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Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 06 de October de 2005 13:13

Alef,

Sem ofensa para os padres, o Horácio pertence ao PPPI/MMMPI.

Já temos a greve da Justiça, dos polícias e dos militares.

Falta agora a dos padres.

Padres, unidos venceremos!

Força, Irmão Horácio, vai em frente! Estamos contigo!

E manda saudades, porque cá ....

Eis aqui o exemplo a não seguir de cristãos na política.

João (JMA)

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: (IP registado)
Data: 06 de October de 2005 15:18

Sinceramente, acho que é pouco relevante haver ou não mais cristãos na política. Como se vê por este fórum, todos somos cristãos e mesmo assim facilmente caímos em discórdia. Por outro lado, qual é o valor acrescentado que um cristão traz à política? O que interessa são os valores que os políticos defendem, e qualquer pessoa bem intencionada defenderá no fundamental os mesmos valores que um cristão, em termos de política.
Por outro lado, se houvesse mais pessoas com espírito cristão na política, possivelmente esta poderia ser mais séria.

Já agora, aproveito para comentar um caso antigo (segue-se em baixo um copy paste de uma notícia que a Católicapraticante citou). Se há separação entre o Estado e a Religião, não compreendo o porquê do afastamento de Buttiglione da Comissão Europeia. O homem defendia algo (com o qual, por motivos que ficaram claros noutro tópico, discordo) que era irrelevante para o cargo que ia exercer. Ou seja, é o exemplo de um homem que foi afastado da política pela sua religião e pela hombridade de ser sincero. Infelizmente, há extremos em todos os lados.



«O Parlamento Europeu é a nova Inquisição»
14-12-2004 13:10
Tatiana Alegria


ENTREVISTA: «Barroso sabia que eu tinha dito o que a maioria dos europeus pensa», conta Rocco Buttiglione ao PDiário. Político foi afastado por afirmar que a homossexualidade é pecado

Rocco Buttiglione, em entrevista ao PortugalDiário, explica por que é que Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, o defendeu e tentou mantê-lo na sua equipa: «Barroso sabia que eu tinha dito o que a maioria dos europeus pensa». O político, conhecido por ser próximo do Vaticano, defende que os princípios do «politicamente correcto» poderão destruir a Europa.

«A homossexualidade é um pecado». Esta afirmação, assim como outras sobre o valor do casamento e da família, levaram ao afastamento de Buttiglione da Comissão Europeia. O comissário designado para a pasta da Justiça, Liberdade e Segurança foi rejeitado em Outubro pelo Parlamento Europeu. Buttiglione chegou a pedir desculpas por escrito ao presidente da Comissão Europeia pelas consequências das suas afirmações e, uns dias depois, Durão anunciou que mantinha Buttiglione na equipa. Mas o político italiano não aguentou a pressão e acabou por demitir-se.

Parlamento Europeu rejeitou a sua nomeação. Sente que serviu de bode expiatório e que este incidente foi uma forma do PE demonstrar que tem poder?

Sim. Toda esta situação é inacreditável. Trata-se de uma nova Inquisição. Muitas das críticas dos eurodeputados forma injustas, como se eu tivesse ido para a Comissão Europeia para atacar os homossexuais. Uns eurodeputados não estavam bem informados, outros sabiam que estavam a dizer falsidades.

Mas disse que a homossexualidade é um pecado?
Disse que até podia pensar que a homossexualidade é um pecado, mas que sou a favor da não discriminação. E isso é diferente. Ou seja, posso ter as minhas opiniões, mas sou contra a discriminação. Isso não foi suficiente para o Parlamento Europeu.
Os eurodeputados queriam entrar na minha consciência.


"Eles" vão conseguir impor essa nova ortodoxia?
Não. Ou melhor, se a Europa aceitar esse relativismo, essa ausência de verdades, entrará em decadência. Uma sociedade que não defende a família não poderá sobreviver.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de October de 2005 15:31

Há valores que só a cultura de um Estado moderno e laico permitiu que se afirmassem definitivamente.

