Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Página actual: 6 de 12
Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 26 de November de 2011 16:02

Sinto muito dizer-vos isto mas o vosso Papa está todo equivocado sobre este assunto [www.movimentoliturgico.com.br]

Não só ele como também Jonh Meier, que ao que parece Ratzinger referiu no livro como sendo jesuíta quando não o é, um ligeiro deslize papal.

Mas uma coisa há que reconhecer: Jonh Meier acerta plenamente ao defender que o mais verosímel é os irmãos e irmãs de Jesus referidos na Bíblia serem filhos de Maria e José, portanto irmãos carnais de Jesus.

Adeus :)

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 16:44

Boa tarde.

Citação:
"Mateus também estabelece o 14 de Nissan em 26:17, ou seja, o dia em que se costumava tirar o fermento das casas. Aqui há um defeito de tradução em algumas versões da Bíblia já que dizem "No primeiro dia da festa dos Pães ázimos". No texto grego lê-se: prötei tön azumön, "no primeiro dos ázimos". Aqui a palavra "dia" está subentendida e é correcto acrescentá-la: "no primeiro dia dos ázimos

Eu acho que voce continua sem perceber.

Mateus não estabelece "também" o 14 de Nisan. Estabelece apenas o 14 de Nisan, em Mt 26,17, como preparação da ceia pascal, a decorrer a 15 de Nisan, depois do ocaso. Se assim é, e é, das duas uma: ou é incapaz de perceber, ou, por preconceito, não quer perceber.
A ceia após o dia 14 é Pascal, e se insere na festa da Pascoa.
Entenda vde uma vez: Mateus e os sinoticos colocam a ceia no contexto da festa, na tal festa dos pães ázimos, que autor refere.

Citação:
Antes da festa da páscoa" em João 13:1 significa, portanto, antes da festa dos pães ázimos (que começava em 15 de Nissan) que não incluía a ceia pascal. É por isso que a ceia pascal vem referida por João como tendo sido "antes da festa da Páscoa"

Exato. Trata-se, então, de uma ceia não-pascal, celebrada a 14 de Nisan, e ão a 15 de Nisan, como nos sinóticos!

Citação:
Concluindo, os seus argumentos foram todos rebatidos um por um e você não refutou um único argumento do autor literalista e tendencioso

Concluindo, voce e o autor citado dizem algo, e a seguir o inverso, e querem fazer dos inversos o mesmo.

Estão de parabéns então.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 17:53

Citação:
Sinto muito dizer-vos isto mas o vosso Papa está todo equivocado sobre este assunto

E eu não lamento ter que o corrigir, e lhe dizer que o equivocado é mesmo voce.

Em relação aos irmãos de Cristo, esse tema já foi aqui abordado.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 18:40

Você sabe o que é a páscoa em sentido estrito? A páscoa é um cordeiro, daí se falar em comer a Páscoa. Agora vamos a cronologia.

14 de Nissan é o dia da Páscoa, neste dia é que se matava os cordeiros pascais da parte da tarde.

Após o pôr-do-sol, o cordeiro que tinha sido morto da parte da tarde era comido, ou seja, a Páscoa em sentido estrito era comida no que se chama a ceia pascal.

Até aqui este dia não é considerado festivo, por isso não se fala em festa.

No dia 15 de Nissan começava a festa dos pães ázimos e estende-se até ao dia 21.

Acontece que os judeus começaram a chamar a toda esta semana desde o dia 14 de Nissan até ao 21 de Nissan como "Páscoa" ou "pães azimos"

Jesus comeu a páscoa normalmente como todos os judeus apos o pôr-do sol do dia 14 de nissan.

E foi preso julgado e crucificado no dia 15 de nissan da parte da manhã até as 3 da tarde. Acontece que este dia era uma sexta-feira, e os judeus chamavam à sexta-feira da semana da páscoa dia da preparação ou dia da preparação da páscoa.

Daí que João quando diz antes da festa da Páscoa está a dizer antes da festa dos pães azimos que começava a 15 de Nissan e não incluia a ceia pascal, e quando diz dia da preparação da páscoa, está a usar uma expressão que os Judeus usavam para referir a sexta-feira da semana da páscoa. Tudo isto é consistente com os dados bíblicos, exegéticos e históricos. Agora com estes dados quem quiser entender que entenda, e veja se há alguma contradição. Se estraga o esquema a alguém lamento.



Editado 1 vezes. Última edição em 27/11/2011 18:42 por Epafras.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 19:25

Veja bem.

