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Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 12:24

Cara catolicapraticante:

Parece-me mal intencionado o uso do termo «marketing», já que neste tema é o mercado do aborto quem tem interesses mais definidos, por muito que se diga o contrário. Estão muitos milhões em jogo e há uma verdadeira «indústria» do aborto. Não vale a pena ignorar este dado.

É possível que o texto que o Miguel citou seja exagerado, mas não deixa de fazer pensar. A tua reacção intempestiva parece-me denotar algo mais do que o simples zelo pela verdade científica.

Na verdade, não podemos esconder o sol com uma peneira. Estive a ver o documentário «Vida no Ventre», da «National Geographic» e não me parece que seja necessário grande esforço para reconhecer que não podemos aniquilar de boa consciência uma vida humana apenas porque essa vida humana é um impecilho para os adultos. Os dados falam por si mesmos e não me parece que o documentário tenha pretensões anti-abortistas. Mas é significativo que o maior conhecimento da embriologia tem levado vários médicos abortistas a deixar a sua prática. Não é preciso usar «bonecos». A realidade está ali e impõe-se-nos.

Dizer que a «hominização» (creio que querias dizer humanização, porque te serve melhor) do embrião leva à desumanização da mulher é uma brutal falsidade. Nunca a humanização de alguém implica a desumanização de outra pessoa. Muito pelo contrário! Quanto mais respeito mostrarmos pela vida que se desenvolve no útero materno, mais nos humanizamos, a mulher e todos. Só um qualquer sistema hobbesiano permite essa tua conclusão.

A mim parece-me que a argumentação que tem vindo a ser desenvolvida em favor do «sim» é essencialmente inconsistente do ponto de vista lógico, ético e jurídico. Sob o pretexto de se despenalizar o aborto, pretende-se a sua liberalização, com a protecção e colaboração activa do Estado. Sob o pretexto de se defender a mulher da ignomínia da prisão pretende-se liberalizar o aborto até às dez semanas, mas já se «aceita» meter na prisão quem o faça às 12 semanas. Etc....

Sob o ponto de vista estritamente terminológico, parece-me que a grande demagogia (cfr. etimologia) está precisamente no apresentar a «questão» como tratando-se de despenalizar, quando a vitória do «sim» leva a liberalizar o aborto até às 10 semanas. Um ludíbrio.

Nunca me manifestei pela prisão das mulheres que abortam. Mas sinto-me indignado com esta tentativa torpe de ludibriar as pessoas.

Ao contrário do que pareces indicar, ser contra a liberalização do aborto não implica necessariamente querer mandar as mulheres que abortam para a prisão.

E mais um apontamento. Se bem percebi, parece-me que aqui te contradizes, porque te dizes contra a liberalização do aborto e admitiste que não era necessário tanto para se evitar que se prendessem mulheres por prática de aborto, mas pareces votar a favor de uma lei que, afinal, o liberaliza até às 10 semanas.

Todos -- ou quase -- concordam que o aborto é mau, mas a sua liberalização de modo nenhum contribuirá para o diminuir. Pelo contrário, dado que existe agora mais uma «porta de saída», haverá menos imperativos em cuidar da contracepção, o aborto aumentará a sua incidência, facilitará a irresponsabilidade (sobretudo masculina); e será tido, na prática, como mais um recurso para limitar o número de filhos.

Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 12:25

Cara catolicapraticante:

Tenho algumas dificuldades em responder ao teu pedido, a propósito da lei (moral) natural, por várias razões. O tema da lei natural é muito complexo e a) teria que ser muito longo; b) teria que gastar muito tempo no assunto, porque é um tema que não domino e é preciso ser cauteloso ao entrar neste tema; c) gostaria de reler os documentos do Magistério da Igreja desde a questão da lei natural, para averiguar algumas interrogações que tenho. É «demasiada areia» para a minha presente camioneta.

Evidentemente, se há mais dificuldade em escrever algo com pés e cabeça sobre o assunto, é mais fácil «reagir» ao que se vai escrevendo. Assim, irei dizendo algumas coisas, necessariamente de forma fragmentada, ou, pelo menos, algo «ao correr das teclas».

Em primeiro lugar, creio que as «dificuldades» ou «contradições» que tu «encontras» têm a ver, antes de mais, com problemas de terminologia.

Este é um elemento fundamental, a que já te chamei a atenção, mas pareces não ter notado, porque insistes na mesma coisa.

É importante que notes o seguinte: em «lei natural», nem «lei» nem «natural» têm o significado corrente que atribuis. «Lei natural» não é o singular de «leis da natureza». De modo nenhum. Aliás, «Lei natural» não tem propriamente plural.

«Lei», no contexto da «lei natural», tem um significado que se aproxima mais das leis jurídicas (imperativos) e é essencialmente uma lei de raiz antropológica, ou seja, diz respeito a «obrigações» que resultam da própria natureza metafísico-antropológica de cada ser humano. É uma lei prescritiva, não descritiva-explicativa.

Um exemplo de uma norma resultante da lei natural? Talvez o exemplo mais flagrante seja: «Faz o bem e evita o mal». De outra forma, pode dizer-se que a «lei natural» é o que nos permite discernir a necessidade de fazer o bem e evitar o mal, distinguindo racionalmente o bem do mal.

Da lei natural podem deduzir-se muitos princípios, imperativos, valores e noções. Um desses elementos, certamente importante, é a noção de dignidade da pessoa humana. Parece-me que este é um elemento fundamental subjacente à argumentação dos documentos do Magistério, mas gostaria de ter tempo para reler tais documentos sob esta minha «pergunta». Naturalmente, da lei natural e do princípio inerente da dignidade da vida humana resultará o imperativo do respeito pela vida humana. A partir daqui várias interpretações são possíveis.

De qualquer forma, e embora não tenha tempo nem todos os materiais para descrever o complicado da questão, parece-me temerário dizer, sem mais, que não existe isso a que a filosofia clássica chamou «lei natural», independentemente de usarmos esta terminologia ou outra. Aqui, evidentemente, entramos no núcleo da discussão onde entram praticamente todas as escolas éticas (sobre isto há bibliotecas inteiras).

Dizer que na ética tudo é relativo, que nada existe que resista à diferença de tempo e espaço, que tudo é cultural, etc., levanta enormes problemas muito actuais. Por exemplo, se tudo é relativo, que autoridade temos os ocidentais de apontar à China violações constantes aos direitos humanos? Alguns respondem-nos que isso dos direitos humanos são meros valores ocidentais, estranhos à realidade e cultura chinesa. Um relativismo total no campo moral poderia ser catastrófico.

Portanto, é ou não necessário que do simples facto de sermos seres humanos inteligentes resulte algum «imperativo» de tipo moral? A «lei (moral) natural» é a resposta afirmativa a isto. E historicamente nasce também para responder a questões de tipo político (podemos recuar a Sócrates e Aristóteles), questões que também os Iluministas (mas não só!) muito trataram: como se justifica a autoridade do Estado? Como se justifica que seja melhor que não nos matemos uns aos outros? Etc. é verdade que também há respostas negativas à existência da lei natural. E há muitas teorias de alguma forma intermédia. Simplificando, a história da Ética pode ser escrita a partir da resposta a esta pergunta com que iniciei o parágrafo.

