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Re: Cristãos na Politica precisam-se / Deus não é SÓ AMOR, mas PERFEITA JUSTIÇA!
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 09 de August de 2004 23:43


João (JMA)

Bom, parecendo que ainda há uma ponta de sinal do tempo-de-antena, aproveito só para dizer mais o seguinte:

§. "Aqueles que dizem, por ignorância ou heresia, que "Deus é Só Amor"...

a) Já disse, e repito, que Deus "NÃO É _SÓ_ AMOR"!

- Quem diz e acredite em semelhante dislate, ou é por ignorância (e neste caso está desculpado, ao menos em parte...), ou é por rebeldia/heresia/sacrilégio, e comete assim um gravoso pecado mortal (para além de poder correr o risco de excomunhão)!

- Com efeito, o facto de Deus não ser realmente SÓ AMOR, mas também insondável e infinita JUSTIÇA (a 100%, ao contrário da dos homens...!) - para além de muitíssimos outros Atributos Divinos -, faz parte não só da Doutrina dogmática da Madre Igreja Católica, como ainda dos seus Dogmas de Fé...
Quem tiver dúvidas, aconselho a consultar os Dogmas, constantes no tópico "Dogmas Católicos" (neste fórum), para além do Catecismo da Igreja Católica...

Boas noites, com Deus, infinitamente Justo e Misericordioso, que castiga ou premeia todos, exactamente segundo os seus méritos ou deméritos, em grau e número, sobretudo na Eternidade!
Nem poderia deixar de ser doutro modo, e quem afirmar o contrário é sacrílego, ou herético! Deus nos livre de tais pecados!...


José Avlis

P.S.: Em Deus há um PERFEITO EQUILÍBRIO entre Amor e Justiça, assim como em todos os Seus demais atributos, infinitamente sábios, santos e perfeitos!
Ainda que não pareça, pois a DEFINITIVA E PERFEITA JUSTIÇA é feita, quase sempre, ou exclusivamente, na Eternidade, no chamado Juízo particular, logo após a morte do corpo!
É Dogma de Fé!
Louvado seja Deus!
Meu Senhor e meu Deus!


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 10 de August de 2004 20:15

Avlis,

Qual é o dogma de Fé que diz que Deus castiga?

E qual é o dogma de Fé que diz que Deus premeia?



João (JMA)

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 10 de August de 2004 23:05

E como é possível ter Justiça divina sem Amor?

Como já foi aqui dito, este não é um Fórum de política. Parece-me, todavia, difícil conciliar a extrema-direita (ou esquerda) com os valores do Cristianismo e da Igreja Católica. Um pouco mais de Doutrina Social da Igreja fazia a bem a muitos políticos, ditos católicos, da nossa praça...

Luis


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 11 de August de 2004 15:03

Caro Luís

Quando falas de politicos ditos católicos da nossa praça, a quem é te referes?


Pedro B

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 12 de August de 2004 16:41

Há coisas que não se devem fazer, “prontos”. Uma delas é ler certas mensagens do José Avlis. Mas parece que não aprendo, “prontos”. E quase me ia estragando as férias, que estavam a correr tão bem! ;-)

Ora, muito embora o tema de Deus ser ou não "só" Amor já tenha sido devidamente debatido noutro lugar, o Avlis prefere repetir-se e desbobinar a sua cartilha de tipo jansenista, já que é disso que trata. E o jansenismo é uma heresia condenada pela Igreja. Diz então o nosso interlocutor que é um dislate, ignorância e heresia dizer que Deus é só Amor, cometendo o temerário autor de tal afirmação – imagine-se – pecado mortal, porque é um acto de rebeldia/heresia/sacrilégio, enfim, com o risco de excomunhão (sic!).

De uma só penada, o Avlis mete fora da Igreja e certamente no Inferno uma mão bem cheia de teólogos, a começar pelo meu “amigo” e bem ortodoxo François Varillon – teólogo jesuíta de elevada reputação teológica e espiritual, falecido nos anos 70, autor de vários livros que já aqui comentei e recomendei – e acabando no Irmão Roger que há bem pouco tempo escreveu um livro traduzido em muitas línguas, incluindo o Português, e que tem por título, se não me engano (não o tenho agora aqui), Deus só pode amar, editado pela Gráfica de Coimbra.

