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Re: A cidadania
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 29 de September de 2006 14:20
Camilo
Como assim: o filho já foi do pai, agora é só da mãe!
Re: A cidadania
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 29 de September de 2006 14:25
O direito à vida e até à saude já está previsto na lei actual.
quanto ao direito à mente é uma aberração. O aborto por problemas psicologicos provocados por uma gravidez abre as portas à aberração que existe em espanha. Só em casos rarissimos, a falar verdade só no caso de violação, me parece pertinente.
Quanto ao levar as mulheres a julgamentos independentemente das circunstancias o juiz já pode levar em conta as atenuantes quando estas existam.
Se com isto queres dizer que o assassinato do embrião devia ser permitido por motivos economicos isto parece-me um autentico horror. A pobreza não se combate com o assassinato dos mais pobres dos pobres, o mais indefeso dos indefesos, o ser humano por nascer. Portugal tem recursos suficientes para proporcionar condições minimas aos seus cidadãos. É melhor uma mãe sem recursos dar o seu filho por nascer para adopção que mata-lo. É inadmissivel que isso justifique o assassinato de um ser humano.
Re: A cidadania
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 29 de September de 2006 14:35
Camilo
O que acho aberrante, é haver relaçoes sexuais, onde não devia haver...
Re: A cidadania
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 29 de September de 2006 15:38
é a fraqueza humana. De uma forma ou doutra todos temos fraquezas.
Re: A cidadania
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 29 de September de 2006 22:36
Citação:Há algum direito que possa suplantar o direito à vida do ser humano por nascer? Há. O direito à vida e o direito ao corpo e à mente de quem já nasceu.
Citação:O que queres dizer com isto? Não sei se percebi bem. Quer dizer que o direito a viver só se aplica a quem já está cá fora?
Não. Vejamos um caso académico: uma criança na barriga da mãe não tem nenhum rim a funcionar. É possível um transplante. Sabe-se que há uma criança nascida com dois rins saudáveis e que é compatível. Se o direito à vida da criança por nascer suplantasse qualquer outro direito seria legítimo tirar um rim à criança que era dadora compatível, mesmo contra a vontade dos pais.
Antes de afirmarmos direitos absolutos temos que pensar até onde isso nos pode levar.
pontosvista
Re: A cidadania
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 29 de September de 2006 22:41
Citação:Quanto ao levar as mulheres a julgamentos independentemente das circunstancias o juiz já pode levar em conta as atenuantes quando estas existam.
Na prática uma mulher pode andar a arrastar um processo em tribunal durante dois ou três anos como aconteceu. Na minha opinião isso não é aceitável. Em termos políticos, não querer ver que isso é inaceitável para muitos portugueses pode levar-nos a uma lei irresponsável. Os julgamentos são o grande argumento dos defensores do aborto livre. Se o referendo liberalizar completamente o aborto, aqueles que recusaram a proposta do Prof. Freitas do Amaral (inverter o ónus da prova das atenuantes para evitar a maioria dos julgamentos, mas mantendo a criminalização) também serão responsáveis pelo resultado.
pontosvista
Re: A cidadania
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 00:43
Isso do arrastar de julgamentos pelos tribunais é apenas no que se refere ao aborto? Justifica isso que se legalize a morte de inocentes?
O aborto é algum crime de uma categoria especial de corrida para merecer tratamento diferenciado? Os outros crimes todos, muitos deles menos graves na minha opinião, também se arrastam anos a fio, por vezes mais do que os referidos 2 ou 3 anos. Será que também se devem retirar esses crimes do codigo penal porque todos os processos se arrastam?
No caso academico que referes aplica o mesmo criterio que se aplica em relação a qualquer outra pessoa já nascida. Mesmo que alguem precise de um rim e outro tenha um rim compativel o potencial dador não é obrigado a dá-lo. No entanto o caso de risco grave para a saude tambem já está previsto na lei actual.
Re: A cidadania
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 00:56
Citação:No caso academico que referes aplica o mesmo criterio que se aplica em relação a qualquer outra pessoa já nascida. Mesmo que alguem precise de um rim e outro tenha um rim compativel o potencial dador não é obrigado a dá-lo. No entanto o caso de risco grave para a saude tambem já está previsto na lei actual.
Reconheces então que há direitos que se sobrepõem ao direito à vida do ser humano por nascer?
