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Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: tzm (IP registado)
Data: 22 de February de 2004 21:08

João:

"A contracepção tem aumentado MUITO MAIS o número de abortos"
AS estatísticas dizem o contrário. Já agora, a contracepção eficaz diminui bastante os infanticídios.

Re: Moral católica esquizofrénica? / Abrenúncio!
Escrito por: Nick para quê?! (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 02:11

* * * * * * *

Bom, não me lembra exactamente o que comi ontem – que eu saiba, pelo trivial, apenas o seguinte: um café com leite e um pão com manteiga, mais uma peça de fruta (ao almoço), e um prato de Nestum de mel com leite (ao jantar), assim como nos dias/meses/anos anteriores, talvez influenciado/forçado pelas circunstâncias específicas/pessoais, mais ou menos privadas/particulares, etc./etc...

Mas vou tentar pôr, já agora, os pontos nos "is" – para que não me acusem também de anticlerical, ou católico personalizado/tradicionalista, retrógrado/reaccionário, oportunista/protagonista, ou coisa parecida – no seguinte texto, dentro do respectivo contexto, claro como a água (que foi injustamente retirado...), apesar de tudo:

Porque a maioria dos actuais "católicos" pensam e agem tão incoerente e paradoxalmente, tão leviana e materialmente, tão egoísta e hedonistamente, tão cobarde e hipocritamente, tão estulta e deturpadamente, tão grosseira e absurdamente – um pouco analogamente como certos "cristãos" que frequentam este fórum e que constituem uma espécie de paradigma da corrupta sociedade "cristã" que temos, a qual manifesta assim um "catolicismo" deveras primário e enviesado, comodista e confrangedor, oportunista e racionalista, farisaico e materialista, modernista e hedonista, à revelia de verdades essenciais da Moral e Doutrina Cristãs, e até mesmo de alguns Dogmas de Fé Católicos, com uma apatia e cumplicidade confrangedoras a nível dos próprios Bispos [alguns, aí uns 20% (oxalá esteja a exagerar!)...] Presbíteros e Religiosos em geral [bastantes, aí uns 50% (oxalá esteja a exagerar!)...] ! –, por tudo isso, fundamentalmente, é que a única e verdadeira Igreja de Cristo está cada vez mais em crise e desacreditada, mais contaminada e pervertida, mais imbuída de heresias e sacrilégios, de falsidades e traições, etc./etc., pelo que já se vislumbra em tudo isso os preocupantes "sinais dos tempos" profetizados por N. S. Jesus Cristo, e em conformidade com o Apocalipse de S. João, como clara e inequívoca simbologia da efectiva aproximação do Fim do Mundo!...

OXALÁ ESTEJA MESMO A EXAGERAR, ACRESCENTO EU, O HETERÓNIMO (SEM NOME) DO JOSÉ AVLIS!...

Dixi

DEUS SUPER OMNIA !

<><><>

P.S.: Será que... o sr. Alef/Tau enfiou mesmo a... carapuça? Ainda há quem seja a favor do... preservativo, e não acredite no Demo! Abrenúncio!...


Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 02:51

Avlis, desta vez deixaste-me confuso!... A que se deve este "empastelado"?

E então essa da carapuça... Bem, tu até tens jeito para a costura, pois passas o tempo a meter remendos em todo o lado, mas és mais exímio na parte do corte... Não sei por que razão ofereces carapuças... Para cúmulo, na frase seguinte passas a falar de preservativos... Oh, que despudorado, Avlis! ;-)

Ah, não te lembras do que comeste? Era mesmo a comer que te referias? "Se escrever no fórum não coma"... ;-) Tou't'a ver...

Brincadeiras à parte, deixa-te de julgar as outras pessoas quanto à sinceridade das suas vidas e de distribuir etiquetas de maus e bons católicos... Não ouviste o Evangelho de ontem? Também te esqueceste de ir à missa? Não te compete a ti distribuir os prémios ou castigos eternos (assim ainda me resta alguma esperança!). Aceita que na casa de Deus há muitas moradas e há lugar para muitos modos de pensar. E não retomes a "política da terra queimada" que começa a vir ao de cima, concretamente no tópico "Consciência e Discernimento". Tu convives muito mal com a democracia e com a diversidade de dons e carismas, por isso apelas tanto à autoridade centralizada. Mas o mundo e a Igreja vai mudando, lentamente, mas vai mudando...

O parágrafo que repetiste e adornaste deveria fazer-te meditar sobre se ainda acreditas num dos artigos do Credo, referente ao Espírito Santo... É que, embora tu me tenhas declarado publicamente teu inimigo (de estimação, certamente!), tu não te limitas a atacar-me a mim... Tu atacas tudo e todos: Bispos, padres, religiosos, leigos... Caramba, se calhar não há sequer dez justos nesta Sodoma! Agora vejo por que razão já apareceste em tempos como "Abraão"...