O pior é que o Avlis prefere escrever frases bombásticas sobre conteúdos teológicos provavelmente sem saber o que afirma. De resto, já afirmou muitas vezes que detesta os teólogos. Na realidade, incorre numa enorme asneira ao colocar em contraposição de um lado o Amor e do outro a justiça, a beleza, ou outro qualquer atributo de Deus.

Mas isto é um erro enorme, como o mostra muito bem François Varillon que trata directamente o tema em pelo menos dois dos seus livros (Alegria de Crer e de Viver e Síntese da Fé Católica). Quando S. João afirma que Deus É Amor, não está a predicar Deus de um qualquer atributo mais, mas está a falar daquilo que é a essência de Deus. Por isso, diz Varillon – e bem –, é errado contrapor em Deus o Amor e a justiça. Deus é antes de tudo e SÓ amor. E é justo? Sim, mas é o Amor (a essência de Deus) que é justo, que é eterno, etc.

O Amor em Deus não é um atributo mais. É Aquilo que é Deus. Ponto.

Volto às minhas férias.

Já agora, um dia destes vou reler o livrinho do Ir. Roger. Recomendo-o vivamente. E depois podemos falar sobre ele, que vale a pena.

Até qualquer dia. Aí vem mais uma o~n~d~a~!

glup!

;-)
~~A~~L~~E~~F~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 12 de August de 2004 19:59

Avlis,
é melhor leres sobre o jansenismo.

Senão "por rebeldia/heresia/sacrilégio" podias cometer "um gravoso pecado mortal (para além de poder correr o risco de excomunhão)!"

E nós não queremos que sejas excomungado!



João (JMA)

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 12 de August de 2004 20:25

O papel do Leigo na Política.

por Alexandre Cavalcante, comunidade shalom.



João (JMA)

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 30 de October de 2004 22:13

Pelos vistos, de pouco adianta o governo ter na sua composição ministros católicos...

Luis


OCDE denuncia falta de política familiar em Portugal

A APFN congratula-se fortemente com o relatório entregue pela OCDE no dia 28 de Outubro, em que critica a ausência de uma adequada política familiar em Portugal, totalmente em linha com o que esta Associação tem vido a reclamar desde a sua criação, há pouco mais de cinco anos, e que é a causa dos desastrosos indicadores familiares: redução do número de casamentos, disparo de divórcios, redução da natalidade e aumento de nascimentos fora do casamento, com consequente aumento do número de "órfãos de pais vivos" e, como tal, do crescente aumento do comportamento desviante e de risco infantil e juvenil.


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 12 de November de 2004 23:39

Segundo a TSF de hoje...
Citação:
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que considera uma prática moralmente justa fugir aos impostos quando a carga é muito elevada.
Fonte: TSF online
Depois de uma afirmação desta, justifica-se o título deste tema: «Cristãos na Política, precisam-se!».
Luis

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 13 de November de 2004 00:32

Com politicos assim, os bandidos deviam andar à solta.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 13 de November de 2004 07:08

Sim, o Kerry é Católico apostólico Romano.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 13 de November de 2004 07:29

Que grande Confusão aqui vai!
Fala-se da importância dos cristãos na política e acaba-se a discutir a postura isolada de um padre que diz que nega a comunhão!! E Outro padre que diz que não se pode negar assim tão levianamente a comunhão a ninguém...

O cerne da discussão aqui iniciada diz respeito á separação entre a esfera da Política e a esfera Peligião.
Num Estado Democrático, a laicidade é um património fundamental, e uma condição sine qua non para para o ppleno exercício ad liberdade e da Cidadania.

.Uma coisa são as opções ideoológicas e religiosas de cada um, outra coisa é a gestão da cidade,o exercício da actividade política e as suas instituições democráticas que devem ser em absoluto laicas . Um político não pode nem deve ser conduzido na sua Missão ou funções por ideologias religiosas, quaisquer que sejam.

SE não qualquer dia passamos a viver segundo a Sharia ( mesmo que seja a sharia católica).

