Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Ir para a página: Anterior12345678910Próximo
Página actual: 5 de 10
Re: Crucifixos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 17:01

Mas Camilo...

esse é o ponto da questão: a gestão de recursos... não porque a Igreja tenha uma máquina de fazer dinheiro: mas porque tem de os canalizar para onde esse dinheiro é mais necessário... Não é verdade que se a Igreja quisesse ir para um bairro social cairia o Carmo e a Trindade. Pelo contrário: A Igreja está já na maioria dos bairros sociais, mesmo se não com escolas, mas com AtLs e outras obras sociais. E são os professores os primeiros a confessar que as suas escolas públicas nesses bairros têm imensos problemas... quando o dizem não o fazem por causa de si ou dos alunos: dizem-no porque o meio onde elas estão inseridas muitas vezes não permite muito mais à maioria das pessoas. A escola salesiana de manique, por exemplo, eu sei que também tem problemas devido ao meio onde está inserida. Mas olha que os professores são mesmo os primeiros muitas vezes a quererem mudar...

O que se passa é que não é função da Igreja como instituição promover um melhor ensino, junto de pessoas que podem pagar qualquer tipo de ensino, mas precisamente junto de quem não pode ter um bom ensino. Não sei como nem em que moldes, mas a Igreja, os Institutos e as Congregações têm de apostar naquilo para que a sua vocação mais aponta: a opção preferencial pelos mais pobres. O argumento não pode nunca ser: "como não há dinheiro para apostar nos bairros pobres, porque eles não podem pagar propinas, vamos dar aulas junto daqueles que podem pagar". Porque em última instância esse argumento servia para todos os serviços não estritamente religiosos prestados pela Igreja, ao nível da saúde, do apoio à família, aos idosos, etc, etc...

A Igreja tem, isso sim, de perceber onde está Cristo hoje em dia: no Domingo de Cristo-Rei, Jesus mostra no Evangelho onde Ele próprio está... o pior é que parece que, pelo teu argumento, a Igreja não tem dinheiro para ir ter com ele nesses lugares. É preciso naturalmente racionalizar recursos e apostar no que mais falta faz. Claro que não sou lírico... mas se falta dinheiro... quer dizer que deixamos Cristo junto dos mais pobres e vamos nós para onde é possível ganhá-lo? Dou-te um exemplo externo: quanto pensas que custou o outdoor (ou lá como se chamava) com a imagem de NSenhora de Fátima no Marquês durante o Congresso da Nova Evangelização? Era assim tão necessário? Outro exemplo: para quê uma nova catedral em Lisboa, se a Sé raras vezes enche? Não é verdade que falte dinheiro à Igreja, que tem todas as semanas uma excelente fonte de rendimento nos ofertórios e nos santuários (e nem é preciso ir a Fátima)... se no século XIX investiu tanto no ensino em bairros degradados, não me parece que isso fosse hoje assim tão mais dificil, com isenções e reduções de impostos, leis de mecenato, etc. Repara: não digo que os colégios católicos para os ricos devam fechar: o que´digo é que precisamos reflectir sobre a sua real função religiosa e social no âmbito do cristianismo.
A propósito, a formação cristã que lá fazem é pouco mais de que é possível ter numa Igreja, na catequese, ou com EMRC nas escolas públicas. Nunca me apercebi assim de uma vertente reigiosa tão centuada na pedagogia desses católicos. A não ser nos da Fomento, onde há uma enorme insistência no aspecto religioso, com aulas de religião muito duras, mas sobretudo no decorar do oracional, na piedade popular e no cumprimento de uma série de orações diárias.

O que é preciso é não esquecer onde está Cristo. Se calhar sou lírico... mas não tem o Cristianismo tanto de lirismo?

Abraço fraterno

Miguel



Editado 1 vezes. Última edição em 02/12/2005 17:03 por rmcf.

Re: Crucifixos
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 18:09

Miguel

Olha que aqui os professores preferem leccionar nas escolas de bairros mais pobres. Nos bairros onde habitam gente como advogados, doutores, engenheiros, são reguilas e exigem muito dos professores. Pensam que os professores na escola têm de fazer de professor, de pai e de Mãe.

Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 18:18

ao nivel da actividade solidaria há mecanismos que permitem criar estruturas sustentaveis. Existem acordos com o estado que prevem quanto recebem por utente, muitas vezes têm mais utentes não apoiados mas isso é porque conseguem fazer uma boa gestão.