Já agora, espero que respondas à minha mensagem anterior e te refiras a cada um dos pontos que enunciei. Já sabes que eu não brinco em serviço... ;-) Estás dispensado das questões linguísticas, mas não do resto.

Alef

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 12:06

A tentativa de viver uma moral católica esquizofrénica dá oriem a estes discursos?

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 12:25

Alefa tau-tau:
O facto de a mior parte das pessoas se sentirem irritadas com as tuas intervenções, sobretudo as que teconhecem de longa data ( como o avlis) deveria fazer-te reflectir sobre o teu estilo de linguagem e a agressividade latente e manifesta dos teus discuroso.
Posicionas-te sempre como se sótu tivesses a verdade nos bolsos, para distribuir. ès de uma inflexibilidade redutora, que te aproxima muito dos que condenas.

Qunato ao avlis, coitados, necessita de ajuda especializada. A alimentar-se de enstum com mel, não admira que entre em burnout.

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 12:45

RELIGIÃO: Pesquisa da CNBB revela que, entre os católicos, 73% defendem anticoncepcionais, e 44%, sexo antes do casamento.

Sinal amarelo para a cúpula da Igreja Católica, que se reúne a partir de hoje em Itaici (SP): embora 67% dos adultos brasileiros pobres que moram nas grandes cidades se declarem católicos, apenas 35% fazem profissão de fé em Jesus Cristo, em Maria e nos ensinamentos da Igreja e podem ser considerados realmente católicos apostólicos romanos.

Os outros 32%, apesar de se dizerem católicos, professam formas diferenciadas de religiosidade dentro do catolicismo. São os casos dos que se dizem católicos, mas se identificam apenas com Jesus e seus ensinamentos, o que os aproxima dos evangélicos; dos que acreditam apenas em Deus ou numa força superior, sem vinculação institucional com a igreja; e dos que acreditam num catolicismo sincrético, com influências do espiritismo ou de religiões afro-brasileiras.

Há, portanto, uma diferença muito grande entre os que se declaram católicos e os que realmente seguem as doutrinas do Vaticano. A diferença é ainda maior quando se cruzam os dados de prática religiosa: só 30% dos adultos pobres vão à igreja ao menos uma vez por semana (44% dos que se declaram católicos).

Os dados fazem parte da pesquisa Tendências Atuais do Catolicismo no Brasil, produzida pelo CERIS (Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais) por solicitação do Instituto Nacional de Pastoral, organismo da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Foram ouvidos 5.218 adultos das classes E (60%), D (31%) e C (9%) em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. A pesquisa foi feita entre março e setembro de 99 e só agora está sendo concluída.

O estudo permite dividir a população estudada em três terços: os católicos apostólicos romanos; os que se declaram católicos, mas exercem formas diferenciadas de religiosidade; e os não-católicos (que têm nos evangélicos a maior representação). A última pesquisa oficial sobre religião, realizada pelo IBGE em 1991 durante o Censo, registrou que 83% dos brasileiros se declararam católicos.

Adesão

A pesquisa do Ceris, embora limitada pelo universo pesquisado - adultos pobres -, esmiúça as contradições e diversidades que existem no catolicismo popular.

São Paulo tem o mais alto índice de pessoas que se declaram católicas (75%) e de católicos que comungam integralmente com a igreja (68% dos católicos, o que corresponde a cerca de 51% da população pesquisada).

No Rio, apenas 57% se declaram católicos, e, destes, apenas 56% confirmam a fé nos ensinamentos da igreja, o que significa aproximadamente 32% da população pesquisada. Porto Alegre tem alto índice dos que se declaram católicos (70%), mas baixíssimo de adesão plena aos ensinamentos da igreja (26%).

Em Belo Horizonte, 67% se declaram católicos, mas apenas 39% podem ser chamados de apostólicos romanos. Em Salvador, são, respectivamente, 70% e 30%. Em Recife, 66% e 30%.

Moral católica

A pesquisa mostra ainda uma tendência entre os católicos de buscarem mais autonomia em relação à igreja oficial. Os católicos entrevistados são a favor - e têm, portanto, posição divergente da Igreja Católica - do uso de métodos contraceptivos no planejamento familiar (73%), do sexo antes do casamento (44%), do divórcio (59%) e da realização de um novo casamento (63%). E concordam com as posições da igreja contrárias ao aborto (72%), à homossexualidade (61%) e ao adultério (80%).

