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A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 24 de January de 2006 23:15
Penso que todos aqueles que têm aptidão para a política devem participar nela de um modo muito activo pois o cristianismo influencia toda a vida, toda a sociedade.
Não é por se ser cristão que se vai, ou não, para a política.
A política é algo nobre, digno. Os cristãos a exemplo de Cristo devem viver a vida em plenitude. Os cristãos cooperam no bem comum.
O cristão não é "o encolhido" que deixa que os outros decidam por ele, que se conforma com o que se passa à sua volta e aguenta.... Não!!! O cristão leva Cristo a todos os ambientes.
Todos somos, de algum modo, políticos. Os cristãos são pessoas coerentes e, por isso, cada qual de acordo com as suas capacidades e gostos actua na política a seu modo.
Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 24 de January de 2006 23:29
SEm dúvida, cara Maria José!
Aliás, tudo é política, e os nosso comportamentos do dia a dia, enquanto cidadãos e cristãos, determinam o curso da história...
Por isso mesmo não nos devemos demitir das nosas responsabilidades. Como eleitores, por exemplo. Como Munícipes, como consumidores ou prestadores de serviços...
Como Pessoas...
Re: A cidadania
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 25 de January de 2006 13:13
depende, eu acho que não devo pertencer a nenhum partido.
Distribuindo as ajudas aos pobres na minha paroquia se pertencesse a algum partido julgariam que eu estava a instrumentalizar essa acção por motivos politco-partidarios.
Acho que na minha posição não deve fazer politica partidaria nem nenhuma outra que possa causar divisão. Mantendo-me longe dos conflitos politicos (os de nivel local são muitas vezes os mais acirrados) posso ajudar melhor as pessoas, contribuir para a sua união e não para a sua divisão.
Parece-me que o exercicio de certas acções na vida da igreja não é muito conciliavel com a acção politico-partidaria. Mesmo para leigos como eu.
A participação politica não se esgota nos partidos mas estes em Portugal dominam de tal forma que me parece que a restante participação politica é insipiente.
Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 25 de January de 2006 13:46
Camilo:
Eu pessoalmente também não estou inscrita em nenhum partido político e não me reconheço integralmente em nenhum deles.
O que não quer dizer que defenda a abstenção em questões políticas essenciais como as escolhas de orgãos de soberania ou as escolhas de projectos políticos para o meu país, através de eleições democráticas.
Tenho aliás a consciência de que votar, mais do que um direito é um dever a que um católico está vinculado.
Mas a participação política e cívica pode e deve assumir muitas formas numa Democracia participativa, que não apenas o voto.
Os habituais discursos populistas de "demonização" actividade política e dos próprios partidos políticos enquanto espaços de cidadania parecem-se pouco... democráticos.
Re: A cidadania
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 25 de January de 2006 20:26
para mim estar na politica é como estar no movimento associativo, uma forma de estar, em sociedade civil. Uma forma critica, activa, participativa e responsável de integrar a sociedade.
Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 26 de January de 2006 19:02
Vou-vos contar uma coisa: iniciei a cidadania sem saber que o estava a fazer.
Imaginem, isto de ser ignorante num dado forum levou-me a escrever este tema, mas pensava estar a entrar nos "cristãos na política precisam-se". Não sabia como iniciar um debate.
Imaginam o que me aconteceu quando vi o tema indicado e iniciado por mim?
Assustei-me!!!
Agora estou divertida, pois penso que podemos debater a cidadania.
É tão importante.
Tem tantas vertentes.
Estou de acordo com as intervenções feitas por vocês. Não é preciso estar inscrito num partido, mas se o estivermos também é bom (eu gosto de poder intervir aí, a nível partidário) . Cada qual faz o que entende.
Viva a liberdade!!!
Re: A cidadania
Escrito por: Zé (IP registado)
Data: 28 de January de 2006 11:26
Maria José Ribeiro, porque decidiste exercer a tua cidadania num partido? Na tua opinião, estar num partido amplia ou reduz a tua capacidade de melhorar o mundo em que estamos? (sei que a questão não é de simples resposta, mas parece-me fundamental)
Por outro lado, não tens de por vezes apoiar ideias com as quais não te identificas a 100%, por virem num "pacote" onde estão aquelas com que concordas?