Creio que a nivel do ensino esses mecanismos não existem. Se existissem então cairia mesmo o carmo e a trindade entre os anticlericais porque poderiam começar a ser formadas escolas com projecto educativos cristãos em muitos mais lugares, entrando em concorrencia com as escolas publicas.

No seculo XIX o estado financiava a igreja. Os ofertorios em muitas paroquias mal dão para pagar as despesas de limpeza e conservação da igreja. Na minha por exemplo, os ofertorios não dão. Se não fosse uma caixa de esmolas a igreja-edificio dava prejuizo e não conseguiria pagar as suas despesas apenas com as esmolas dos ofertorios. Despesas que incluiem um pequeno salario ao sacristão, despesas de limpeza, luz e mais algumas despesas ocasionais.
Fatima dá lucro mas quanto? 1 a 2 milhões de contos por ano? o estaod gasta mil contos por ano por aluno. Fatima conseguiria sustentar 1000 a 2000 alunos por ano. Existem centenas de milhares de alunos no ensino obrigatorio. É uma gota de agua.
Creio que não existem mecanismos legais que garantam sustentabilidade a alguem que decida criar um colegio privado para crianças pobres.

A nova sé tem sido mais uma ideia da camara que da diocese.

A formação cristã que lá fazem é muito melhor que numa escola publica normal. 2 aulas em lugar de uma, com mais material de apoio, mais condições, as aulas não são atiradas para um extremo do horario muitas vezes separadas das outras por varias horas. As festas liturgicas são vividas de forma muito mais viva e intensa.

Re: Crucifixos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 19:07

Sendo assim, mesmo estando Cristo precismante naqueles que mais necessitam, a Igreja deve preferir fazer colégios para ricos, porque não tem dinheiro para ir fazer escolas junto daqueles que reflectem de forma particular a própria imagem de Cristo?

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 19:32

A igreja prefere fazer colégios para ricos por causa do lucro . mAIS NADA.



Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 20:38

aqueles que não têm nenhum acordo com o estado tem de ter propinas elevadas o que não significa que tenham lucro, tem pelo menos de ser autosuficientes.

Os que têm acordos com o estado são para as pessoas das redondezas, sejam elas ricas ou pobres. Eu conheço algumas pessoas que vivem quase na miseria e têm os filhos em colegios particulas.

Re: Crucifixos
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 20:58

Não é nada disso, é que para por crucifixos em todas as classes de aula, comprar terços e Bíblia e formar professores católicos custa dinheiro. Aqui pelo menos os professores católicos além de tirarem um curso superior ainda têm de tirar um curso de religião. Já perguntaram se no ensino católico o número de alunos é menor na classe de aula, para que haja melhor resultado?

Re: Crucifixos
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 21:09

Miguel
Faltava mesmo um pouco de lirismo por aqui.
Quanto ás questões de ensino ,a Igreja tem a obrigação de evangelizar corretamente
seus crentes .
Quanto a isso louvável o esforços de alguns OFM no RJ em particular Frei Neylor J. Tonin que coloca os melhores doutores de PUC para dar pequenos cursos para os leigos no RJ e é cobrada apenas 1 taxa para as despesas de aluguel de auditório e etc....
Esses grandes Franciscanos que partilham sua teologia e Espiritualidade gratuitamente.
desta forma os leigos podem evangelizar melhor ....


Quanto ao ensino laico a obrigação é do Estado que recebe impostos para isto.
Vocês devem cobrar do Estado as escolas e não da Igreja .
Agora se como leigos querem ajudar os mais necessitados conheço um projeto
de pré- vestibular que acontece em minha paróquia que alguns se oferecem para dar aulas gratuitamente para os pobres que mal preparados para passar nos exames para ingressar nas Universidades fazem . A igreja sede a " sala de aula " e os leigos dão as aulas.Obs: Havia um professor de física que era judeu e voluntário,faleceu este ano e mandamos rezar uma missa para sua alma -) em agradecimento .

chris

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de December de 2005 12:27

"Os que têm acordos com o estado são para as pessoas das redondezas, sejam elas ricas ou pobres"

Toda a gente sabe que não é verdade.Embora custe a aceitar.



Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de December de 2005 12:39

"Não é nada disso, é que para por crucifixos em todas as classes de aula, comprar terços e Bíblia e formar professores católicos custa dinheiro"
Por isso quem queiser um esnino confessional que p pafue. Não tem de ser op Estado português, com os nosso impostos de a comprar terços e bíblias para os alunos das escolas católicas.E o corão para os das escolas muçulmanas . Era só o que nos faltava.
Até parece que éiisoq u s epassa no canadá. O estado a financiar terços para cada alunos das escolas católicas do canadá.
Safa!

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de December de 2005 13:06

"Portugal e o mundo mudaram profundamente, as famílias democratizaram-se e são melhores, as novas tecnologias revolucionaram a relação das crianças com o conhecimento, mas a escola tem permanecido mais ou menos igual há 200 anos.

(...) A escola é um património da humanidade. (...)
Os alunos, têm o direito a ficar protegidos dos maus educadores: sejam eles pais perfeitos, professores cujo humor varia entre o dorminhoco e o rezingão, ou políticos que nunca foram crianças (e que imaginam que a escola melhora sempre que se estica o tempo lectivo de todas as aulas e o período do dia em que as crianças ficam à guarda da escola). Tomando em consideração o período do dia em que estão de olhos abertos, os alunos não podem passar mais tempo na escola do que passam em casa

. E têm o direito a descobrir que a escola é o lugar onde a família se espreguiça. Ea de, re, se bem que fosse desejável que todos os professores gostassem das crianças e não as tomassem como uma fatalidconhecem que, muitos deles, valem mais que muitos tios, alguns primos e muitos colegas juntos.

Os alunos reivindicam, nos horários que os pais fazem, todos os anos, nestas alturas, que lá estejam, destacadas, e a vermelho, horas para brincar. Brincar ajuda a crescer.
E, depois da escola, os alunos reivindicam não ter de ir a correr, todos os dias, para os trabalhos de casa, ou do atelier de tempos livres para o inglês, para a natação, para os computadores, para a música, ou para o que quer seja.

Brincar, então depois da escola, faz com que os alunos não se zanguem com ela nem deixem de namorar com o crescimento.

Aliás, os alunos acham que a maioria dos tempos livres são uma grandessíssima batotice das pessoas crescidas.

Na verdade, mais parecem uma saga do género: Escola - parte II. De livres têm quase nada. E, bem feitas as contas, são uma forma de pôr as crianças ou entretidas ou distraídas que, valha a verdade, são (a par da televisão) vícios próprios de pessoas mais velhas.

Os alunos estão cansados de ser pequenos génios. Como se, ao contrário das pessoas crescidas (que erram que se fartam) não só nunca pudessem errar como se, sempre que se ficam por um rendimento suficiente, todos entrassem em pânico porque - supostamente - estivessem à beira de uma debilidade mais ou menos instruída. Os alunos acham que o importante não são os erros mas se se é capaz (ou não) de aprender com eles.

Os alunos percebem que as filas para o bar são o primeiro lugar onde se aprende que, ao contrário do que devia ser, são os mais fortes que mandam. E, embora não percebam porque é que não há professores nos recreios ou nas zonas de convívio das escolas, agradecem, reconhecidos, que elas dêem o bom exemplo de não os filmar à margem do seu conhecimento ou da sua vontade. E estão, até, disponíveis para alindar a escola, assim ela não os prive do material mínimo, do papel higiénico, dos aquecedores ou das ventoinhas que a tornem num lugar menos agreste.

Os alunos chamam a atenção para o espaço estreito que são os beirais da maioria das escolas. Porque, caso muitas escolas não entendam, se eles não podem estar nas salas (fora do horários das aulas), se não podem andar livremente pela escola, nem brincar (de forma ruidosa) entre as salas, restam os beirais das escolas. Ora, sempre que chove, os alunos reconhecem que os beirais os refrescam mas, correndo o risco de os acharem rebeldes, propõem uma quotização de ideias para que o Ministério da Educação entenda que brincar não é uma actividade nem estreita nem sazonal, e que as escolas amigas do conhecimento se vêem, também, no modo como respeitamos os recreios.