O divórcio entre a Igreja Católica e seus fiéis fica mais patente quando os entrevistados comentam o papel que a instituição deve ter nas suas vidas. Métodos contraceptivos, sexo antes do casamento e divórcio são questões claras para a maioria: a igreja não deveria se envolver ou, no máximo, poderia debater e orientar, mas sem imposição.

Em relação a outros assuntos há uma divisão. É o caso do aborto: 53% acham que a igreja não deveria se envolver (16%) ou poderia orientar, mas sem imposição (37%), contra 37% que acham que ela deve impor sua visão.

O mesmo ocorre em relação à homossexualidade: embora a maioria concorde com o fato de a igreja condenar o homossexualismo, 27% acham que ela não deveria se envolver no assunto, 28%, que poderia orientar sem impor sua conduta, e 33%, que deveria impor sua visão. O adultério repete a divisão: 19% acham que a igreja não deveria se envolver, 31% admitem que ela oriente, mas sem imposição, e 38% concordam que ela imponha sua visão.

Casamento de padre

Há um outro assunto, este mais no âmbito da vida interna da igreja, que divide os católicos entrevistados: o casamento de padres e freiras. O assunto vem provocando, cada vez mais freqüentemente, acirradas polêmicas entre padres, bispos e Roma.

Entre os católicos entrevistados, 33% são a favor da liberação do casamento para padres e freiras, 34% são contra, 11% não têm opinião e 17% são indiferentes. Os entrevistados acham, predominantemente, que a igreja não deveria se envolver (23%) ou deveria no máximo orientar, sem imposições (36%). Para 23%, a igreja deve se impor nesse assunto e 18% não souberam se posicionar.

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 14:28

Fala-se muito neste Forum de excomunhão.
Para quem acredita que há "um só Baptismo para remissão dos pecados" a excomunhão só faria sentido, se houvesse renúncia à graça baptismal... Não venha a suceder o que se verificou com Galileu Galilei. Acho que os cristãos se devem suportar mutuamente desde que não haja e para que não haja franca ruptura com os mandamentos da lei de Deus e o mandamento novo.
Acho notável a coragem dos ateus, ou aparentemente ateus. Persitem na sua posição apesar das ameaças escatológicas e, ironicamente, são eles que trazem muitas vezes a liberdade religiosa para os países onde conseguem ter um lugar na tribuna.
...

\O/

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 16:57

Caro João Oliveira,

Dizes que "DA DISCUSSÃO NÃO NASCE A LUZ!!". Pois afirmo-te que da falta de discussão só nascem disparates. Quem tem medo de discutir a sua posição (não é o teu caso, note-se), ou o faz por ser ignorante, ou por não ter argumentos.

O grande divórcio de muitos cristãos com a Igreja provém precisamente da falta de discussão atempada das questões fundamentais da Fé. Fez muito mais pela Evangelização e pela Fé por exemplo o Pe Varillon que discutiu em profundidade temas da Fé, desvanecendo equívocos que afastavam as pessoas da Fé, que milhares de "burro-cratas" ditos Tradicionalistas e seguramente clericais que só afastaram as pessoas da Igreja com o "Religião não se discute". O problema não estava no objecto da discussão mas na falta de capacidade que estes tinham para discutir fosse o que fosse.

A Igreja que é o local de todos os baptizados, sem excepção. Quanto ao teu "medidor de nível de catolicismo" hás-de-me dar as indicações onde conseguirei encontrar um.

João (JMA)

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 16:57

Caro Alef,

Passando à tua 2ª questão da tua mensagem inicial "Há limites de razoabilidade dos ideais? Que limites? Pode-se "reformar" a "Humanae Vitae" sem perigo de estarmos a ser infiéis ao espírito do evangelho?", direi que a questão me parece estar um pouco ao contrário.

Explicando: Deve-se (obrigatoriamente) reformar a "Humanae Vitae" naquilo que ela tenha de infiel ao espírito do Evangelho, assumindo que se chegava a esta conclusão.
Pode-se reformar a "Humanae Vitae" naquilo que não toque no essencial da Fé e que se considere adequado à Igreja de hoje. Entendido "essencial" não como mínimo possível mas como "núcleo inalterável das verdades da Fé", faltando-me melhor expressão.
Deve (no sentido de dever ser) a Igreja ser clara sobre a divisão entre princípios fundamentais e aplicação pastoral dos mesmos. Quando escreve para os crentes - quando o não faz está a falhar à sua missão - deve ter o cuidado de precisar a diferença entre condenar as faltas humanas e condenar as pessoas pelas faltas. Se a Igreja considera que deve encaminhar os crentes no que se refere à moral familiar tem obrigatoriamente de escrever novo documento tendo em atenção os importantes contributos das posições como a dos bispos portugueses das quais destaco muito naturalmente a de D. Januário Torgal Ferreira. Que é até, estou convencido, maioritária no seio dos bispos de todo o mundo.

