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Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 28 de September de 2008 13:06

Noticia retirada daqui

Citação:
Encontro em Évora
27-09-2008 10:20

Igreja deve olhar homossexuais “com benevolência”


Évora acolhe, este fim-de-semana, o I Encontro Ibérico de Homossexuais Cristãos, que deve ser olhado com “benevolência”, como disse à Renascença o padre Jorge Cunha, professor de Teologia Moral na Universidade Católica do Porto.

“Os objectivos essenciais do encontro passam pela reflexão sobre a situação actual das Igrejas, tendo por base os dados que vão ser recolhidos no próprio encontro e as experiências vivenciadas pelas associações que vão estar presentes. Também pretendemos ser um espaço de interrogação sobre que valores e que missão queremos para os grupos homossexuais cristãos em Portugal e em Espanha”, afirmou um dos organizadores da Associação Portuguesa Novos Rumos.

A organização do encontro garante que a data já estava prevista e nada tem a ver com a agenda política: o Parlamento discute no dia 10 o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A Igreja Católica não julga a condição homossexual, mas considera a sua prática desprovida de sentido. Ou seja, propõe às pessoas homossexuais que vivam em castidade. É o que explica o padre Jorge Cunha.

“Toda a pessoa tem direito a ser cristã, independentemente das suas escolhas. A doutrina da Igreja sobre a homossexualidade é muito precisa: a Igreja não julga a condição homossexual, a Igreja considera desprovidos de sentido os actos de sexualidade homossexual”, explica o professor de Teologia.

A doutrina da Igreja não impede de forma nenhuma que se olhe com benevolência para este encontro, como defende o padre Jorge Cunha: “Quando há cristãos que se reúnem para debate sobre assuntos de fé, a Igreja deve olhar com benevolência, uma vez que a Igreja é um sítio onde há muitas moradas: uns estão mais próximos do centro, outros estão mais na periferia. São cristãos que se reúnem, seja qual for o motivo da sua reunião, onde estiverem dois ou três de qualquer maneira está lá a fonte da fé”.


O que se o Catecismo da Igreja Católica?
Castidade e homossexualidade

2357. A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atracção sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (103) a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (104). São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

FB/EL

Lá que não entendam ou não queiram entender o sentido é uma coisa, agora afirmar que os actos homossexuais "não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual" é abuso.

Depois dizem que é uma provação... com a estigmatização que impõem à homossexualidade é natural que tal aconteça.

Uma instituição que escreve coisas destas, que defende uma discriminação mascarada de paternalismo quer ser levada a sério em questões éticas?!?


Benevolência... perfeitamente dispensável.
Não são pobres coitadinhos doentes e confusos. São pessoas que escandalosamente só são tratadas como de primeira para cumprir os deveres.
O direito à felicidade, através do bem estar afectivo, vivido sem medo ou vergonha é-lhes continuamente negado em nome de Deus e de César.
Vergonhoso e revoltante.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 28 de September de 2008 21:43

Nem preciso dizer mais nada. A Lena já deu o recado.

"Não te julgamos mas fica preso por via das dúvidas...". Felizmente ainda me espanto lendo essas coisas.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 28 de September de 2008 23:40

Olá Lena.

Não compreendo onde está o abuso quando se diz que as relações homossexuais "não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual". De facto, essa complementaridade não existe! São dois seres humanos do mesmo género e não de géneros opostos, logo, só existe um mesmo género, logo, não existe complemento...

Sou contra o casamento dos homossexuais e sou contra que se legisle a favor dele. Podem-me chamar retrógrado, conservador, o que quiserem, mas é essa a minha opinião. Aceito que as uniões de facto tenham os mesmos direitos na sociedade que os casais casados, e, nesse sentido, as uniões de casais homossexuais teriam os direitos que reivindicam.

Se pela união de facto obtém os mesmo direitos, porque razão insistem em em querer um "casamento" que, pela sua natureza homossexual, nunca é um casamento? Onde está a união complementar do masculino e feminino?

Obrigado,
Luís Gonzaga

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 29 de September de 2008 00:43

Luis

Complementaridade afectiva sexual... há quem só olhe para o sexual, eu olho para o afectivo.

