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Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de November de 2005 20:14

já a mim acho que liberdade significa permitir isso tudo desde que um nº significativo de pais ou alunos o desejem, permitir e não proibir é que é liberdade.

Para si a liberdade exerce-se proibindo as expressões de religiosidade (um original conceito de liberdade) para mim a liberdade é permitir isso tudo e mais algumas coisas.

Cumprir a constituição... porque não também nos cemiterios publicos, nos hospitais.


Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de November de 2005 20:47

Camilo:
Vejo que não respondeu á minha pergunta.

Qual a escola pública portuguesa onde se ostentam na parede os símbolos da maçonaria?

É muito grave não responder. Porque , ou o Camilo está a esconder a situação, em vez de a denunciar com clareza, o que é grave, ou mentiu , o que é ainda mais grave.

Nos Hospitais Portugueses públicos cumpre-se a Constituição e lei de liberdade religiosa.

O que implica que as pessoas podem livremente aceder ao seu culto religioso e á assistência espiritual dos ministros do seu culto, qualquer que seja.

Por isso mesmo, não deve haver crucifixos nas paredes dos hospitais.

Para isso existem normalmente espaços próprios - capelas, por exemplo.

Os hospitais, como as escolas públicas, têm como missão acolher e cuidar de todas as pessoas, independentemente das suas crenças religiosas.

E, se eu me sentiria chocada por estar num hospital que ostentasse os símbolos religião muçulmana, um muçulmano ou um judeu ortodoxo ( que também têm o direito de recorrer ao SNS em Portugal) ou mesmo um ateu, podem sentir o mesmo relativamente á imagem de uma cruz pendurada na parede.

SE os doentes querem utilizar símbolos religiosos pessoais, exprimir as suas convicções religiosas e ter assistência espiritual dos seus ministros, podem faze-lo com toda liberdade nos hospitais portugueses, qualquer que seja a sua Fé, mas sempre de uma forma adequada e respeitando o espaço alheio.
Nos hospitais portugueses, è frequente os doentes terem medalinhas, crucifixos , santinhos ou imagens do sousa martins ou da sãozinha , por exemplo, nas mesinhas de cabeceira em certos serviços hospitalares. ( é uma espéceid epequeno teritório pessoal que cada doente tem, dentro do espaço hospitalar...

Claro que, se for numa Unide de Cuidados Intensivos ou num Bloco Operatório esses objectos não sãoadmissíveis, por razões estritamente técnicas.
Repito, não é por aí que o gato vai ás filhozes.

Trata-se se de compatibilizar as expressões de religiosidade individual com a sconvições religiosas e pesoasi d eoutros doentes que convivem ou estão no memso espaço físico.

E o mesmo acontece nos Cemitérios públicos,
Precisamente, por causa das garantias nossa Constituição e da legislação em vigor.
[www.dgrn.mj.pt]

Existe em Portugal uma lei de liberdade religiosa, que tem um amplo consenso social e foi aprovada pela hierarquia da Igreja católica, entre outras confissões religiosas.

Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de November de 2005 21:10

Escolas aonde existam imagens de compassos, mosaico em xadrez não faltam por aí. Principalmente algumas mais antigas. Mas azar, os compassos também são simbolos escolares.

Denunciar a situação? Porque se eu não concordo com a sua visão probicionista. Eu acho que todos devem ter direito a colocar no espaço publico simbolos com que se identifiquem respeitando alguma proporcionalidade.


As paredes dos hospitais estão cheias de crucifixos, santo antonios, imagem de Maria. Logo a constituição não é respeitada nos hospitais.
Francamente pergunto-me a que hospitais vai. Eu vou com alguma frequencia visitar doentes e quase sempre vejo uma imagem de Maria na enfermaria, imagem que mudam os doentes e ela lá fica.

O facto de um ateu ficar chocado com uma imagem religiosa mostra simplesmente que esse ateu é intolerante. Eu não fico chocado com imagens de outras religiões.

Re: Crucifixos
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 30 de November de 2005 21:57

Em relação a este tema gostaria de dizer mais um coisinha...