Como já defendi acima (e ainda não vi rebatido) a falta de "recepção" desta Encíclica pelos crentes faz - na minha opinião, note-se - com que a sua legitimidade como doutrina esteja posta em causa. Nesta linha de pensamento nada obsta a que se produza novo documento.

Este é, salvo melhor, o meu parecer. :o))

João (JMA)

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 17:13

TARIFA DA CAMARA OU CHANCELARIA APOSTÓLICA DE LEÃOX

1.º Todo o eclesiástico, que incorrer em pecado carnal, quer seja com freiras, quer com primas, sobrinhas, ou suas afilhadas, ou em fim com outra mulher qualquer, será absolvido mediante o preço de 67 libras e 12 soldos.

2.º Se o eclesiástico, além do pecado da carne, pedir para ser absolvido do pecado contra a natureza, deverá pagar 219 libras e 15 soldos.

3.º O padre que desflorar uma virgem pagará 2 libras e 8 soldos.

4.º A religiosa que quiser alcançar a dignidade de abadessa, depois de se haver entregue a um ou mais homens, simultaneamente ou sucessivamente, quer dentro, quer fora do convento, deverá pagar 131 libras e 15 soldos.

5.º Os padres que quiserem viver em concubinato com as suas parentes pagarão 76 libras e 1 soldo.

6.º Para todo o pecado de luxuria, cometido por um secular, a absolvição custará 27 libras e 1 soldo: porém para os incestos acrescerão, em consciência, 4 libras.

7.º A mulher adúltera que pedir a absolvição, e queira ficar livre de todo o processo, e ter licenças amplas para prosseguir nas suas relações ilícitas, pagará ao Papa 87 libras e 3 soldos. Em caso idêntico, o marido pagará igual quantia: se tiverem, porém, cometido incesto com suas filhas, ou filhos, acrescerão em consciência, 6 libras.

8.º A absolvição dum simples assassinato, cometido na pessoa dum secular, custará 15 libras, 4 soldos e 3 dinheiros.

9.º Se o homicida tiver assassinado dois homens num mesmo dia, pagará como se tivesse morto um só.

10.º O marido que der maus tratos a sua mulher pagará ao cofre da chancelaria 3 libras e 4 soldos. Se a matar, pagará 17 libras e 15 soldos, e se a matar para casar com outra, pagará ao cofre da chancelaria 32 libras e 9 soldos. Os que haverem coadjuvado o marido a perpetrar o crime, serão absolvidos, mediante a soma de 2 libras por cabeça.

11.º O que afogar um filho pagará 17 libras, e 15 (duas libras a mais do homicídio dum desconhecido), e se o pai e a mãe o matarem, com mutuo consentimento, pagarão 27 libras e 1 soldo pela absolvição.

12.º A mãe que destruir o seu próprio fruto, trazendo-o nas entranhas, e o pai que tiver contribuído para a perpetração desse infanticídio pagarão 17 libras e 15 soldos cada um. O que facilitar o aborto de uma criança que não seja sua, pagará 1 libra menos.

13.º Pelo assassinato de um irmão, duma irmã, dum pai ou de uma mãe, pagar-se-á 17 libras e 15 soldos.

14.º O que assassinar um bispo, ou um prelado de hierarquia superior, pagará 151 libras e 3 soldos pelo primeiro assassinato, e a metade pelos seguintes.

15.º Se o assassínio tiver dado morte a muitos eclesiásticos, por várias vezes, pagará 151 libras e 3 soldos pelo primeiro assassinato, e metade pelos outros.

16.º O bispo, ou abade, que cometer homicídio por emboscada, por acaso, ou por necessidade, pagará, para obter a sua absolvição, 179 libras e 14 soldos.

17.º O que antecipadamente quiser comprar a absolvição para todo o homicídio acidental que puder cometer no futuro, pagará 168 libras e 15 soldos.

18.º O herege que se converter, pagará pela absolvição 269 libras. O filho do herege queimado, enforcado, ou justiçado de outra forma qualquer, não poderá reabilitar-se senão mediante o preço de 118 libras, 16 soldos e 9 dinheiros.

19.º O eclesiástico que não podendo pagar as suas dívidas quiser librar-se de ser processado pelos credores, deverá pagar ao Pontífice 17 libras, 9 soldos e 7 dinheiros, e a dívida lhe será perdoada.

20.º A licença para poder pôr lugares de venda de vários géneros sob o pórtico das igrejas, será permitida mediante a soma de 45 libras, 19 soldos e 3 dinheiros.

22.º O delito de contrabando e defraudação dos direitos do príncipe, importará ao delinquente na soma de 87 libras e 3 dinheiros.