Os alunos vêem com preocupação a forma como direitos de décadas estão a ser postos em causa, sem serem escutados os seus representantes e sem negociação. Por isso, os alunos reclamam o direito aos feriados. E, se há pais que reivindicam que haja professores que substituam os colegas que faltam, não é porque os alunos se percam na brincadeira mas porque há alguns professores (não a maioria, reconhecem) que faltam demais. E pedem que lhes seja explicado, um pouco melhor, a utilidade do estudo acompanhado e de outras actividades que são do seu interesse mas que, em vez de ligarem conhecimentos e de os porem a tagarelar uns com os outros, parecem fazer de cada disciplina uma espécie de enclave nos curricula das escolas.

Os alunos acham, também, que há uma epidemia atípica de crianças hiperactivas e com défices de atenção nas escolas portuguesas. E propõem uma campanha de vacinação. Acreditam que a escola consegue distinguir, com sensatez, crianças atentas, crianças insolentes com maneiras e crianças doentes. E, portanto, pedem à escola que ajude tanto os pais a ser mais pais quanto eles a podem auxiliar a transformar-se numa escola melhor. E, se este sistema de bolas verdes, amarelas ou vermelhas, tão em voga, é um tão precioso auxiliar educativo, como alguns dizem, que se estenda, então, aos pais e aos professores e que, também eles, se deixem classificar pelos actos que têm, diariamente.

Os pais exigem que a escola compreenda que eles estão gratos por ela existir. E que os professores não são um adereço mas um bem de primeira necessidade na vida das crianças. E, portanto, apelam para que a escola os trate com bom gosto e com boa educação. E que não sejam tomados como agentes subversivos ou como débeis adestráveis (embora reconheçam que, muitos pais que se sentem em falta com os seus filhos exijam aos professores e à escola mais compromissos do que todas as suas falhas juntas possam somar).

Os pais estão obrigados a compreender que se o conhecimento (e a escola) são direitos das crianças, a play station (ou a X Box), a televisão, o computador (e o Messenger), e as sms's não deixam de o ser. E que lhes cabe a eles, no seu bom senso, discernir a conta, o peso e as medidas desses amigos do conhecimento.

Mas estão proibidos de fazer de pais aqueles que vêem televisão ou atendem o telefone durante as refeições, não cavaqueiam com as crianças e, ainda, os que desconhecem o nome do professor mais importante para os seus filhos ou que não imaginam quem serão os melhores amigos deles. (Imaginando que alguns desses pais sejam militantes imaculados pelos trabalhos de casa, propomos que, em relação a cada uma destas omissões, escrevam 50 vezes, numa caderneta do pais: "prometo não andar de cabeça no ar!").

Os pais agradecem, ainda, se a escola os incluir nas áreas de projecto ou nos clubes escolares. E gostam de ser recebidos pelo director de turma, sobretudo quando, para além das notas e da forma criteriosa como lhe indica as presumíveis asneiras do seu educando, lhes falam, também, das suas qualidades, e de muitos outros pormenores, das aulas ou do recreio, que lhes passariam despercebidos, sem essa preciosa ajuda. E gostam, ainda, dos conselhos de turma (sobretudo, quando não estão lá só a fazer de número, nem de ser impedidos de conversar - de forma amena - acerca das classificações, nem obrigados a ver o representante dos alunos a rebaixar-se diante dos professores como se, desde muito cedo, as crianças crescessem melhor quando deixam de dizer não). E percebem que os professores até registam com agrado as visitas dos encarregados da educação, embora não entendam porque é que o horário de atendimento dos pais não seja num período pós-laboral e tenha de ser, quase sempre, à segunda-feira entre as 10,30 e as 11,45 h, por exemplo, como se todos os pais não fizessem mais nada.

Os pais sentem-se, ainda, obrigados ao direito à indignação. Não por regra mas sempre que os cuidados dos seus filhos assim o exijam. Quer quando, alguns professores, maltratam, amesquinham ou humilham os seus filhos, ou quando imaginam que as crianças aprendem melhor se levarem, todos os dias, quantidades exorbitantes de trabalhos de casa (que vão muito para além da meia hora didáctica de trabalhos que as crianças devem ter).