Portanto, não se trata de demonstrar que há «leis morais naturais», porque não se trata de um plural, como se se tratasse de um código deontológico deduzido da natureza. É algo muito prévio, uma espécie de «Carta Constitucional da Natureza Humana».

Depois afirmas, entre parêntesis, que «se é moral não pode ser natural». Esta frase é muito significativa e gostaria de poder debatê-la a fundo, muito embora isto nos levasse «demasiado» longe.

Digo que é significativa, em primeiro lugar, porque mostra a forma como concebes as coisas. Sempre me pareceu que tens uma visão algo «positivista» das coisas (e isto é bastante comum), que, no campo da moral, tende a identificar o moral com a norma positiva. [Esta é apenas uma interpretação minha, vale o que vale.]

Em segundo lugar, porque expressa exactamente o contrário daquilo que penso. Penso que o homem é naturalmente, por constituição própria, moral. E não pode ser outra coisa. Explicar isto leva-nos para o campo da antropologia e não posso senão esboçar algumas ideias e muito simplificadamente. O simples facto de que estamos «lançados» na realidade faz-nos notar que esta nos apresenta elementos sob a forma de possibilidades e que a nossa vida é uma contínua apropriação de possibilidades, a que não podemos escapar. Isto significa que estruturalmente estamos «feitos» e «fazemo-nos» através de actos onde entra a nossa vontade, a necessidade de escolha. E escolhemos as coisas numa linha de referência de bem. Escolho isto em vez daquilo, porque isto se me oferece como algo preferível e bom para mim. Isto é uma componente estrutural do homem e é moral! Assim, somos inexoravelmente morais. E isto acontece ainda «antes» de que exista sequer a noção de dever ou de valor. Se este elemento é constituinte do homem (e eu creio que sim), então há aqui algo intrínseco ao ser homem (à sua «natureza») que é moral. Será «lei moral» o melhor termo? Talvez sim, talvez não, mas não se pode ignorar o referente da expressão.

Regressando agora à questão da relação entre lei natural e a alegada ilicitude da contracepção, haverá que reler os documentos desde essa perspectiva (ainda não o fiz, a não ser parcialmente). Como já fui indicando, parece-me que um elemento fundamental em tais documentos é o de considerar que a «mecanização», instrumentalização ou «manipulação» da procriação humana naquilo que ela significa de abertura ou não à inteira soberania de Deus sobre a(s) vida(s) humana(s) se opõe à dignidade da vida humana querida por Deus e inscrita na própria natureza (antropológica) do homem. Evidentemente, isto é uma interpretação (muita gente sugere que outras leituras são possíveis), mas na «Humanae Vitae» (e não só aí) o Papa reivindica a autoridade para interpretar com autoridade essa lei natural (cfr. nº 4: «Nenhum fiel quererá negar que compete ao Magistério da Igreja interpretar também a lei moral natural»).

Haveria que ver também, entre outros temas, a relação entre «lei natural» e Bíblia. Para uma perspectiva mais «doutrinal», veja-se o Catecismo da Igreja Católica, números 1950 e seguintes. De alguma forma o Catecismo simplifica as questões, mas pode ser uma boa ajuda. Veja-se também a expressão «lei natural» no respectivo índice analítico.

Bom, isto é o que me ocorre de momento, embora tenha consciência do muito incompleto e do carácter de «rascunho de rascunho» deste «post». «Quando não se tem cão, caça-se com o gato».


Para finalizar, daquilo que escrevi destaco três elementos, aos quais chamo a tua especial atenção, para que não se volte ao mesmo:

a) A lei natural não se identifica com leis da natureza;
b) É uma lei prescritiva «deduzida» da natureza antropológica do homem, no sentido aristotélico-tomista;
c) Usa-se sempre no singular.


Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 12:58

Alef :

Peço desculpa pela brevidade da resposta.

a) Mais uma vez, eu nunca disse que "Lei natural» é o singular de «leis da natureza. Distingui claramente os dois conceitos e defini o que é uma lei da natureza.

POsso citar-te meia dúzia, assim de repente. É a minha costela positivista ; ))

O que disse e reafirmo é que , relativamente á contracepção, a Igreja quer fazer passar a ideia de que uma determinada "lei da natureza" é uma "lei natural".

Mas concordo contigo - Claramente que uma lei moral natural Não se identifica com uma lei da natureza.Nem pode.

Não fui eu que fiz essa confusão.

b)Pedi-te uma definição de uma lei natural ( UNIVERSAL e INTEMPORAL) e um exemplo da mesma.

verifico que nem um exemplo dás.

Embora dês um único exemplo de uma "norma" moral que deriva de uma lei natural... mas não dizes qual a lei natural donde emana essa norma concreta de imposição de um comportamento. ( e depois eu é que sou positivista...)

Embora logo a seguir afirmes que até existe uma "carta constitucional".

c) Reitero que se é moral não pode ser "natural". ( As comas têm significado).

d)
Citação:
Há aqui algo intrínseco ao ser homem (à sua «natureza») que é moral

MAS O QUE É A "NATUREZA" HUMANA???
E Onde está essa "moralidade intrínseca"? E se fosse mesmo intrínseca á própria "essência" da humanidade ( enquanto categoria ontológica), não teria forçosamente de ser universal e de se exprimir sem variaçõe culturais, espaciais ou temporais??

e)Dizes que A imoralidade da contracepção seria por se

"considerar que a «mecanização», instrumentalização ou «manipulação» da procriação humana naquilo que ela significa de abertura ou não à inteira soberania de Deus sobre a(s) vida(s) humana(s) "


Então e no método contraceptivo sintotérmico não há mecanização, instrumenatalização e manipulação da fertilidade?
EStamos a brincar, não é?



Editado 1 vezes. Última edição em 06/11/2006 13:00 por catolicapraticante.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 14:38

1 - Quanto aos interesses do mercado em jogo, acho que anda por aí muita gente com clínicas abortistas privadas que vão votar NÂO porque vão deixar de ter lucro ...

Tanta preocupação economicista e ninguém parece preocupado com o negócio paralelo do aborto clandestino.

2 - Sabes bem que há equipas de marketing a trabalhar profissionalmente pelo Não.Algumas de certos "movimentos". E são pagas. Andam a trabalhar afincadamente há um ano numa campanha no moldes das campanhas eleitorais. O material está todo prontinho.É puro marketing.

3 - Queria mesmo dizer hominização, no sentido de personalização (personna), ao jeito da teoria dos homunculus.Os embriões são "pessoas pequeninas". Até têm dentes definitivos. E traçado de EEG ás seis semanas e reflexos neurológicos ás sete semans ( embora ainda não tenham sequer cérebro, mas isso é um pormenorzito de somenos importãncia)

Á hominização dos embriões incentiva-se a correspondente Desumanização das mulheres ( não passam de úteros com pernas, não é verdade?).

4 -A minha reacção não foi intempestiva. ( SE quiseres uma reacção intempestiva....:)) esta é.