23.º A cidade que quiser alcançar para os seu cidadãos, ou para sacerdotes, frades ou freiras, licença para comer carne e lacticínios nas épocas defesas, pagará 731 libras e 10 soldos.

24.º O convento que quiser mudar de regra e viver em maior abstinência do que a prescrita, pagará 146 libras e 5 soldos.

25.º O apostata vagabundo, que quiser voltar ao redil, pagará igual quantia pela sua absolvição.

26.º A mesma soma pagarão os religiosos, tanto seculares como regulares, que quiserem viajar em trajes laicos.

27.º O filho bastardo de um cura que desejar ter a preferência em obter o curato de seu pai, pagará 27 libras e 1 soldo.

28.º O bastardo que quiser receber ordens sacras e auferir prebendas e benefícios pagará 15 libras 18 soldos e 6 dinheiros.

29.º O filho de pais incógnitos, que quiser tomar ordens, pagará ao tesouro pontifício 27 libras e 1 soldo.

30.º Os seculares raquíticos, ou aleijados, que quiserem receber ordens sacras e auferir benefícios, pagarão à chancelaria apostólica 58 libras e 2 soldos.

31.º Idêntica quantia pagará o torto do olho direito: porém o torto do olho esquerdo pagará ao Papa 10 libras e 7 soldos. Os seculares pagarão 45 libras e 3 soldos.

32.º Os eunucos que quiserem tomar ordens pagarão a soma de 300 libras e 15 soldos.

33.º O que quiser por simonia adquirir um, ou mais benefícios, dirigir-se-á aos tesouros do Papa que lhe venderão esse direito por um preço módico.

34.º O que por haver violado um juramento quiser livrar-se de toda a perseguição e de todo o labéu d'infâmia pagará ao Papa a soma de 131 libras e 15 soldos. Além disso pagará 3 libras a cada um dos que o tiver afiançado.

AGORA EIS AQUI, PARA MAIOR EDIFICAÇÃO DO LEITOR, A TARIFA QUE O SANTÍSSIMO PADRE JOÃO XXII ESTABELECERA:

TARIFA DA CHANCELARIA E PENITENCIÁRIA DE JOÃO XXII.

Pela absolvição do que tiver violado uma mulher numa igreja, ou cometido outros que tais sacrilégios, 6 gros.

Pela absolvição dum clérigo que mantiver concubinagem, com dispensa de irregularidade, e apesar das proibições provinciais, e sinodais, 7 gros.

Pela absolvição do que tiver cometido incesto com sua mãe, sua irmã, ou qualquer outra mulher que seja sua parente, por sangue ou aliança, ou com a sua madrinha, 6 gros.

Pela absolvição do que tiver desflorado uma virgem, 6 gros.

Pela absolvição de um perjúrio, 6 gros.

Pela absolvição do que tiver morto seu pai, sua mãe seu irmão, sua irmã, ou algum parente secular, 5 a 7 gros. pelo morto. (Se o assassínio for um parente, pertencente à Igreja, deverá o matador visitar a Santa Sé.)

Pela absolvição de um marido que tiver espancado sua mulher, e desse espancamento lhe haja resultado aborto, 6 gros.

Pela absolvição duma mulher, que servindo-se de uma beberagem, ou de outra qualquer trama, promover um aborto, 6 gros.

Nota. - No caso de que seja clérigo o homem que tiver administrado a beberagem, ou promovido o aborto, este crime será considerado como o de morte de secular, e a pena será a mesma.

Pela absolvição de pilhagens, incêndio, roubo e assassinatos de seculares com dispensa, 8 gros.

O exemplar desta tarifa existe na Biblioteca Nacional de Paris. Foi publicada pelo editor Toussaint-Denis, em 1520.

(*) In. "Os Mistérios da Igreja" de Léo Taxil e Karl Milo versão de Gomes Leal (1889)

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: VM (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 17:53

Irmão Taliban:

Onde é que queres chegar com isto? Será que estás atrasado uns anitos?
É que nós, Católicos, já assumimos que cometemos alguns erros no passado. E parece que estamos a melhorar muitas atitudes, ou ainda não reparas-te? Ao contrário, na minha modesta opinião, de algumas outras religiões que têm regredido assustadoramente à época medieval.
Parece-me que te vão faltando argumentos actuais para demonstrares a tua intransigência em relação ao Catolicismo...
Desculpa lá, mas escolhe provocações comtemporâneas, sob pena de ter que te recomendar que te queixes ao Camões... sempre estaria mais próximo desses tempos do que nós!