As pessoas casam-se para poderem ter sexo? Não.
Se a resposta for Sim provavelmente todos concordarão que é uma péssima razão.

As pessoas casam-se para se libertarem das garras familiares? Não.
Pelo menos agora na nossa sociedade.

As pessoas casam-se para terem mais dinheiro? Não em teoria.
Mais comentários não faço.

As pessoas casam-se para terem filhos? Cada vez mais casais não querem filhos.

Então o que leva ao casamento duas pessoas? Não é o prazer de estarem juntas, o afecto que as une, a vontade de construir um projecto a dois? Não é nisto que se revela a complementaridade de dois seres que se casam?

Homossexuais são diferentes nestes sentimentos? Não.
Então porque a complementaridade deles não serve?

O casamento de hoje já não se rege pelas mesmas regras de há 50 anos. As Leis modificaram imenso a sua concepção.
Então por que razão esta mudança choca assim tanto?

O casamento não vai perder nada. As pessoas não vao ser menos casadas por haver homossexuais com os mesmos direitos e deveres. Amigo não empata amigo.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 29 de September de 2008 21:06

Já agora, qual o critério para se falar de "complementariedade sexual"? Isto é: não percebo o que quer dizer "complementareidade sexual"?... será que um homossexual, digamos um homem, se complementa sexualmente com uma mulher? ou com outro homem? Eu julgo que se estende a ideia de complemento sexual de forma demasiado estrita e fisicista. Ora a relação sexual é mais do que a relação entre dois animais. É, pelo menos, também isso que a Igreja ensina. Por isso refere "complementariedade afectiva sexual"! E essa complementariedade, para uma pessoa homossexual, parece-me que só se deve realizar com uma pessoa do mesmo sexo. Repito: afectivo-sexual.

Abraço fraterno,

Miguel



Editado 1 vezes. Última edição em 29/09/2008 21:06 por rmcf.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 29 de September de 2008 23:57

"«os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (104). São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados"

Todas estas palavras têm sentidos muito próprios, diferentes dos habituais. Tão diferentes que não dizem quase nada ao mundo de hoje. Toda esta construção teórica com que se cobriu o Evangelho é hoje um obstáculo ao próprio Evangelho, mas a hierarquia está muito mais agarrada à construção teórica arcaica do que ao Evangelho. É que "o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça" e estas construções teórica permitem apoiar não só a cabeça mas todo o corpo e também o espírito.

pontosvista

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 30 de September de 2008 01:32

Pontos vista
Achas mesmo que a linguagem está desadequada?

Eu acho que está clarinha como a água. O que, por vezes, acontece é que não se quer ver.

E cada um sabe, por experiência, que quando não queremos ver não vemos. É uma questão de auto-defesa.

Maria José



Editado 1 vezes. Última edição em 30/09/2008 01:49 por Maria José Ribeiro.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 30 de September de 2008 11:26

Não ter onde reclinar a cabeça não é para todos. Daí essa procura quase obcessiva em delimitar o que é bom e o que é mau, o que é certo e o que é errado, o que podemos ou não fazer.
Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. É este ME que escapa aos surdos, aos cegos, aos eunucos, aos inseguros.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 01 de October de 2008 01:03

Maria José

Sabes o que é a "lei natural"? E o que é a "complementaridade afectiva sexual"?

pontosvista

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 01 de October de 2008 01:17

Lena e Miguel,

Quando falo na "complementaridade afectiva sexual" refiro-me ao masculino e feminino e à forma com ambos se complementam.

Se é possível termos homens mais femininos que muitas mulheres? Sim, é possível. Se é possível termos mulheres mais masculinas que certos homens? Sim, também é possível. Mas existe esta complementaridade entre masculino e feminino.

A relação não deve ser estritamente física, mas também é uma relação física. Por isso temos ao nível físico: homem e mulher; ao nível afectivo/emocional: masculino e feminino. É na junção destes complementos que vejo o casamento.

