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Re: RMA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 12:44

Caro pontosvista:

1. Dizes que a diferença entre as técnicas de PMA e os métodos tradicionais está na gestão do processo. Pois bem: aí está uma grande diferença! Agora vamos aos pormenores.

a) Dizes que [na reprodução normal] «o destino do embrião dependeu de quem o criou e o colocou numa situação de altíssimo risco». Ora bem, há uma enorme diferença, porque o destino não lhe é dado directamente por mim (não sou eu quem decido se vai ou não sobreviver). Pelo contrário, nas técnicas de PMA de que resultem embriões excedentários, sou responsável por cada fase do processo (um processo complexo, longo e acompanhado!) e decido segundo critérios (!) o que vale a pena ou não implantar ou congelar ou usar em investigação e/ou destruir. Se destruo intencionalmente um embrião excedentário, sou responsável por isso, pela sua morte directa. As duas situações são completamente diferentes!

b) Dizes depois que há a mesma intenção, a de fazer nascer um bebé. Mas esta intenção persegue um fim para o qual se usam meios questionáveis. E o que é questionável é a selecção/eliminação intencional no processo (e depois do processo!). Repito que esta selecção intencional não existe na reprodução normal (RN). A selecção a que a católicapraticante chamou natural, nada tem de natural! Ao contrário do que afirmas, RMA e RN não têm o mesmo método.


2. Contestas a minha afirmação de que nas técnicas RMA a morte dos embriões não se dá pelo princípio do duplo efeito. Ora bem, repito e justifico. Os embriões congelados que acabam por ser destruídos não morrem por duplo efeito! Note-se_ a sua destruição é posterior e intencional, uma acção voluntária de quem a executa. Provavelmente (numa leitura benévola) não se desejou ter embriões excedentários, mas eles apareceram. Poderia então considerar-se duplo efeito o aparecimento de embriões excedentários, mas nem este é um caso de duplo efeito, porque intencionalmente se inseminam vários ovócitos. Não haveria este problema se se inseminasse apenas um ovócito. Mas, claro, pela complexidade da técnica, pelo factor sorte, pelos custos, fertilizam-se vários ovócitos. O aparecimento de vários embriões resultantes de vários ovócitos não é um caso de duplo efeito! E se o aparecimento de embriões excedentários não é um caso de duplo efeito, menos ainda o é a sua destruição intencional. Certamente nem todos os embriões são destruídos intencionalmente, se considerarmos que durante o processo muitos embriões morrem independentemente da intenção do médico, mas são-no em grande número, quando se trata dos embriões excedentários.


3. O suposto critério único de viabilidade. Dizes que «Na RMA normal só são destruídos embriões para os quais se conclui que não se consegue que venham a ser transferidos para o útero. Quando se conclui que não se pode fazer nada de razoável para que esses embriões tenham uma possibilidade de se desenvolverem.» Isto não é exactamente assim. Sabemos muito bem que muitos embriões congelados que são destruídos poderiam perfeitamente ser implantados. Muitos deles são destruídos em experimentação. Os inumeráveis embriões excedentários acumulados em laboratórios acabarão por ser destruídos. Poderiam ser implantados ou implantados. Não o são. Acabarão por ser destruídos. Não é verdade que apenas se destroem os não viáveis. E, se fosse o caso, isto não deixaria de constituir um problema ético.


4. A minha referência à investigação em embriões será aqui «misturar alhos com bugalhos»? Evidentemente, não. Muitos dos embriões excedentários são destruídos na investigação e experimentação. [De vez em quando «transpiram» notícias sobre experiências mirabolantes em embriões, que desta forma são destruídos.]