Em relação aos cemitérios por norma todos deveriam ser publicos e não confessionais. Por regra não poderá haver cemitérios privados. Contudo, estes podem existir por questões de ordem religiosa, mas sempre em espaço autorizado para tal pelo Estado. É provável que com o decorrer do tempo encontremos com maior frequencia estrelas de David, crescentes, e outros simbolos, ao lado das tradicionais cruzes nos nossos cemitérios. Contudo, sempre houve presença de outros simbolos que não os cristãos nos tumulos e nas campas (e.g. simbolos maçonicos, carbonários, etc...). Os cemitérios não devem pertencer a uma religião, devem ser não confessionais.

Penso que existem aqui várias temáticas diferentes: a liberdade de culto, o ecumenismo e o espaço do Estado na sociedade.

Eu seria contra qualquer medida que proibisse a entrada de uma jovem muçulmana com o seu veu numa escola publica portuguesa ou a proibição de um cristão possuir um crucifixo ao peito. Aqui existiria uma verdadeira quebra da liberdade religiosa do individuo. Mas não é isso que esta lei já com perto de 30 anos afirma. O que ela nos diz é que uma sala de aula é um espaço de ensino e não de culto, assim como um hospital é um local para curar os males fisicos e não os espirituais.

Se os pais quiserem colocar os seus filhos num colégio confessional deverão colocá-los em colégios próprios, assim como também existem colégios próprios para a religião islâmica.

Cara amiga CP vou ter de discordar de ti. Nem todos os colégios religiosos são caros... Se realmente quiseres colocar os teus filhos em colégios católicos e não tiveres posses para isso, a Igreja pode oferecer esse serviço gratuitamente. Existem espalhados pelo país fora uma quantidade razoavel de colegios católicos internos, também conhecidos por seminários menores (vão do 5º ano ao 12º, embora nalguns o ciclo do 10º ao 12º já é feito em regime de pré-noviciado, caso seja uma ordem religiosa). Portanto, como podes ver amiga CP a Igreja disponibiliza esse serviço de ensino gratuito e não só em regime de colégio particular, alguns deles muito caros mesmo.

Já agora Ana, se tiveres uma turma com 15 alunos cristãos (7 católicos, 4 ortodoxos, 2 testemunhas de jeová, 1 luterano e 1 calvinista), 3 alunos islâmicos (2 sunitas e 1 xiita), 3 alunos ateus, 2 alunos agnosticos, 1 aluno cunfucionista, 1 aluno judeu, quantas turmas e quantos professores vão ser necessários para ensinarem a ler estas crianças da primeira classe....?

Esta lei não obriga ninguém a obliterar a sua fé ou a abandonar a sua religião. O que esta lei evita é tornar a sala de aula naquilo que ela não é: espaço de culto. Mas se olharmos para o exemplo anterior podemos também observar que esta lei evita que a sala de aula se converta numa "retrosaria religiosa"... Já viram o tamanho que as paredes das salas de aula teriam que ter para ostentarem todos os simbolos daquelas confissões religiosas....?

Temos de ser tolerantes e racionais! Uma sala de aula é um espaço de ensino e não de culto. Se querem que os vossos filhos vão para a escola para serem bons cristãos então inscrevam-nos em escolas confessionais cristãs. Ao estado compete preparar os jovens para a sua vida profissional e em sociedade. À familia e à Igreja cabe a educação religiosa das crianças.

Volto a perguntar, pois ainda ninguem me respondeu... Ter um crucifixo numa sala de aula torna as crianças mais religiosas...? Torna-os melhores cristãos...?

Um abraço

Miguel Dias

Re: Crucifixos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de November de 2005 23:17

Uma nota muito rápida, com algumas sugestões para reflexão...