A este propósito, um caso aterrador e exemplar:

[bombyx-mori2.blogspot.com]


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de October de 2005 15:33

A castração de meninos par este fim só acabou em 1870, altura em que a prática de castração foi criminalizada no código penal italiano.
Eis um bom exemplo de eficácia da lei penal.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: (IP registado)
Data: 06 de October de 2005 15:51

[bombyx-mori2.blogspot.com]

Bolas... Sem comentários... *chocado*

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 10 de October de 2005 01:28

Pobre Padre Horacio.... Afinal o PSD Ganhou as eleições em Lordelo... e agora????

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 10 de October de 2005 09:29

Agora, o Pe Horácio vai para Felgueiras... :o))

João (JMA)

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 10 de October de 2005 22:32

A brincar a brincar....


[dn.sapo.pt]

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 01:40

Ainda sobre o congresso de Valadares - Textos de António Marujo copiados da edição impressa do Jornal Público on line

A compaixão, nova forma de intervenção política dos cristãos

António Marujo



Citação:
"Teólogo alemão faz crítica dura ao "antipluralismo" do tratado constitucional europeu no encerramento do congresso Deus no século XXI
Johann Baptist Metz, um dos últimos "gigantes" da geração que protagonizou a renovação da teologia cristã das últimas décadas, defendeu ontem em Valadares (Gaia), uma "mística da compaixão enquanto mística política" como a forma mais actual de os cristãos intervirem politicamente. Esta deve ser uma "mística de olhos abertos", que vá ao encontro dos que mais sofrem e que seja mais "sensível ao sofrimento" das pessoas do que ao "pecado".
Na conferência que concluiu o congresso Deus no século XXI e o futuro do cristianismo, Metz, 76 anos, criticou ainda duramente o texto do Tratado Constitucional da União Europeia. Nele triunfou uma lógica laicista à francesa que, "no seu cerne, é antipluralista" e que se imporia "fundamentalisticamente" a outros estados, através do texto do tratado.
Situando o debate sobre o tema entre a argumentação laicista ou pluralista, Metz afirmou que, ao lermos o texto do tratado, "parece que a Europa perdeu a sua memória pura e simplesmente, como se se tivesse tornado vítima daquela amnésia cultural progressiva, que aparentemente muitos europeus consideram ser o progresso autêntico".
Metz acrescentou que "não há determinação do ethos europeu sem memória histórica". E não foi por acaso, recordou, que o Estado neutral e secular surgiu precisamente na Europa judaico-cristã.
Perante o perigo de, nesta Europa, o cristianismo cada vez mais se auto-privatizar, o teólogo alemão - contemporâneo de Joseph Ratzinger, o actual Papa Bento XVI - diz que a reivindicação cristã compatível com o pluralismo é o que chama de mística da compaixão. Esta pode ser vista como o dom bíblico à Europa, tal como o direito romano e a curiosidade grega foram também dons das respectivas civilizações.
O primeiro olhar de Jesus, justifica, "não se dirigiu ao pecado dos outros, mas ao seu sofrimento". Metz previne, entretanto, que esta sensibilidade "nada tem a ver com um desgraçado culto do sofrimento". Tal "paixão por Deus" significa, antes, "reunir todas as nossas experiências de sofrimento que clama aos céus".
Uma nova política de paz, a entrega aos excluídos, o princípio da igualdade elementar de todos os homens e o pluralismo são consequências que o fundador da "teologia política" retira da sua proposta.
Religiões traíram espiritualidade
A mudança cultural e de paradigma que actualmente se vive na Europa foi uma das tónicas das diversas sessões do congresso. Vários intervenientes sublinharam o novo quadro de secularização e pluralismo religioso ou os desafios colocados pelas neurociências e pela bioética como características do tempo que se vive.
O diálogo inter-religioso, por vezes visto como uma moda, é outra das urgências, analisada no final da manhã de ontem. Mas neste campo já não chegam os "diálogos de salão", advertiu o espanhol Juan Masiá Clavel, teólogo jesuíta que trabalhou largos anos no Japão.
"As religiões têm que comprometer-se juntas, perante a sociedade, em ajudar a resolver os conflitos intra-nacionais e internacionais, implicando-se em acções concretas", afirmou ao PÚBLICO, no final da sua intervenção.
Perante a história da violência ligada ao fenómeno religioso, Juan Masiá diz que todos os credos têm uma tradição "de paz e de não-violência", mas também todos têm "uma história de traição a esse princípio".
"O diálogo inter-religioso só vale a pena a partir de experiências concretas", concordou o português e frade dominicano Bento Domingues. Teólogo e cronista dominical do PÚBLICO, frei Bento sugeriu que se deveria começar a preparar desde já "um grande concílio das religiões" que desse "oportunidade" de intervenção aos crentes e não apenas às hierarquias."