Mas que a mentira descarada me indigna, é verdade.

5 - "
Citação:
Alef
Nunca me manifestei pela prisão das mulheres que abortam
"
Não me digas que és contra a prisão de mulheres que abortam. És mesmo?
Mas como podes ser contra essa sanção penal se essas mulheres destruiram intencionalmente uma pessoa Humana?Não é isso um homicídio?
Achas que um crime de homicídio não deve conduzir a uma sanção penal de pena de prisão?

Ou és contra porque achas que não houve homicídio?

Onde está a coerência?

Quanto a mim "A argumentação que tem vindo a ser desenvolvida em favor do "«não» á despenalização, - ou seja, a favor da manutenção de penas de prisão das mulheres que abortam até ás dez semanas - "é essencialmente inconsistente do ponto de vista lógico, ético e jurídico"...
SEm dúvida.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 06/11/2006 14:46 por catolicapraticante.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 14:47

Cara catolicapraticante:

Peço-te mais uma vez o de sempre. Lê bem o que escrevi e verifica por ti mesma se a resposta que deixaste às 12:58 tem sentido. Parece-me que não entendeste nada do que eu disse. Era preferível esperares um dia ou dois até leres com calma e até escreveres um texto minimamente escorreito.

Será que meia hora é suficiente para ler um texto de alguma densidade, de 1250 palavras, e responder-lhe imediatamente com outro de 300? Não será esta «pressa» um indício de que não levas verdadeiramente a sério o que escrevem, e que te limites a «despachar» disparando ao primeiro impulso?

A tua mensagem acaba por causar-me bastante desilusão e um quê de revolta e repulsa. Deturpação, deturpação contínua. De facto, é mais fácil «parasitar», «mandar bocas», tresler, enfim... Assim não me parece que se possa ter um diálogo com o mínimo de profundidade. Não aguentas a tensão natural de um diálogo «lento». Se a tua intenção é simplesmente «minar» aquilo que escrevo, sem fundamentar com serenidade, então, mea culpa, já devia ter aprendido, porque isto já me aconteceu muitas vezes...

Possivelmente nem te dás conta disso, mas muitas das tuas respostas nestes moldes a mim soam-me a puro boicote. A continuação do diálogo torna-se então impossível.

Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 14:55

caro Alef:

A quantidade não significa sempre qualidade.
Aliás, " um texto minimamente escorreito" costuma ser pouco longo e não se enovelar em critérios simplistas.

Perdes-te em avaliações "formais" e furtas-te ao conteúdo.

Como metodologia dialogante proponho-te que :

1 - Leias o texto das 12:58 e respondas ás sucessivas alíneas.

2 - Leias o texto das 14:38 e respondas com clareza ao ponto 5.

O diálogo implica algum método.

Mas sobretudo, vontade genuína de o fazer.



Editado 1 vezes. Última edição em 06/11/2006 14:56 por catolicapraticante.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 15:30

Cara catolicapraticante:

Bem, a quantidade é facilmente determinável. Até ao momento tu publicaste cerca de 5000 (cinco mil) mensagens (sob vários «nicknames»). Com esta mensagem eu contabilizo 1620 escritas por mim.

Se a quantidade não significa necessariamente qualidade, tu o disseste.

Naturalmente, a tua mensagem das 12:58 não pode ter outra resposta para além do que já escrevi às 14:47. Quando quiseres tratar das questões com seriedade, lealdade e rigor, podemos continuar.

Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 15:34

;)

Ops!Tantas?

Mas aposto que escreveste muitas mais palavras,certo? Pelo que a prolixidade não é meu apanágio exclusivo.

Como é costume dizer pelas tuas bandas, o diálogo sobre este tema não te convém, ou não te é conveniente.


Dito á minha maneira - furtas-te ao diálogo, como habitualmente.

Beijinhos.



Editado 1 vezes. Última edição em 06/11/2006 15:39 por catolicapraticante.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 18:39

é natural que se furte, aquela mensagem deu trabalho a elaborar e escrever, a resposta é completamente desadequada. Fica a ideia de perca de tempo, é natural que se furte a perder tempo.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 20:50

Camilo:

A razão não é essa mas a incapacidade em responder.


Mas gostei do teu argumento: "é natural".

O Alef recusa-se a dialogar . Tu achas que "É natural".

Tem tudo a ver .



Editado 1 vezes. Última edição em 06/11/2006 21:19 por catolicapraticante.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 06 de November de 2006 23:23

Um conselho que resulta da experiência.
Não percam tempo a dialogar com quem o não quer fazer.
Procura-se dar resposta mas esta é distorcida...será que há díálogo?
Será que distorcer, alterar, dizer o que o outro não disse, desviar é o que se pretende no fórum ? A todos nos acontece. Mas quando é habitual eu começo a duvidar. E vocês?

É tema forte, de hoje, a condenação á morte de Saddam Husseim.
Estou em completo desacordo com tal hipótese.

Mas o que dizer da condenação à morte que é o aborto (ou IVG para os espíritos que se emocionam com maior facilidade)?

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 07 de November de 2006 04:24

Se amar fosse fácil


Se amar fosse fácil, não haveria tanta gente amando mal, nem tanta
gente mal amada.
~~::~~
Se amar fosse fácil, não haveria tanta fome, nem tantas guerras,
nem gente sem sobrenome.
~~::~~
Se amar fosse fácil, não haveria crianças nas ruas sem ter ninguém,
nem haveria orfanatos, porque as famílias serenas adoptariam mais
filhos, nem filhos mal concebidos, nem esposas mal amadas,
nem prostitutas e prostitutos.
~~::~~
E nunca ninguém negaria o que jurou num altar, nem haveria divórcio
e nem desquite, jamais...
~~::~~
Se amar fosse fácil, não haveria assaltantes, as mulheres gestantes
não tirariam seu feto, nem haveria assassinos, nem preços
exorbitantes, nem os que ganham demais, nem os que ganham de menos.
~~::~~
Se amar fosse fácil, nem soldados haveria, pois, ninguém grediria ,
no máximo ajudariam no combate ao cão feroz.
~~::~~
Mas o amor é sentimento que depende de um ''eu quero'' seguido de
um''eu espero'' e a vontade é rebelde, o homem, um egoísta que
maximiza seu''eu'' por isso o amor é difícil...
~~::~~
Jesus Cristo não brincava quando nos mandou amar . E, quando morreu
amando deu suprema lição.
****

NÃO SE AMA POR SER FÁCIL, AMA - SE PORQUE É PRECISO !!
(Autor Pe. Zezinho)

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 12 de November de 2006 15:37

Correio da Manhã – A Igreja deve fazer campanha pelo ‘não’ no referendo sobre o aborto?


D. António Marto – Depende do que se entende por Igreja e por campanha. Se por Igreja se entende só a hierarquia, aqueles que são responsáveis pela condução do povo de Deus, e por campanha um género de campanha político-partidária, naturalmente que não estamos vocacionados para isso. A posição da Igreja Católica portuguesa ficou muito clara na nota pastoral publicada recentemente. Há todo um grupo de leigos, organizados em associações e movimentos pró-vida, que procurarão veicular a visão positiva da Igreja em relação à vida humana e à vida do ser humano em gestação, que terão na retaguarda o esclarecimento do magistério doutrinal.

