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Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 04 de June de 2005 18:37

este é um assunto demasiado polémico João Luís... a discussão lamentavelmente não será sobre religião, mas sobre política... nem todos concordarão contigo e os motivos são políticos... e nesse sentido parece-me que ultrapassam este forum...

abraço fraterno

Miguel


Re: Cristăos na Politica precisam-se
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 04 de June de 2005 18:38


Quem votou no Socrates, tem culpa:) ehehehehe

Eu não votei nele, nem em nenhum...lol. Pois, pois uns recebem pensão e ordenados outros passam fome... Que conciência vai nos politicos de Portugal? Não têm coração? A boca deles não é igual à do pobre operário?

Este verão irei ver os preços de Portugal se coincidem com os daquí. lol...gozar um pouco desse sol e desse mar....Adoro Lisboa:) A cidade de Portugal de que mais gosto.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 04 de June de 2005 18:46

rmcf


Uma salada russa de vez em quando sabe bem:)

Presumo que seja adquado para isso também...Alef: vamos a isso???

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 04 de June de 2005 19:33


Caro Miguel....
Tantos assuntos como os clones etc nada tem a ver com religião e são aqui tratados......
não concordam..... e depois? Alguma vez concordaram?
A minha preocupação nao é ser unanime, mas a verdade.
Aliás o que nao foi assumido nao foi redimido. Cristo entra em tudo.... até na politica

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 05 de June de 2005 15:40

Caro Pe. João Luis,

Segundo a notícia do jornal Expresso, os portugueses não só não vêem o "logro que sofreram" como compreendem a necessidade das medidas agora aprovadas.

Como se pretende que a temática deste fórum seja religiosa, convido-o a partilhar connosco qual das políticas ou medidas do actual governo são injustas de uma perspectiva cristã. Convido-o também a dar a sua opinião sobre a extinção as reformas antecipadas dos políticos e da criação de uma nova taxa de IRS de 42% para quem aufere mais que 60 mill euros por ano.

Citação:
SONDAGEM
Rigor não afecta Governo

OS PORTUGUESES estão conscientes da necessidade de apertar o cinto para reequilibrar as contas do Estado - e, pelo menos para já, não penalizam o Governo pelas medidas de austeridade anunciadas. Na primeira sondagem realizada após a divulgação das principais medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento, José Sócrates até aumenta o seu saldo de popularidade (tem agora 61 pontos positivos contra apenas 18 negativos) e o Governo mantém uma confortável margem de simpatia (41% positivos e 30% negativos) junto do eleitorado.

Fonte: Expresso
Luis

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 05 de June de 2005 16:02

O que considero injusto, impor aos Portugueses uma carga fiscal pesadissima, e pagar pensões churudas aos politicos. Demitir administrações de empresas publicas - alegando serem lugares politicos - antes de tempo, pagando brutais indemenisações para meter amigos, veja-se o caso Galp e boy Fernando Gomes.
Os 42% no IRS acho muito bem. Grande parte da classe politica vai paga-los porque recebem esses chorudos montantes. Admite-se que ex-presidentes da republica, ex-primeiros ministros, recebam imensas reformas por 10 anos de serviço e o pobre do funcionário publico cada vez se reforma mais tarde?
Está na altura de uma profunda reforma na classe politica e no actual sistema. Isso já o presidente da republica o afirmou.
O problema do deficit nao se resolve apenas com reduçao de despesa e aumento de receitas que vem de aumento de impostos. O PIB tem de crescer, e num país de tao baixa produtividade, esta tem de ser a meta.
Devemos ser o pais da europa que mais greves faz, onde o absentismo é maior. O pais precisa de reformas estruturais, não baloes de oxigénio.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 05 de June de 2005 16:18

«Demitir administrações de empresas publicas - alegando serem lugares politicos - antes de tempo, pagando brutais indemenisações para meter amigos»

Sim, mas nesse caso temos de ver até que ponto é ético a contemplação dessas indeminizações brutais nos contratos dos administradores públicos, nos cargos de confiança política. Principalmente, quando em alguns casos nem foi preciso mudar de cor política para mudarem os titulares dos cargos, apenas novos ministros...

