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Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 11 de April de 2007 19:18

Acho que tem interesse colocar aqui o comunicado de Juntos Pela VidaPor isso aqui vai:


APENAS UMA MENSAGEM DE BOAS INTENÇÕES???


Decidiu o Senhor Presidente da República promulgar a Lei 19/X, enviando uma mensagem à Assembleia da República.

Vimos declarar o seguinte:



A lei emanada da Assembleia da República em consequência do referendo ao aborto no passado dia 11 de Fevereiro defrauda todos os portugueses, os que votaram e os que o não fizeram: aqueles que se abstiveram e que, por qualquer razão, se coibiram da pronúncia sobre a alteração da lei do aborto; aqueles que votaram NÃO, mas sobretudo os que optaram pelo voto SIM, confiantes numa lei equilibrada, que salvaguardasse alguns dos valores civilizacionais que geraram consenso durante a campanha eleitoral, como sejam o direito à vida do bebé por nascer e o acompanhamento das mulheres, nomeadamente a apresentação de alternativas, decorrentes da certeza de que é sempre preferível para todos os intervenientes o apoio e a ajuda para que a mulher possa levar a sua gravidez por diante.


Na mensagem enviada à A.R., sublinha todas as razões da campanha cívica do NÃO: não obstante os condicionalismos políticos no resultado referendário, como sejam a elevada abstenção e o facto de que apenas 25% dos portugueses se pronunciaram claramente pela alteração da lei, não podem os titulares do poder regulamentar olvidar que:
a) Há diversos interesses a ter em conta no processo que agora se avizinha, sendo o PR muito claro quanto à necessidade de informação abrangente para poder a mulher proceder ao "consentimento informado" – visionamento de ecografia, informação sobre os métodos abortivos e as consequências reais do aborto na sua saúde física e psíquica.

b) O papel do profissionais de saúde, nomeadamente dos médicos, para que não sejam excluídos da decisão, podendo ser agentes fundamentais da dissuasão da dramática decisão pelo aborto; frisa ainda a incongruência da decisão legislativa quanto à exclusão dos objectores de consciência, que deverão de facto ter um papel preponderante nas unidades de saúde que pratiquem abortos.

c) As políticas de natalidade e de apoio à maternidade são agora, mais que nunca, uma urgência na nossa sociedade, para que a vida intra-uterina possa ver o baluarte do direito à vida como uma realidade e não como letra morta. Relembramos a Petição Mais Vida Mais Família com cerca de 217 mil subscritores que jaz no Parlamento desde Março de 2004.



Não deixamos porém de criticar a decisão do Presidente da República: é lamentável que a democracia deva deixar-se esmagar por manobras ideológicas, deixando a pouco e pouco que se eliminem diante dos nossos olhos os valores fundamentais que foram e são bandeira da génese da própria sociedade democrática.
Esta decisiva mensagem poderá ser também ela letra morta no quadro legislativo, sem qualquer obrigação vinculativa.

Face à magnitude dos problemas levantados pelo PR não basta apenas enviar uma mensagem de boas intenções que, na prática, não tem qualquer eficácia prática.



Esta lei é má, é uma falsa solução para os problemas que, como sempre dissemos, persistirão: o aborto deve ser combatido nas suas causas porque, como diz o Senhor Presidente da República, "é um mal social a prevenir" e não a proclamar!



Cá estaremos, mais uma vez, quando virmos acontecer em Portugal o que por toda a Europa se tem tornado nítido: o aumento do número de abortos, as vidas das nossas mulheres feridas pela chaga do aborto e um Portugal sem filhos.



Juntos Pela Vida Associação

Lisboa, 10 de Abril de 2007

Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de April de 2007 11:31

"a incongruência da decisão legislativa quanto à exclusão dos objectores de consciência, que deverão de facto ter um papel preponderante nas unidades de saúde que pratiquem abortos"...

COMO?

SE são objectores, como podem ter esse papel preponderante?
Haja coerência e um bocadinho de bom senso.

católica praticante

Re: A cidadania
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 12 de April de 2007 11:42

Para fazer uma decisão não se deve ouvir as duas partes?

Afinal quer se acabar com o aborto ou não?