– Mas admite que alguns sacerdotes orientem os fiéis no sentido do ‘não’ durante as missas, na homilia?

– As homilias não são para estar a fazer campanha. Agora, o esclarecimento do ponto de vista doutrinal parece-me legítimo.

– Uma das críticas que se aponta à Igreja é não apresentar alternativas. Que soluções para essas pessoas que não querem o filho, por exemplo, em situações de malformação do feto ou violação?

– Infelizmente não é muito conhecida toda a acção que já existe no terreno. Há pelo menos 25 associações e movimentos pró-vida que cuidam das várias vertentes deste assunto.

– Quer especificar?

– Desde logo, na vertente do acompanhamento psicológico e social a quem vive o drama. Esse acompanhamento leva meses, não é meramente pontual. Compreende a criação de condições sociais, económicas, de habitação e, em alguns casos, vai até à procura de emprego. Numa segunda linha, temos o apoio e acompanhamento às mulheres vítimas de violência, seja do namorado, do marido ou da própria família, já que por vezes são postas fora de casa. Este apoio, esse acompanhamento de berço e de mãe, traduz-se na oferta de casas para acolher as mães e as crianças durante o tempo que for preciso. Depois, há o acompanhamento no âmbito do planeamento familiar, do esclarecimento. E por fim temos o apoio às mulheres que abortaram e que ficam com o chamado trauma pós-aborto.

– Uma mulher que aborta não deve ser condenada.

– Para nós existe sempre o perdão. Até o maior facínora tem perdão, se se arrepender.

– O mesmo se passa com quem faz um aborto.

– Naturalmente. Veja o exemplo da mulher adúltera, símbolo da miséria humana. Para além de perder a honra publicamente, estava prestes a perder a vida, condenada à lei do apedrejamento. O Senhor leva cada um a assumir a sua responsabilidade, a sua consciência e diz-lhe: ‘ninguém te condenou. Também eu não te condeno. Vai e não voltes a pecar’. É um perdão regenerador da vida, de quem caiu. Por isso é que existe este apoio ao trauma pós-aborto, não um perdão meramente formal.

– Coloca a eutanásia no mesmo plano do aborto?

– São dois atentados à vida humana...

– Mas este é assumido pela pessoa e não envolve terceiros.

– Do ponto de vista da nossa fé, a vida é um dom e uma responsabilidade a assumir até ao fim. Mesmo até quem não crê. Recordo-me de ler no Miguel Torga, nas várias coisas que escreveu sobre a morte, quando estava com as mazelas da idade e do sofrimento: ‘cumprir a vida até ao fim’. A voz da Igreja tem de ser humanizar, seja no início seja no fim da vida, e não dar o aval a uma fuga para a frente. Isso é fugir, é não assumir o problema, é não ir às suas raízes solucioná-lo.

– Mas há pessoas em grande sofrimento?

– Hoje em dia a medicina paliativa alivia esse sofrimento. Em princípio... não quer dizer que não haja sofrimento em alguns casos. Mas isso é inerente à própria condição humana.

– É possível alguma política de planeamento familiar sem conceber o uso do preservativo, condenado pela Igreja?

– A Igreja defende o respeito da linguagem do corpo. Isso significa um planeamento. Quem decide o número de filhos é o casal, em consciência, no seu diálogo, atendendo às suas condições. O que está aqui em causa, no fundo, é uma sexualidade responsável e não instrumentalizada.

– No caso das doenças sexualmente transmissíveis essa lógica não se aplica. Não é uma questão de planeamento ou linguagem do corpo, mas de segurança. Nem nestes casos admite o uso do preservativo?

– É um problema de confronto de valores. Por um lado a sexualidade responsável, por outro o não matar. A questão está a ser estudada em todas as vertentes pela Pontifícia Comissão para a Vida. Aguardemos o esclarecimento.

– Não lhe parece que a Igreja é demasiado lenta a reagir? Há matérias que nem sequer levantam questões dogmáticas...

– Não levantam questões dogmáticas no conteúdo da fé, mas levantam no conteúdo dos valores morais. Hoje há uma grande tentação. A tentação de recorrer aos meios técnicos, que tornam as coisas mais fáceis, mas que por vezes não são as mais humanas. A Igreja, normalmente, leva um pouco mais de tempo até se esclarecerem bem as coisas.

– Com este Papa vão demorar ainda mais...

– É um homem de inteligência invulgar, muito dentro de todas as questões. Não podemos esquecer que tem apenas um ano no exercício do ministério. Não se pode acudir a tudo ao mesmo tempo. Eu vejo por mim. São tantas as solicitações, as audiências...

– Já o convidou a vir a Fátima?

– Foi feito um pedido de audiência, estou à espera de ser chamado. Desconheço como são os canais da diplomacia vaticana, porque isto tem de ser pela via diplomática.

– Conhecia-o?

– Sim. Fui a Roma convidá-lo para vir a Portugal fazer uma conferência – ‘A Europa, Hoje e Amanhã’. Eu era director da Faculdade de Teologia do Porto e às vezes temos de trazer cartazes para os grandes acontecimentos. Lembrei-me de o convidar e tive a sorte de ele ter aceitado o convite. Não teve muita repercussão mediática, porque foi exactamente na noite em que caiu a Ponte de Entre-os-Rios.

– Que data constará no convite?

– A de 13 de Outubro do próximo ano, no encerramento dos 90 Anos das Aparições e, porventura, da inauguração da nova igreja do Santuário.

– No final deste mês Bento XVI estará na Turquia. Uma viagem de alto risco.

– De algum risco.

– Os media têm responsabilidades na polémica gerada em torno do seu discurso na Alemanha, naquela citação do imperador bizantino sobre o profeta Maomé?

– Quem está habituado a interpretar textos de um homem intelectual como ele é percebeu logo que não era a sua opinião. Claro que há os movimentos extremistas que estão sempre à espera de uma deixa para poder atear o fogo. Foi o que aconteceu. E também por culpa de alguns media. Recordo-me de ver na televisão a frase isolada. Quem não tivesse acesso ao discurso, quem não ouvisse a frase anterior e posterior, diria: eles têm razão. Agora, é preciso perceber – e é isso que falta muitas vezes – que nem todos os muçulmanos são iguais. No Islão não há só grupos extremistas, há gente muito cordata, dialogante e respeitadora. Felizmente o conflito está sanado.

– Acha que sim?

– Quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros turco fez umas declarações, em Roma, dizendo que esta viagem será um impulso para o diálogo do cristianismo com o islamismo. Acrescentou que não haverá perigo e que a visita será um sucesso. Quanto ao sucesso, não me quero pronunciar.

– Há questões políticas a considerar.

– É evidente. À Turquia também interessa que a viagem seja um sucesso.

"FÁTIMA ATINGIU A DIMENSÃO DE UM 'MINI-VATICANO'"

CM – O diocese de Leiria-Fátima dá-lhe mais trabalho do que a de Viseu.