Citação:
Após o pôr-do-sol, o cordeiro que tinha sido morto da parte da tarde era comido, ou seja, a Páscoa em sentido estrito era comida no que se chama a ceia pascal

Trata-se já do dia 15, dia festivo, e não do dia 14, pois, como deve saber, o dia 14 é o da imolação.

Citação:
Até aqui este dia não é considerado festivo, por isso não se fala em festa

E é aqui que está, desde já, o erro.
Após o ocaso, já se estava no dia da festa, o dia 15.

Tenha em muita atenção que, quando Mateus 26,17 lhe fala do primeiro dia dos ázimos, ele lhe está a dar o dia da vespera da Ceia, e não o dia da ceia mesma, que será já a 15, após o ocaso.

É por isso que voce erra, quando diz que:

Citação:
Jesus comeu a páscoa normalmente como todos os judeus apos o pôr-do sol do dia 14 de nissan

Voce sabe muito bem que os judeus contam os dias de ocaso a ocaso, e não das 00 às 24.
Cristo, segundo os sinóticos, comeu a ceia pascal no inicio de 15 de Nisan.

Citação:
Daí que João quando diz antes da festa da Páscoa está a dizer antes da festa dos pães azimos que começava a 15 de Nissan e não incluia a ceia pascal

Exatamente Epafras.
Repare que Jo 13,1 coloca essa data (antes da festa, ou seja, 14), como dia da ceia.
E voce sabe muito bem que esse dia era o da imolação do cordeiro, durante o qual, segundo João, Cristo celebra a ceia e sofre o julgamento e morte.

Mas voce mesmo acabou de dizer que Cristo celebrou a ceia e morreu a 15:

Citação:
Após o pôr-do-sol, o cordeiro que tinha sido morto da parte da tarde era comido, ou seja, a Páscoa em sentido estrito era comida no que se chama a ceia pascal.

Após o pôr-do-sol é dia 15 de Nisan.

Em que ficamos afinal?
Eu acho que voce me está a querer equivocar com isto. Mas voce sabe que não é fácil.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 20:28

Veja-se, então, a cronologia dos sinóticos.

14 Nisan, antes da festa, dia dos ázimos, até ao ocaso - Preparação da ceia, cf Mt 26,17.

15 Nisan, festa - Ceia, prisão, julgamento e execução na cruz, Cf Mt 26,20 ss

Veja agora a cronologia de João.

14 Nisan, antes da festa (Jo 13,1) - Ceia, prisão, julgamento e execução.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 20:51

Que a ceia pascal era comida após o pôr-do-sol do dia 14 de Nissan e, portanto, já no dia 15 de Nissan sexta-feira é uma coisa que já estamos fartos de reconhecer.

Agora uma coisa é a festa dos ázimos começar no dia 15 de Nissan, outra coisa é começar exatamente no início do dia após o pôr-do-sol. A festa começava no dia 15 de Nissan mas só depois da ceia pascal, pois na verdade esta não estava incluída na festa. Percebe? Ou quer que lhe faça um desenho? lol

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 20:58

Permita-me corrigir a sua cronologia:

Veja-se, então, a cronologia dos sinóticos.

14 Nisan, antes da festa, dia dos ázimos, até ao ocaso - Preparação da ceia, cf Mt 26,17.

15 Nisan, Ceia - festa, prisão, julgamento e execução na cruz, Cf Mt 26,20 ss

Veja agora a cronologia de João.

15 Nisan, Ceia antes da festa (Jo 13,1) -, prisão, julgamento e execução.



Editado 1 vezes. Última edição em 27/11/2011 21:02 por Epafras.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 21:06

Citação:
Permita-me corrigir a sua cronologia:
Veja-se, então, a cronologia dos sinóticos.

14 Nisan, antes da festa, dia dos ázimos, até ao ocaso - Preparação da ceia, cf Mt 26,17.

15 Nisan, Ceia - festa, prisão, julgamento e execução na cruz, Cf Mt 26,20 ss

Veja agora a cronologia de João.

14 Nisan, Ceia antes da festa (Jo 13,1) -, prisão, julgamento e execução

Portanto, morreu a 14, segundo João, e a 15 segundo os sinóticos, que é o que tenho vindo a afirmar desde sempre.

E ainda me vem falar em concordancias?

Voce me está a gozar, de certeza.
Ou morreu a 14 ou a 15!!
Agora nos dois é que não.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 21:09

Pois, e agora corrige o erro, tal é a fixação.

Essa ideia da ceia separada da festa não passa de uma fição criada para estabelecer conformismos artificiais.

É destituida de base.