Haja coerência e um bocadinho de bom senso.

Em comunhão

Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de April de 2007 13:25

Fazer uma informação correcta Não é nenhum julgamento da decisão das mulheres.

Não compete aos médicos julgar nem decidir pelos outros.

O consentimento informado é diferente de fazer lavagens ao cérebro.

Se um médico se recusa a fazer aborto, quaisquer que sejam as circunstãncias ( alegando que é objector de consciência) obviamente que deve ser afastado desse trabalho/serviço.Vir exigir que esteja lá é completamente absurdo e até indigno.
E defender que isso é uma questão de coerência e sensatez ainda mais...

( Trata-se de uma lei aprovada com elevado consenso social e político, após um referendo com resultados claros e que nem o presidente da república vetou ou suscitou uma possível inconstitucionalidade... Ainda bem.)

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 12/04/2007 13:26 por catolicapraticante.

A cidadania
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 12 de April de 2007 14:59

Em democracia, até as minorias tem que ser ouvidas. Fala-se no igualdade de direitos das mulheres, de acesso ao casamento e aos seus benefícios por parte de pessoas do mesmo sexo, oportunidades de trabalho para deficientes mas quando chega a parte de ouvir aqueles que pensam diferente de nós já vimos com leis aprovadas com consenso social e histórias do estilo.

Penso que os objectores de consciencia estão a surgir perante a nova lei, por isso não é perante qualquer que seja a situação.

Depois não compete ao médico julgar, mas deve ser competência do médico informar o que se passa na realidade. Concordo com a ecografia, com a informação das alternativas ao aborto e as possíveis consequências ao nível físico ou psicológico.

Qual é o conceito de lavagem ao cérebro que queres utilizar? Pode ser aquele em que diz que fazer um aborto é uma coisa normal na vida?

Se é uma incoerência um médico que é contra ao aborto participar no processo de decisão, será que é absurdo também estar lá um que é a favor? Acho que vamos ter que arranjar médicos abstencionistas.

Pedir que este médicos se ausentem deste assunto é tão absurdo como dizer que só homens celibatários podem conduzir a Igreja.

Em comunhão

Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 13 de April de 2007 21:29

Uma coisa nada tem a ver com outra. mas enfim, quem defende o absurdo...

católica praticante

Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 14 de April de 2007 23:10

Mais uma achega. Vem no D.N. de 14/4/07

Aqui vai:
"A vida humana é quase inviolável

João Miranda
Investigador em biotecnologia
jmirandadn@gmail.com

A Constituição da República Portuguesa no seu artigo 24 diz expressamente que "a vida humana é inviolável". Trata-se de uma ideia sensata se pensarmos em questões como a pena de morte ou o infanticídio. No entanto, o artigo 24 poderá revelar-se um empecilho ao avanço da civilização no caso do aborto a pedido da mulher até às dez semanas. É que quando se diz que a vida humana é inviolável pretende-se com isso dizer precisamente que a vida humana é inviolável. Não se pretende dizer que é violável até às dez semanas.

Um feto com menos de dez semanas encontra-se inegavelmente vivo. Aliás, creio que o problema é precisamente esse. É por estar vivo que se coloca a hipótese de aborto por vontade da mulher até às dez semanas. E um feto é humano. Por incrível que possa parecer, tem um genoma idêntico ao de um ser humano adulto. É inegavelmente um Homo sapiens sapiens. Não adianta desconversar, alegando que um feto não tem as características necessárias para que possa ser considerado uma pessoa, porque a Constituição não protege apenas a vida das pessoas, protege a vida humana, mesmo as vidas humanas que não têm consciência ou não sentem dor.

Felizmente, o sr. Presidente da República teve a sensatez de não enviar a nova Lei do Aborto para o Tribunal Constitucional. Tal seria extremamente cruel para os juízes do Tribunal, os quais, para não colocar em causa a vontade popular expressa em referendo, teriam que se contorcer para mostrar que, apesar das aparências em contrário, o feto não está vivo nem é humano.

