Vaticano II e do magistério pós-conciliar dos Papas.

Isto é, as preocupações que me levaram a assinar a petição foram agora esclarecidas. Mais, se por terem existido "dentro e fora da Igreja Católica, uma discussão de tal veemência como desde há muito tempo não se tinha experiência." e, se por esse motivo, Bento XVI se sentiu impelido a dirigir "uma palavra esclarecedora, que pretende ajudar a compreender as intenções que me guiaram a mim e aos órgãos competentes da Santa Sé ao dar este passo", fico feliz por ter contribuído para essa discussão, entre outras coisas, assinando a petição.



Caro VMTH.

É bom saber que estás bem e que continuas a ler-nos. Ao contrário do que escreves, em nenhum lado da petição se pede que o levantamento das excomunhões seja revogado. Apenas e tão só se mostra a perplexidade de tal levantamento sem a aceitação do Concílio. Como acabei de escrever, para mim, Bento XVI responde nesta sua carta às preocupações levantadas pela petição.

Sabes que por aqui todos (ou quase todos) respeitamos aqueles que pensam de forma diferente de nós. Nada tenho contra o perdão de quem errou e reconheceu o seu erro. É essa a nossa fé. Porém, se o protestantes no séc. XVI não aceitaram parte da doutrina da Igreja, dando origem à divisão da Igreja ocidental, porque razão isto seria diferente com os tradicionalistas com o Concílio Vaticano II?

Obrigado,
Luís Gonzaga

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 25 de March de 2009 09:59

Ola To Zé

Se vires bem as minhas ultimas mensagens falo num entendimento no prazo de um ano.

O que é claro é que o processo de conversas estava fechado e agora está aberto.

Um entendimento rápido seria sempre superficial pelo que é melhor que se realize depois dosa debates doutrinais para ser sólido.

O que estava eminente era a concretização das duas condições apresentadas pela Fraternidade.

- Liberalização da Missa de S Pio V
- Levantamento das excomunhões

Agora que já estão reunidas essas condições vão ter inicio debates doutrinais para se perceber o que efectivamente afasta Roma da FSSPX.

Claro que há conferencias episcopais que tudo fazem para boicotar o avanço do processo.

Agora foi na Alemanha que a conferencia episcopal proibiu a FSSPX de proceder a ordenações.

No alegam que já não estando os Bispos Excomungados terão de se sujeitar à obediancia dos Bispos do Lugar que proibiram as ordenações.

Claro que tudo para levantar um problema a Roma. Se todos os anos as ordenações eram feitas na Alemanha agora sem a excomunhão a jurisdição seria posta à prova.


Enfim uma atitude sem qualquer caridade.

Felizmente em Roma há pessoas que não estão a dormir e resolveram o problema. Pediram à Fraternidade para deslocar as ordenações da Alemanha para a Suiça onde o Bispo já não se opõe.

Enfim quem fica mal nesta história são os Bispos Alemães que claamente quiseram arranjar um problema.

Desde 1988 que as ordenações são feitas na Alemanha.

Mas enfim. Roma pediu à Fraternidade para alterar e a Fraernidade acedeu.

Deixo-vos a versão portuguesa do comunicado.

Cristina

"Por pedido da Santa Sede decidimos mudar de lugar as ordenações ao sub-diaconado, que deveriam ter lugar em Zaitzkofen, na Alemanha, neste sábado, 28 de Março. Elas terão lugar no Seminário de Ecône, na Suíça, na mesma data.
Essa decisão quer ser um gesto de apaziguamento depois do levantamento das injustas condenações que pesavam sobre os bispos da Fraternidade e as violentas reações que se sucederam. De fato, lamentamos que alguns episcopados hajam aproveitado disso para rebelar-se abertamente contra o Soberano Pontífice. Estamos particularmente aborrecido pela atitude do episcopado alemão, que não cessou de mostrar a sua hostilidade, desprovida de caridade, e pelas suas continuas acusações, nos tratando “com ódio, sem temor nem reserva”, como o ressaltou com justiça o Santo Padre na sua carta do 10 de Março passado.
Sabemos que a nossa situação, em relação ao direito da Igreja, é imperfeita. Isso não é novo e está intimamente ligado à crise que a Igreja atravessa, e ao estado de necessidade que decorre daí. Por isso, não serve de nada invocar o direito para tentar sufocar a vida da nossa sociedade sacerdotal. As outras ordenações terão lugar como previsto; nunca se pensou suprimi-las. De fato, o ato benévolo da Santa Sede não poderia ser interpretado como uma vontade de asfixiar a Fraternidade São Pio X.
Nós seguimos o calendário indicado pelo decreto do 21 de janeiro passado, o qual prevê “discussões necessárias” sobre o Concilio Vaticano II e as suas novidades. Nós reiteramos e asseguramos ao Santo Padre nossas orações para que dessas discussões doutrinais nasça a luz plena da verdade inteira.

Menzingen, 24 de Março de 2009

+ Bernard Fellay

Re: Fraternidade de Sao Pio X chega a acordo com Roma
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 25 de March de 2009 10:15

Citação:
cristina dinis saraiva
Agora que já estão reunidas essas condições vão ter inicio debates doutrinais para se perceber o que efectivamente afasta Roma da FSSPX.

Estás a ver isto ao contrário! Não foi Roma que se afastou da FSSPX. Foi a FSSPX que se afastou de Roma!

Cassima

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