A.M. – É o dobro do trabalho, sobretudo à dimensão internacional que Fátima atingiu. Mesmo aqui os portugueses pensam que sou bispo de todos e de todo o lado pedem audiências, que me absorvem a maior parte do tempo.

– Depois do Cardeal Patriarca acaba por ser a figura mais importante da hierarquia católica.

– Não ponho isso nesses termos, esta diocese acaba por ser igual às outras. O que a diferencia é o Santuário de Fátima, que atingiu uma dimensão internacional, sobretudo com o Papa João Paulo II. Eu, a brincar, vou dizendo que é um mini-Vaticano, tantas são as solicitações e audiências do País e de todo o Mundo.

– Tem-se falado bastante da ingerência do ‘grande Vaticano’ neste ‘mini-Vaticano’. As posições estão absolutamente definidas?

– Levantou-se a questão a propósito dos estatutos do Santuário. Esses estatutos estão publicados e qualquer um pode ver que não há nenhuma pretensão do Vaticano.

– Quem manda em Fátima é o bispo.

– O responsável é o bispo, o reitor no Santuário e, agora, com a assessoria de um conselho nacional da parte da Conferência Episcopal Portuguesa.

– Isso é bom?

– Sem dúvida, é um enriquecimento. Os estatutos vieram reconhecer uma realidade incontestável: a dimensão nacional e internacional do Santuário de Fátima.

ABRIR PORTAS DO DIÁLOGO

CM – Já leu o Alcorão?

A.M. – Apenas algumas passagens.

– Com que imagem ficou do pouco que leu?

– Há diferenças entre as várias religiões, mas tem passagens onde a imagem do Deus do Alcorão é a de um Deus misericordioso. Há pontos comuns ao cristianismo. A figura de Cristo é comum, embora interpretada diversamente. O respeito e veneração por Maria também é comum. Agora, na prática da vida, verificamos que há aspectos de grande abertura para a colaboração. E as coisas têm de começar na relação interpessoal. Não são as civilizações, as culturas em abstracto, que dialogam. São as pessoas. O conhecimento recíproco, a estima recíproca, é a primeira via a percorrer. Desfazem-se preconceitos, estabelecem-se amizades, abrem-se caminhos.

CANONIZAÇÃO DEMORADA

CM – Há a expectativa de Francisco e Jacinta subirem aos altares no próximo ano, quando se assinalam os 90 anos das Aparições de Fátima. Como está o processo de canonização?

A.M. – Demorado. E a demora está na questão de reconhecer se aquele caso pode ser considerado um milagre ou não. O assunto está a ser examinado com todo o pormenor, com constantes pedidos de verificações de análises e muitas outras coisas aos médicos.

– E Lúcia? Vai ser pedida a antecipação dos prazo para a abertura do processo de beatificação?

– Não está na minha jurisdição. Ela viveu em Coimbra, é ao bispo de Coimbra que cabe tratar desse assunto.

– E ainda não tratou de nada...

– Que eu saiba não.

PERFIL

D. António Marto nasceu a 5 de Maio de 1947 em Tronco, concelho de Chaves. A ordenação presbiteral ocorreu em Roma, no dia 7 de Novembro de 1971. A nomeação episcopal aconteceu a 10 de Novembro do ano 2000, para auxiliar de Braga, com o título de Bladia. Um ano mais tarde (11-02-2001) foi ordenado bispo, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Vila Real. Em 22-04-2004 foi nomeado bispo de Viseu. Em Maio último foi nomeado bispo de Leiria-Fátima.


[www.correiodamanha.pt]

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 12 de November de 2006 22:17

A propósito do aborto não quero deixar de vos apresentar o artigo de A. Pinto Leite no Público de 11/11/06.

Está relacionado com o tópico e acho que não se justifica um novo tópico.

Aborto e objecção de consciência

As regras sociais são para se cumprir. Em democracia, é a maioria que estabelece essas regras.

Há, todavia, situações de excepção que podem merecer tratamento excepcional.

É o que poderá suceder no caso do aborto.

Se o aborto até às dez semanas vier a ser despenalizado e a rede de saúde pública vier a ser disponibilizada para a sua realização, tal significa que os impostos dos portugueses serão, também, captados e direccionados para esse fim.

Isto é, aqueles para quem no aborto livre - disso se trata agora - está em causa a eliminação de uma vida humana, por livre arbítrio de outro ser humano, passariam a ser obrigados a contribuir, com os seus impostos, para uma prática que, em absoluto, violenta a sua consciência.

Não seria equilibrada esta exigência social.

Com fundamento em objecção de consciência, os cidadãos deviam ter a possibilidade de não contribuir para a assistência pública à prática do aborto livre.

Para parte dos portugueses está em causa a primazia da mulher e do seu espaço de decisão sobre o direito à vida do seu filho, estão em causa considerações de ordem social, económica e de justiça relativa, está em causa uma prioridade de saúde pública perante uma circunstância que ninguém consegue travar.

Não questiono que os defensores deste novo passo a favor da liberalização do aborto tenham motivações sérias, algumas válidas, e que são genuínas as intenções que os movem.

Mas há uma outra parte de portugueses que entende estar em causa a eliminação de uma vida humana, a desprotecção arrepiante do elo mais fraco da cadeia e uma delicada questão civilizacional centrada nas exigências de tutela do primeiro dos direitos fundamentais, o direito à vida.

Ensina a Ciência que às dez semanas o bebé tem as mesmas impressões digitais que terá durante toda a sua vida, pesa 14 gramas, mede 6 centímetros, começam a formar-se os dentes definitivos, tem pestanas, abre e fecha os olhos, mexe a língua, chucha no dedo, as cordas vocais formam-se na laringe e pode fazer sons, o registo da actividade cerebral torna-se mais consistente.

Este descritivo não é uma baboseira, é um ser humano. Acentua em muitos portugueses a consciência de que se está perante um ser e que a sua eliminação, sem qualquer justificação proporcional, é, realmente, uma brutalidade.

Obrigar aqueles que, de forma inteiramente genuína e sentida, configuram o aborto livre como uma possibilidade sem critério de eliminação de vidas humanas, a pagar a assistência pública a esta prática, constituiria uma violência não tolerável de uma parte da sociedade sobre a outra parte.

Ninguém poderá obrigar um médico do Serviço Nacional de Saúde a praticar um aborto. O médico tem direito à objecção de consciência.

Assim, caso a nova lei do aborto viesse a ser aprovada, também deveria ser concedido a todos os cidadãos o direito de objecção de consciência no plano fiscal. Os cidadãos que sentem a sua consciência violentada com a liberalização do aborto - é disso que se trata, o resto são sofismas - não deveriam ser obrigados a contribuir com os seus impostos para um acto que tão intensamente agride a sua consciência.


Estou plenamente de acordo e vocês?