Parece-me que o Miguel Dias coloca bem a questão ao falar de uma polémica forçada por parte de certos MCS. Nada melhor do que -- para distrair das questões e problemas essenciais por que passa o país! -- levantar agora uma pequena «guerra justa» contra os «os privilégios da Igreja». Seria uma polémica útil para os interesses de muitos, ansiosos por «causas» que «rendam» e «vendam». E a causa (anti-)religiosa ainda vende. E venda. Os actuais «apóstolos iluminados» querem também a sua vez na ingente guerra contra «o obscurantismo medieval da Igreja».

Menos mal que o efeito não foi o desejado. Espero que assim continue.

Gostei de ouvir na televisão Marcelo Rebelo de Sousa falar sobre o assunto, no domingo passado, invocando também a sua condição de católico. Algumas das coisas que disse foram já aqui mencionadas, como a de que os católicos não estão «pendentes» do crucifixo para viver a sua fé e que o seu testemunho se faz (mesmo) sem símbolos exteriores. E que esta é uma questão bastante secundária. Acrescento que, ao contrário de outras religiões, nem precisamos de posições exteriores ou artefactos especiais para orar.

«Mulher, acredita em mim: chegou a hora em que, nem neste monte, nem em Jerusalém, haveis de adorar o Pai. [...] Mas chega a hora - e é já - em que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são assim os adoradores que o Pai pretende. Deus é espírito; por isso, os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade» (Jo 4:21.23-24).

[Não sei se foi este o texto a inspirar-me, mas nunca ostentei nem usei um crucifixo, por mais pequeno que fosse. Mas não comungo de certas concepções reducionistas e pobres que querem remeter a vivência religiosa para o mero âmbito do privado. Como que se o âmbito religioso não envolvesse toda a pessoa, também enquanto realidade social. Isto daria pano para mangas, mas ficará para outra altura.]

De resto, o centro da questão não está na presença ou ausência de crucifixos. Se o crucifixo nas escolas fere a sensibilidade de alguém retire-se o crucifixo. Mas não se faça disto uma «pseudo-cruzada» ao contrário. O alvo até é fictício.

A escola primária que frequentei tinha um crucifixo e ao lado um enorme cartaz encaixilhado, que muitos conhecemos e recordamos: «Povo, MFA. MFA, Povo». Devo dizer que o segundo me fazia mais confusão que o primeiro, simplesmente porque não compreendia o seu significado e nunca me ocorreu perguntar. Quanto ao primeiro, foi tão ignorado como a pintura da parede. Talvez mais ignorado que a pintura da parede, porque esta nos era mais útil...

Entretanto, não deixa de ser significativo que a cruz continue a ser um sinal de contradição! Sê-lo-á sempre, também para os cristãos, mesmo que desapareçam todos os crucifixos do mundo. Infelizmente, os crucificados continuam e desses o Estado deveria importar-se mais.

Embora esta questão dos crucifixos seja bastante «artificial» (sempre dá para «mandar umas bocas»), o «fervor» com que certos puristas do Estado laico tentam resgatar as criancinhas do anematizado crucifixo não deve deixar de colocar certas questões. Como explico a seguir e alguns já notaram.

Parece haver uma certa falta de «coragem» em ir ao fundo da questão: se há razão para retirar os crucifixos, não haverá ainda mais razões para acabar com os feriados estritamente religiosos que pululam no nosso calendário civil? Alguns exemplos: dia de «Corpus Christi», 15 de Agosto (Assunção de Nossa Senhora), 1 de Novembro (Todos os Santos), 8 de Dezembro (Imaculada Conceição de Nossa Senhora), 25 de Dezembro (Nascimento de Jesus Cristo)... Que têm estes feriados a ver com o Estado laico? Não são estes feriados também símbolos religiosos e confessionais? Num estado que precisa urgentemente de mais produtividade e que pretende manter-se independente de qualquer confissão religiosa, não será o reconhecimento destes feriados um «curvar-se» perante as solenidades católicas, por exemplo, em honra de Maria?

E já não falo da eliminação do descanso dominical, também ele cristão (os judeus quererão o sábado e os muçulmanos a sexta-feira), ou do purgar dos símbolos religiosos em realidades tão ligadas ao Estado como a bandeira nacional ou o escudo de tantas autarquias...