Neste tipo de cargos, o que seria ético e bom de ser ver, era sempre que houvesse mudança de governo, os detentores desses cargos colocassem o lugar à disposição. Isso, que eu saiba, aconteceu pelo menos num caso nesta última mudança de governo, e o actual governo reconduziu no lugar.

Mais do que ver casos isolados, é preciso ver o problema na sua globalidade e encontrar-se uma forma de o resolver.

Luis

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 05 de June de 2005 21:41

Concordo inteiramente. Não se trata infelizmente de casos isolados. O problema deste país reside neste ponto mesmo. Admite-se que as empresas publicas do estado sekjam geridas não por quem tem mais capacidade, mas tipo distribuição de premios aos camaradas de partido - quaisquer que eles sejam?
Porem os lugares à disposição? Mas porquê? Não foram contratados?
Infelizmente as nossas empresas publicas sempre deram e darão prejuizo, porque não são geridas convenientemente.
Como é que pode ser possivel numa optica de gestão moderna, atribuir presidencias de conselho de administração a gente mal preparada, apenas porque é do partido a, b, ou c?
Enquanto a classe politica não der o exemplo, como podem pedir ao povo que aperte o cinto?

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: VM (IP registado)
Data: 06 de June de 2005 00:56

Ponham-se à tabela com o que dizem das reformas+ordenados dos políticos. Ainda aparece o Alberto a tratar-nos carinhosamente por bastardos, já que não gosta de chamar ninguém por filho da piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 06 de June de 2005 01:22

Espanta-me como é que ninguem faz nada a esse senhor. Faz-me lenbrar uma certa pessoa, que faz o mesmo tipo de esquemas. Mas como mantem o pessoal em suspense e torna mais animada a coisa, deixa-se estar.
Eis um exemplo de quem devia ir para a reforma. De vez!!!

Re: Cristăos na Politica precisam-se
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 06 de June de 2005 01:26

VM

Claro que são bastardos, vão tirar-lhes a maminha. Como veêm os politicos é que destruiram o País. Eles era quem o recebiam todo!
Ricos politicos...as leis estavam feitas a favor deles.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de June de 2005 01:41


Mas deixaram de estar...

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 06 de June de 2005 01:48


Bom....aí louvo a ideia do Socrates...Retirar a maminha quase toda a esses ministros.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: VM (IP registado)
Data: 06 de June de 2005 11:49

Isto é um pau de dois bicos! A idéia do Sócrates - 1 ordenado inteiro + 1/3 da reforma ou vice-versa, cheira-me a mais uma tanga, inventada em cima do joelho por causa da pressão dos media. Todo o Zé Povinho sabe que os socialistas são os melhores no campo dos "job 4 the boys" (os outros do PSD e do CDS também tentam - aqui não há favoritismos...). Alguém está a ver um bom técnico de economia, já reformado e com um biscate bem pago numa multinacional, largar o tacho, para servir a nação por 1/3 do ordenado???
Porque é que insistem em atirar-nos areia para os olhos?
Acho muito bem, que quem teve auto-iniciativa na vida para estudar e progredir profissionalmente, seja bem pago por isso, que pague os impostos relativos a esse investimento, e que tenha posteriormente o retorno do mesmo (posso falar à vontade porque até sou pobre...).
O que me chateia, é que por cada bom e honesto profissional haja tantos "mamões". Olhem por exemplo o actual ministro das finanças vs Fernando Gomes. Lembrem-se de Bagão Félix, um homem honestíssimo (cristãos na política precisam-se...) vs o homem dos sobreiros...
Mas alguém ainda acredita nas "boas promessas" da generalidade dos políticos?
Ao menos o Alberto João não anda a dar tangas com falinhas mansas. O que tem a dizer, diz, e quem não gostar, que vá às mães dos bastardos :-).
Eu até prefiro um político assim. Não há que enganar!
E ao menos, faz-nos rir...
Abraço fraterno

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 07 de June de 2005 00:16

Sendo o título deste tópico " Cristãos na Politica precisam-se" a minha questão (provocatória) desde o início é: Para quê???

Ou seja, se são precisos, será para alguma coisa.

Para que são então precisos?

Espero que não seja para estarem lá.

Que ideias defenderiam?

Se tivessem de escolher uma ideia para defender na vida pública, fazendo dessa a vossa marca de cristão, qual escolheriam?