Citação:
Igreja deve ter mais equilíbrio sobre o aborto



Citação:
"Juan Masiá Clavel, teólogo, padre jesuíta que viveu no Japão largos anos e responsável em Madrid por um instituto católico de bioética, diz que é necessária "uma atitude mais equilibrada", por parte da Igreja Católica, em temas como o aborto, a eutanásia ou a investigação genética. Respondendo a uma pergunta do PÚBLICO à margem do congresso Deus no século XXI, Juan Masiá diz que a atitude de "dizer a tudo que não" tem efeitos contrários. "Aqui na Europa encontro posições eclesiásticas muito fechadas e estreitas que provocam a reacção contrária, de dizer que vale tudo. Nem uma nem outra são serenas." Dando o exemplo do que se passa no Japão, Masiá diz que os bispos japoneses "não disseram que não" à investigação em células-mãe. Antes admitiram tratar-se de "uma questão que é preciso continuar a estudar". Os trabalhos de ontem abriram com uma intervenção sobre Genes, humanismo e transcendência. Fernando Regateiro, professor de Genética e actual presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, referiu-se ao processo da criação da vida humana, em que aparecem, implícitas, questões como o aborto. "Procuro aprofundar o debate e não enviezá-lo", diz ao PÚBLICO, afirmando que é necessário que as pessoas tenham o "enquadramento científico" necessário para argumentar com seriedade. "Há a possibilidade de, em diversos momentos, considerar o início" de alguma fase da vida. As pessoas devem é munir-se dessa fundamentação para debater as suas posições, acrescenta."

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 00:42

[jn.sapo.pt]

e ainda

[jn.sapo.pt]

PSD acusa PS de "ameaçar pessoas"
vieira do minho Padre candidato não teme pressões e define três prioridades

O candidato da coligação "Juntos por Vieira" realizou, ontem, um périplo por algumas freguesias do concelho de Vieira do Minho para apresentar os candidatos às várias juntas. O dia acabou em Salamonde, onde o padre-candidato Albino Carneiro teceu críticas duríssimas à actual gestão socialista, que acusou "de andar a ameaçar pessoas" porque "já estão com medo de perder. Eu não tenho medo. Há quatro anos ameaçaram-me e eu cá estou outra vez sem medo para os enfrentar". O padre candidato prometeu acabar "com desigualdades de tratamento entre freguesias" e avançou com três prioridades caso seja eleito a criação de emprego dando atractividade para investimento no concelho, a revisão do PDM e a educação. "Usaram o padre para justificar o que não fizeram! Mas é mentira! Porque quem tem a maioria são eles e em democracia a maioria é soberana!", acusou ainda Albino Carneiro, pedindo às pessoas para "não se deixarem enganar". Pedro Antunes Pereira

É este tipo de situações que acho muito imprudentes. Não será facil para a população separar o padre do politico envolvido na luta partidaria

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 02:09

Ganhou pelo menos?