E ainda quanto aos símbolos, será que vamos ver o mesmo critério em relação a símbolos anti-religiosos ou promotores de visões abertamente anti-religiosas ou anti-eclesiais? E não me refiro à Maçonaria.

E não haverá uma responsabilidade deontológica dos professores em matéria religiosa? Não é isto também matéria de interesse do Estado? Algumas pessoas escandalizam-se que o Estado pague o ordenado de professores de Religião nas escolas públicas, mas não levantam qualquer objecção ao facto de que o mesmo Estado paga igualmente a professores que em disciplinas obrigatórias fazem uma contínua campanha anti-religiosa e uma apologia contínua por determinadas formas de ateísmo e agnosticismo. E disto dou testemunho em primeira pessoa, porque fui aluno de escolas públicas. Como tal, havia a opção de não ter a disciplina de Religião e Moral, mas não tinha a hipótese de escolher professores de outras disciplinas que, em muitos casos, tinham uma «agenda» claramente anti-religiosa. E (hoje ainda mais) tenho a consciência do mal que tais professores pagos pelo Estado fizeram a muitos dos meus colegas, enquanto crianças e adolescentes muito vulneráveis em termos de convicções religiosas. É curioso como, passados alguns anos, me fui apercebendo da forma como certas mentiras tinham sido «vendidas», tendo passado por verdades e marcado um rumo claro em matéria (ir-)religiosa na vida de tanta gente.

Ora, isto, sim, é muito mais significativo em termos de conduta face ao religioso que a existência ou inexistência de determinados símbolos religiosos nas escolas.

E não me refiro a este exemplo do que se passa nas escolas públicas como mera lamúria. Apenas chamo a atenção para a forma superficial como se tratam as questões, recorrendo demasiado facilmente a certos «slogans», aceites dogmaticamente.

E já agora, por que razão em algumas escolas se pretende proibir que se faça o presépio ou que se cantem cânticos de Natal e se impõe a figura do Pai Natal e a festa do «Halloween»? (Estou a referir-me a uma situação concreta, onde o problema do pluralismo religioso não se coloca.) Só porque o primeiro foi invenção de S. Francisco de Assis, o segundo foi um «remake by Coca Cola» e o terceiro uma imposição da televisão? Só porque o primeiro representa uma religião mais «em desgraça» que a segunda e que a terceira?

A questão do crucifixo é bastante secundária, de facto. Mas na forma como está a ser «tratada», não há no meio disto tudo uma visão muito curta das coisas? Não será que se confunde constantemente laicidade com laicismo? Não haverá uma espécie de sacralização (pagã, mas sacralização), idolatria até, do Estado? Não há nisto uma atroz miopia quanto ao significado da vertente teologal do homem, mesmo quando este é ateu?

Marcelo Rebelo de Sousa disse uma coisa que me surpreendeu e que aqui deixo como apontamento: o laicismo à francesa está categoricamente excluído da Constituição da República Portuguesa. Quem assim fala... Pena que (ainda) não participe neste fórum... ;-)

Alef

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 02:42

Caroamigo Miguel:
Obrigada pela tua sugestão de colégios católicos gratuitos... Aceitam meninas????

Re: Crucifixos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 03:03

Cara catolicapraticante:

Não me consta que os «colégios» de que fala o Miguel aceitem meninas, mas certamente aceitam-nas gratuitamente os colégios católicos que têm Contrato de Associação com o Estado (desde que as meninas -- tal como os meninos -- vivam na zona determinada pelas ordens das Direcções Regionais de Educação). E tais colégios são em bom número em todo o país. Um modelo em que todos saem a ganhar, Estado e entidades pedagógicas. Também na zona da tua residência. Escolas/colégios muito menos elitistas que certa(s) escola(s) pública(s) do sítio onde vives. E mais não digo. ;-)

Alef

Re: Crucifixos
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 03:49

Na reunião que tive em França há 3 semanas, durante o período quente de carros queimados…confesso que não vimos nenhuns nem em Paris nem em Reims, tive a oportunidade de colocar essa questão a uma francesa, estudante, que tinha chegado havia um mês da Maritinica, onde esteve a realizar um projecto (estes dados são importantes para compreenderem que se trata de uma pessoa aberta às culturas e às diferenças).