João (JMA)

Re: Cristăos na Politica precisam-se
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de June de 2005 04:51


Que os politicos falassem verdade:) Que a sinceridade e honestidade reinasse neles! Coisa que muitos politicos não cumprem...


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 07 de June de 2005 07:21

Assim como muitos cidadãos... Há muitos cidadãos mentirosos e desonestos, e até mal educados como o Alberto João Jardim, como podemos observar no dia adia.. ...

ESta ideia osbtrusa de diabolizar todos os políticos parece-me pouco católica, e, nalguns casos, parece resultar apenas de uma espécie de inveja mesquinha relativamente a quem ocupa cargos públicos como resultado de eleições democráticas.

Os políticos prestam um serviço público que merece respeito e consideração, independentemente de serem ou não católicos.

Devem pautar a sua conduta por critérios de eticidade e tendo como finalidae o bem comum, independentemente de serem cristãos ou não.
OU que não lhes é exigível é que sejam uma espécie de mártires, de monásticos e arautos da pobreza franciscana, para cumprirem a sua missão nobre de servirem a comunidade....

É verdade que os políticos nem sempre contribuem pra melhorar a imagem pública da sua actividade nobre, ao serviço dos outros e da comunidade, como é o caso de situações recentes de corrupção, tráfico de influências ou mesmo linguagens recorrendo a insultos...



É evidente que , para um político cristão, as questões de igualdade e justiça social, por exemplo, devem ser especialmente importantes...


Re: Cristăos na Politica precisam-se
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de June de 2005 14:25


O Alberto João Jardim, com a vaidade até lhe dá para ser mal educado....ehehhehe...Esse também tem ordenado e pensão!!!

Qual o ordenado do Primeiro Ministro? E do Jorge Sampaio?

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 12 de June de 2005 15:59

Olá Amigos

Tenho estado ausente, por motivos profissionais, mas também, porque tenho andado ocupada em redigir o texto vou colocar aqui. Não pretendo dar lições a ninguém, apenas quero partilhar convosco, o que faço, como faço e porque faço.

Importa referir, que levei mais de 1 mês para finalizar este texto, e cheguei mesmo a pensar não o editar. No entanto, apesar de correr o risco de vir a ser mal interpretada, sei que a maioria de vós saberá ler e compreender, nas entrelinhas, a presença de Cristo na minha vida e na vida das pessoas que me rodeiam.


Grande bem-haja e um
abraço fraterno a todos


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 12 de June de 2005 16:09

A minha forma de estar na politica




Como se anda a falar muito de cristãos na política, porque o tópico anda por aqui, e porque o descrédito na política e nos políticos é crescente, aproveito o momento para “sair do armário” e partilhar convosco as minhas experiências nestas áreas.

Espero que estejam com paciência para ler. Porque ao invés de tecer considerações teóricas sobre ética na política, vou partilhar convosco o que sou, o que sinto e o que faço. Espero, que respeitem e compreendam a forma, de como passarei a explanar algumas coisas tão importantes na minha vida cristã e politica, onde se incluem pessoas que muito estimo.

Como já tive oportunidade de vos dizer a minha educação é de matriz católica e julgo ter herdado do meu avô paterno a noção de responsabilidade e participação cívicas. Pois, para mim, estar na política é uma forma activa, participativa, responsável e crítica de estar em sociedade civil.

Vou começar este texto com algumas memórias, para que compreendam o meu percurso pessoal, na vida politica e cívica, o qual ocorreu de forma muito natural.

Lembro-me de quando era miúda, deveria ter uns 7ou 8 anos, ia por vezes, a chorar para a cama, porque via frequentemente, no telejornal, histórias de fome violentíssima na Etiópia e guerras na terra de Jesus. Como é que tal poderia acontecer?! Então os meus pais, na sua infinita paciência, procuravam explicar-me de uma forma racional e carinhosa os processos políticos por de trás de tantas desgraças. Mas como sempre fui uma rapariga muito teimosa, não me contentava com as suas explicações e antes de dormir, rezava, pedindo a Deus que organizasse o mundo, de maneira a que essas “coisas” acabassem de vez. Claro que a meio das minhas orações já estava num diálogo empolgante, com o meu Senhor, em que lhe dava algumas dicas, de como Ele, devia ajudar os homens a acabar com as guerras e a fome. Posso dar-lhes alguns exemplo muito simples:

___Por exemplo, para acabar com a fome, Deus só teria de ajudar os cientistas a evoluírem as suas tecnologias, para que estes pudessem transformar a água do mar em água potável, que depois seria transportada por grandes aviões cisternas, que pulverizavam as áreas mais secas. A água fazia com que crescessem ervas e as árvores davam frutos (assim as vacas magras poderiam comer e ficando melhor alimentadas poderiam dar leite, enquanto que os frutos e legumes os homens poderiam colhe-los facilmente). Com a regularidade das chuvas forçadas, e com os homens cada vez mais fortes e melhor alimentados, então poderiam, gradualmente, começar a agricultar a terra e então recomeçar a sua economia. (claro que para isto, Deus teria de contar com a ajuda dos países mais ricos, como os Estados Unidos, que iriam colocar os seus esforços, na construção de enormes tanques e fábricas para tirar o sal da água do mar)

___Para a acabar com a guerra, Deus teria que escolher, e dar ordens sérias, a uns quantos políticos que tivessem formação Cristã (esta era, no meu sistema de intenções, uma forma de garantir a confiança nos homens). Assim, esses chefes dos Estados, reunir-se-iam, numa assembleia mundial, onde assinariam um acordo de paz. E claro, todos, seriam obrigados a cumpri-lo. Colocou-se-me a questão dos países não Cristãos, como Israel e a Palestina,...mas se Deus coloca-se nesses governos pessoas com boa formação, que fossem fraternas, caridosas e humildes, e com a preciosa ajuda do Papa, então era possível haver paz no mundo. Eventualmente se Ele precisasse de ajuda, para governar essa organização mundial, eu estaria disponível, pois na minha pessoa Ele podia confiar, porque Lhe seria sempre fiel.

(A imaginação das crianças é fértil e extraordinária...eu própria fico surpreendida!)

Bem, entretanto cresci e continuei a rezar para que Deus fizesse alguma coisa. Quando Cheguei ao 8º ano de escolaridade, descobri que Deus já tinha pensado nessas coisas todas e que já havia a ONU (foi então que descobri a sua história e fundamentos). E pronto, como Deus já não precisava de mim, porque afinal a grande assembleia mundial já existia, certamente as pessoas que a governavam eram as escolhidas por Deus e eu estava fora dessa corrida. Confesso-vos que foi a minha 1ª desilusão profissional! Achei então que deveria tirar o curso de história, dar aulas e explicar aos jovens a história da humanidade e a importância de sermos fraternos, humanos, e porque é que as guerras existem. No entanto, quando chegou a altura de decidir pelo curso universitário, achei que a vida de professor era muito complicada e optei por uma coisa diferente, Relações Internacionais, uma espécie de dois em um (tinha história e possibilitava-me interagir com o mundo actual).

Quando cheguei à faculdade deparei-me com uma cadeira extraordinária que se chama “Direito Internacional Público” e descobri que Deus andava perdido, ou então me tinha enganado, porque a final não só tinha cometido a asneira de criar a ONU, como ainda por cima a organização não funcionava, pois não há coercibilidade que funcione quando todos querem manter a sua soberania. Eis uma questão inultrapassável! (sinceramente acho que já não tenho imaginação suficiente que resolva esta questão. Hoje, acho que se resume a uma questão de Fé e que um dia os homens serão irmãos).


Entretanto, a minha aprendizagem foi extraordinária. Aprendi coisas muito importantes que definiram e poliram o meu carácter, a saber:

___Nas aulas de história de Ideias politicas, com o Prof. Sousa Lara, que nos obrigava a ler “De principatibus” ou “o Principie”, do qual se faziam frequências sobre a história de Lucrécia Bórgia e seus amantes, descobri que 1º- a politica é amoral, 2º- os estados são egoístas (tal como os homens), 3º- que o sistema é conflituoso e anárquico (tal como muitas vezes os homens, quando perdem a coerência e verticalidade).

___Nas aulas de Teoria das RI, com o Prof. Vasco Rato, aprendi a arte da retórica, novas ideias, novas formas e modelos de organização e descobri a tecnocracia.