Não estou a provocar, mas mesmo a querer saber. :)
Re: A cidadania
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 28 de January de 2006 12:02
Caros Zé e Maria José (e demais participantes deste fórum),
Acho que o mínimo que o cristão deve fazer são duas coisas:
- Nas eleições, escolher bem o seu candidato, baseado no seu perfil, principalmente em relação à moral cristã.
- Permanentemente ficar atento às votações no Congresso que tratem de temas importantes (p. ex. aborto), participando de forma ativa (p. ex. abaixo-assinados, e-mails, manifestações), de forma a sensibilizar a classe política.
Além disso, se a pessoa percebe que tem algum dom que o move à política, então que se filie e participe do processo democrático. Políticos genuinamente católicos são raros hoje em dia.
Um grande abraço.
Re: A cidadania
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 28 de January de 2006 15:02
Caro Fausto
Porque é que é importante a existência de partidos genuinamente católicos? Não seria mais importante a existência de partidos genuinamente cristãos? E se os cristãos estiverem devidamente filiados nas mais diversas ideologias partidárias? Qual a diferença? Em qual destas variáveis há um maior beneficio para o bem comum?
Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 29 de January de 2006 00:09
Zé Escreveu:
-------------------------------------------------------
> Maria José Ribeiro, porque decidiste exercer a tua
> cidadania num partido? Na tua opinião, estar num
> partido amplia ou reduz a tua capacidade de
> melhorar o mundo em que estamos? (sei que a
> questão não é de simples resposta, mas parece-me
> fundamental)
>
> Por outro lado, não tens de por vezes apoiar
> ideias com as quais não te identificas a 100%, por
> virem num "pacote" onde estão aquelas com que
> concordas?
>
> Não estou a provocar, mas mesmo a querer saber. :)
Olá Zé. acho que a falar é que a gente se entende.
Eu penso que a cidadania deve ser exercida sempre e em todos os lugares. Não é algo de que se deva prescindir. É um direito e um dever.
Sabes o Tony e o Fausto já te responderam algumas coisas , que subscrevo. Obrigada Tony e Fausto, pois vocês já me deram uma ajudinha.
Hoje vou-te responder apenas à 1ª questão que colocaste, pois se o fizer a mais cansas-te tu e canso-me eu e quem ler isto... Talvez só na 3ª F te consiga responder às outras perguntas. Não sei se amanhã te consigo escrever , pois tenho trabalhos para fazer para 2ª F e não te esqueças que amanhã é Domingo... e tenho certos deveres ( lembro-te e lembro-me do "Dia do Senhor").
Sabes pertenço a um partido porque gosto, foi uma opção que fiz, mas acho que isso não é, de modo algum, fundamental. Não acho que quem está inscrito é melhor ou pior cidadão.
O mundo não melhora, necessariamente, por se estar num partido mas eu acho que termos um lugar onde podemos dizer o que pensamos é bom. Penso que o facto de pertencer nunca piora o mundo. Pesadas as coisas decidi-me pela militância num partido, pois acho que é um modo de poder intervir mais activamente.
Sabes eu acho que os partidos não são só para alguns. São para quem quer. É evidente que quem desempenha certas funções, é bom que não pertença a nenhum, para que não haja confusões, o Camilo já nos falou disso.
Os militantes de um partido devem tomar posição aí, e explicar aos seus colegas a sua posição . Quantos não defendem certas opiniões, por falta de reflexão, por a opinião pública ir nesse sentido.. .
Continuo a dizer "não somos os encolhidos" que deixamos que os outros decidam por nós. Não e não!!! de dentro das instituições pode-se fazer algo. De fora aparecem as leis já impostas, nalguns casos.
Lembra-te da Constituição Europeia e de estar lá escrito as raízes cristâs da Europa
( que não deixaram que aparecesse--era um facto histórico, não era misturar política e religião). Qual a razão pela qual isso aconteceu.? Tu sabes bem que há lobbies que querem banir o Cristianismo da nossa sociedade. E tantas coisas mais.
Pensa no papel desempenhado pelas pessoas a nível partidário. Que valores existem? os dos "auto-denominados intelectuais" que parecem ser os donos do nosso mundo e nós os pobres ignorantes, sem cabeça. Eles pensam que pensam por nós. Querem fazê-lo mas não podemos deixar que isso aconteça!!!