Qualquer gravidez tem um potencial risco grave para a saúde da mãe, mesmo quando nada o faz prever. O corpo da mulher sofre profundas modificações e não se sabe como estará no fim. Tal como não se pode obrigar uma pessoa a dar sangue à força ou a dar um rim à força, há que pensar duas vezes antes de decretar que a opinião da mulher sobre uma gravidez no seu corpo é irrelevante.
pontosvista
Re: A cidadania
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 01:19
Uma gravidez nao é uma doença. O aborto não é o antibiotico. Uma gravidez não é pertença da mulher porque nao faz o filho sozinha.
A vida humana é um valor absoluto sim.
Ha quem queira dizer o contrario.... mas nao creio.
Re: A cidadania
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 01:28
Paulo
Uma gravidez não é uma doença mas é um risco acrescido para a vida.
O aborto não é um antibiótico, mas ninguém aqui falou de infecções bacterianas.
A gravidez não é pertença da mulher mas a mulher também não é pertença do feto, não é pertença da gravidez, não é pertença do pai da criança nem é pertença do Estado.
Achas que se justifica tirar à força um rim de uma criança saudável para o transplantar para outra que precisa dele para viver?
pontosvista
Re: A cidadania
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 01:45
Só por demagogia se pode afirmar que qualquer gravidez tem um potencial risco grave para a saúde da mãe.
Para os casos em que isso realmente acontece existe uma comissão medica que pela lei actual permite o aborto.
Querer alargar a permissão de aborto alegando que toda a gravidez representa um potencial risco grave é aberrante. O risco é baixo para as gravidezes comuns e entre esse risco baixo e o direito à vida do ser humano por nascer dar o direito a matar é inaceitavel para mim.
comparação por comparação. Um homem está na sua quinta, por exemplo um agricultor em tras-os-montes. Alguem entra sem pedir permissão. Essa pessoas pode representar uma ameaça grave. Pois pode mas a lei não preve que possas assassinar que entrar no teu terreno. O mais provavel é que vá apenas perguntar alguma coisa e não te vá ferir.
Re: A cidadania
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 01:50
Um mergulhador mergulha no mar. Está lá por baixo e ficou um homem cá em cima a bombear-lhe oxigenio.
O homem que está cá em cima, tem a pele muito clara, apanha um escaldão. Pode até apanhar cancro da pele.
Acaso tem o direito de largar a bomba e ir para a cabine?
Bem sei que o homem que está lá em baixo vai morrer asfixiado mas o que está cá em cima tem um risco "grave" de apanhar um problema de saude.
haja dó.
O pequeno risco de uma gravidez normal não justifica que se dê arbitrariamente o direito de matar um ser humano.
Re: A cidadania
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 02:07
Citação:Só por demagogia se pode afirmar que qualquer gravidez tem um potencial risco grave para a saúde da mãe.
Só por ignorância se pode afirmar o contrário. Sugiro a parte VII (capítulos 42 a 54) da obra "Medicina Materno Fetal" de Luís Mendes da Graça e colabs., 2.ª edição em 2 vols., Lidel, 2000, intitulada "Patologia Materna - Perspectiva Obstétrica".
Citação:Para os casos em que isso realmente acontece existe uma comissão medica que pela lei actual permite o aborto.
Como muitos riscos existem e são imprevisíveis o Camilo acaba a defender o aborto livre com base nessa lei.
Citação:Querer alargar a permissão de aborto alegando que toda a gravidez representa um potencial risco grave é aberrante. O risco é baixo para as gravidezes comuns e entre esse risco baixo e o direito à vida do ser humano por nascer dar o direito a matar é inaceitavel para mim.
Grande confusão. Eu não quero alargar a permissão do aborto mas sim mostrar que o direito do não nascido à vida não se sobrepõe sempre a outros direitos como o direito à integridade física.
Citação:comparação por comparação. Um homem está na sua quinta, por exemplo um agricultor em tras-os-montes. Alguem entra sem pedir permissão. Essa pessoas pode representar uma ameaça grave. Pois pode mas a lei não preve que possas assassinar que entrar no teu terreno. O mais provavel é que vá apenas perguntar alguma coisa e não te vá ferir.