Os professores percebem que há uma diferença entre os licenciados que dão aulas e os professores. Mas apesar de acreditarem que, depois dos familiares, os professores hão-se ser, tendencialmente, cada vez mais amigos das crianças. E sentem-se ultrajados quando são obrigados a fazer de assistentes sociais, psicólogos e professores (para além das aulas que dão, é claro). E até aceitam ser os primeiros encarregados da educação de muitas crianças, cujos pais foram estando em "serviços mínimos", embora não tolerem ser os magistrados ou os terapeutas de algumas crianças maltratadas ou muito doentes que, embora sendo uma imensa minoria, fazem com que quaisquer estratégias pedagógicas se tornem inconsequentes. Para cúmulo - vá-se saber como? - algumas destas crianças são associadas numa mesma turma e, embora os seus pais sejam negligentes ou elas exprimam, continuadamente, angústia e outros sofrimentos, há quem lhes exija que elas aprendam as matérias escolares antes de aprenderem as diferenças entre o bem e o mal.

Os professores reivindicam que, antes de se fazerem rankings de escolas, lhes dêem tempos sensatos e condições de trabalho (adequados à sua função). E não aceitam que algumas das pessoas que dão aulas achem que há crianças burras e crianças inteligentes, que acham que o insucesso é um problema exclusivamente dos alunos e, algumas vezes, dos pais… Insurgem-se contra aqueles que, para estimular um aluno, lhes dão uma classificação inferior ao que, efectivamente, merece, como se os alunos se motivassem de outra forma que não pelos bons resultados que conquistam, com justiça. Consideram que - independentemente do mau ambiente de casa, dos humores passageiros de um professor, de uma ou outra zanga com um amigo lá da escola, ou de um período "assim-assim" que esteja a atravessar - um aluno que tira sempre boas notas merece uma atenção especial porque alguma coisa de menos bom se pode estar a passar com ele.

E reclamam, ainda, que os pais que pactuam com as batotices que possam existir numa escola, ou que aqueles que, semana após semana, infernizam a vida das crianças exigindo-lhes resultados perto do excelente, sejam tomados como maus amigos das crianças (estando elas em risco, se esses comportamentos forem mais ou menos compulsivos).

Os alunos adoram aprender, brincar e conviver, os pais gostam que os alunos gostem da escola, e os professores adoram ser um exemplo que as crianças têm em conta no seu crescimento. Propomos, por isso, que eles todos se entendam e, depois de o alterarem ao gosto de todos, se concertem e assinem o presente acordo de consertação.

Porque nós Sindicato das Crianças - acreditamos que unidos aprendemos."

Excelente texto em
Em. [www.sindicatodascriancas.com]


Aplice-se a todos os graus de ensino, público ou privado e dele não constam a referência a cruzes ou terços . Tlavez porque isso nada tem a aver com a questão da quelidae do ensino.



Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 03 de December de 2005 23:08

Uma das familias que é ajudada pela instituição que eu ajudo nos tempos livros teve um filho numa colegio catolico, com contrato com o estado. Já não tem porque o rapaz começou a trabalhar.

A familia quando o rapaz frequentava esse colegio era composta por:

pai - 40 anos, alcoolico, desempregado. Tendo já feito mais de 10 desintoxicações alcoolicas o seu cerebro estava já muito deteriorado pelo alcool. Não auferia de qualquer tipo de rendimento. Causava despesas em medicamentos

mãe - 38 anos, empregada numa confecção que entretanto fechou (empregou-se num talho). Ganhava o salario minimo. Com depressão, tinha as despesas em medicamentos inerentes à sua doença.

filho de 15 anos - a estudar no referido colegio, as suas despesas eram em tudo iguais às que teria se estivesse a frequentar a escola publica.

filha de 9 anos - a estudar na escola primaria mais perto de casa.

Renda de casa de 225 euros. Depois de paga a renda de casa a esta familia sobravam menos de 200 euros para viverem 4 pessoas. (actualmente estão bastante melhor porque se conseguiu arranjar uma casa de renda social e o filho começou a trabalhar)

Era ajudada por um familiar dela, pela instituição a que pertenço e pelo colegio aonde o filho andava.

Como vêm é um familia riquissima e o seu filho frequentava um snob colegio catolico.

É o colegio aonde os meus primos andaram, tem bibliotecas muito melhores que as da escola publica, muito melhores laboratorios e boas instalações desportivas.
O mal é algumas pessoas falarem daquilo que não sabem e não conhecem. Se falassem daquilo que não sabem para dizer bem o seu erro seria desculpavel, mas como falam daquilo que ignoram para caluniar o seu erro é grave.

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de December de 2005 23:49

Ao que parece aos 15 anos deixou de estudar...
Com tanta ajudas e estudos de graça ( totalmente financiados pelo estdo português atrvés de um contrato de asscociação com uma escola privada),

Ou seja, o facto de não pagar propinas não er4a quelquer benesse concedido pelo colégio..