Ora eu gosto muito de viver em liberdade e democracia e acho vergonhoso que as instituições religiosas tentem manipular resultados eleitorais ou tentem fazer legislação laica de acordo com princípios religiosos duvidosos.

Exemplo concreto : Um católico homofóbico pode ter um profundo ódio aos homossexuais ou fazer juízos de valor religiosos sobre eles, classificando-os de pecadores. Não pode é , com base nisto, promover uma legislação descriminadora das pessoas homossexuais, porque isso vai contra a nossa Constituição e contra os princípios democráticos de um Estado de Direito.

Por isso é que vivemos num estado laico e não num EStado religioso como é frequente nos países muçulmanos.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 13 de November de 2004 07:48

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 13 de November de 2004 14:47


Eu diria: gente honesta na politica precisa-se...católicos ou não católicos!

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de November de 2004 14:19

"Apesar dos múltiplos equívocos do cristianismo histórico, traduzidos nomeadamente, no cesaropapismo e nas guerras religiosas da Europa e no facto da Igreja católica só no Concílio Vaticano II, na década de 60 , TER RECONHECIDO O DIREITO À LIBERDADE RELIGIOSA, a secularização do EStado TEM RAÌZES BÌBLICAS.

Ao contrário do que pensam os vários fundamentalismos, a laicidade ( que não deve confundir-se com o laicismo, como a secularização não deve de forma alguma ser confundida com o secularismo), É UM BEM E UMA EXIGÊNCIA da dinâmica judaico-cristã, não sendo por puro acaso que o reconhecimento dos direitos do homem, onde se situa a secularização, acabou por impor-se essencialmente no espaço cultural fecundado pelo cristianismo.

De facto, o resultado da criação por um Deus transcendente que cria o mundo não por necessidade, mas por generosidade livre e amorosa, só podem ser criaturas autónomas, homens e mulheres livres, com quem Deus estabelece aliança na Liberdade- Deus não quer escravos, e, por outro lado, um EStado confessional religioso implicaria a lesão da igual cidadania de todos. Deus ama o mundo, mas não se confunde com o mundo.

A autonomia das realidades terrestres e concretamente da política é exigida pela salvaguarda da transcendência divina, que não pode ser confundida com nenhum projecto político. PELA SUA PRÓPRIA NATUREZA, O CRISTIANISMO REMETE PARA O PLURALISMO POLÍTICO E PARA A DEMOCRACIA"

Anselmo Borges - Janela do Invisível, Campo das Letras, Porto, 2001
Além de padre, O Professor doutor Anselmo Borges tem uma sólida formação académica em Teologia ( Roma), Ciências Sociais ( Paris) e Filosofia( Coimbra). É docente de Filosofia da faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 28 de November de 2004 08:29

também esta é a concepção dos Bispos Portugueses conforme se pode ler neste documento:

A Igreja na sociedade democrática

Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa.

A laicidade do Estado

11.
"Na sua origem histórica, a afirmação da laicidade do Estado foi uma forma de libertação em relação à influência das Igrejas nos Estados e nas sociedades. E, como em todas as autonomias conseguidas pela rebelião, caiu-se, facilmente, na oposição antagónica. Para se libertarem, os Estados combateram a influência da religião na sociedade, assumindo, por vezes, expressões de violência.

Mais positivamente, a laicidade do Estado apareceu como exigência da pluralidade religiosa da sociedade. Favorecer a influência de uma confissão religiosa, em detrimento de outras, seria impróprio de um Estado democrático. Só pode ser esse o justo sentido da neutralidade religiosa do Estado: este não se identifica, nem depende, de nenhuma confissão religiosa concreta, pela simples razão de dever procurar harmonizá-las todas com os superiores interesses do bem comum. Mas neutralidade religiosa não pode significar que o Estado seja anti-religião, fazendo da laicidade uma espécie de credo, tornando-o num Estado confessional de sinal contrário


O pensamento político contemporâneo vai na linha da afirmação do sentido positivo da laicidade. Para além do respeito pela liberdade de consciência, compete ao Estado, através do discernimento prático do serviço prestado à sociedade pelas confissões religiosas, enquadrá-las em ordem à realização do bem comum, o que lhe permite distingui-las segundo a importância concreta que têm para toda a comunidade nacional, na linha da tradição, da história e dos serviços prestados no presente.