E assim é, porque depreender da expressão "antes da festa da Pascoa", o "antes da festa dos ázimos", é puro artificio que o texto não admite.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)



Editado 1 vezes. Última edição em 27/11/2011 21:23 por Rui Vieira.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 21:22

Já devem saber que não gosto de perder tempo trocando msg com esse Epafras, então simplesmente costumo deixá-lo de lado, mas é difícil não notar as contínuas ratadas do sujeito, que vira e mexe interpreta errado os escritos dos outros e inventa coisas onde não tem nada.

Citação:
Epafras
Sinto muito dizer-vos isto mas o vosso Papa está todo equivocado sobre este assunto [www.movimentoliturgico.com.br]
Não só ele como também Jonh Meier, que ao que parece Ratzinger referiu no livro como sendo jesuíta quando não o é, um ligeiro deslize papal.

Mas uma coisa há que reconhecer: Jonh Meier acerta plenamente ao defender que o mais verosímel é os irmãos e irmãs de Jesus referidos na Bíblia serem filhos de Maria e José, portanto irmãos carnais de Jesus.

Primeiro, se por acaso o papa tivesse afirmado que Meier era jesuíta, seria mais confiável seguir com o papa do que com o Epafras. (Que novidade, rs). Os jesuítas têm votos com o papa e para ingressar na ordem fazem uma confissão escrita e assinada de próprio punho. Logo, se o papa chegasse a afirmar que alguém era jesuíta, teria uma confissão escrita dele para provar se quisesse.

Segundo, o que foi dito é que Meier é padre católico que ensina numa universidade jesuíta - o que de fato é, como se pode comprovar no site do mesmo e no quadro dos docentes da gregoriana [theology.nd.edu] Ou seja, ninguém afirmou nada sobre Meier ser jesuíta. Isso é tão somente mais um delírio do Epafras que no afã de achar erro nos outros não sabe interpretar o que lê.

PS: quando quiser trocar ideia sobre festas judaicas o farei com os amigos católicos daqui, o Epafras com a sua mania é tendencioso e cansativo- além de nunca notar seus próprios erros, que são muitos.

Paz e Fogo.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 21:35

Até lhe digo a que horas começava a festa dos ázimos, 6 da manhã do 15 de Nissan. Se quiser saber mais investigue.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 22:04

A questão, mesmo, é que isso nem sequer me interessa, na mesma medida em que, de certeza, não interessava ao Evangelista João.

É que, por aquilo que voce diz, de querer fazer da expressão "antes da festa da Pascoa", o "antes da festa dos ázimos", expressão que João nem sequer usa, está a fazer do Evangelista um autor bem confuso.

Bem vista esta sua inédita teoria, temos que perguntar a João, que escrevia sobretudo para crentes vindos do paganismo, porque é que ele, segundo a tese que voce defende, não distinguiu entre o "antes da Pascoa" de Jo 13,1 e a "parasceve da pascoa" de Jo 18,28 e 19,14.

De facto, é muitissimo estranho este laspo de João, ele que, escrevendo para uma maioria cristã vinda do paganismo, tem o cuidado de explicar o significado de palavras e costumes hebraicos, não teve o cuidado de separar e distinguir bem as duas vesperas referidas....

Faz sentido?
Numa cabeça literalista/factual talvez.
Na minha não.

Tenho que me perguntar a mim mesmo sobre se é esta sua tese exótica, excentrica, que demoliu o meu raciocinio...

E é evidente que não lhe vou fazer desenhos...

Portanto, deixe de inventar separações e distinções aqui e ali que o texto não exige.
Mis uma vez digo - em sua simplicidade, e até no óbvio, as duas vesperas de João se referem ao 14 de Nisan.
Dizer o inverso será sempre possivel. Mas, assim, terá que explicar o inexplicável, que é perceber porque João não fez essa tal distinção.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 27 de November de 2011 22:12

Mas, que lhe fique claro que eu não digo que fosse impossivel que Cristo morresse na festa. Simplesmente prefiro ler as datas em sentido teológico, e não factual, segundo a intenção do evangelista.

Sinóticos - Cristo é a minha Pascoa, celebrada em Si mesmo.
João - Cristo é o novo cordeiro, o novo Templo, o novo culto. Sacerdote, altar e vitima.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)



Editado 1 vezes. Última edição em 27/11/2011 22:13 por Rui Vieira.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 28 de November de 2011 13:54

Citação:
Padre Varillon
No céu, continuaremos a ser o que somos. (...) Não serei outro, serei eu totalmente outro."

Esta frase reflecte exactamente como eu penso: Sou eu, não um eu igual ao que sou na terra, mas eu na mesma.