Acho que respodi à 1º questão. Falta o resto...
Adeus. Bom domingo a todos.
Re: A cidadania
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 29 de January de 2006 02:18
De nada, Maria José, espero contribuir sempre neste fórum.
Tony, creio que houve um engano, você entendeu "partido" onde eu disse "político".
Mesmo porquê não conheço aqui no Brasil nenhum partido integralmente católico.
Tony, veja que cristão e católico são termos que podem representar realidades diferentes.
Inicialmente, vamos às definições: catolicismo é a religião, cristianismo engloba também as seitas protestantes (me perdoe se esta definição não é exata ou é simplificadora, parto dela para o nosso diálogo).
Assim, uma verdade absoluta (dogma) oferecida pela Igreja que o político católico defenda, não necessariamente poderia ser apoiada por todos os políticos cristãos (como existem tantas seitas protestantes, é natural que também existam numerosos pontos de vista.)
---x---
Quanto a misturar política e religião, oras, eu como eleitor não tenho dúvidas: voto no candidato que mais se afine à moral católica (evitei usar o termo cristão pelo motivo exposto acima). Não nos esqueçamos que muitos outros grupos que apoiam o aborto, a pesquisa com células tronco embrionárias, etc., estão sempre querendo se aproveitar do silêncio ou ignorância da maioria. E volta e meia usam este argumento que política não se mistura com religião. Ah, mas não hein...
Re: A cidadania
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 11:42
Sobre este tema, a última encíclica do Papa Bento XVI é duma clareza sem precendentes e contarraia uma pouco uma visão do catolicismo como "activismo político", que parece perpassar nas afirmações do Fausto.
Começa por referir o lema de Jesus " Dai a César o que é de Cèsar e a Deus o que é de DEus".Com uma clareza rigorosa, refere o Papa que não compete á Igreja, enquanto instituição, interferir na área da política ou querer substituir-se ao Estado na suas tarefas específicas de organização da vida social , da Justiça ou mesmo da Liberdade e paz.
Quanato á sugestão do Fausto, a ser seguida à letra, não é possível de seguir como critério de escolha de voto, pelo menos em Portugal.
È que não existe um único partido político, com assento paralmentar que defenda oa aborto em si smesmo, enquanto um bem social.
Mas, se se refere às causas da exclusão da ilicitude do aborto, em situações concretas - ou seja estar de acordo com o aborto, melhor dizendo, de acordo em que há situações em que o aborto não deve ser penalizadao - TODOS os partidos políticos com assento parlamentar concordam com isso. TODOS.
OU seja nenhum partido político quer proibir completamente o aborto.
Quanto ás características morais dos candidatos, penso que os eleitotes têm sempre isso em conta.
Mas estas características morais não dependem do seu estatuto religioso ou do seu grau daCatolicidade ( pois todos sabemos a hipocrisia que muitas vezes se esconde por trás disso) .
O que está em causa são as suas qualidadades enquanto Cidadãos - as características de Honestidade , Competência e capacidade para servir os interesses nacionais...
Mas, face á intervenção do Fausto, fiquei com uma dúvida . Referiu-se a um partido político português integralmente católico.. Como não sei o que isso quer dizer, fiquei na dúvida... Qual será?
Re: A cidadania
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 16:11
Catolicapraticante, eu me referi à participação ativa dos leigos católicos e não dos corpo eclesiástico, que não fere portanto o que você transcreveu - "não compete à Igreja, enquanto instituição".
Já em relação a escolha do candidato, concordo que devemos peneirar bastante, uma vez que não existem opções 100% católicas. O mesmo vale para os partidos.
Em relação ao "partido político português integralmente católico", isto na verdade foi um engano na mensagem da Maria José Ribeiro - reveja as mensagens anteriores. Peço que desconsidere este trecho.
Re: A cidadania
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 23:15
heloooo.... é "A Tony" e não "o tony"!
;-)
Re: A cidadania
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 00:52
Algumas notas soltas.