___Nas aulas de História Politica e Diplomática com o Prof. João Castro Fernandes, homem de Fé e práticas cristãs contagiantes, aprendi que, se a politica é amoral, eu sujeito não o sou. Tenho uma história, uma formação e se acredito em Cristo, então devo honrar o que sou e colocar ao Seu serviço a minha pessoa, fazendo os possíveis para tornar a politica mais humana, mais correcta, mais fraterna e mais transparente. Eis a minha 1ª grande luz, afinal havia alguém que concordava comigo...e então as memórias de infância voltaram, e voltei a acreditar que talvez fosse possível fazer politica, sendo cristão.



Pelo caminho fiz parte, durante 2 anos, da Associação de Acção Social da Universidade Lusíada (AASUL) pela qual participei em actividades de acção social na Área Metropolitana de Lisboa e em dois projectos de missão ad gentis em Cabo Verde. Nos projectos de missão, recebi muito mais do que dei e aprendi a partilhar corações, reaprendi que a caridade, a humildade, e a abnegação, começam em casa, junto daqueles que estão ao nosso lado, no nosso trabalho ou na nossa rua.

Entretanto descobri a arte da Diplomacia. Ou melhor não a descobri e eis a 2ª grande desilusão profissional...deveria andar mesmo enganada relativamente ás minhas opções.

De regresso à terra natal, Faro, iniciei um 2º curso, em Gestão de Recursos Humanos, no ISMAT de Portimão. Envolvi-me na Associação Académica, onde cumpri 2 mandatos, participei activamente no movimento associativo nacional e internacional (ENDA’s e FNESPC e FAIRe, estando ainda ligada a este último, [faire.no.sapo.pt]).


Em resultado dos 2 mandatos na AA, convidaram-me para mandatária da juventude, de uma lista candidata às eleições autárquicas de 2001. Não pertencendo, na altura, a nenhum partido político, por considerar que a politica local e o associativismo universitário não se devem misturar, aceitei o convite, pois na altura, já estava de saída da Associação Académica. Mas porque gosto de me envolver verdadeiramente nos projectos onde estou inserida, passado pouco tempo convidaram-me para reactivar a juventude partidária em causa, o que fiz primeiro através de uma comissão da juventude e depois como presidente de secção, da dita juventude partidária.

Passado uns anos, já sem idade para continuar na “jotinha”, passei para o grupo do partido e fiz, por duas vezes parte da Comissão Politica de Secção. Não há dúvida, Deus tem os seus segredos!!!!!

Como poderia querer mudar o mundo, sem me mudar a mim primeiro? Como poderia querer acabar com a fome no mundo, quando ela grassa na minha rua? Como poderia querer acabar com a hipocrisia no mundo quando ela existe na minha cidade?.....

Digo-vos amigos, “fazer política” local pode ser tão extraordinário como mudar o mundo. E o mundo da política é tão vasto! E há tantas coisas para fazer, tantas injustiças cometidas, mas que nós muitas vezes não vemos, porque estamos demasiado cegos e virados para nós mesmos, para coisas importantes do nosso dia-a-dia. Cada um de nós, faz parte do mundo, e podemos começar por ai. Podemos mudar o mundo, começando por nós.

Nas últimas eleições legislativas fui directora de campanha em Portimão, cidade onde actualmente resido, e a operacional de 1ª linha na direcção de campanha do barlavento algarvio. Cabe a partir deste momento falar-vos de um grupo de pessoas em geral e de um homem em particular. João Amado, 45 anos, médico, casado, 2 filhos e candidato à Câmara Municipal.

A Comissão Politica à qual pertenço está, na oposição ao poder instituído, há 30 anos, e tem nos últimos 3 anos, procurado inverter o envelhecimento da CPS e a sua falta de quadros. Esta inversão tem sido possível graças à sensibilidade de equilibrar as novas gerações com as gerações dos senhores de cabelos brancos. No entanto o que melhor caracteriza a postura desta comissão politica é: a verticalidade, a incorruptibilidade, e a assertividade, de tal forma, que todos aqueles que não se identificaram com esta postura, acabaram por pedir demissão ou simplesmente foram-se gradualmente afastando, da Comissão Política, não do partido!