Citação:
firefox
Partilho da tua dúvida, mas quando imagino outras transformações que ocorrem na natureza, como quando uma crisálida se transforma numa borboleta, e já que não sei como se dará a metamorfose do corpo terreno ao corpo espiritual, então não vejo esse engano radical que vc viu. A borboleta deixou de ser o mesmo ser (corpo) porque se transformou? Se não, onde houve engano, onde houve mentira?
Não seria ainda a borboleta exatamente o mesmo ser de antes, que teve seu corpo transformado, tendo experimentado portanto o processo e guardando ainda no seu mesmo corpo todas as experiências que teve antes, acumuladas agora à mais nova experiência da transformação. Digo isso para destacar a radical diferença dessa concepção (ressurreição!?) em relação com a ideia (estranha ao cristianismo) de algum tipo de "reencarnação", em que o corpo é outro diferente que não era antes, com perda de memória, experiências etc, e, por consequência, com a destruição da pessoa que era.

É pela possibilidade da continuação do eu no mesmo corpo antigo-e-novo que não me sentiria enganado se alguém encontrasse um osso (por hipótese). Como vc, não sei como acolheria isso, mas imagino que não seria para mim o fim. Dado que creio que Jesus está vivo com o mesmo corpo transformado em corpo glorioso, e não sei como é esse corpo glorioso nem como se deu a metamorfose, logo não deixaria de confiar na verdade que me ensinaram. Como falou bem o João aqui antes, creio em Jesus Cristo principalmente por sua vida, suas palavras e seus atos, e aprendi a ver Deus em tudo ligado a Ele. A ressurreição é importante? É claro que é! Mas espero ter conseguido transmitir agora pq até o momento não precisei recorrer ao tumulo vazio como "prova" dela.

Pegando no teu exemplo da borboleta, firefox, ele também demonstra o que eu penso sobre o assunto: um ser, uma transformação, "outro" ser resultante, ou seja, o mesmo ser diferente. Mas onde não sobrou nada: não houve "ossos" que tenham ficado. O casulo, o que sobrou, não faz parte do corpo "original", é algo exterior, portanto não pode ser a analogia dos ossos. A borboleta é o mesmo ser que a lagarta, mas diferente e sem deixar restos.

Deixa-me só acrescentar, firefox, que quando falo que os ossos de Jesus não podem ter ficado, não implica que defenda uma reanimação de corpo. Não.

Eu concebo perfeitamente, pelo que fui lendo, a crença na divindade de Jesus, que é o Messias, sem a "prova" do túmulo vazio. Mas a questão é que nos apresentaram esse facto como verídico. Logo mesmo acreditando sem saber o fim do livro, o que sucede é que o fim é mesmo esse. Tem de ser.

Sinto-me como se estivesse a bater sempre na mesma tecla, sempre a escrever o mesmo. :(

Mas a verdade é que não encontrei nenhuma razão, após tudo o que foi escrito, que me permitisse justificar o que seria uma contradição num ponto importante da Bíblia.

Cassima

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 28 de November de 2011 15:32

Citação:
Firefox
Primeiro, se por acaso o papa tivesse afirmado que Meier era jesuíta, seria mais confiável seguir com o papa do que com o Epafras. (Que novidade, rs).

O que seria mais confiável era vc ir determinar os factos. Mas como segue a máxima "Para em tudo acertar, devemos estar sempre dispostos a que o branco, que eu vejo, acreditar que é negro, se a Igreja hierárquica assim o determina", tudo o que o papa disser está correcto à partida.

Citação:
Firefox
Segundo, o que foi dito é que Meier é padre católico que ensina numa universidade jesuíta - o que de fato é, como se pode comprovar no site do mesmo e no quadro dos docentes da gregoriana [theology.nd.edu] Ou seja, ninguém afirmou nada sobre Meier ser jesuíta. Isso é tão somente mais um delírio do Epafras que no afã de achar erro nos outros não sabe interpretar o que lê.

É bem revelador do seu estado de espírito, se tem este instinto primário de defender imediatamente o papa numa coisa insignificante o que fará em coisas mais sérias? São pessoas como o firefox que se hoje a inquisição ainda existisse seriam dos primeiros a carregar a lenha para acender a fogueira.

[magister.blogautore.espresso.repubblica.it]

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 28 de November de 2011 15:47

A questão da ressurreição é que o corpo humano após a morte, transforma-se, decompõe-se e vira pó mas permanece na terra. Assim como o nosso corpo de hoje já sofreu transformações em relação ao de ontem, mas não deixa de ser o mesmo corpo.