Abraço Fraterno


Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 18:13

A história católica


Segundo Teilhard de Chardin, um erudito jesuíta, nada é inteligível fora de seu lugar histórico. Se perdêssemos nossa história pessoal através da amnésia, não poderíamos saber quem somos. Gudorf, e outros estudiosos, por sua vez também acreditam que não existe nada mais esclarecedor para as pessoas do que um passeio pela história.

Quando o cristianismo surgiu, a contracepção e o aborto eram ambos conhecidos e praticados. Egípcios, judeus, gregos e romanos usavam vários métodos de contracepção, incluindo coito interrompido, pessários, poções e preservativos, e, ao que tudo indica, o aborto era um fenômeno muito comum.



O aborto e a contracepção não eram os métodos mais comuns para regular a fecundidade na Europa, mesmo antes da advinda do cristianismo.

O infanticídio era o método mais usado (quase no mundo inteiro). Foi contra o infanticídio que o cristianismo reagiu fortemente, mas existem evidências que esta prática continuou sendo empregada. Informação das épocas medieval e moderna mostra uma alta incidência de mortes de crianças &#8220;por acidente&#8221;, causadas principalmente por asfixia pelo cordão umbilical. Também outras mortes de crianças foram reportadas como &#8220;morreu no trabalho de parto&#8221;. Como observa Gudorf &#8220;o nível de mortes por asfixia ocasionada pelo enlaçamento do cordão umbilical não podia ser somente acidente&#8221;.

Todas as grandes religiões do mundo, incluindo o catolicismo, reconhecem que a fecundidade é uma benção que pode ser também um castigo.

Deste modo, durante a idade média, o infanticídio era muito menos comum do que o abandono. Muitas vezes, pais sem possibilidade de sustentar seus filhos deixavam-nos em cruzamentos, na porta das casas, ou nas feiras livres, na esperança de que seriam adotados por alguém. No entanto, era mais comum que as crianças ficassem condenadas a uma vida de escravidão ou morte prematura. Para minimizar esta crise a Igreja, na idade média, providenciou a oblata. Isto é, uma criança podia ser oferecida à Igreja para ser criada num monastério religioso e levar uma vida eclesiástica. Muitas delas se tornavam freiras ou monges celibatários e, assim, esta também era uma maneira de conter a fecundidade.

Uma outra resposta católica ao excesso de fecundidade e as gravidezes não desejadas foi os hospitais de crianças abandonadas. Estes hospitais foram equipados com uma espécie de roda (conhecida como &#8220;Roda dos Expostos&#8221;), um mecanismo, onde se colocava a criança anonimamente na parte externa do hospital e, ao girar-se a roda, a criança era conduzida para a parte interna.

Estas boas intenções não recebiam contrapartida em recursos e a grande maioria, às vezes 90 % delas, morria meses depois. Por causa da prevalência do infanticídio e do abandono não é surpreendente que não houvesse muita discussão sobre o aborto e a contracepção.

Segundo Gudorf, &#8220;as grandes lutas pastorais do primeiro milênio foram contra o infanticídio, cuja proibição aumentou a incidência do abandono&#8221;. O alto índice de mortalidade de crianças devido a deficiências nutritivas, higiênicas e médicas, também, foi outra forma comum e cruel de controle populacional.



A doutrina católica sobre contracepção e aborto não se mantém constante ao longo da história. O que muitas pessoas &#8212;incluindo muitos católicos&#8212; pensam que seja &#8220;a doutrina católica&#8221; sobre este tema, na realidade, data da Encíclica de 1930, Casti Connubii, do Papa Pio XI.

Antes disso, a doutrina era contraditória e de difícil compreensão. Pio XI decidiu, então, torná-la mais clara, no entanto, introduziu uma mudança sobre o tema ao afirmar que contracepção e esterilização se tratavam de pecados contra a natureza e aborto um pecado contra a vida. Segundo Gudorf, &#8220;a contracepção e o aborto, associados a feitiçaria e bruxaria, foram geralmente proibidos em ensinamentos anteriores&#8221;.

A atitude tradicional cristã com relação à sexualidade foi tão negativa que actividade tão imoral era apenas justificável para fins de reprodução.

Também, até o momento em que o papel do óvulo não foi completamente entendido (século XIX) o esperma era considerado um homunculi, ou seja, uma pessoa em miniatura.

Por esta razão, se acusava de homicídio a masturbação masculina!

É claro que a história da ética sexual cristã é um pouco contraditória. Para entendê-la completamente, e para formar uma opinião qualificada sobre as opções éticas da Igreja Católica, é preciso conhecer mais história.



A Bíblia não condena o aborto mas trata-o de forma diferente do homicídio.