Relativamente à questão do Véu, esta opção surge por dois motivos: primeiro porque em Paris, centro da vida intelectual e cultural europeia, a percentagem de indígenas parisienses é muito reduzida (cerca de 10 a 15%), pois a cidade popula de raças, credos e imigrantes. Pelo que me foi relatado há uma grande dificuldade de inserção dos mesmos devido a essa mesma heterogeneidade, de onde se conclui que a percentagem reduzida de indígenas é muito conservadora. Para além dos conflitos étnicos que surgem de quando a quando e com bastante frequência, que podem ser um rastilho de pólvora, como a tal história dos carros queimados. Há mesmo áreas estilo guetos, onde ninguém de outra espécie lá entra.

Para além disso desde há 15 anos que se verificam algumas manifestações de emancipação de algumas mulheres, relativamente à sua cultura. Um exemplo concreto foi me dado pela minha interlocutora, que me relatou a história de uma colega de liceu, muçulmana, que chegava à escola vestida com as suas roupas tradicionais, mas depois assim que chegava à escola despia as vestes e fica com a roupa ocidental que trazia por baixo e maquilhava-se como qualquer teenager habitante de Paris.

Mais ainda ao contrário da imagem que muitas vezes passa na imprensa internacional, entenda-se, todas as outras com excepção da francesa, a ideia é a de que seja interdito o uso de símbolos religiosos, entre eles o véu, por funcionários públicos, sendo no caso das escolas esta medida extensível aos alunos. Esta medida faz com que na prática, se evite ir a um notário, às finanças, à biblioteca pública, a um ministério e se dê de caras com uma pessoa atrás do balcão vestida com sari ou com véu. Ou seja as diferenças culturais e religiosas são salutares fora da sua área profissional, isto é, em casa, na rua, na sua vida pessoal, familiar e social, mas não no local de trabalho. Este principio é válido para professores e alunos do ensino público.

Na verdade o que pretendem é camuflar o mais possível as assimetrias culturais e religiosas. Mas nesta questão é importante compreender as diferenças entre Portugal e a França, até porque nós somos muito mais tolerantes que os Franceses, digo isto, apesar de em matéria de princípio concordar com a Rute. Sendo Portugal um Estado laico, deverá haver oportunidade para que todas as confissões se manifestem de forma igual e sem constrangimentos culturais.

Só uma nota curiosa, a delegação portuguesa chegou à conclusão de que a história dos carros queimados foi excessivamente mediatizada pela imprensa internacional….cheguei a ouvir na TSF, no dia em que parti, alguém português a referir-se a um rastilho equivalente ao Maio de 68. Ora, nós não sentimos nada disso. A única coisa que foi instaurada, foi o estado de sitio com horário de recolher para os jovens. Isto sim, causou efectivamente, algum embaraço aos dirigentes associativos das associações académicas, culturais e desportivas em Paris, na medida em que se viram limitados em algumas das suas actividades, que consideram a medida como uma violação à liberdade do sujeito. Curiosamente, a maior parte da população em Paris, incluindo emigrantes dos territórios ultramarinos e ex-colónias, acharam a tomada de decisão muito boa e eficaz.

Re: Crucifixos
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 12:59

Amiga CP,

Os colégios a que eu me referia, os seminários menores masculinos, não creio que aceitem meninas... (eheheh)

Contudo, o Alef mencionou outros que aceitam e que eu não havia mencionado. Eu conheço alguns dos muitos que o Alef referiu e que pertencem, por exemplo, aos Salesianos ( tens um localizado em Manique, concelho de Cascais; outro em Vendas Novas, outro em Évora, outro no Funchal, outro no Porto, etc...).