Mas se calhar não precisariam de chegar a tanto. Como se sabe, o constitucionalismo é bem mais do que uma ciência exacta. É duas ciências exactas, uma de esquerda e outra de direita. É possível encontrar pareceres, escritos por doutos constitucionalistas, irrepreensivelmente sustentados, a defender qualquer ideia, desde que vá de encontro às preferências políticas do seu autor.

Esta tarefa encontra-se facilitada, porque a nossa Constituição é a mais avançada do mundo. Nela está consagrado tudo e o seu contrário. Por isso não devemos subestimar as nuances da ciência constitucional. Um constitucionalista mais astuto pode sempre contornar a questão da vida humana do feto, alegando que a lei do aborto é a melhor forma de manter a vida humana inviolável. Contraditório? Só para mentes pouco sofisticadas. Um constitucionalista astuto argumentaria que, dado que vivemos num mundo imperfeito em que se praticam abortos todos os dias, a melhor forma de preservar a vida humana é através da institucionalização da eliminação do feto, de preferência se a prática não tiver custos para quem aborta, isto é, se for realizada em hospitais públicos e se for subsidiada pelo dinheiro dos contribuintes."


Ainda bem que as opiniões são expressas. Apresento, como sabem, textos que estão de acordo com o que penso

Re: A cidadania
Escrito por: Todeto (IP registado)
Data: 26 de April de 2007 14:58

A cambada do sim a morte nao quer acabar com o aborto. Basta ver os argumentos. Querem andar na farra e depois matam os filhos!

Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 26 de April de 2007 17:09

Todeto

O modo como escreves parece manifestar que não sabes actuar como um cidadão...nota-se em diferentes tópicos

Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 26 de April de 2007 17:17

Mais um exercício da cidadania

Manifestar o que se sente com a incongruência e mentira...

No Público de 26/4/07


"A (falta de) originalidade de Cavaco
26.04.2007, Pedro Vassalo


Também ele vai ficar na história. Talvez mude de ideias "quando o levarem a ele". Talvez. Mas talvez seja tarde de mais



O projecto do BE associado, mais uma vez, ao PS sobre a utilização de restos de abortos para a investigação científica não pode espantar ninguém. Nos debates que antecederam o referendo ao aborto, e lembro especialmente um Prós e Contras, essa hipótese foi levantada pelos defensores do "não".

Na altura, foram, naturalmente, acusados de usar um argumentário tenebroso, de imaginar um mundo de ficção que só existe em mentes tortuosas, de deitar mão a imagens fantasmagóricas e por aí fora.

Pois bem, ora aí está o tal futuro de ficção que só existia na cabeça de alguns: os restos de humanos, por nascer, e cujos pais não os querem, vão ser usados em investigação científica.

Nada disto espanta, nem surpreende, porque tudo isto era demasiado previsível. Há dias, na SIC, um spot de promoção afirmava, tendo por fundo imagens terríveis da II Guerra Mundial, que é importante lembrar o passado, porque todos aqueles crimes podem voltar a acontecer. O slogan não é exactamente este, mas o sentido é semelhante.

E, de facto, há demasiadas atrocidades, causadas pelo Homem ao próprio Homem, aceites e sufragadas por vastas maiorias. Basta recuar uns 60 anos e ler a história da Europa. Aliás, por sinal, a mesma Europa que se recomenda ao mundo como campeã dos direitos e da liberdade. A este propósito, um amigo lembrou-me um texto de Brecht que explica a cegueira:

"Ao princípio, levaram os comunistas, mas não me importei porque não era nada comigo; em seguida, foram os operários, mas não me afectou porque não sou operário; depois prenderam os sindicalistas, mas não me incomodou porque não sou sindicalista; chegou a vez dos padres, mas não me incomodou porque não religioso; agora levaram-me e quando percebi... já era tarde de mais."

Não espanta a decisão do referendo do dia 11 de Fevereiro. Há séculos que a crueldade se renova. Mas surpreende outro facto. O que se sabe, em números redondos, é que um em quatro eleitores votou na alteração da lei. Resulta da matemática que os remanescentes três (em quatro) eleitores ou não queriam mudar a lei, ou não se interessaram. Seja como for, dificilmente se poderá falar numa maioria significativa. Seria, aliás, uma boa altura para os promotores do "sim" explicarem o slogan "abstenção é votar "não"". A ideia só os compromete a eles.
Como era esperado, o parlamento votou a alteração da lei. Mas há, como se sabe, constitucionalistas de renome que defendem que essa mudança fere a Constituição.