Um abraço,
Luís

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 01 de October de 2008 08:14

Caro Luis

Estamos perante dois adultos que não sofrem de nenhum dstúrbio atestado pela Medicina e que têm uma relação afectiva saudável. Eles sentem-se complementares pois estão plenamente realizados no plano afectivo e físico.

Podemos afirmar com segurança o mesmo sobre todos os casamentos entre heterossexuais?
Alguém questiona a qualidade da relação afectiva e fisica de um homem e de uma mulher que se querem casar?
Não. Pressupõem que vai dar certo e que tudo funciona.

Tenho para mim que esta é uma grande injustiça.
Faz-me sempre lembrar o caso das primeiras mulheres em trabalhos "masculinos". Não lhes bastava ser boas, tinham de ser óptimas.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 01 de October de 2008 11:15

Lena

Concordo que os homosexuais não sejam vistos como pessoas com disturbios.

Mas o que estamos a falar é da definião do conceito de casamento e sua eventua redefinição.

O casamento (civil) é uma instituição criada para uniões entre homem e mulher.

Uma redefinição só deve ser defendida se o pulsar social o exigir.

Sou perfeitamente adepta de um referendo sobre a matéria e se a maioria dos portugueses assim o desejar devemos avançar para a redefinição do conceito de casamento.

O que não podemos fazer é forçar a alteração do conceito que está enraizado na comuidade sem o assentimento da mesma.

Outra coisa é passar a exitir um contrato para uniões de pessoas do mesmo sexo com efeitos civis analogos. Em relação a isso sou a favor.

Cristina

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 01 de October de 2008 19:13

Citação:
cristina dinis saraiva
Lena
Concordo que os homosexuais não sejam vistos como pessoas com disturbios.

Mas o que estamos a falar é da definião do conceito de casamento e sua eventua redefinição.

O casamento (civil) é uma instituição criada para uniões entre homem e mulher.

Uma redefinição só deve ser defendida se o pulsar social o exigir.

Sou perfeitamente adepta de um referendo sobre a matéria e se a maioria dos portugueses assim o desejar devemos avançar para a redefinição do conceito de casamento.

O pulsar social não o exige ainda?
O que é preciso mais?!?!

Forçar a alteração de um conceito ... o que vejo é forçar a manutenção de um (pre)conceito, já sem qualquer tipo de argumentação a não ser a sua própria definição.

Citação:
cristina dinis saraiva
O que não podemos fazer é forçar a alteração do conceito que está enraizado na comuidade sem o assentimento da mesma.

Volto a fazer o paralelo com o caso da mulher.
O seu estatuto igualitário tem sido imposto à sociedade através da legislação, pois o que está enraizado na comunidade é associar a mulher a um elemento naturalmente mais fraco.
Toda a legislação que visa reforçar essa igualdade entre os sexos nos deveres e direitos, rema contra a maré. No entanto a legitimidade destas medidas assenta em critérios básicos de justiça entre seres humanos.
O caso dos homossexuais é idêntico.

Não só podemos como devemos mudar uma Lei que é altamente injusta.

Citação:
cristina dinis saraiva
Outra coisa é passar a exitir um contrato para uniões de pessoas do mesmo sexo com efeitos civis analogos. Em relação a isso sou a favor.

Ou seja o problema é a designação. Igualdade, direitos, deveres , não há problema. O que é inaceitável é o uso da designação casamento.

Mas a palavra casamento é alguma marca registada?!?
A quem tenho de pagar os direitos de autor?

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 01/10/2008 19:14 por Lena.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 01 de October de 2008 21:30

Citação:
cristina dinis saraiva
A Lei serve para mudar o mundo e o homem para atingir a perfeição o homem liberto e o mundo novo.
Hitler, Pinochet, Franco, Staline pendavam assim.

Nas democracias não. A Lei deve ser um reflexo do que a maioria pensa e pretende.

Mas dizem "as maiorias podem estar enganadas é preciso educar o povo" e eu pergunto. Quem é o Juiz ? quem decide ?

Cristina, achei curioso que tenha comparado vários papas com Hitlers, Pinochets, Francos e Stalines. Será que vc não foi longe demais?