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 12 de November de 2006 22:32

Não podia estar mais de acordo. Ainda ha gente lucida neste país, Seria bom um movimento civico nesse sentido. Objectar o pagamento de impostos e segurança social para esse fim. Principalmente por quem espera 2 anos para ser operado às cataratas. QUando a carta chega a casa a esposa telefona a dizer que o marido falecera.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 13 de November de 2006 00:55

Maria José, concordo plenamente. Mas basta dizer que é um assunto de saúde pública por exemplo, e somos todos obrigados a contribuir e a calar. Há sempre maneiras de contornar a situação.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 00:28

O referendo ( e a a pergunta) são constitucionais.


Além disso, "(…) não permitindo a Constituição e a lei que se proceda a um referendo sobre um concreto projecto de lei, daí resulta que - por razões de necessária limitação da dimensão da pergunta, já que cada novo elemento pode contribuir para atentar contra a sua clareza - nem todos os aspectos do regime que se pretenda estabelecer têm obrigatoriamente de constar da pergunta formulada. É o que acontece, por exemplo, no caso dos autos, com a consulta em centro de aconselhamento familiar, prevista no projecto de lei nº 451/VII, que não ficará afastada pelo facto de não se encontrar mencionada na pergunta."

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 01:28

“A Legalização do aborto livre é a passagem de uma fronteira decisiva”

Matilde Sousa Franco

(Historiadora, Museóloga, Deputada à Assembleia da República)
Viuva de Sousa Franco, Candidato do PS ao Parlamento Europeu





Milhares de pessoas estão extremamente confusas quanto ao referendo ao aborto, pelo que urge fazer esclarecimentos. Assim o tenho procurado, aquando do referendo de 1998 e depois, mas agora, na iminência de igual iniciativa, é imprescindível intensificar as clarificações.

Será útil sublinhar alguns aspectos de extrema actualidade. Depois de eu ter escrito o texto que se segue, a Comissão Europeia recomendou políticas pró-natalidade e a Alemanha já implementou medidas neste sentido.

Neste âmbito, publica-se o texto que apresentei na Assembleia da República em 19 de Outubro de 2006, como Declaração de Voto aquando da votação deste referendo, ou seja do Projecto de Resolução nº 148/X/PS:



Votei contra o Projecto de Resolução acima mencionado que “propõe a realização de um referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez realizada por opção da mulher nas primeiras dez semanas”, porque, em consciência, tenho profunda discordância quanto a este referendo, conforme pus a questão ao Secretário-Geral do PS quando ele me convidou para ser deputada independente à Assembleia da República, como cabeça de lista por Coimbra. O Senhor Eng. José Sócrates de pronto me respondeu compreender as minhas convicções, numa completa abertura de posições. Logo na campanha eleitoral expus as minhas opiniões sobre o tema, as quais foram muito bem acolhidas.



Os referendos são bons apoios da democracia representativa que devem ser usados em assuntos de interesse nacional. Perante esta complexa situação, que se originou há muito, o referendo foi agora preferível à aprovação no Parlamento, dado que a actual composição da Câmara logo aprovaria a interrupção voluntária da gravidez (IVG). No entanto, tenho motivos para votar contra, porque não posso renunciar aos meus valores morais.



Penso que o aborto não é um problema apenas religioso (essencialmente cristão e islâmico), nem de políticas de esquerda ou direita. É sobretudo uma questão de consciência, mas até um assunto pragmático, porque, como nos avisou José Gil: “Portugal arrisca-se a desaparecer na medida em que demograficamente pode haver uma diminuição da população…” Por razões práticas, desde recentemente, a Suécia e a França fomentam políticas pró-natalidade.



José Vera Jardim, a propósito de “O Papel da Religião no Mundo Contemporâneo”, edição da Fundação Marquês de Pombal, Oeiras, 2001, disse que “o Estado deve criar condições legais e condições materiais para este fenómeno” (religioso em geral). Tais afirmações estão de acordo com o que proponho: adequada prevenção do aborto, apoio à maternidade, agilização da adopção (existem muito mais pedidos de adopção do que crianças adoptáveis), etc. Pretendo que se incentive uma cultura de afectos, essencial numa sociedade mais justa e solidária.



O referendo não vai sequer resolver graves problemas das mulheres. Não quero ver mulheres nos tribunais e, para isso, é necessário alterar em profundidade a legislação, designadamente a dos anos 80 do século passado. Antes, faziam-se abortos em hospitais públicos, em Portugal, por indicação médica, nas situações consideradas trágicas e desculpabilizantes como violação, mal formação do feto, perigo de vida para a mãe, e sem tribunais. Enquanto não se altera a legislação, subscrevi um abaixo-assinado procurando que, pelo menos, se suspendam os julgamentos das mulheres que abortam.



Este referendo (e o de 1998) pergunta simplesmente aos Portugueses se aceitam a legalização do aborto livre, pondo um prazo limite de dez semanas de gestação e a sua prática num estabelecimento de saúde legalmente autorizado. Transcrevo um texto de António Luciano de Sousa Franco, com o qual inteiramente concordo, a propósito do referendo de 1998: “A legalização do aborto livre – diferente de justificação ou desculpabilização de casos concretos – é a passagem de uma fronteira decisiva, representando um grosseiro recuo nessa protecção, que permite – como outrora na lei da selva – o domínio dos fortes sobre os fracos, dos que já estão na vida sobre os que vêm depois. Essa não é a sociedade humana que sempre idealizei”.



Ao longo dos séculos, Portugal tem tido a coragem de se afirmar a nível mundial pelo Humanismo, sendo pioneiro nas abolições da escravatura e da pena de morte, vanguardista no apoio a crianças, na defesa e valorização das mulheres e nos cuidados para com os mais fracos em geral.



Voto contra este Projecto de Resolução, inclusivamente porque gostava que, mais uma vez, Portugal se distinguisse agora por ser pioneiro mundial do Humanismo, numa renovada cultura a favor dos Valores e da Vida.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 20 de November de 2006 03:45

Relação entre aborto e cancro da mama



Estas informações foram produzidas num esforço conjunto do Endeavour Forum, Inc., 12 Denham Place, Toorak, Victoria 3142, Austrália; telefone: +613-9822-5218; faxe: +613-9822-3069, Prof.ª Doutora Babette Francis, Coordenadora Nacional e Internacional e também da Revista Abortion-Breast Cancer Quarterly Update, P.O. Box 3127, Poughkeepsic, NY, 12603 EUA; telefone & faxe: 914-463-3728.

e-mail: jbrind@abortioncancer.com , Prof. Doutor Joel Brind, Director e Editor.

(Traduzido por Joana Godinho, da Associação Mulheres em Acção, que teve a gentileza de me enviar esta colaboração)



Em 1970, a Organização Mundial de Saúde – World Health Organization (W.H.O.) – publicou os resultados da sua investigação sobre a experiência reprodutiva em relação à incidência do cancro da mama. O estudo, no qual tomaram parte mais de 17 mil mulheres em sete lugares de quatro continentes, obteve informações que são indiscutíveis ainda trinta anos depois.

As mulheres que começam a ter filhos sendo ainda jovens têm menos probabilidade de sofrer de cancro da mama que aquelas que têm filhos numa idade mais avançada, ou que aquelas que não os têm.