5. De novo a intenção. Dizes: «A intenção é rigorosamente a mesma: fazer nascer uma criança. O que tu distingues é a possibilidade de alguém ter que tomar uma decisão sobre transferir um embrião e congelar outro. Ora isto parece-me ter mais a ver com uma concepção de que há coisas que as pessoas não podem decidir em caso algum. Contudo a bioética está cheia de situações em que é preciso decidir sobre a vida e a morte e nos hospitais tomam-se diariamente decisões deste género. Recusar uma técnica apenas porque há necessidade de tomar decisões sérias parece-me uma forma de fugir das responsabilidades.»

Comento: na RMA intenção global de fazer uma criança nascer inclui aqui muitos outros actos intencionais! E liga-se ao uso de determinados meios para se atingir um certo fim. A minha objecção não está na transferência de um embrião, mas no facto de que, seleccionado determinado embrião, os não seleccionados acabarão por ser destruídos, intencionalmente! Não esqueçamos que aqui a destruição não é um caso de duplo efeito (como já expliquei), nem involuntária. É, certamente, eufemisticamente, um «efeito colateral negativo», como diz o documento que a catolicapraticante citou, mas esse efeito colateral negativo acaba por resultar na destruição intencional dos embriões excedentários que não são implantados e que se acumulam nos laboratórios.

Depois argumentas que continuamente se tem que decidir sobre a vida e a morte. Sim, mas neste caso decide-se sobre algo de que somos totalmente responsáveis: criamos seres humanos para destruir ou conservar segundo os nossos «critérios»! É uma situação completamente diferente!


6. Dizes que os embriões excedentários são uma minoria em relação aos implantados. Não sei onde foste buscar tal informação. A que eu tenho é completamente diferente. De qualquer forma, o problema continua a ser o mesmo: há muitos embriões excedentários que acabam por ser intencionalmente destruídos. Até porque há quem se proponha a uma gravidez posterior, mas depois não o faz.


7. De novo, a questão do paralelismo com a natureza. Quando digo que é «um erro enorme tentar justificar a morte dos embriões com o que acontece na natureza», porque «o mesmo princípio aplicado a outras áreas pode levar às maiores barbaridades», defendes-te dizendo: «A questão não pode ser posta assim. Para nascer uma criança morrem vários embriões, qualquer que seja o método. De um modo há intervenção humana de um género (médica). De outro modo há intervenção humana de outro género (relações sexuais). No fundo o que censuras não é a morte de embriões mas a intervenção médica.»

Comento: A existência de embriões excedentários, muitos dos quais serão voluntariamente destruídos, invalida esse paralelismo. A natureza não cria embriões excedentários e não é sujeito moral. Por outro lado, é errada a formulação da tua frase quando dizes que «para nascer uma criança morrem vários embriões, qualquer que seja o método». Uma oração final! A morte dos embriões na RN não tem a finalidade de fazer nascer uma criança. Acontece, não por decisão humana. Os embriões excedentários destruídos não morrem para fazer nascer uma criança. São voluntariamente destruídos, normalmente muito depois da criança ter nascido.

Mais: ao contrário do que dizes, o que eu censuro é a destruição intencionada dos embriões excedentários, não uma qualquer intervenção médica. Enquanto humana e intencionada, a intervenção médica é passível de juízo ético, particularmente o acto de destruição intencional de embriões humanos excedentários. Ou seja, a acção médica pode ser justificável eticamente mas é eticamente ilícita quando nela se incluir a destruição voluntária de embriões humanos.


8. Quando digo que «não somos senhores da vida humana», respondes: «Isto é um modo de confirmares o que eu disse antes. Rejeitas a intervenção humana na questão do início da vida.» Se leres bem o que eu escrevi, verás que a tua afirmação é gratuita, porque eu escrevi que não vejo objecções à RMA (nisso o Magistério da Igreja é muito mais restrito) se dela não resultar a destruição de embriões. Escrevi isso mais do que uma vez!

Também respondi à questão daquilo a que chamas o amor ao embrião. A Igreja tem afirmado até à exaustão que o embrião deve ser respeitado com o respeito devido a uma pessoa humana. Também já escrevi que há aqui um importante elemento de proporcionalidade a ter em conta. Nem a Igreja pode pressionar ninguém a adoptar embriões. O primeiro passo a dar é evitar que se continue a criar e destruir intencionalmente embriões humanos.