Imagino que tenha conhecimento que até a pouco tempo a igreja considerava a democracia um mal a ser combatido.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 02 de October de 2008 14:55

Lena

A tua posição merece todo o respeito mas é minoritária. A maioria dos cidadãos não defendem a redefinição do conceito de casamento como uma prioridade.

Não se trata apenas de designação mas de algumas caracteisticas do conceito que teriam de ser mudadas para se adequar a uniões de pessoas do mesmo sexo.

O que parece é que alguns sectores dos que defendem os casamentos de pessoas do mesmo sexo não se contentam com contratos civis com efeitos analogos.

Querem por tudo que o contrato seja um casamento. Ou seja não se preocupam com questões legitimas como sejam os direitos hereditários e sociais o que querem mesmo é uma redefinição do conceito de casamento como o conhecemos. Mais querem a destruição do conceiro. E isso sou contra.

Casamento é uma união entre um homem e uma mulher que pretendem casar ou casalar ou acasalar. O acasalamento ente homem e mulher não é fisicamente possível em abstracto. Casar, casalar ou acasalar exige macho e fêmea.

Claro que somos livres de mudar o conceito e fazer com que o mesmo passe a significar outra coisa. Em espanha fizeram isso e por exemplo a lei já identifica a relações parentais em vez de Pai e Mãe a lei trata de progenitor A e progenitor B (com pessoas do mesmo sexo não pode haver Pai e Mãe a não ser que também se queira redefenir o conceito de Pai e Mãe e, pelo menos por agora parece que ninguém ainda o defende).

Ou seja se a sociedade civil for favorável a uma redefinição que se avance mas sinceramente tenho muitas duvidas que um referendo aprove tal medida.

Eu votaria com certeza não

Cristina

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 02 de October de 2008 14:58

Firefox

Não comparei (mal de mim) nenhum Papa com qualquer ditador.

Não se confunda a Lei de Deus com as leis dos homems. A autoridade com a Autoridade.

A Igreija existe para converter o mundo. A lei civil não.


Cristina

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 02 de October de 2008 15:32

Ao longo da História da humanidade, a sociedade organizou-se em grupos que tinham como base a família, constituída pela complementaridade dos elementos feminino e masculino. Mesmo nos casos em que eram habituais a poligamia ou poliandria, havia sempre essa complementaridade, se bem que com pesos diferentes.

Compreendo a necessidade que os homossexuais têm de legalizar a sua união, mas
todas as questões já faladas pode ser satisfeitas e realizadas através das uniões de facto ou outra figura legal semelhante.

Por isso tudo, eu não concordo com o alargamento do conceito do casamento aos homossexuais. Assim como sou contra a adopção por homossexuais (com uma excepção: quando há laços de sangue, porque considero importante a relação de parentesco).

Isso não quer dizer que as pessoas sejam discriminadas. Têm todos os direitos e deveres.
Podem trabalhar onde quiserem, votar em que quiserem, ler o que quiserem, estudar onde quiserem, praticar a religião que quiserem, pagar impostos. Não é o mesmo que impedir uma mulher de votar ou um negro de estudar numa escolha
de brancos.

Deixem-me dar um exemplo: Dar à luz é algo inerente à Mulher. Faz parte da natureza feminina, mesmo quando a mulher é estéril ou não concebe por outros motivos. Isso não impede que haja crianças geradas por meios científicos. Qualquer dia, quem sabe, uma criança pode ser gerada e nascer completamente através de meios médicos artificiais, mas não é isso que faz com que o conceito se estenda além da Mulher. Um homem não pode dar à luz e isso não é discriminação, é mesmo assim.

O meu entendimento do casamento pressupõe que seja entre um homem e uma mulher.

Faz parte daquelas coisas que não mudam, não porque estagnam mas porque são mesmo assim. A Terra não começou a girar à volta do Sol só porque Copérnico e Galileu o disseram, já o fazia mesmo quando se dizia que estava no centro do Universo.

Abraços

Cassima

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 02 de October de 2008 17:23

Acabo de ouvir na rádio que o PS exige que os deputados votem contra o projecto dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo com disciplina de voto.