O Candidato que a CPS apoia, recebeu dos seus pais uma educação católica. Apesar de não ser assíduo às missas dominicais, apresenta no seu dia-a-dia, práticas bem mais cristãs, do que muitos cristãos, que vão todos os domingos à missa, bater com a mão no peito e comungar. João Amado, vive de acordo com a noção, de que, “o mais importante são as pessoas”. É candidato à CM por 3 motivos: responsabilidade, prazer e ambição. A responsabilidade de contribuir para a alternância de poder que a Democracia pressupõe, pois à àqueles que tem intervenção politica, pede-se mais do que a crítica fácil ou acção inconsequente, exige-se que dê o seu melhor na defesa dos valores em que acredita. O prazer de fazer politica, pois não acredita nos políticos que baseiam os seus discursos no sacrifício pessoal, que parecem estar sempre a fazer um enorme favor aos outros. Está convicto de que pode prestar um bom serviço à cidade, de forma séria e responsável mas com o prazer de quem gosta de poder influenciar positivamente a vida daqueles que nos rodeiam. E por fim a ambição, não a mesquinha ambição pessoal dos “penachos” ou da auto-promoção, mas a ambição de poder contribuir de forma decisiva para a mudança que é indispensável para o desenvolvimento de Portimão.

João Amado, tem como principais características a força de carácter, a verticalidade, uma noção muito real da sua consciência e dos seus limites, e gosta principalmente, de dormir com a consciência tranquila. A conquista da CMP, é muito difícil, mas para quem já chegou até aqui, recusando tachos, poleiros e dinheiro, já conquistou muitos corações. Recusar estas tentações nos dias de hoje, não é fácil. Imaginem como pode um pai explicar ao seu filho, que deixou as suas convicções de lado em troca de dinheiro? Ou como pode um sujeito dormir descansado, sabendo que traiu a educação que os seus pais lhe transmitiram? Ou o indivíduo rege-se por princípios muito rígidos, ou então cede facilmente. Por tudo isto, considero-me muito privilegiada, por ter encontrado gente correcta, honesta, séria, com valores e princípios iguais aos meus, e que lutam, tal como eu, por um mundo melhor.

Por ter tido, uma proposta de trabalho, no jornal Região Sul, [www.regiao-sul.pt], o qual tem cerca de 55.000 visitas por mês, na sua página on-line, na sexta-feira, dia 3 de Junho, pedi suspensão de funções da Comissão Politica de Secção, de forma a tornar inquestionável a minha idoneidade profissional. Mas a surpresa das surpresas vem a seguir. Não sei se o meu novo patrão é católico ou não, o que sei é que gere um jornal em 2 versões (on-line e papel), que procura ser imparcial, não anda atrás de patrocínios nem publicidades, apenas defende os interesses culturais, políticos e económicos da região com rectidão, justiça e imparcialidade. Isto parece impossível, mas é verdade. Por isso, apesar de muito me custar, o afastamento de minha família politica, sinto-me muito privilegiada, por conhecer gente séria, trabalhadora e sendo cristãos ou não, são capazes de fazer a diferença e de com o seu exemplo dar o contributo para um mundo melhor.

Infelizmente, todos nós vemos demasiados telejornais e compramos demasiados jornais, os quais, a maioria deles, não prima pela imparcialidade, antes pelo contrário, manipulam a opinião pública, ao invés de servir e formar consciências, e potenciar a massa critica. Por isso, só temos informação sobre corrupções, trapalhices, negócios estranhos, quando há por este país fora, tantos episódios e gentes para louvar.

Contei-vos todas estas coisas, para vos dizer, que compreendo a importância de haver cristãos na política, mas o mais importante é que haja respeito pelos valores, princípios e regras. Há falta de cristãos na política, mas quando dizemos isto, é importante dizer também, que nos referimos a verdadeiros cristãos, daqueles que têm Cristo no seu coração e que vêm o seu semelhante com respeito reverencial. Pois afinal, em cada um de nós há uma centelha de Cristo e para reconhecer isto não é preciso ir à missa, ou à Igreja, é preciso simplesmente, seguir Cristo, ser igual a Ele, e isto na prática significa simplesmente saber AMAR.

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Este tópico foi encerrado

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