Não compete ao Estado promover actividades especificamente religiosas e, muito menos, tentar imiscuir-se na vida interna das Igrejas.

A laicidade do Estado dá a este maior liberdade e autonomia para exercer essa função, sem estar condicionado pelas exigências de qualquer credo, seja ele religioso ou anti-religioso.

Aliás, da laicidade do Estado, assim concebida, beneficiam as próprias confissões religiosas que deste modo se situam mais claramente como serviço da sociedade."

Trata-se de um Documento extenso, profundo e rico, que merece uma nálise detalhada.

Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 02 de December de 2004 15:13

Do Público de hoje! Um pequeno extracto irresistível!...

[jornal.publico.pt]

Citação:
(...)
A fé de Fátima Felgueiras

Mas a fé de que Fátima Felgueiras dá mostras quanto à evolução dos acontecimentos ao nível judicial e político, parece estender-se igualmente ao campo espiritual. "Peço-vos que intercedeis por mim a Deus, para que suporte esta cruz, este cativeiro, que venho carregando há cinco anos", refere também a autarca, antes de endereçar ao seu povo uma mensagem de conteúdo eminentemente bíblico. "Não entreis em conflito por coisas fúteis; perdoai e sereis perdoados", recomenda, para acrescentar que "eu já perdoei o mal que os meus inimigos me causaram". A mensagem termina até com o toque de certo messianismo, com a autarca a estabelecer um paralelo entre si e a Sagrada Família. "Nesta quadra de Natal, vamos todos colocar os olhos no presépio - na Sagrada Família. José, Maria e o Menino, também eles, tiveram de se ausentar da sua própria terra, pois tamanhas eram as perseguições do rei Herodes", conclui.
(...)


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 20 de December de 2004 17:58

«O Parlamento Europeu é a nova Inquisição»
14-12-2004 13:10
Tatiana Alegria


ENTREVISTA: «Barroso sabia que eu tinha dito o que a maioria dos europeus pensa», conta Rocco Buttiglione ao PDiário. Político foi afastado por afirmar que a homossexualidade é pecado





Rocco Buttiglione, em entrevista ao PortugalDiário, explica por que é que Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, o defendeu e tentou mantê-lo na sua equipa: «Barroso sabia que eu tinha dito o que a maioria dos europeus pensa». O político, conhecido por ser próximo do Vaticano, defende que os princípios do «politicamente correcto» poderão destruir a Europa.

«A homossexualidade é um pecado». Esta afirmação, assim como outras sobre o valor do casamento e da família, levaram ao afastamento de Buttiglione da Comissão Europeia. O comissário designado para a pasta da Justiça, Liberdade e Segurança foi rejeitado em Outubro pelo Parlamento Europeu. Buttiglione chegou a pedir desculpas por escrito ao presidente da Comissão Europeia pelas consequências das suas afirmações e, uns dias depois, Durão anunciou que mantinha Buttiglione na equipa. Mas o político italiano não aguentou a pressão e acabou por demitir-se.

Parlamento Europeu rejeitou a sua nomeação. Sente que serviu de bode expiatório e que este incidente foi uma forma do PE demonstrar que tem poder?

Sim. Toda esta situação é inacreditável. Trata-se de uma nova Inquisição. Muitas das críticas dos eurodeputados forma injustas, como se eu tivesse ido para a Comissão Europeia para atacar os homossexuais. Uns eurodeputados não estavam bem informados, outros sabiam que estavam a dizer falsidades.

Mas disse que a homossexualidade é um pecado?
Disse que até podia pensar que a homossexualidade é um pecado, mas que sou a favor da não discriminação. E isso é diferente. Ou seja, posso ter as minhas opiniões, mas sou contra a discriminação. Isso não foi suficiente para o Parlamento Europeu.
Os eurodeputados queriam entrar na minha consciência.


"Eles" vão conseguir impor essa nova ortodoxia?
Não. Ou melhor, se a Europa aceitar esse relativismo, essa ausência de verdades, entrará em decadência. Uma sociedade que não defende a família não poderá sobreviver.



Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 02 de May de 2005 01:25

Do «Público» de ontem. Algumas ideias pertinentes.
Alef


Citação:
Director da Brotéria apela aos católicos para se envolverem mais na política


"A presença do catolicismo na vida pública não é uma ameaça ao pluralismo", pelo contrário. "A religião deve servir a democracia." Mais: "A presença pública da religião e a qualidade que ela tem constituem um teste essencial à democracia actual", defendeu ontem o padre jesuíta Hermínio Rico, num debate em Lisboa destinado a falar da religião na sociedade democrática.

"Assistimos, nos últimos tempos, a uma tendência clara de aprofundamento de diversos pluralismos: políticos, mas também ao nível de grandes concepções morais e éticas; ao nível étnico e histórico das populações de imigrantes; a nível religioso... O grande desafio para a democracia é conseguir mobilizar, a partir das diferenças, consensos mínimos para que continue a haver vida em comum, para que a comunidade não se fragmente", continuou o director da revista Brotéria, fundada pelos jesuítas há mais de cem anos. Ora, "se a democracia consegue lidar com a presença de uma religião no debate democrático, estará equipada para lidar com outros pluralismos; mas, se falha nessa abertura, irá certamente falhar com os restantes", sublinhou.

Hermínio Rico foi mais longe. Entende que a Igreja Católica tem um contributo importante a dar, pelos valores que lhe são inerentes - "a dignidade da pessoa humana, o bem comum e a obrigação que a sociedade tem de prover aos mais desfavorecidos" - e que um dos serviços que "a Igreja pode fazer à democracia é, no respeito desses valores e no respeito pelos seus oponentes, servi-la, trazê-la para caminhos mais democráticos, apostar em formar e informar as pessoas para esse tipo de vivência democrática".

Francisco Sarsfield Cabral, director de informação da Rádio Renascença, acrescentaria que "a Igreja não só tem o direito de intervir no debate público como o dever", defendendo também que a "neutralidade absoluta do Estado não existe", mas que o pluralismo de ideias está assegurado quando se permite que todos, católicos incluídos, participem na "construção dos princípios que regem as sociedades".
Estava dado o mote para aquele que era, afinal, o objectivo do encontro promovido pela revista - uma primeira iniciativa de "um grupo de pessoas" preocupadas com "o crescente desinteresse, sobretudo dos jovens, pela política", como explicou ao PÚBLICO Hermínio Rico. E a ideia era precisamente alertar "para a responsabilidade, o dever de participar na política", sendo que esta "não é uma coisa opcional, é obrigação que decorre da fé que se professa". Como é que se concretiza isto? "Desde aquilo que é o mínimo - o meu interesse pela política e o ir votar - até, eventualmente, considerar uma vocação de carreira política, motivada pelo desejo de serviço e de dedicação ao bem comum", respondeu.

Faltou o confronto de posições que se pretendia no debate. Para o painel que tinha como tema «Há lugar para a religião na vida pública?» tinha sido convidado também Vital Moreira - constitucionalista que, por diversas vezes, tem tomado posição contra aquilo que considera ser os privilégios e as regalias excessivas atribuídas pelo Estado à Igreja Católica -, que desmarcou a sua intervenção.

Sarsfield Cabral e Hermínio Rico não têm dúvidas de que sim, a Igreja deve participar na vida pública. "Claro que esta participação tem de respeitar as regras da sociedade democrática. Já passou o tempo da supremacia da Igreja sobre toda a realidade social."

Andreia Sanches
«Público», 2005-05-01


Re: Cristãos na Politica precisam-se
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 04 de June de 2005 18:25

Passados meses, este tópico ainda faz mais sentido. Depois de eleições livres e democráticas, o povo que deu a maioria a este governo, começa a ver o logro que sofreu. Os impostos aumentam, a idade de reforma aumenta, o desemprego aumenta, os dias aumentam em relação ao ordenado. Os ordenados dos ministros aumentam de tal forma que recebem pensão e ordenado ao mesmo tempo.
Estamos pior do que estavamos. Nossos ricos impostos.......
Como precisamos de politicos sérios neste país.....

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Este tópico foi encerrado

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