Mas existem igualmente, à semelhança dos seminários menores masculinos, escolas e colégios confessionais católicos gratuitos para meninas. Conheço um no Porto, mas sei que existem mais.

Este tipo de ensino (que se encontra direccionado à vocação) pode, por vezes, ter algumas desvantagens: o facto de geralmente serem em regime de internato (os que pertecem às ordens religiosas ou às dioceses, e que funcionam como noviciado ou pré-noviciado) e não são mistos... Mas, os alunos que os frequentam não têm de sair de lá padres ou freiras... Apenas uma infima parte acaba ordenada...

um abraço

Miguel Dias

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 13:39

"aceitam-nas gratuitamente os colégios católicos que têm Contrato de Associação com o Estado"
´
Errado Alef. Estes colégios não são gratuitos. São só tendencialmente gratuitos, apaesar d efinanciados pelo EStado.
Só são tendencialmente gratuitos ( porque as ATLs cobram couro e cabelo )apenas entre o quinto e o nono ano. Sendo que, se as criancinhasnão estiverem inscritas desde a Pré-Primária não têm qualquer hipótese de ingressar.

Portanto, para teres acesso a esses colégios católicos tens de ter muito dinheiro, muita influência e um estatuto social que te permita no mínimo ter cunhas.
E mais não digo.

Quanto á resposta do Miguel ( que agradço) de colégios em regime de internato pra criancinhas, com fins "vocacionais", Só tenho uma coisa a dizer-te , imitando a minha avó: Deus me livre e guarde. E mais não digo.


Tony. Obriga pela tua partilha em primeira mão sobre o que se passou em frança. Muitas vezes o filtro da Comunicação Social deturpa a informação. E não é inocentemente. Ao falar com uns colegas que tinham estado em Paris num Congresso precisamente na semana em que se deram os episódios mais mediáticos tive a mesma impressão de que se estava a exagerar.

Mas estes episódios são um sintoma grave que deve ser tido em conta.
A questão da dificuldade de inclusão das minorias, e sobretudo a grave questão em frança e na alemanha que é o desemprego e a exclusão dos jovesn é um rastilho que pode atear o racismo, a axenofobia e a conflitualidade social.
Até aqui essas deseigualdades eram em parte mitigadas pelas estruturas de apoio do EStado Providência. Mas quando se começa a falar em acabar com o estado Providência...

Quanto á questão do véu em frança, em espaços públicos, foi uma decisão positiva e apaziguadora. A lei está em vigor há bastante tempo e tem sido útil para promover aintegração das minorias e salvaguardar os direito das mulheres.

Re: Crucifixos
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 13:55

Ainda relativamente aos colégios católicos conheço aqui na minha área de residência uns 4 (assim por alto), e em nenhum deles é preciso ter-se cunhas e muito menos possuir muito dinheiro.
Portanto, acho que não podemos, nem devemos generalizar e dar uma imagem de que os colégios católicos em portugal são somente para as classes altas. Com isto, não quero dizer que não os haja, no entanto, serve de exemplo claro o que se passa na minha diocese.

«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 14:01

A sério trento? Manda-me os contactos, faz favor.

Re: Crucifixos
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 14:06

Aqui envio-te os nomes dos colégios:

Colégio Diocesano de Nossa Senhora da Apresentação de Calvão,
Colégio de Nossa Senhora da Assunção de Famalicão - Anadia,
Colégio Salesiano de S. João Bosco de Mogofores
Colégio de Frei Gil do Instituto de Promoção Social da Bairrada

por mensagem privada envio-te os contactos (se mais alguém precisar - estão à vontade).

Ah, já agora - aceitam tanto meninas como meninos.

«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 14:10

Já agora - O Alef referiu o elitismo de algumas ecolas públicas de qualidade .

SE por elitismo se refere ao facto de serem escolas onde há alunos com melhores classificações, melhores professores e melhores projectos educativos ... concordo com o elitismo. Aina bem que há elitismos destes em escolas públicas.
Deveriam ser todas assim.
E têm uma enorme vantagem - são gratuitas. O seu acesso não depende da conta bancária dos pais ou da sua influência/estatuto social, mas da zona de residência do aluno.