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 03:06

Eis uma nota humorística

A NACIONALIDADE DE ADÃO E EVA (DE ONDE ERAM ADÃO E EVA?)

"Um alemão, um francês, um inglês e um português comentam sobre um quadro de Adão e Eva no Paraíso. O alemão disse: - Olhem que perfeição de corpos: ela esbelta e esguia, ele com este corpo atlético, os músculos perfilados... Devem ser alemães.

Imediatamente, o francês reagiu: - Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende de ambas as figuras... ela tão feminina...ele tão masculino... Sabem que em breve chegará a tentação... Devem ser franceses.

Movendo negativamente a cabeça, o inglês comenta: - Que nada! Notem... a serenidade dos seus rostos, a delicadeza da = pose, a sobriedade do gesto. Só podem ser Ingleses.

Depois de alguns segundos mais de contemplação, o português exclama: - Não concordo. Olhem bem: não têm roupa, não têm sapatos, não têm casa, só têm uma triste maçã para comer, não protestam e ainda pensam que estão no Paraíso. Só podem ser
Portugueses!!!!..................."

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 03:39

Vou pegar na deixa do Camilo

(não leve a mal, não é nada pessoal, pelo contrário até gosto muito de conversar consigo!)

Mas se o Vaticano pode ser um Estado, porque não pode um padre ser presidente de junta, certamente foi com o consentimento dos seus superiores.

O Vaticvano e o Papa pronunciam-se sobre questões da nossa vida prática, do dia-a-dia, que de várias formas condicionam o que fazemos ou não fazemos, abordando inclusivamente questões internacionais. Por outro lado, um presidente de junta preocupa-se em: acabar "com desigualdades de tratamento entre freguesias" , com a “criação de emprego dando atractividade para investimento no concelho, a revisão do PDM”.

Ora, explique lá porque são estas situações imprudentes, consegue a população separar o Papa do Estado do Vaticano e da ingerência deste na vida politica e no nosso quotidiano?

Pessoalmente, acho que o padre não deveria ser candidato pelo facto de estar estabelecida divisão de poderes entre a Igreja e o Estado. Por isso é que coloco a questão de o Vaticano ser ele próprio um Estado. (porque é que surgiu a necessidade de se criar um Estado para a IgrejaCAR?)


Mais, ainda acho que este Estado interfere demasiado na política. Ou seja, acho que há logo a partida um pressuposto errado, pois a Doutrina da Igreja não deve “legislar” a vida dos cristãos. Não é o Cristão aquele que segue Cristo? Então isso não deveria ser o bastante?

Uma coisa é um cristão participar na vida cívica através da política outra coisa diferente é o homem politico / ou a politica em si mesma, cristianizar.

“A Deus o que é de Deus, a César o que é de César”

O que vos parece?

Bom fim-de-semana


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 09:47

Com a devida vénia, aqui aparece de novo uma frase tão citada e quase sempre fora de contexto (e é mais pelas outras vezes esta chamada de atenção): «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» (Mt 22:21). Esta frase nada tem a ver com uma separação da vida política da vida «religiosa». Também não tem a ver com a separação entre a Igreja e o Estado, mesmo que tal separação seja boa para ambas as partes. Mas não por causa da frase, nem a frase se destina a fundamentar tal princípio.

Basta perguntar: acaso haverá algo que na perspectiva bíblica não seja pertença de Deus? Não será isto bastante para indiciar que a frase assim citada está mal aplicada?

Alef

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 12:45

Deduzo que te estejas a referir à separação entre as coisas materiais e a as coisas espirituais.

Será que podes explicar melhor.

Obrigada por responderes Alef. As tuas mensagens “estragam” sempre os meus raciocínios … :-)) ...o que por si só é muito bom!