Por exemplo, em Êxodo 21:22, que fala do aborto espontâneo causado por acidente, a lei impunha um castigo financeiro para o homem que, &#8220;durante uma briga&#8221;, causasse um aborto espontâneo por acidente. Este trecho trata do direito do homem a descendência. Ele pode receber uma multa como castigo, mas não pode sofrer a lei do &#8220;olho por olho&#8221; como se tivesse matado uma pessoa.



A história dos primórdios da Igreja segue o exemplo das escrituras em relação ao aborto e fala disto apenas de forma acidental e esporádica. De facto, não existe um estudo sistemático desta questão até o século XV.

Tertulião, escritor primevo da Igreja, escreveu sobre o aborto de emergência nos momentos finais de uma gravidez, quando um médico tinha que desmembrar o feto para removê-lo. Tertulião se refere a esta medida extrema como &#8220;crudelitas necessária&#8221;, ou seja, uma necessidade cruel. Evidentemente, isto equivale a uma aprovação moral daquilo que muitos chamam erradamente de um &#8220;aborto de nascimento parcial&#8221;.

Há uma doutrina dominante no cristianismo, que foi também desenvolvida nos primórdios da Igreja, é a teoria da &#8220;hominalização&#8221; tardia, ou seja o momento em que a alma anima o corpo.

Emprestada dos gregos, esta teoria afirma que a alma humana só animava o feto por volta do terceiro mês de gravidez.

Antes disso, qualquer forma de vida existente não era considerada humana. Desta forma afirmava-se que o embrião era habitado primeiramente por uma alma vegetal, depois pela alma animal, e só quando estava suficientemente formado é que a alma espiritual humana habitava o corpo (Ver, p.e., São Tomás de Aquino, Summa Theologiae 1, q. 118,2 ad 2).


Apesar de alguns esforços de tentarem estabelecer uma diferenciação entre homens e mulheres, afirmando que a alma humana habitava mais cedo o corpo masculino do que o feminino &#8211; em torno de um mês e meio após a concepção &#8211;, no entanto, o que era comumente aceito é que o embrião atingia a etapa de conceptum humano (corpo e alma) por volta do terceiro mês (ou até mais tarde) de gravidez.

A perspectiva pastoral comum considerava que &#8220;o momento em que a alma animava o corpo ocorria somente quando a mãe podia sentir o primeiro movimento do feto, normalmente durante o quinto mês. Antes disso, o feto não era considerado uma pessoa humana.


Esta era a razão por que a Igreja Católica não batizava fetos de abortos espontâneos, nem crianças que morreram ao nascer.&#8221;

De igual forma, ainda hoje, a igreja não procede ao baptismo de fetos de abortos espontâneos, nem nados-mortos.

Por isso, ao reflectir sobre a crença de que todos os mortos ressuscitarão por ocasião do fim do mundo, Augustino ponderou se os fetos abortados ressuscitariam também. E concluiu que não.

Acrescentando que tampouco todos os espermas desperdiçados da história poderiam ressuscitar (Graças a Deus!) (lembremo-nos de neste momento acreditava-se que o esperma era considerado homúnculo).

Teólogos católicos latino-americanos em estudo recente concluíram que: &#8220;Ao que tudo indica, os textos dos primórdios da Igreja que condenam o aborto se referem à prática realizada quando o feto já estava completamente formado&#8221;. (&#8220;Problemática religiosa de la mujer que aborta&#8221;, Universidad Externado de Colombia, 1994) O feto no início de seu desenvolvimento não possui o status de &#8220;pessoa&#8221;, portanto &#8220;matá-lo&#8221; não poderia ser considerado o mesmo que &#8220;assassinar&#8221;.

A idéia da &#8220;etapa hominal&#8221; tardia persistiu ao longo da tradição católica. Por exemplo, São Tomás de Aquino, o mais célebre teólogo da idade média, também defende este ponto de vista. Portanto, a doutrina mais tradicional e impregnada do cristianismo católico considera que abortos realizados no início da gravidez não podem ser homicídios.



O Padre Karl Rahner, S. J., a quem muitos consideram ser o primeiro teólogo católico do século XX, também acreditava na idéia de &#8220;hominalização&#8221; tardia. Ele escreveu em seu livro Dokumente der Paulusgesellschaft, de 1962, que &#8220;não se pode interpretar, através das definições dogmáticas da Igreja, que assumir que o conceptum humano (alma e corpo) ocorre somente durante o curso de desenvolvimento do embrião seja que contrário a fé. Nenhum teólogo pode pretender provar que a interrupção de uma gravidez, ou seja a realização do aborto, seria em toda e qualquer circunstância o assassinato de um ser humano&#8221;.

No século XV, o santo arcebispo de Florença, Antoninus, dedicou-se muitíssimo ao estudo do aborto. Ele era favorável ao aborto realizado no início da gravidez para salvar a vida da mãe. Um posicionamento favorável em que estavam de acordo muitos outros membros no contexto da medicina do século XV.