Alef

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 14:55

Alef

Quando se começa uma FIV e se recoolhem os ovócitos tem que se tomar um adecisão: quantos fertilizar? Vamos supor que no máximo se transferem 3 para o útero.

Neste ponto podemos fertilizar no máximo 3 ovócitos. Não significa que se criem 3 embriões. O mais provável é criar-se só um embrião, que pode ou não desenvolver-se para ser transferido para o útero. A probabilidade de sucesso é muito baixa. Repetir o processo várias vezes aumenta as possibilidades de nascer uma criança mas há uma grande probabilidade de que a mulher ultrapasse a idade fértil sem engravidar. Todos os embriões criado terão morrido mas não tivemos que fazer escolhas.

Podemos optar por fertilizar um número de ovócitos que se saiba que produz em média 3 embriões. Umas vezes haverá 1 ou 2 e outras 4 ou 5 embriões. Neste momento transferem-se três embriões e sobram 2. Estes 2 não foram criados para serem destruídos. Foram criados, como os outros mas agora não é possível continuar o processo do seu desenvoolvimento. Se os deixarmos sem os tranferir e os alimentarmos eles acabarão por morrer por si próprios. Tivemos que escolher quais salvar (como quando há situações em que não é possível salvar toda a gente) mas não precisamos de matar nenhum. Poderás dizer que sabiámos que isso ia acontecer, mas nem isso é verdade. Quando fertilizamos muitos ovócitos apenas há uma probabilidade de que suceda uma situação de termos que escolher. Mas muitas actividades humanas são realizadas mesmo quando se sabe que podem acontecer determinados problemas que podem levar a uma necessidade de escolher quem vive.

A congelação surge aqui como um modo de evitar a morte imediata dos embriões excedentários. Como quando se mantém alguém ligado a uma máquina na esperança de que apareça um dador. Se ao fim de algum tempo não houver nenhuma hipótese real de manter vivo um embrião congelado ele pode ser retirado da congelação. Podes chamar a isso destruir ou podes dizer que deixas de usar um meio extraordinário (a criopreservação) para manter esses embriões vivos.

Enganas-te quando dizes que a natureza não cria embriões excedentários: ela cria-os e submete-os à roleta russa da nidação. Há aqui um notório processo de desperdício. O que a natureza não tem é a possibilidade de os congelar.

Um aspecto que me parece em geral mal colocado é quando se diz que a FIV é usada para tratar a infertilidade ou para dar um filho a um casal. Os principais beneficiários da FIV são os embriões, porque chegam a existir (quando caso contrário nem sequer existiriam) e sobretudo os embriões que chegam a nascer como crianças. Não se trata de agarrar em embriões pré-existentes e pô-los ao nosso serviço mas sim de pegar num casal e gerar embriões que vão em conjunto ver se conseguem que alguns dos embriões cheguem a ser crianças. Restringir a FIV limitando o número de embriões é apenas uma forma de dificultar o mais natural: o jogo da vida.

Quanto ao amor pelos embriões continuo a achar a tua resposta insuficiente. Eu não peço que ninguém seja obrigado a adoptar embriões. O que me chama a atenção é não ver ninguém que se ofereça para o fazer por amor. Bastava acolhê-los no útero durante nove meses e entregá-los para adopção. E chama-me também a atenção que a única prova de amor seja dizer que esses embriões não devem ser criados pelo risco de não chegarem a ter a possibilidade de nidarem. Resumindo, choca-me que perante uma realidade que a Igreja tenta impor como uma pessoa humana a Igreja destaque o "respeito" e a proibição, e não tenha nenhuma palavra de amor para com esses embriões. Ou será que lá bem no fundo têm consciência que chamar pessoa humana a um embrião é algo de largamente exagerado?