Camilo: onde foi buscar a ideia de que para uma mulher o seu corpo é como um terreno agrícola onde qualquer um pode entrar descuidadamente para oerguntar qualquer coisa? Comparação mais aproximada seria o Camilo acordar no seu apartamento onde adormeceu sozinho e encontrar um estranho.
pontosvista
Editado 1 vezes. Última edição em 30/09/2006 02:11 por pontosvista.
Re: A cidadania
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 02:15
Citação:O pequeno risco de uma gravidez normal não justifica que se dê arbitrariamente o direito de matar um ser humano.
Pode alguém ser obrigado a dar um rim para salvar outro? Pode alguém ser obrigado a dar sangue para salvar outro? Pode alguém ser obrigado a trabalhos forçados para salvar outro?
pontosvista
Re: A cidadania
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 10:27
Por acaso parece-me muito bem que alguém seja obrigado a dar sangue se tal for necessario para salvar uma vida.
o risco de dar sangue é baixo.
De qualquer modo as tuas comparações têm um erro. A lei não obriga nenhuma mulher a fazer um tratamento para salvar o filho por nascer. Na comparação que fazes ocorre uma morte por não se tomar uma acção.
No aborto ocorre uma morte porque se tomou uma acção.
Mas mesmo assim, a lei preve que possas ser obrigado a correr riscos e a ter trabalhos para salvar uma vida senão podes ser acusado por homicidio por negligencia. Dei um exemplo acima, o do mergulhador.
Estranhas a comparação que fiz com o terreno de um lavrador aonde supostamente se pode entrar livremente. Se o terreno estiver vedado não pode, é uma entrada ilicita. Mas a ilicitude não te permite abater o invasor. Além disso no caso do aborto fora o caso de violação não se pode dizer que seja uma surpresa ocorrer uma gravidez.
A gravidez pode acarretar riscos graves mas a sua probabilidade é muito baixa. Daí existir uma comissão medica que autoriza o aborto em caso de risco de vida ou risco grave para a saude da mãe. Para isso não é precisa qualquer alteração da lei.
Editado 1 vezes. Última edição em 30/09/2006 11:27 por camilo.
Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 21:20
Fiquei admirada com tantas mensagens. E que vi? Vi que alguém desviou o tema. Teve a varinha mágica para alterar o que estava a ser tratado...
Vou explicar: às 23H 50m de 28/9/06 enviei neste tópico aspectos relacionados com cidadania. Referia-se à intervenção dos leigos, de uma forma especial, nas questões éticas. No dia 29/9/06 às 5h 01 m apareceu a intervenção do pontosvista. Falava do texto mas desviava-o...
Vou fazer uma comparação: havia um rio (cidadania) e nesse rio foi colocado um barquito (questões éticas, leigos a movimentarem-se pela defesa da vida--D. Policarpo apresentava esse caminho) quem conduzia o barquito queria neste tópico acentuar certos aspectos que escreveu a negrito...por outro lado fez perguntas...mas eis que chega alguém (o pontosvista ) que desvia o leito do rio...De certo o barco ficou encalhado, o curso tinha sido repentinamente alterado...o barquito não contava com isso...
Mas o que aconteceu é que se mudou o tema. Quem interveio teve que seguir pelo novo leito do rio. O objectivo tinha sido conseguido.
Por considerar que é importante que o rio volte onde estava...vou tentar fazê-lo.
Nesse caso , como não tenho ferramentas adequadas: nem martelo, nem picareta, nem esquadro, nem foice, nem compasso, nem luvas brancas, nem qualquer espécie de material adequado... tomei uma decisão: Colocar exactamente o mesmo texto (penso que, neste caso em que houve desvio, não é incorrecto fazê-lo (se o for que o fórum me diga.
Aqui vai exactamente o texto de "8/9/06 e o desejo de debatê-lo na perspectiva da cidadania (tema do tópico):
Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 28 de Setembro de 2006 23:50
As questões éticas são, em minha opinião, um dos grandes campos onde se exerce a cidadania.
Vejam o que disse D. José Policarpo e que vem recolhido num texto da Agência Ecclesia de 27/9/06 e depois vamos debater, O.K?
Aqui vai o texto:
"> Condenação do aborto depende de questões éticas fundamentais
O Cardeal-Patriarca de Lisboa falou ontem sobre um eventual novo referendo sobre o aborto, para dizer que esta é uma questão de "ética fundamental" e não "eclesiástica".