Re: Crucifixos
Escrito por: chuva (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 18:03

O Governo está a dar ordem para que sejam retirados os símbolos religiosos das escolas...mas porquê? Foi o Governo que tinha dado ordens para que lá fossem postos? parece-me que não. E sendo assim, estão lá porque existe (existiu) liberdade para que fossem postos. Se há a tão proclamada liberdade, penso que tanto deve existir para que não haja um crucifixo na parede, como para que haja.
Logo, não concordo muito que seja "ordenado", concordaria antes se fosse "aconselhado".

Re: Crucifixos
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 21:16

Amiga CP,

terei todo o prazer em também te fornecer dados sobre colégios que o Alef mencionou e os quais eu conheço e te posso garantir que são gratuitos (como qualquer escola oficial e publica), onde não precisas de ter cunhas, nem ter uma conta bancaria gorda, somente precisas de morar na zona escolar que as respectivas escolas abrangem...

Como exemplo posso mencionar-te o trabalho que os salesianos têm feito neste campo. De todos os seus colégios somente dois (Escola Tecnica e Liceal Salesiana de Sto António do Estoril e Oficinas de São José - Lisboa) são privados, embora não tenham mensalidades acima da média de um qualquer colégio privado, confessional ou não.

Contacto geral:

página oficial dos salesianos


Escolas Salesianas em Portugal:


a) privadas

Escola Salesiana do Estoril - privada

Oficinas de São José (Lisboa) - privado


b) publicas

Escola Salesiana de Manique (Cascais) - publica

Escola Salesiana de Poiares (Régua) - publica

Salesianos - Évora (publica): salesianos_evora@mail.pt

Salesianos - Funchal (publica): esao.funchal@netmadeira.com

Salesianos - Mogofores (publica): mogofores@salesianos.pt

Salesianos - Porto (publica): cop@esoterica.pt


(ps: não inclui os seminários menores... lol )

Podes ainda consultar mais informações junto das FILHAS DE MARIA AUXILIADORA (FMA), ordem feminina da família Salesiana.


Um abraço fraterno

Miguel Dias

Re: Crucifixos
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 22:31

se a memoria não me trai o estado gasta por ano mais de 1000 contos por aluno que frequenta o 2 e 3º ciclos. Se um colegio privado pedir de propinas um valor equivalente estas propinas são muito elevadas mas não são maiores que aquilo que o estado gasta.

E não faltam colegio privados que fornecem um ensino de muito melhor qualidade que as escolas estatais e que têm propinas de valor inferior a este.


Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 00:36

POrisso mesmo não sepercebe bem que ainda receba do Estado amesma quantia, além das propinas que cobra aos alunos.

Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 00:48

Amigo Miguel:

Tenho pena de não cumprir o requisito essencial - a residência... ( Mas, desculpem lá atodos, continuo muito céptica á ausência de cunhas. Aí, sou como o S.Tomé.)

Além disso, para aceder a essas escolas católica sgratuitas, falta um um outro requisito ainda mais importante - nenhum dos meus filhos ou filhas tem qualquer indício, ainda que remoto, de vocação religiosa, pelo que ...

Quanto a Mogofores, há uns anos atrás era exclusivamente para rapazes que queriam ir para padres. Agora já aceitam raparigas?

Tive dois primos que frequentaram esse colégio. Um gostou muito , outro ao fim de uma semana todos os dias telefonava aoa pai a chorar para o ir buscar, pelo que foi feita a sua vontade. Coisas de teens. Nenhum deles é padre.
Mas tenho muito boas referências dos salesianos e do seu trabalho com jovens.
( rapazes e raparigas)


Re: Crucifixos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 00:51

Já agora o camilo escreveu:

"E não faltam colegio privados que fornecem um ensino de muito melhor qualidade que as escolas estatais e que têm propinas de valor inferior a este. "


Que grande desconhecimento da realidade!!!!


As escolas públicas não tÊm propinas. São gratuitas.



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