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 19:15

A CEP emitiu uma nota sobre a lei da PMA onde se lê:

Citação:
CEP
A moralidade das técnicas de PMA situa-se no quadro de apoio dado aos casais heterossexuais para vencerem as dificuldades sentidas na sua infertilidade.

Contudo uma das aplicações da PMA é a prevenção da transmissão da SIDA quando o homem é seropositivo e a mulher não: faz-se uma inseminação artificial (IA) com esperma lavado. Aqui não se trata de infertilidade.

Isto não levanta nenhum problema com embriões.

Contudo, já os proponentes do referendo da PMA apresentaram um projecto de lei que retirava a este casal a possibilidade de usarem a PMA para evitar a transmissão do VIH, embora dissessem que só alteravam o que decorria das três perguntas.

Agora são os senhores bispos a querer reduzir a PMA apenas à infertilidade. Que argumento profundo têm para proibir a este casal o recurso à IA para poderem ter um filho sem risco de transmissão do VIH? O mesmo que usariam para lhes dizer que não poderiam usar o preservativo? Que não se podem separar os significados unitivo e procriativo em nenhum acto? Mesmo que isso signifique abstinência perpétua ou contágio?

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 20:00

A mim parece-me algo mal cuidada a redacção deste documento. Por exemplo, quem não souber de antemão o que diz o Magistério, pode ficar sem perceber muito bem se a Igreja condena ou não a PMA homóloga (cfr. ponto 2). Diz o texto:
Citação:
«Isto restringe o âmbito da legitimidade moral da PMA à fecundação homóloga, ou seja, a que é fruto da junção de gâmetas do próprio casal. Para que essa ajuda médica à fecundidade do casal seja moralmente legítima, ela deve limitar-se a auxiliar a união sexual dos esposos a ser fecunda

Ora, aqui passa-se de «PMA» para «essa ajuda médica», sendo que «essa ajuda médica» já não significa exactamente o mesmo que «PMA homóloga», na medida em que se restringe muito o seu âmbito.

Habitualmente a PMA homóloga faz-se desligando a técnica do acto sexual. Aqui o que se pretende dizer é que só se pode fazer algo que seja uma espécie de complemento a uma união sexual (por exemplo, facilitar com uma espécie de catéter a chegada dos espermatozóides às trompas de falópio).

É nestas formulações que eu vejo algumas incongruências em alguns documentos. Por exemplo, argumenta-se por vezes que a PMA é ilícita porque implica que a obtenção de esperma se dá por masturbação e que não é permitido fazer um mal para obter um bem. Isto parece-me um fenomenismo questionável. Para «dar a volta» a volta a isto, alguns sugerem (é o que parece estar implícito no texto que citei, quando se diz que tal ajuda médica «deve limitar-se a auxiliar a união sexual dos esposos a ser fecunda») que a obtenção do esperma se faça imediatamente a seguir a uma relação sexual do casal, usando, por exemplo, um preservativo furado. A meu ver, este tipo de casuística é já enfermiço, que mistura o essencial com o secundário.

Curiosamente, não vejo que o documento condene claramente (taxativamente) a PMA homóloga, sendo que isso aparece claro noutros documentos. Aparentemente reduz o âmbito da PMA, mas para um campo que já não é aquele que se tem em conta na discussão médica mais habitual. Ou seja, creio que condena a PMA homóloga, mas numa redacção algo deficiente.

Fica claro, isso, sim, para além da condenação da PMA com fecundação heteróloga, que é inaceitável a produção de embriões excedentários. E aí diz que eles são consequência da fecundação fora do âmbito da relação sexual, seja ela homóloga ou heteróloga.

Alef

Re: RMA
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 21:58

Pontos de vista sabes que não é assim tao claro. Que quando um dos pais está infectado pelo virus do HIV quer o ovulo quer o espermatozoide pode trazer o virus. Não está provado ainda que o espermatozoide nao traz consigo o virus.