"O aborto é uma questão de ética fundamental, de direitos humanos. Gostaríamos muito que fossem os leigos, os país e mães de família, os médicos, os homens de ciência a liderar a campanha pelo «não»", indicou, em encontro com jornalistas.
Deixando claro que "a doutrina da Igreja sobre o respeito pela vida não mudou, nem mudará", D. José Policarpo espera que a campanha seja um tempo para "grande esclarecimento das consciências".
Assim, lamentou que a discussão esteja condicionada por algumas confusões, como a de limitar a questão a um problema religioso ou um direito da mulher. "Há uma questão básica, que é saber em que medida pode o Estado apoiar uma coisa que é de ética fundamental", disse o Cardeal-Patriarca, questionando como é que o Estado "consegue fixar o momento em que um indivíduo é cidadão com direitos".
"Porquê as 10 semanas, as 18, as 16?", perguntou.
O "drama do aborto clandestino" continua a preocupar a Igreja, mas para D. José Policarpo "não se pode resolver um problema criando outro, sobretudo no caso de um cidadão gerado por cidadãos nacionais que não é sujeito de direitos, liberdades e garantias".
Este problema não é "religioso" e o Patriarca de Lisboa lamenta que se olhe para a "Igreja Católica como o outro lado da barricada. Infelizmente, o outro lado da barricada é o povo português", concluiu.
A proposta para um novo referendo à despenalização do aborto será apresentada no Parlamento pelo PS, a 19 de Outubro."
Nota: o negrito é meu.
Os leigos têm ou não um papel importante? Podem ficar indiferentes ou apáticos?
Qual a vossa opinião?
(limitei-me a copy/paste )
O barquito pode continuar o seu caminho , pois que o rio já não está desviado.
O fazer este copy/paste foi para facilitar a vida a todos aqueles que querem seguir o barquito e a mensagem que ele trás
Re: A cidadania
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 23:03
Camilo
Reconheces que há direitos que se sobrepõem ao direito à vida do ser humano por nascer?
Maria José
Como podes ver pela pergunta acima, o Camilo e eu somos leigos a discutir questões de ética fundamental, de direitos humanos. Não era isso que D. José Policarpo queria?
Não estamos de acordo quanto às leis do aborto? Isso é normal quando as pessoas pensam nos assuntos. Isso é exercer a cidadania de modo livre e responsável.
Em contrapartida, seguir a opinião da hierarquia e tentar justificá-la sem pensar nela a fundo, é uma forma de exercício da cidadania que me parece muito pobre.
Infelizmente a hierarquia só se lembra dos leigos quando espera que dêem voz às suas posições, quaisquer que elas sejam.
pontosvista
Re: A cidadania
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 23:20
reconheço que em casos graves de saude ou risco de vida da mãe, em casos de malformação do feto muito grave que coloque em risco a sua sobrevivencia o direito de vida da mãe se sobrepoe ao do feto. Mas esses casos já estão previstos na lei actual.
Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 23:21
Pontosvista
Não é por a hierarquia dizer que eu vou fazer. Os cidadãos actuam de acordo com as suas convicções e não a mando deste ou daquele...
A tua resposta de agora nada tem a ver com o que tu fizeste. Não concordas comigo? Desviaste o leito do rio sem justificar a razão de o fazer, não achas?
Estamos a discutir e vamos à discussão... sobre o assunto...não sobre o Cardeal mandar fazer isto ou aquilo. Eu até acho que ele não mandou fazer. Ele reconhece o papel dos leigos, a sua autonomia.
Peço-te: não desvies outra vez o rio...se estamos em cidadania...vamos continuar aqui...
Re: A cidadania
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 30 de September de 2006 23:27
Maria José
As discussões são livres. Se não gostas do rumo do rio é normal que o digas. Mas não te reconheço autoridade para me dizeres o que devo ou fazer com as mensagens. Se receberes dos moderadores do fórum a autoridade para eliminar as mensagens que achas que desviam o rio poderás censurar à vontade. Até lá vou continuar a escrever o que entender adequado.
pontosvista
Desculpe, apenas utilizadores registados podem escrever mensagens neste fórum. Por favor, introduza a sua identificação no Fórum aqui. Se ainda não se registou, visite a página de Registo.
Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.
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