Mas “Já que estás com a mão na massa” explica-me porque é que o Vaticano é um Estado e já agora se não te importas, explica-me a “problemática” da Doutrina. Acho que o Luís já tentou explicar uma vez, … mas o “efeito medicamentoso” da explicação parece ter durado pouco tempo… parece que vou ter de tomar um “reforço” explicativo ;-)

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 15:37

A história da Igreja é longa. Embora o Estado do vaticano só tenha sido criado em 1929, a sua história remonta ao século VI.

Desde que se instituiu a sede episcopal de Roma, os fiéis, e em maior medida os imperadores cristãos, foram fazendo doações à Igreja romana de bens territoriais, alguns deles constituindo importantes extensões de terreno. A sua administração, embora não convertendo inicialmente os Papas em chefes de Estado, conferiu-lhes autênticas prerrogativas civis e políticas reconhecidas pela Pragmática Sanção de 554 promulgada pelo imperador Justiniano I. Por outro lado, muitos dos Papas provinham das classes dominantes romanas e exerceram simultaneamente o cargo episcopal e o de mandatários civis da Cidade Eterna. Tal foi o caso de Gregório I, o Magno (590 - 604) , que ostentara anteriormente o cargo de administrador da própria cidade (prefectus Urbis) e pertencia a uma família de patrícios romanos.

Foi durante o pontificado do Papa Estêvão II, por volta de 756, que se criaram oficialmente os Estados Pontifícios, com o apoio de Carlos Magno.

Desde então e até ao século XIX, com periodos mais ou menos atribulados, o papa era um chefe de estado, governando os Estados pontifícios, que com fronteiras muito volateis controlava uma extensão de terra considerável. Seria o equivalente à Itália central, incluindo no seu seio um conjunto de condados e ducados.

Contudo, o séuclo XIX foi um século muito atribulado na História da Europa. Revoluções e contra-revoluções, movimentos imperialistas, movimentos liberais, movimentos independistas, etc... Se não levarmos em linha de conta o episodio da Guerra das Laranjas, entre Portugal e Espanha, na qual o ultimo país anexou a zona portuguesa de Olivença, somente estes dois países mantiveram as suas fronteiras na Europa Continental.

Na ressaca de todos estes movimentos e revoluções começou a surgir em Itália um movimento unificador. Até então a peninsula Itálica não era um país como nós o conhecemos hoje, sendo composta por um conjunto de Estados e Republicas autónomas, alguns dos quais controlados por potencias exteriores à Península, como o caso de Espanha que dominava o reino de Nápoles, ou do Império Austro-Hungaro que controlava a zona norte da península.

A partir de 1848 começa a surgir em Itália um sentimento de unidade nacional, que Victor Emanuel II (rei do Estado do Piemonte) soube aproveitar, tornando-se assim no Paladino da Unificação. Usando o desenvolvimento tecnologico, a conjuntura criada a partir da guerra da Crimeia, e do sucesso da campanha militar de Garibaldi até ao reino das duas Sicilias, este monarca consegue proclamar em 1861 o reino de Itália. No entanto, haviam ficado de fora deste novo reino a Roma papal e a Republica de Veneza. Durante o processo de unificação da península Italiana os estados pontifícios haviam ficado reduzidos a Roma, simplesmente porque a cidade eterna encontrava-se protegida por um corpo expedicionario frances, que mantinha a sua independência. Todos os outros territórios até então no poder do papa se haviam sublevado contra esse poder e integrado através de pebliscito o novo reino da Itália.

No entanto, em 1870 a cidade de Roma haveria de cair à mãos do exercito prussiano, convertendo-se a partir dessa data na capital do reino de Itália. O papa na altura era Pio IX que se proclamou prisioneiro, encerrando-se no interior do Vaticano. Esta situação criou uma crise diplomática, pois Pio IX tomou esta atitude enquanto chefe do poder secular e não enquanto chefe do poder religioso. Ao mesmo tempo Victor Emanuel II receando que um ataque directo ao papa podesse ser encarado como um acto anti-religioso e não como um acto de soberania politica, pemitiu que Pio IX fica-se no Vaticano, sem contudo, o reconhecer como chefe de estado.