Maria José Ribeiro,
Pessoalmente, sempre defendi publicamente as minhas posições sobre a política. No tempo da Faculdade também cheguei a fazer parte da Associação de Estudantes até que percebi que não remávamos todos para o mesmo lado. Existem "agendas" algo escondidas, e sinto que é isso que se passa na actual política partidária. Por esse motivo, continuarei como até aqui sem fazer parte de qualquer partido político. Não terei qualquer problema em participar, pontualmente, neste ou naquele movimento cívico, mas não como partido político.
Não crítico quem o faz. Aliás, é bom que alguém o faça para tornar as coisas um pouco mais organizadas.
Fausto,
Não costumo investigar quantas vezes um político vai à missa para saber se devo votar nele ou não. No passado, discordei fortemente de algumas medidas económicas que o então Ministro das Finanças português tomou e ninguém questiona a sua catolicidade. Aliás, talvez nunca tenhamos tido um Ministro das Finanças tão católico (o que é isto possa significar).
Para mim, um político católico não é apenas aquele que está contra o aborto. Em Portugal, nenhum político defende a doutrina da Igreja em termos de aborto. Por acaso existe um partido, mas também defende o fim da imigração, e outras coisas muito pouco cristãs.
«A Deus o que é de Deus, a César o que é de César» e por isso, não tenho qualquer problema em votar num político mesmo que seja ateu desde que políticas as que defende sejam para o bem comum de toda a sociedade (e não por um pequeno grupo de bem afortunados da sociedade).
Apenas uma nota: o Catolicismo não é uma Religião, mas sim o Cristianismo. A Igreja Católica (Romana) faz parte do Cristianismo como a Igreja Ortodoxa (Grega), Igrejas Cristãs da Reforma (Protestantes) e outras Igrejas. Como já disse no ponto do Ecumenismo, os pontos de vista católicos, são cristãos. Ao nível da Doutrina e Teologia (com possível aplicação política) as questões são inexistentes, aquelas em que Católicos e Cristãos não-católicos iriam discordar. Hoje, até na Liberdade Religiosa os Católicos estão de acordo, por exemplo.
Estou-me a lembrar por exemplo ao uso da força em caso de guerra. Embora o Papa tenha defendido sempre o caminho da Paz e do Diálogo com o Iraque, vi muitos católicos a apoiar a invasão do Iraque. Por exemplo, fico estupefacto como é capaz de existirem sites que se dizem católicos e, recentemente, terem defendido o NÃO no referendo para o desarmamento no Brasil, sobretudo quando a Conferência Nacional de Bispos Brasileiros defendia o SIM ao desarmamento.
Diz-me tu Fausto, és a favor ou contra o desarmamento no Brasil?
Luís Gonzaga
Re: A cidadania
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 19:42
Luís Gonzaga, não quero mudar o rumo desta discussão, mas já que você perguntou...
Estava eu assistindo o filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson. Era o momento da entrega de Jesus por Judas. De repente, um dos discípulos fere o servo do Sumo Sacerdote à espada, cortando sua orelha. Que diz então Jesus a Simão Pedro? "Coloca a espada na bainha".
Porque não disse Jesus: "Joga fora a espada" ?
Ou melhor ainda, porque permitia Jesus que algum discípulo portasse espada? (Mesmo porque era desnecessária, os anjos poderiam defender Jesus se ele quisesse...)
Termino citando Santo Tomás de Aquino (veja no catecismo, parágrafos 2263-2267):
Se alguém, para se defender, usar de violência mais do que o necessário, o seu ato será ilícito. Mas se a violência for repelida com medida, será lícito... E não é necessário para a salvação omitir este ato de comedida proteção, para evitar matar o outro; porque antes da de outrem, se está obrigado a cuidar da própria vida.
Re: A cidadania
Escrito por: Zé (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 20:07
Bom, já que estamos com esse tipo de argumentos, vou ser mauzinho e mostrar como cada um leva a brasa para a sua sardinha com muita facilidade. :)
Fausto, conheces o episódio em que um centurião pediu a Cristo que lhe curasse o criado? Pois para se referir ao doente S. Mateu usa a palavra "pais", o que leva a pensar que se tratava do filho. Quer dizer jovem. S. Lucas usa a palavra "doulos", que quer dizer criado. Depois usa a palavra "entimos", que quer dizer que era muito querido. Que tipo de relação teria o centurião com um jovem que lhe era muito querido, mas a que mesmo assim S. Lucas se refere como "doulos"? Há uma probabilidade bastante grande de que se tratasse do amante jovem do centurião.