Que protecção adquirem contra o cancro? Baseando-se nos seus resultados, os cientistas da W.H.O. concluíram:

“Estima-se que as mulheres que têm o seu primeiro filho antes dos 18 anos têm só cerca de um terço do risco de sofrer de cancro da mama que aquelas cuja primeira gravidez aconteceu aos 35 anos ou depois.”

Significa isto que uma mulher jovem que fique grávida diminui o risco de ter cancro da mama, mesmo que ela tenha um aborto? Em relação ao aborto, os cientistas da W.H.O. afirmaram que os seus resultados:

“sugerem um aumento de risco associado ao aborto – contrariamente à redução do risco associado com as gravidezes levadas a termo, ao dar à luz.”

Estudos de investigação, publicados em respeitáveis publicações médicas, confirmaram estas conclusões2 e a sua causa hormonal:

Vinte e cinco de trinta e um estudos epidemiológicos3-33 mundiais – estudos em mulheres de ascendência Africana, Asiática e Europeia – concluíram que mesmo um único aborto aumenta o risco de adquirir mais tarde cancro da mama.

Um dado importante é que a este aumento do risco por causa do aborto se acrescenta um risco maior, por se atrasar a primeira gravidez levada a termo, portanto, o aborto aumenta o risco de sofrer de cancro da mama de duas maneiras!

Já se perguntou porque é que, em menos de meio século, enquanto que o aborto se legalizou e se tornou numa prática comum, a incidência de cancro da mama no mundo industrializado aumentou mais do dobro?34,35

Tem perguntas sobre o verdadeiro impacto que terá nas mulheres do seu país a importação dos “direitos reprodutivos” dos países industrializados?

O sistema de saúde pública do seu país está preparado para uma epidemia de cancro da mama?

A Ligação Estrogéneo:

Porque é que os abortos induzidos fazem aumentar o risco de ter cancro da mama, o que não acontece na maioria dos abortos espontâneos?

O estrogéneo é a hormona – o mensageiro químico – que, na puberdade, converte o corpo de uma menina no corpo de uma mulher. Na verdade, há uma série de esteróides, estrogéneos, que podem estimular o desenvolvimento da mama e de outros tecidos femininos. O estrogéneo mais abundante e importante que os ovários femininos segregam chama-se estradiol. O estradiol é tão potente que a sua concentração no corpo de uma mulher se mede em partes por triliões. O estradiol - uma décima parte – também se produz no corpo do homem e tanto homens como mulheres precisam de estradiol para o crescimento normal e para a manutenção dos ossos.

Depois da puberdade, os níveis de estrogéneo sobem e baixam duas vezes em cada ciclo menstrual. Sobre a influência da hormona folículo-estimulante da hipófise, novos folículos com óvulos crescem nos ovários durante a primeira metade (chamada fase folicular) do ciclo menstrual. As células foliculares que segregam o estradiol e que rodeiam os óvulos proliferam e por isso os ovários produzem quantidades cada vez maiores de estradiol, alcançando o pico no dia anterior à ovulação. Normalmente, este pico pré--ovulatório é o nível mais elevado de estradiol no sangue que uma mulher não--grávida experimenta. Serve de estímulo à hipófise, de modo a que esta segregue outra hormona, a hormona luteinizante (LH) que despoleta a ovulação.

Depois da ovulação, o folículo que expulsou o óvulo enche-se com um novo tipo de células chamadas células lúteas. Estas células lúteas proliferam sobre a influência da LH pituitária e, por sua vez, fazem segregar quantidades ainda maiores tanto de estradiol como da hormona progesterona da gravidez, da qual o estradiol se forma.

Como a secreção pituitária de LH baixa drasticamente depois da ovulação, o corpo amarelo (como se chama agora o folículo anterior) começa a diminuir uma semana depois da ovulação, a não ser que se tenha dado a fertilização do óvulo (concepção). Se ocorreu a concepção, o embrião começa a segregar outro mensageiro químico quase imediatamente: a gonadotrofina coriónica humana (HCG) que actua como a LH para “salvar” o corpo amarelo. Se não houve concepção, o corpo amarelo morre. Como o estrogéneo e a progesterona são respectivamente necessários para o crescimento e a maturidade do endométrio (o epitélio do útero na qual se implanta o embrião), este descama na menstruação.

(* Embora o HCG seja usualmente referido como uma hormona, na verdade, não é. Como é uma mensagem química entre dois indivíduos de uma espécie (neste caso, mãe e filho) é mais apropriadamente descrito como sendo uma feromona. Como normalmente não é segregado pelo corpo feminino, o detectar específico da sua presença é a base de todo o teste de gravidez.)

Se, pelo contrário, houve concepção e se salvou o corpo amarelo, este começa a gerar concentrações enormes de progesterona (necessárias para permitir a implantação do embrião e a manutenção da gravidez) e de estradiol. Níveis de estradiol significativamente elevados (comparados com os níveis em mulheres não-grávidas na mesma fase do ciclo menstrual) podem ser detectados cedo, nos 5 dias posteriores à concepção.36 Como se mostra na Figura 1, pelas 7 a 8 semanas de gestação (depois do último período menstrual, o UPM), o sangue de uma mulher grávida já contém seis vezes mais estradiol (i.e., 500% mais) que no momento da concepção, mais do dobro que o nível mais alto obtido durante o estado de não-gravidez (o pico pré-ovulatório).37


Em notável contraste, as gravidezes destinadas a abortar espontaneamente (i.e., que acabam num desmancho) durante o primeiro semestre não geram, normalmente, estradiol em quantidades que excedam os níveis do estado de não-gravidez37,38 (Figura 1). Já em 1976, uma equipa de obstetras suíços foi capaz de prever abortos espontâneos com uma exactidão de 92% com só uma medida de estradiol!38 Teoricamente, isto faz sentido: a causa do aborto espontâneo é o nível inadequado de progesterona da qual se forma o estradiol.


A relação entre o estradiol ou os estrogéneos, em geral, com o risco do cancro da mama, deve-se ao papel que têm no crescimento do tecido da mama. O estradiol faz com que a mama cresça para um tamanho maduro durante a puberdade e que cresça uma vez mais durante a gravidez (pelo menos durante os dois primeiros trimestres). As células da mama que são sensíveis ao estímulo do estradiol são as primitivas ou indiferenciadas. Uma vez terminalmente diferenciadas e constituídas em células produtoras de leite, o que sucede sobre a influência de outros factores (ainda bastante desconhecidos), as células da mama deixam de responder a estímulos de reprodução.

São as células indiferenciadas que são também vulneráveis aos efeitos dos carcinogéneos (como a radiação, os produtos químicos, etc.) as que podem produzir tumores cancerígenos um dia mais tarde. Portanto, se uma mulher já passou por algumas semanas de uma gravidez normal e logo aborta essa gravidez, retém mais dessas células vulneráveis ao cancro do que as que tinha antes de ficar grávida. Além disso, qualquer célula anormal, com a potencialidade de formar o cancro, já existente no seu peito (e tais células estão presentes em alguma medida em todas as pessoas) foi estimulada a multiplicar-se. Tudo isto significa uma maior probabilidade estatística do que o aparecimento eventual de um tumor cancerígeno.