Esperava-se, por isso, e naturalmente, que a Presidência, no mínimo, indagasse sobre a legalidade da lei. Mas não. O Presidente preferiu optar pelo incompreensível. Assinou-a sem questionar e tratou de lembrar, propor, sugerir (escolham), uma série de alterações. Aconteceu o previsível: o Governo mandou às malvas a missiva presidencial, explicou-lhe que era tarde para ter opinião, que a decisão estava tomada e lembrou que o Presidente ou vetava o diploma ou o enviava para o Tribunal Constitucional. Sem mais!

Custa perceber como o professor Cavaco Silva, avisado e prudente, se deixou enredar em tal trama. Resta uma hipótese, plausível, politicamente correcta e até astuta: o Presidente quer agradar a gregos e a troianos: dizer aos que votaram "não" que até nem concorda com a lei e aos que votaram "sim" que até a assinou. Admito que seja a jogada política mais correcta. Tem o pequeno problema de não ser original. Lembro-me de um governante que fez o mesmo, por um caso menor na altura, mas que, hoje em dia, dois mil anos depois, ainda se fala disso.
Parece-me que Cavaco Silva também vai ficar na história. Talvez mude de ideias "quando o levarem a ele". Talvez. Mas também talvez seja tarde de mais, como descobriu Brecht.

Activista do "não" "

Nota: parágrafos e negrito são meus

Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de May de 2007 16:59

Antes havia os militantes, agora há os activistas.
Já nem o Cavaco escapa.
Que esperavam? Que o Presidente da República portuguesa fosse Contra a lei e a constituição que jurou defender?
È o vale tudo, neste frenesim extremista?

católica praticante

Re: A cidadania
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 01 de May de 2007 18:53

CP

Uff...já pensava que estivesses doente:( Ou foste às cerejas lá para aqueles lados? :-)

Bjs

Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de May de 2007 19:58

Olá Rita!
Fui a outro lado mas não fui ás cerejas... Abraços.

católica praticante

Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 15 de May de 2007 15:59

Mais um exercício de cidadania. Analisar o que nos rodeia...

Não sei se leram ... é de 7/5/07 do D.N.

Aqui vai:

"ACIMA DE TUDO NÃO ESTRAGAR


O Estado tem funções essenciais na sociedade. Para as cumprir deveria ter
como regra suprema o velho princípio médico do juramento de Hipócrates:
Primum non nocere, acima de tudo não prejudicar.

Há 200 anos, insultar o rei dava severo castigo, mas o assassino de um
escravo ficava impune. Era uma época bárbara sem respeito pelos direitos
humanos. Hoje, uma mãe mata o filho aos dois meses de gestação com apoio do
Estado (Lei n.º 16/2007 de 17 de Abril), mas será exemplarmente castigada se
fumar um cigarro num bar (proposta de lei n.º 119/x). Aliás, mais castigada
que se fumasse droga. Temos de abandonar a ideia de que a lei melhorou.

Não melhorou mas aumentou. A justiça antiga só actuava em crimes cometidos e
danos causados. A lista de delitos e penas era discutível, mas limitada.
Hoje a lei mete-se em tudo na nossa vida, não para corrigir injustiças, mas
para ensinar como viver. As autoridades nacionais e europeias estatuem os
mais pequenos detalhes da existência. Nada existe sem regulamentação. O
Estado deixou de ser justo para ficar bisbilhoteiro.

O futuro desprezará o tempo que deixou a vida e a liberdade nas mãos de
miríades de burocratas, funcionários, inspectores, ministros, polícias e
juízes. Técnicos que, pela sua acção, geram muitas vezes mais estragos e
custos que qualquer benefício que julguem atingir. O défice mostra-o bem.
Mas o défice é o menos.