Mas...
Porque é que um adolescente de 15 anos deixou de estudar no referido colégio? SErá que completou o 9ªano? ERa bom aluno?
SErá que o refrdio colégio continua a ser grátis ( através do financiamemnto do estado depois disso??)

O exemplo do camilo reforça a ideia da necessidade de o estado financoiara a escolaridade obrigatória. Felizmente que o Estado assume esse encargo e não deixa a educação ao "livre mercado"..

Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 04 de December de 2005 00:12

ele não deixou de trabalhar aos 15 anos. Se bem me lembro começou a trabalhar aos 17 anos, depois de concluido o 9º ano. Era um aluno fraquito, o que é natural numa família com tantos problemas.

Aos 15 anos a família melhorou um pouco porque a mãe ficou desempregada. Começou a receber o subsidio de desemprego e a trabalhar clandestinamente num restaurante. Esta situação durou cerca de ano e meio. Entretanto a mãe foi chamada para trabalhar e teve de aceitar para não lhe ser cortado o subsidio de desemprego. Neste periodo a familia estava razoavelmente (comparada com a situação anterior).

Quer no restaurante quer no talho situação era um pouco melhor, principalmente quando esteve no restaurante porque a comida que sobrava dos pratos do dia era a mais das vezes o jantar da familia.
No talho tem a carne mais barata.

Nesse meio termo conseguiu uma casa de renda social.

Pouco depois de ter começado a trabalhar no talho o filho completou o 9º ano e começou a trabalhar. A partir daí a vida da família normalizou tanto quanto é possivel numa familia com um alcoolico já quase completamente destruido pelo alcool (ao menos não é agressivo e o alcool só lhe dá para dormir).

A situação que descrevi durou cerca de 2 anos e conrespondeu ao pior periodo daquela família, o periodo em que procuramos ajuda-los mais.

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 04 de December de 2005 00:22

SEja como for, garanto-lhe uma coisa - dos cinco colégios privados que assim de repente me estou a lembrar aqui na minha cidade , com ou sem contrato de associação, esse menino com esse historial familiar e sendo um "aluno fraquito", não tinha a menor hipótese de frequentar nenhum desses colégios. A Mínima.


Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 04 de December de 2005 00:28

Um acrescento, obviamente eu sabia que senhora estava em situação ilegal a trabalhar enquanto recebia o subsidio de desemprego mas nem passou pela cabeça a ninguem denunciar a situação.

Era a maneira deles viverem com menos dificuldades. O facto do marido ser alcoolico tornava-lhes impossivel recorrer ao rendimento minimo, as rendas de casa quase não contam para o rendimento minimo. Ajuda da segurança social praticamente não recebiam.

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 04 de December de 2005 00:32

Olha lá e não seria melhor para essa mulher e filhos o divórcio? Naõ seria uma solução mais adequada?

Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 04 de December de 2005 00:40

Ela ama o marido e ele quando não está alcoolizado é bastante afectuoso. Ela nunca pensou em divorciar-se.
Mas bebe tanto que chega a ficar a dormir no meio do caminho. Um dia ainda é atropelado.

O que mais aborrecia e aborrece a mulher é quando ele começa a mendigar pelas redondezas a pedir dinheiro para beber. Obviamente alcool a mulher não lhe dá.

Como actualmente a saude dele está pior não pode sair para longe para pedinchar dinheiro para alcool e tem bebido muito menos.



Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 04 de December de 2005 00:47

"Ela ama o marido e ele quando não está alcoolizado é bastante afectuoso. Ela nunca pensou em divorciar-se. "

Pois.... As reflexões da Tony a propósito dos familiares de toxicodependentes aplicam-se aqui... Isso não é amor. è dependência.

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 04 de December de 2005 00:49

E nunca ninguém tomou a iniciativa de tentar que este homem fizesse um tartamento?
O alcoolismo é uma doença ( mortal) mas tem tartamento.. parece que estamos na Idade Média.

Ir para a página: Anterior12345678910Próximo
Página actual: 5 de 10


Desculpe, apenas utilizadores registados podem escrever mensagens neste fórum.
Por favor, introduza a sua identificação no Fórum aqui.
Se ainda não se registou, visite a página de Registo.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.