Diferentemente, uma gravidez levada a termo produz a plena diferenciação dos tecidos da mama com o fim da produção de leite, o que deixa na mesma menos células vulneráveis ao cancro das que lá estavam antes do começo da gravidez. Isto significa a bem conhecida redução do risco de cancro da mama como consequência de uma gravidez levada a termo.


Também é bem sabido que as mulheres que começam a ter filhos ainda jovens, diminuem o risco de ter cancro da mama mais tarde1. Quanto mais cedo o peito se torne maduro com o fim de produzir leite, menos provável é a presença de células anormais, vulneráveis ao cancro proveniente de abusos carcinogéneos (e o que quer que estes sejam é ainda bastante desconhecido). Sustentando esta teoria, um estudo experimental sobre o efeito de gravidezes e abortos induzidos na incidência de cancro da mama em ratas jovens tratadas com carcinogéneos químicos foi publicado em 198039. A mesma equipa de investigação publicou também um estudo excelente sobre a diferenciação dos tecidos da mama humana como função da gravidez e da idade40.

Além disso, como há sempre células indiferenciadas (e inclusive algumas células anormais) na mama das mulheres, o excesso de exposição aos efeitos promotores do crescimento do estradiol ou outros estrogéneos, contribui para o risco de cancro da mama cada vez que ocorra essa exposição.

Não é de surpreender, portanto, que os factores de risco de cancro da mama mais conhecidos envolvam alguma forma de excesso de exposição aos estrogéneos. Por exemplo, mulheres que atingem a puberdade muito cedo ou que entrem na menopausa tardiamente, ou que tenham poucos filhos ou nenhum, estão mais expostas aos aumentos de estradiol que ocorrem com os ciclos menstruais. As mulheres que dão de mamar aos seus filhos também experimentam menos ciclos menstruais e por isso, reduzem o risco de ter cancro da mama.

Mesmo os factores de risco não relacionados com a reprodução parece que operam através de mecanismos mediados pelo estrogéneo. Por exemplo, a obesidade pós-menopáusica eleva o risco, supostamente porque as células adiposas (gordas) sintetizam os estrogéneos, do aumento dos níveis de estrogéneos no sangue dessas mulheres. Até mesmo o consumo crónico de álcool parece aumentar o risco de cancro da mama através do aumento dos níveis de estrogéneos no sangue da mulher. Isto também sucede em dietas altas em gorduras animais comparadas com dietas vegetarianas. Pelo contrário, certos vegetais reconhecidos como protectores contra o cancro, por exemplo, os da família dos brócolos e da couve, ajudam o corpo feminino a eliminar estrogéneos mais rapidamente.

Como o efeito dos estrogéneos no risco do cancro da mama foi reconhecido desde há muitos anos, os médicos são cautelosos ao receitar alguns medicamentos, como a terapia para substituição de estrogéneos na pós--menopausa de mulheres mais velhas, especialmente naquelas com histórias médicas de cancro da mama na família. Segundo parece, estes medicamentos elevam ligeiramente o risco de cancro da mama, se se utilizam por vários anos.

Deduz-se por isso que os médicos deveriam ter-se preocupado desde há muito com o possível aumento do risco de cancro da mama atribuível aos abortos induzidos, dado o nível extremamente alto de estradiol que experimentam as mulheres, mesmo nas primeiras semanas de uma gravidez normal.


Finalmente, há outro aspecto crucial dos abortos espontâneos em relação ao risco de cancro da mama que deverá ser realçado, isto é, o efeito de desmanchos espontâneos no segundo trimestre. O maior número de perdas de gravidez ocorre no primeiro trimestre e mais de 90% destas caracterizam-se pelos níveis anormalmente baixos38 de estradiol na mãe. Contudo, há motivos para crer que as gravidezes que sobrevivem no primeiro trimestre (o que não sucederia sem um nível suficientemente alto de progesteronas, que são paralelas ao estradiol) provavelmente aumentam o risco de cancro da mama se terminam em desmancho.



Figura 2 – Representação esquemática da mama: a) de uma mulher que nunca esteve grávida e b) no final de uma gravidez levada a termo. A mama de uma mulher que nunca esteve grávida consiste em canais e lobos terminais primitivos, vulneráveis a carcinogéneos, enquanto as mamas lactantes consistem, na sua maior parte, de lobos maduros – aglomerado de alvéolos que segregam leite – os quais são resistentes aos carcinógeneos. (Adaptado das referências #39 e 40)


A Conferência Mundial sobre o Cancro da Mama reconhece a ligação entre o aborto e o cancro da mama

A primeira Conferência Mundial sobre o Cancro da Mama teve lugar em Julho de 1997 em Kingston, Ontario, Canadá. A conferência foi co-empreendida pela Organização Feminina do Ambiente e Desenvolvimento (Women’s Environment and Development Organization) que na altura era presidida por Bella Abzug.

Na conferência, o Dr. Joel Brind, Professor de Endocrinologia na Universidade de Baruch, da Cidade Universitária de Nova Iorque e Director da Revista Trimestral Actualizada sobre o Aborto e Cancro da mama (Abortion-Breast Cancer Quarterly Update), dirigiu um seminário sobre a ligação entre o aborto e o cancro da mama. O discurso do Dr. Brind incluía uma actualização da “revisão compreensiva e meta-análise” 2 deste problema, publicado originariamente no Jornal de Epidemiologia e Saúde Comunitária (Journal of Epidemiology and Community Health) da Associação Médica da Grã-Bretanha. Bella Abzug assistiu ao seminário do Dr. Brind e participou numa discussão cordial e animada sobre a ligação entre o aborto e o cancro da mama.

Um ano depois, no Outono de 1998, a Conferência Mundial publicou o seu Relatório do Plano de Acção Global (Global Action Plan Report)41, no qual a organização expunha a sua agenda para a erradicação definitiva do cancro da mama. Sob o título de factores de risco relacionados com as hormonas, o Relatório diz em parte pertinente:

"Hoje em dia, as mulheres em geral estão mais expostas a níveis altos de estrogéneo durante a sua vida que o que era costume nas gerações anteriores. Acredita-se que agora as mulheres enfrentam níveis excessivos de estrogéneo tanto naturais como sintéticos, aumentando o risco de virem a ter cancro da mama. O uso prolongado de pílulas de controlo da natalidade, gravidezes tardias ou falta delas e o não dar de mamar, ABORTOS INDUZIDOS, uma dieta alta em gorduras, em carne ou em produtos lácteos e a terapia de substituição de hormonas depois da menopausa, todos são citados como factores de risco que aumentam os estrogéneos e o cancro da mama."



LEMBRE-SE: Os direitos reprodutivos não têm significado sem o direito da mulher a saber todas as consequências das opções que faça!

Referências citadas:

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«Caímos tão fundo que atrever-se a proclamar aquilo que é óbvio se transformou em dever de todo o ser inteligente». (Georges Orwell)


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Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 20 de November de 2006 04:00

Admitindo a ligação, praticar o aborto fica ao nível de fumar um cigarro, já que ambos provocam o cancro?

pontosvista

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