Partindo dessa hipótese, que conclusão se retira de Cristo o ter curado? Porque não disse Jesus "arrependei-vos e ide deixai-vos de relações anti-natura?".
Termino citando Cristo: "Amai-vos uns aos outros".
(hehehe, às vezes sou tão sacana... mas o raciocínio não é mais forçado que o último...)
Re: A cidadania
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 31 de January de 2006 21:30
Caro Fausto,
Como sabes, a espada servia também para se defenderem de outros perigos que não simplesmente humanos, mas assim já respondeste à minha pergunta: és contra o desarmamento.
O que é curioso é que ninguém refere que Jesus Cristo cumpriu verdadeiramente o mandamento "Não Matarás", e preferiu Ele próprio morrer a ter que matar alguém em legítima defesa.
Para mim, matar é sempre ilícito e será sempre contra o Quinto Mandamento, mesmo que seja em legítima defesa. Mesmo que seja o pior criminoso do mundo. Só a Deus compete tirar a vida humana.
Sei que é uma interpretação diferente daquela que a Igreja Católica faz, mas acredito que um dia a Igreja fará uma interpretação mais pacifista.
Luís Gonzaga
Re: A cidadania
Escrito por: João (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 03:23
Luis Gonzaga Escreveu:
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> O que é curioso é que ninguém refere que Jesus
> Cristo cumpriu verdadeiramente o mandamento "Não
> Matarás", e preferiu Ele próprio morrer a ter que
> matar alguém em legítima defesa.
Sim, mas não esqueçamos que Jesus era o Filho de Deus (e também Deus) e que era suposto morrer pelos nosso pecados. Concordo e identifico-me plenamente com a filosofia de não-violência pregada por Cristo, mas creio que em determinadas situações limites em que «ou és tu ou é ele» deve ser lícito ao Cristão matar em defesa legítima. Aliás, a sobrevivência é um instinto básico e tem uma razão de ser, como é óbvio.
Quanto à intervenção política, eu pessoalmente tenho estado afastado e desiludido há muito com a nossa política e com os nossos políticos. Vivemos numa partidocracia em que pouco se pode fazer de verdadeiramente relevante fora dos partidos em termos políticos (saúde-se, com as devidas reservas, a candidatura de Manuel Alegre nestas Presidenciais).
Creio, porém, que seria óptimo ver mais cristãos (católicos ou não) activos na nossa política, com ideiais cristãos. O CDS é supostamente um partido cristão, mas defende políticas pouco consentâneas com o esse espírito.
Quanto à intervenção social, especialmente em áreas relativas à caridade, estou completa e abertamente a favor. A caridade faz parte e deve ser uma obrigação de todos nós. A cidadania cristã deve-se pautar, sobretudo, por um trabalho de caridade relevante, pacificador e unificante da sociedade.
Re: A cidadania
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 01 de February de 2006 23:02
Fiquei preocupada quando o Luís Gonzaga referindo-te às pessoas que estão na política escreve e passo a citar: " Não critico quem o faz"
Mas será algo de criticável? (entenda-se crítica negativa)
Fiquei com receio que essa frase que lhe escapou, (penso que saiu sem o querer, pois logo até diz que é bom), resulta da experiência, menos boa, que teve na A. E.
O pior é que há pessoas com ideais nobres, com aptidão para fazer um bom trabalho na actividade partidária, e que não o fazem por preconceito contra a política, por terem percebido que nem tudo era claro...
Será que esses factos as levam a esquecer que, também, aí estão a contribuir para o bem comum? Não terão uma atitude semelhante àquela "do tal" que enterrou o talento?
Isto é muito sério. Somos nós que, muitas vezes, temos uma atitude passiva... os outros...sim, os outros... e eu?
Cada pessoa no seu sítio e nem todos temos que fazer o mesmo. Mas vamos dar valor àqueles que com ideais nobres lutam, no campo partidário, pelo bem da sociedade.
Acho que devemos dar-lhes os parabéns.
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