O pior é que, na ânsia regulamentar, a lei passou a castigar quem não faz
mal nenhum. A polícia multa por conduzir sem cinto de segurança ou sem
seguro, penaliza quem faltar à medicina no trabalho. A lei interessa-se por
materiais de construção, formas de brinquedos, peso de mochilas escolares.
No restaurante, onde não se fuma mas ainda se come, a lista de requisitos e
regras abstrusas enche volumes pesadíssimos. Tudo com penas agravadas. O
mundo diz-se mais evoluído, mas é mais espartilhado, quadriculado, entupido.

Não admira que o tema recorrente nos jornais seja a incapacidade das
autoridades, da Ota e TGV à corrupção e desleixo. Os funcionários são os
primeiros a denunciar os disparates dos seus serviços. A fúria legista gera
os crimes mais bizarros cometidos, não por malfeitores, mas pelas
autoridades pretendendo melhorar a nossa vida.

Esta afirmação parece severa, mas é evidente. Quando inspectores inutilizam
toneladas de comida, que sabem em bom estado, porque o acondicionamento não
era regular, cometem pecado que brada aos céus. Um exemplo recente mostra
como até se minam as bases da nossa identidade nacional.

A escola, antes de tudo, ensina a ler e escrever. Por isso os custos de
mudar a gramática lectiva são esmagadores, com benefícios vagos. Os
linguistas, como todos os cientistas, são inovadores, polémicos, puristas. É
natural que as teorias abundem, evoluam, se entrechoquem. Mas quando o
Ministério da Educação intervém, a interessante discussão de especialistas
passa a gravíssimo atentado à língua e cultura.

A Portaria n.º 1488/2004 de 24 de Dezembro revogou a anterior gramática
(Nomenclatura Gramatical Portuguesa da Portaria n.º 22 664 de 28 de Abril de
1967), adoptando, "a título de experiência pedagógica, a Terminologia
Linguística para os Ensinos Básico e Secundário". Agora, como a experiência
correu mal, vai proceder-se, "até Janeiro de 2009, à revisão dos programas
das disciplinas de Língua Portuguesa" e "ficam suspensos, até 2010, os
processos de adopção de novos manuais das disciplinas de Língua Portuguesa
dos 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade" (Portaria n.º 476/2007 de
18 de Abril).

A antiga gramática está revogada e a nova vai ser revista. Quem aprendeu,
afinal não sabe nada. Quem quer aprender, não sabe o quê. Ninguém se
entende. E o assunto é "só" a língua materna. Se existisse uma conspiração
deliberada para destruir as bases da nossa educação, progresso e unidade
nacionais, o efeito não seria pior. O facto de isto ser causado, não por
terroristas, mas pela arrogância e incompetência de funcionários, não é
desculpa. Estão na prisão muitos por muito menos.

João César das Neves"

Que acham do ponto de vista deste economista? (rima e é verdade...)

Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 05 de June de 2007 23:49

Mais um exercício da cidadania

Chegou-me hoje a notícia.

"Acaba de nascer, em Braga, a Associação In Familia, com o objectivo de promover a defesa da vida e da família, tendo como referência a Doutrina da Igreja. (Esta Associação é o resultado mais imediato do trabalho desenvolvido pelo Movimento «Minho Com Vida», na campanha do referendo sobre o aborto).

No próximo dia 16 de Junho, a Associação dá publicamente início à sua actividade, promovendo a I Convenção pela Vida e pela Família. Esta convenção terá lugar em Braga, no Auditório do Centro Diocesano de Pastoral."

Re: A cidadania
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 06 de June de 2007 01:05

Ola a todos
Com o risco de me repetir, visto que tenho o dito em varios topicos do Forum, sou Catolico, Catequista e Socialista. Não se assustem votei não no referendo da Ivg...
Cidadania é um termo muito lato, pode incluir muita coisa, convosco gostaria de pensar o referendo, peço desculpa se ja foi levantada esta questão mas com tanta informação as vezes uma pessoa espalh-se, que fazer com o instrumento mais representativo da vontade popular, quando cerca de 60% dos eleitore não aparece para manisfestar a opinião e nos cafés, empregos e demais locais sociais gostam de opinar sobre tudo e principalmente contra tudo?
parece-vos esgotado este modelo?
Saúdo com agrado os vários movimentos pela vida, ao contrario do que nos acusam somos os unicos que não assobiamos para o lado e damos respostas concretas a este flagelo.