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 22:36

"
Citação:
Que quando um dos pais está infectado pelo virus do HIV quer o ovulo quer o espermatozoide pode trazer o virus. Não está provado ainda que o espermatozoide nao traz consigo o virus."


A ignorãncia sobre o tema é chocante.

a) Mesmo que uma mulher esteja infectada com HIV a transmissão do vírus nunca se faz através de um òvulo!!!


b) Se for o homem o progenitor infectado o vírus do HIV está no líquido seminal do homem e nunca no óvulo da Mulher .Sobre isso não há quaisquer dúvidas.
E está no líquido seminal e não nos espermatozóides com mobilidade. Qualquer manual do ensino básico explica a diferença.


2) É hoje possível e viável utilizar com toda a segurança os espermatozóides de um homem infectado com HIV após um tratamento específico de lavagem do esperma e técnicas de PMA, como a inseminação ou a fecundação in vitro.
Ou seja, ao contrário do que disse o Alef, a reprodução sem infecção por HIV só é possível usando a uma situação de PMA homóloga.
Ou seja, é hoje possível uma mulher ter um filho de um homem infectado com HIV sem que ela mesma seja infectada e sem que futura criança corra o risco de o vir a ser. Por contaminação materna, como é evidente.

Citação:
Alef
Ora, aqui passa-se de «PMA» para «essa ajuda médica», sendo que «essa ajuda médica» já não significa exactamente o mesmo que «PMA homóloga»,

Totalmente falso. ESta gravidez mais segura [b]só é possível através de técnicas Homólogas de PMA - FIV ou Inseminação intrauterina.



Editado 3 vezes. Última edição em 16/11/2006 22:41 por catolicapraticante.

Re: RMA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 22:41

Cara catolicapraticante:

Poderias explicar melhor o que eu disse?

Credo!

Alef

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 22:51

Alef:

Percebi o que escreveste. Deste a opinião contraditória e incongruente da igreja sobre o tema.

Para mim ajuda médica pode claramente significar um processo de
«PMA homóloga», como é o o caso em que o homem está infectado com HIV mas pode ser pai sem infectar a mulher através desta técnica associada à lavagem de esperma.


Parece-me claramente fazer o Bem ( nascimento de uma crinaça saudável)e evitar o mal ( contaminação da mulher e indirectamente de uma criança com uma doença incurável)



Editado 1 vezes. Última edição em 16/11/2006 22:53 por catolicapraticante.

Re: RMA
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 23:01

Mas a CP leu o que o alef disse? É que não faz o menor sentido, a sua resposta é disparatada.



Editado 1 vezes. Última edição em 16/11/2006 23:05 por camilo.

Re: RMA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 23:02

Catolicapraticante:

Tem lá paciência que to diga mais uma vez, mas é inaceitável o uso que fizeste do meu texto. Citaste mal, falseaste o que eu disse, inventaste coisas de que nunca falei, misturaste assuntos que nada têm a ver com o que eu disse.

Fiquei atónito.

A tua mensagem, no que diz respeito à referência ao que eu escrevi, acaba por ser uma salgalhada que não tem ponta por onde se lhe pegue. Acho isto muito grave.

Agora o que se te impunha não era simplesmente dizer que entendeste o que eu escrevi, mas que admitisses o erro e pedisses desculpa. Porque, se entendeste o que escrevi e escreves uma coisa que «mostra» completamente o contrário, isso denota má-fé, não sei se apenas para me colar a uma mensagem do Paulo em que o «apanhaste» em contrapé e lhe pudeste chamar ignorante. Acho isto muito reprovável. Desleal.

As reincidências começam a cansar-me demasiado.

Alef

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 23:12

????

1 - Citação minha:

Deste a opinião contraditória e incongruente da igreja sobre o tema.

Citei mal???