Na ressurreição, o corpo que virou pó (e ossadas) Deus o fará ressurgir, por isso a ressurreição não é uma mera reanimação, pois além de a alma voltar ao corpo, Deus também terá que o refazer. E aí se dará a redenção do nosso corpo e a nossa salvação estará completa. Isto é o que nos é revelado. Como o fará não nos pertence saber. Como está escrito "As coisas encobertas pertencem a Deus, mas as reveladas são para nós"



Editado 1 vezes. Última edição em 28/11/2011 15:49 por Epafras.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 28 de November de 2011 17:03

Citação:
Rui Vieira
Mas, que lhe fique claro que eu não digo que fosse impossivel que Cristo morresse na festa. Simplesmente prefiro ler as datas em sentido teológico, e não factual, segundo a intenção do evangelista.
Sinóticos - Cristo é a minha Pascoa, celebrada em Si mesmo.
João - Cristo é o novo cordeiro, o novo Templo, o novo culto. Sacerdote, altar e vitima.



Eu também leio o sentido teológico de um facto histórico. A instituição da ceia do Senhor durante a ceia pascal. Noutra ceia este sentido desaparece, porque há um paralelismo entre o significado da Páscoa para os Judeus e o significado da Ceia do Senhor para os cristãos.

Assim como, a Páscoa para os judeus é um dia de memória em que lembram a noite da sua saída da escravidão do Egipto, após o anjo destruidor passar e matar os primogénitos do Egipto, e poupar os dos judeus por causa do sangue do cordeiro pascal que tinha sido imolado e estava aspergido nos umbrais das portas das suas casas que servia de sinal para o anjo destruidor não entrar, e Faraó tê-los deixado finalmente partir.

Assim Jesus institui a santa Ceia a partir do significado da celebração da Páscoa.

Ela deve ser um dia de memória em que nos lembramos da nossa saída da escravidão do pecado, e de como estamos livres da passagem da ira de Deus vindoura sobre o mundo, porque estamos aspergidos com o sangue de Cristo, o nosso cordeiro pascal que foi sacrificado, a nossa Páscoa.



Editado 3 vezes. Última edição em 28/11/2011 17:07 por Epafras.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 28 de November de 2011 18:46

Sem dúvida.

A Pascoa dos judeus, como lhe chama João, quer em sinóticos, como em João, é o pano de fundo teológico da novidade inaudita de Cristo, do que Ele realizou em Si. O que era sombra, se tornou realidade.

Daí que a questão da formalidade e exatidão factual sejam, para mim, uma questão secundária.

Será que poderá concordar comigo se eu lhe dissesse que, acerca deste acontecimento salvífico, os evangelistas queiram acentuar ora um aspecto, ora outro, ou seja, apresentar-nos, cada um à sua maneira, e segundo as necessidades pastorais da comunidade, a sua cristologia, sendo estas diversas cristologias diversos angulos de visão acerca do Filho Unigénito, em toda a Sua riqueza?

Citação:
Noutra ceia este sentido desaparece

Eu acredito que não necessita de desaparecer, sobretudo se se atentar na ideia de novidade, melhor, novidade na continuidade. De facto, aquela pascoa já não é a dos judeus,mas a Pascoa Nova, definitiva, Aliança Eterna.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)



Editado 1 vezes. Última edição em 28/11/2011 18:50 por Rui Vieira.

Re: Mais um livro de polémica... e a questão que se me levantou...
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 28 de November de 2011 19:43

Precisamente se o pano de fundo teológico é a Pascoa dos judeus então os acontecimentos tiveram que ocorrer na Pascoa dos judeus, não na véspera ou tres dias antes, daí a questão factual ser importante.

Na verdade quando diz que a Pascoa dos judeus é o pano de fundo teológico está a afirmar uma factualidade. Foi na Pascoa dos judeus, e a pascoa dos judeus é um dia concreto.

Mas eu não estou interessado no que os Evangelistas nos querem apresentar. Eu estou interessado no que Cristo nos quer apresentar. E isso só posso saber através do testemunho dos Evangelistas que tenho que ler como aquilo que Cristo nos quis apresentar e não o que eles entenderam subjectivamente o que Cristo nos quis apresentar.

Daí que o paralelismo entre a Ceia do Senhor e a Páscoa dos judeus leio como algo que partiu intencionalmente de Cristo e não algo que veio de uma ideia dos Evangelistas que nos querem apresentar.

Página actual: 6 de 12


Desculpe, apenas utilizadores registados podem escrever mensagens neste fórum.
Por favor, introduza a sua identificação no Fórum aqui.
Se ainda não se registou, visite a página de Registo.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.