Camilo, vamos por partes:
Primeiro: em que centros esteve? Nomes e metodologia de tratamento? - Não quero ser sectária, mas esses centros tipo REMAR, Patriache, e outros centros com conotações religiosas, alguns deles sedeados em Espanha, pecam pela falta de continuidade do tratamento, pela própria metodologia do tratamento.
Segundo: há uma coisa que temos de aprender. É a lidar com a impotência perante a adversidade. E neste caso concreto estou a falar do próprio Camilo e de todas as pessoas que voluntariamente ajudam esta família.
E para isso, a primeira coisa a compreender é que: (Terceiro) –
Citação:“eu não posso mudar o outro, só ele é que tem poder para se mudar a si próprio”.
Quarto: tratar um adicto como coitadinho e estar sempre a amparar-lhe os golpes é a pior coisa que se pode fazer. E isso não é ajudar, pelo contrário, é na maioria das vezes, co-dependência emocional por parte das famílias e por muitos voluntários, que apesar da boa vontade, não têm preparação técnica para os ajudar devidamente. Infelizmente na acção a boa vontade não chega.
Quinto: desconfio que a esta altura do campeonato já não seja possível a recuperação do adicto. Logo não sendo possível ajudar o adicto, procura-se minimizar os danos e ajudar a ultrapassar as perdas existentes na família. Assim sendo, é necessário procurar apoio com um terapeuta especializado. Diga-me em qual é a área de residência que eu ajudo a fazer um alista de centros de dia que possam acompanhar a família.
Camilo:
Se bem entendi, o Camilo colabora através da paróquia na área da acção social? Certo!? (Vicentinos?)
A sua organização já pensou em “contratar” uma técnica de politica social (isto é diferente de assistente social) e um conselheiro em dependência química (para os casos de toxicodependência e não só)!
No sítio onde trabalhei tivemos um caso semelhante a esse, com a diferença de que a estrutura familiar era um pouco diferente.
Descobrimos que a melhor maneira de acalmar o senhor era deixá-lo apanhar uma tosga, e quando ele estiver a dormir, chama-se a ambulância, fica em repouso no hospital uma semana, e depois quando estiver mais sóbrio e consciente, mas sempre sob vigilância médica, conversa-se com ele, e é reencaminhado para um centro de alcoologia, de 12 passos, com acompanhamento médico.
Fizemos isto duas ou três vezes, é claro que tem de ser feito com a conivência da assistente social e do centro de tratamento, pois são eles que detêm o poder de aceitar doentes para as camas protocoladas, entenda-se por cama protocolada, aquelas que estão reservadas para a segurança social e que por isso são mais baratas, cabendo tb à SSocial o pagamento das mesmas. (Apesar de todos os esforços, tudo foi inútil e o adicto faleceu há cerca de 2 anos).
Um centro de tratamento possível, é a Comunidade Vida e Paz em Fátima. Tem um internamento de 12 meses.
Tb há a ERA em Silves mas é de menos tempo e o "SOL por hoje", S.Fiel, FArol, RAN (todos estes ficam no Norte do País)
fiquei com a sensação de que a sua área de residência é no Norte do País. Veja este centro em Vila Nova de Gaia: [
www.solporhoje.web.pt]
Há falta de recursos procurem ajuda para a familia (mãe e filhos) junto destas comunidades. É possível que os terapeutas aceitem fazer o aconselhamento familiar.