Não se compreende que os partidos exijam disciplina de voto em questões como esta.

Cristina

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 02 de October de 2008 19:51

Citação:
cristina dinis saraiva
Lena
A tua posição merece todo o respeito mas é minoritária. A maioria dos cidadãos não defendem a redefinição do conceito de casamento como uma prioridade.

Com todo o respeito, o mérito da questão não depende dos números a favor ou contra. Quanto a prioridades, tudo o que seja tratar os cidadãos com o devido respeito devia ser prioritário. Infelizmente raramente é, mesmo em democracia.
Talvez se tenha de esperar por um PM com um familiar próximoo homossexual, casado algures fora de portas...

Citação:
cristina dinis saraiva
O que parece é que alguns sectores dos que defendem os casamentos de pessoas do mesmo sexo não se contentam com contratos civis com efeitos analogos.

Pois claro que não! Nem se podem contentar mesmo. Se institucionalmente os direitos e deveres forem os mesmo porquê a designação não é a mesma? Não faz sentido a distinção.

Citação:
cristina dinis saraiva
Querem por tudo que o contrato seja um casamento. Ou seja não se preocupam com questões legitimas como sejam os direitos hereditários e sociais o que querem mesmo é uma redefinição do conceito de casamento como o conhecemos. Mais querem a destruição do conceiro. E isso sou contra.

Destruição?!?! Reformular não é destruir. Destruir seria decretar: agora não há casamentos para ninguém!

Citação:
cristina dinis saraiva
Casamento é uma união entre um homem e uma mulher que pretendem casar ou casalar ou acasalar. O acasalamento ente homem e mulher não é fisicamente possível em abstracto. Casar, casalar ou acasalar exige macho e fêmea.

Então e aqueles casais heterossexuais que não acasalam? Porque têm eles direito ao casamento se nem sexo praticam? Só porque são macho e fêmea no BI?

Já foi várias vezes lembrado que as práticas homossexuais não são exclusivas na nossa espécie. Na natureza existem muitos exemplos que não são esporádicos, não são aberrações. São tão naturais, para usar um termo caro a muitos, como as heterossexuais.
Historicamente as relações homossexuais, quer físicas quer afectivas, são uma constante em todas as épocas e culturas.

Somos filhos de uma tradição altamente repressora da expressão pública dos afectos, da própria sexualidade.
Já rompemos tantos tabús sem sentido, este também vai cair.

E quando cair, as pessoas vão continuar a casar, a ter filhos, a divorciarem-se, a discutir e a rir como sempre fizeram.
A familia vai continuar a ser tão boa, ou tão má, como antes. Mas vamos ter mais gente realizada. Só por isso vale a pena.

Pessoas!!!

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Casamentos homosexuais
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 02 de October de 2008 20:03

Citação:
Cassima
Deixem-me dar um exemplo: Dar à luz é algo inerente à Mulher. Faz parte da natureza feminina, mesmo quando a mulher é estéril ou não concebe por outros motivos. Isso não impede que haja crianças geradas por meios científicos. Qualquer dia, quem sabe, uma criança pode ser gerada e nascer completamente através de meios médicos artificiais, mas não é isso que faz com que o conceito se estenda além da Mulher. Um homem não pode dar à luz e isso não é discriminação, é mesmo assim.
O meu entendimento do casamento pressupõe que seja entre um homem e uma mulher.

Cassima

Tudo muito certo se o casamento fosse algo natural. Acontece que não é, é uma instituição criada pelos homens. Os encontros sexuais fortuitos de uma noite são mais naturais que o casamento mais legal do mundo.
O natural seria as pessoas juntarem-se sem qualquer tipo de contrato, sem darem qualquer tipo de satisfação à sociedade quanto às suas uniões e separações.

Dada a natureza artificial da instituição casamento, a tua comparação com a maternidade perde, no meu entender, sentido.

O casamento não é assim, foi feito assim. Não é uma instituição imutável. É uma instituição concebida num modelo organizativo de sociedade onde o poder patriarcal dominava. A nossa sociedade actual está cada vez mais longe desse modelo, e a meu ver, ainda bem.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

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