Vejamos:

1 - alef: "A mim parece-me algo mal cuidada a redacção deste documento. Por exemplo, quem não souber de antemão o que diz o Magistério, pode ficar sem perceber muito bem se a Igreja condena ou não a PMA homóloga (cfr. ponto "

(..)
Citação:
ALEF
Ora, aqui passa-se de «PMA» para «essa ajuda médica», sendo que «essa ajuda médica» já não significa exactamente o mesmo que «PMA homóloga», na medida em que se restringe muito o seu âmbito
. "
2 - "[Alef]Curiosamente, não vejo que o documento condene claramente (taxativamente) a PMA homóloga.

3 - "[Alef]É nestas formulações que eu vejo algumas incongruências em alguns documentos" ( da Igreja)


Já agora , se por acaso se alguém chamou ignorante ao paulo não fui só eu....;))



Editado 2 vezes. Última edição em 16/11/2006 23:17 por catolicapraticante.

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 23:18

Citação:
Alef
A mim parece-me algo mal cuidada a redacção deste documento. Por exemplo, quem não souber de antemão o que diz o Magistério, pode ficar sem perceber muito bem se a Igreja condena ou não a PMA homóloga (cfr. ponto 2).

Acho que lá no fundo os senhores bispos só condenam a PMA heteróloga e a PMA com embriões excedentários. Mas não podiam escrever isso porque a posição oficial é condenar quase tudo o que é PMA, incluindo a inseminação artificial (por causa da separação dos significados unitivo e procriativo num acto específico, cf. Humanae Vitae, e não por causa da masturbação, que é contornável). Assim saiu este documento estranho.

Continuo a achar também estranha a condenação da "doação" de embriões, sobretudo quando a seguir se sugere a adopção. Então um casal não poderia adoptar um embrião excedentário que de outro modo morreria?

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 23:19

Catolicapraticante:

E que tem isto a ver com o uso e enquadramento que lhe deste na mensagem que escreveste às 22:36?

Não vou gastar qualificativos. Apenas dizer que fico pasmado! Nem acredito! :-|

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 16/11/2006 23:19 por Alef.

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 23:20

A vitimização habitual?

Ou a discussão frontal de ideias?

Re: RMA
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de November de 2006 23:22

"
Citação:
CA
Acho que lá no fundo os senhores bispos só condenam a PMA heteróloga e a PMA com embriões excedentários"


Eu pessoalmente também acho.

Um processo de «PMA homóloga», como é o o caso em que o homem está infectado com HIV mas pode ser pai sem infectar a mulher através desta técnica associada à lavagem de esperma parece-me claramente fazer o Bem ( nascimento de uma crinaça saudável)e evitar o mal ( contaminação da mulher e indirectamente de uma criança com uma doença incurável)



Editado 1 vezes. Última edição em 16/11/2006 23:24 por catolicapraticante.

Re: RMA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 17 de November de 2006 00:07

Catolicapraticante:

Eu gosto de discutir ideias e não me furto a um bom debate. Mas torna-se impossível discutir ideias quando alguém (tu, neste caso) se dedica a boicotar e a distorcer as ideias dos demais. Uma das exigências fundamentais de um debate sereno é que quem fala se esforce por ser claro e por compreender o ponto de vista do interlocutor. A isto chamo lealdade.

Eu queixo-me da tua conduta neste aspecto. Não simplesmente por mim, mas porque essa tua atitude cansa e envenena um bom debate. Muitas outras pessoas se queixam do mesmo. Neste fórum e fora dele, como bem sabes.

É possível que tudo isto se deva a uma única razão: precipitação. O modo descuidado e apressado das tuas mensagens indicia isso. Mas é preciso ir treinando uma certa calma. Não publicar sem ter a certeza de que era aquilo que se queria publicar. Não hesitar em deixar a resposta para o dia seguinte, quando houver dúvidas sobre a conveniência de determinado «post».