Somente em 1929 com o tratado de Latrão, assinado entre a Igreja e Benito Mussolini, é que o papa (na altura Pio XI) obteve o reconhecimento por parte do Governo italiano da sua soberania secular. Assim terminava o diferendo entre o pontífice e o governo italiano pela ocupação dos Estados Pontifícios, criados na alta Idade Média por Carlos Magno.

De forma muito reduzida aqui tens a história das origens do actual Estado do Vaticano e o porquê da sua existência e soberania.

Um abraço

Miguel Dias

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 16:02

Hum! Hum!

Obrigada pela resenha histórica, muito esclarecedora. Só faltou falar no “De principatibus” de Maquiavel… ehhheheh

Mas sim deu para compreender.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: vander (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 17:35

Olá Pessoal

Não sei em Portugal, mas aqui no Brasil é uma calamidade a política em geral, desde a Associação de Moradores de Bairros até o Senado Federal.
Temos observado aqui padres, pastores, bispos evangélicos, metido na política e o resultado não são os melhores.
Eles sempre entram com boa intensão, mas se conrompem com o passar do tempo.
Aqui no Brasil, está dificil saber quem não meteu a mão no pote, não escapa nem mesmo os personagem sitados acima.
O padre da minha paróquia está sempre envolvido no meio politico, tipo: comissão pastoral da terra e é um grande litador a favor das causas dos menos favorecidos.
Nas homilias costuma falar bastante de temas politicos e é bastante criticado.
Na minha opinião ele esta corretissimo, tem que alertar sim os fieis e aqueles que só vão as missas esperando ouvir um sermão doce e maravilhoso tem que mudar sua linha de pensamento.

Vander








Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 17:43

Então, em matéria de principio, qual deverá ser a limitação de deveres entre a esfera politica a esfera religiosa? Deve haver essa definição? Ou nem por isso? Como fazer imperar o bom-senso?

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 18:44

é sempre muito dificil fazer imperar o bom senso Tony...

Devemos agir sempre em consciencia e nunca em favor próprio. Eu não me choca ver um padre na política, mas choca-me ver um padre tornar-se um político.

No entanto, em minha opinião acho que a Igreja se deve resguardar e afastar do poder secular... já vimos pela analise do passado que esta aproximação não correu lá muito bem...

Ainda há tanto a percorrer ao nível espiritual.... Os padres deviam primeiro arrumar a sua casa e depois tentar arrumar a casa dos outros.

Já agora se os padres quiserem seguir a política excusam de estar a criar manifestos eleitorais. Basta usarem os Evangelhos e seguir a Palavra de Jesus. Conheces maior ou melhor manifesto de amor pelo próximo e de igualdade e de justiça...?

Contudo, acho que os padres e a Igreja no geral deveriam primeiro preocuparem-se com os seus fieis do ponto de vista espiritual, e só depois se preocuparem com o poder secular.

A mensagem de Jesus é transversal a qualquer sistema político ou sistema económico.

Se eu for um bom cristão, sou por certo um bom cidadão. Para não ultrapassarmos essa estreita linha de influencia devemos sempre ter em mente os Evangelhos e agir segundo a nossa consciencia cristã.

Todavia, volto a frisar que gosto de ver cada um no seu lugar. O padre na Igreja, o político na Assembleia da Republica. Até porque o padre pode fazer mais pela sua comunidade enquanto padre, do que enquanto politico. Como padre ele não precisa de se submeter a acordos politicos ou favores politicos, nem de comprometer a sua consciencia, o que sempre acaba por acontecer no seio do poder secular.

Um abraço

Miguel Dias

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Este tópico foi encerrado

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