Cumprimentos

Sérgio Lopes

Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 07 de June de 2007 07:18

Olhe que não, olhe que não.

católica praticante

Re: A cidadania
Escrito por: lopessergio (IP registado)
Data: 08 de June de 2007 00:41

Ola
Cp não mpercebi?!!!!!!????

Cumprimentos

Sérgio Lopes

Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 04 de July de 2007 23:28

E aqui temos, em minha opinião, mais um caso do exercício da cidadania:

No Jornal Público

Aqui vai:

"Deputados levam lei do aborto ao Tribunal Constitucional

29.06.2007, Leonete Botelho

Um grupo de cerca de três dezenas de deputados do PS, PSD e CDS-PP vai pedir a apreciação sucessiva da constitucionalidade da lei da despenalização da interrupção voluntária da gravidez e da portaria que a regulamenta, apurou o PÚBLICO.
Entre os subscritores do pedido contam-se Teresa Venda e Matilde Sousa Franco (PS), José Paulo Carvalho e Hélder Amaral (CDS-PP) e Zita Seabra, Rosário Águas, Miguel Frasquilho, Helena Lopes da Costa, Henrique de Freitas, Hugo Velosa, Rui Gomes da Silva e Luís Montenegro (PSD).
Isilda Pegado, presidente da Federação Portuguesa pela Vida - estrutura que tem trabalhado pelo "não" ao aborto, mesmo depois do referendo -, frisa quatro aspectos essenciais para fundamentar o pedido.
"São postas em causa as bases que levaram à aprovação da lei, sobretudo a existência de um quórum vinculativo no referendo de 11 de Fevereiro e a falta de acolhimento das recomendações de Cavaco Silva em relação à lei." Entre estas, destaca as dúvidas sobre a forma legal escolhida pelo Governo para regulamentar a lei, uma vez que a publicação em portaria impossibilita o controlo posterior pela Assembleia da República e pelo próprio Presidente da República.

Outro aspecto prende-se com o regime de objecção de consciência fixado na lei. De acordo com o pedido de fiscalização, este estatuto "parece lesar a dignidade dos médicos, ao consagrar um tratamento discriminatório" destes profissionais. "A portaria sujeita o médico objector de consciência a encontrar, ele próprio, uma solução para a prossecução daquele aborto, o que é uma violência sobre os médicos", considera Isilda Pegado.

"Ninguém imagina que um objector de consciência à guerra tenha de encontrar alguém que faça a guerra por si", considera.

Por último, a responsável frisa a falta de respeito pelo acórdão do Tribunal Constitucional de 2006, em que foi aprovada a pergunta ao referendo.
"O acórdão determina que devem ser compatibilizados os direitos da mulher com os direitos do seu filho, mas o que a lei fez foi fazer vingar apenas o da mulher."


Mais Vida Mais Família "

Nota:o negrito e sublinhados meus

Utilizei o negrito para destacar aspectos que considero muito pertinentes

Re: A cidadania
Escrito por: (IP registado)
Data: 05 de July de 2007 10:46

Sobre o ponto de vista do César das Neves, concordo que falta bom senso. E muitas vezes o resultado de tanta burocracia é que se perde o mais importante e que há muito desperdício.

Quanto à lei, no geral, ter melhorado, parece-me claro. JCN pode dizer que não, mas discordo. A sua ideia de "menos lei é melhor lei" incentiva a lei do mais forte. Manda quem pode.

Por outro lado, também acho que o Estado se mete demais na vida das pessoas. Mas sou a favor do uso obrigatório dos cintos de segurança, com a ida obrigatória à medicina no trabalho, com o controlar da segurança de brinquedos ou o peso das mochilas escolares. É que se JCN está à espera que exista auto-regulação ou que o próprio mercado premeie as empresas responsáveis, acho que acredita numa utopia liberal irrealista.

É preciso ter bom senso. O estado não nos pode obrigar a andar saudáveis. Mas pode promover comportamentos saudáveis, até porque a falta de saúde pagamo-la todos.

O problema está exactamente na falta de bom senso.

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