O mais recente episódio neste mesmo tópico teve um «mérito». Era demasiado ridículo, ficando bem exposta a sua «malícia». Mas nem assim deste o braço a torcer.

Creio que consegues compreender o que eu quero dizer. Ainda tenho alguma esperança de que faças algo mais para cuidar o modo como lês e respondes.

E digo isto porque, contra o que possam pensar alguns, a tua presença no fórum é muitas vezes ocasião de debates muito frutíferos, quanto mais não seja porque provocas e obrigas a pensar. E o mal de muitos católicos é o recusar-se a pensar, habituados que estão à carneirada pia e devota. Simplesmente, deves reconhecer que às vezes exageras e então o desejado efeito positivo transforma-se no aparecimento de anti-corpos e alguma inimizade. É isto que temos que evitar.

Portanto, eu diria: mantém a tua inquietude no perguntar, mas cultiva a calma no ler e no responder. E todos ganharemos com isto. Porque não estamos aqui para nos massacrarmos; apenas para debater ideias. E podemos ser amigos mantendo ideias completamente distintas. Mas seria bom que não identificássemos demasiado depressa ideias com pessoas e menos ainda ideias contrárias com inimigos. Afinal, estamos todos no mesmo barco.

Desculpa esta nota que eu queria curtíssima, mas que cresceu e se tornou algo moralista agora para o fim. Tu saberás filtrar o estilo e colher o essencial.

Alef

Re: RMA
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 17 de November de 2006 00:08

Caro pontosvista:

Também partilho da tua «suspeita».

Uma nota mais. Não me parece totalmente estranho que se condene a doação de embriões e se aceite a adopção de embriões (embora eu não tenha visto isso no documento citado; fala-se de adopção de crianças).

E a razão é a seguinte: considera-se um mal a produção de embriões excedentários, mas, uma vez produzidos, eles merecem o respeito devido a uma pessoa humana (uso a terminologia habitual nos documentos eclesiais).

Analogamente, como já expliquei antes, a Igreja não considera aceitáveis as relações sexuais fora do matrimónio, mas reconhece igual dignidade para aqueles que nascem de tais situações, sendo que alguns até estão nos altares. Citando um exemplo português bem recente: a Beata Alexandrina de Balazar, que tantos devotos conservadores tem, era filha de mãe solteira.

Alef

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 17 de November de 2006 02:31

Alef

No documento condena-se a doação de embriões e louva-se a adopção de crianças.

Por doação de embriões entendo que se trata de um casal que cede embriões congelados de que dispõe. Mesmo quando só se fecunda o número de ovócito igual ao número de embriões a transferir, basta que a mãe apanhe uma gripe entre a FIV e a transferência de embriões para a transferência ter que ser adiada. Se depois disso algo se alterar na vida do casal (alteração da saúde da mãe, gravidez, etc.) o casal pode ficar sem a possibilidade de ter mais filhos. Se esse casal quiser dar os seus embriões a um casal infértil que se dispõe a recebê-los no útero e tentar que nasçam, está a fazer algo imoral à luz do documento da CEP? Seria preferível que deixassem morrer os embriões?

pontosvista

Re: RMA
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 17 de November de 2006 09:26

A doação que pode ser condenavel é aquela em que há recurso deliberado à criação propositada de embriões para que uma mulher de outro casal os implante.

Uma analogia. A adopção de crianças é um acto bom mas li em tempos que havia quem pagasse a mulheres (no caso concreto eram romenas) para engravidarem e "doarem" depois o recem-nascido ao casal que pagava pelo bebé. Pagar a uma mulher para gerar uma criança e depois vende-la não é um acto bom e é bastante analogo ao que se pode passar na RMA heterologa.

Re: RMA
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 17 de November de 2006 10:06

Camilo

Estou de acordo que comprar embriões é censurável. Mas a palavra "doação" é vasta demais para ser usada assim numa condenação moral sumária quando pode abranger algo tão razoável como a adopção de embriões.

pontosvista

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