Isso tornou-se um consenso comum na época. Inclusive não houve por parte do Vaticano nenhum tipo de crítica ou mesmo censura.

Antoninus foi mais tarde foi canonizado como santo e se tornou um modelo a ser seguido por todos os católicos. Porém hoje em dia, muitos católicos não sabem que este santo, arcebispo e dominicano durante sua vida eclesiástica esteve a favor do livre arbítrio com relação ao aborto.

No catolicismo, Papas e bispos não são freqüentemente teólogos e, assim, não expressam os verdadeiros tesouros da sabedoria que o catolicismo pode oferecer ao mundo.

No século XVI, o influente Antoninus de Córdoba afirmava era possível lançar mão de um remédio que causasse aborto, mesmo durante uma gravidez adiantada, se isto fosse necessário para assegurar a boa saúde da mulher.

A mãe, afirmava, possuía jus prius, direito por antecedência.

Interessante notar que algumas das doenças que ele menciona não são realmente escolhas entre vida ou morte para as mulheres, mas, mesmo assim, os remédios abortivos eram moralmente permitidos.

O teólogo jesuíta Tomás Sanchez, falecido no início do século XVII, afirmava que todos os teólogos contemporâneos seus aprovavam o aborto quando realizado no início da gravidez para salvar a vida da mulher.


E nenhum destes teólogos ou bispos foram censurados por defender este ponto de vista. E como dissemos acima um deles, Sto. Antoninus, foi inclusive canonizado. A Sua perspectiva doutrinária a favor do livre arbítrio com relação ao aborto foi considerada completamente ortodoxa !

No século XIX o Vaticano foi convidado a participar de um debate sobre um aborto no fim da gravidez, o qual requeria o desmembramento do feto (já formado) para salvar a vida da mãe.

Em 2 de setembro de 1869, o Vaticano recusou-se a discutir o assunto e endereçou o requerente aos ensinamentos da teologia para obter resposta a sua consulta. Em outras palavras, era a responsabilidade dos teólogos discutir o assunto livremente e chegar a uma conclusão. A decisão não era do âmbito do Vaticano.

Portanto , a ideia de que a Igreja Católica sempre teve um pensamento uniforme relativamente ao aborto não é verdadeira.



Daniel C. Maguire

Professor de Teologia e Ética Marquette University, EUA

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 18:18

Quanto á contracepção:



Em 1954, o Papa Pio XII preparou o caminho para uma mudança na doutrina católica quando permitiu o uso do método rítmico para contracepção.

Apesar de fazer uma pequena objeção sobre o método a usar, abençoou a intenção de contracepção e, por extenso, o resultado dela. Inclusive chegou mesmo a dizer que um casal poderia ter mais de uma razão para recusar ter filhos por completo.

Em 1968, quando o Papa Paulo VI reafirmou a perspectiva de que toda a contracepção artificial ou química era pecaminosa, bispos católicos de catorze países diferentes respeitosamente discordaram e orientaram os fiéis no sentido de que não se tratava de pecado, e tampouco seriam pecadores, se não podiam concordar com o Papa.

A maioria dos leigos, obviamente, já havia tomado sua própria decisão.


O sensus fidelium, ou seja, o senso dos fiéis é uma das fontes na busca da verdade na teologia católica. Quer dizer que a consciência e a experiência das pessoas servem inclusive de guia que até a hierarquia eclesiástica deveria consultar.

Historicamente o melhor do catolicismo não é tão rígido nem autoritário como muitos bispos, papas e conservadores querem fazer crer.


Como disse o teólogo católico Charles Curran, existem discordâncias na doutrina por parte da hierarquia, por exemplo, durante muito tempo a hierarquia católica ensinou que cobrar juros de empréstimos era pecado de usura, inclusive mínimas somas!
No entanto, os leigos ponderaram se isto não se trataria de um equívoco que, de fato, cobrar juros muito altos é que caracterizaria o pecado. Um ou dois séculos depois a hierarquia eclesiástica concordaria com tal ponto de vista... especialmente depois que o Vaticano abriu um banco e teve que lidar com a realidade da vida financeira!


Talvez se a hierarquia católica pudesse casar e ter filhos poderia compreender melhor a sabedoria da vida quotidiana!

Será uma pena se levarmos um século ou mais para que eles possam respeitar a consciência dos leigos, uma vez que essa consciência tem seu alicerce e beleza na experiência vivida no casamento e na família.

A Igreja está mudando ainda que a hierarquia no esteja feito nada a esse respeito.

O sensus fidelium (senso dos fiéis) sofreu transformações. Os teólogos recuperaram os melhores ensinamentos da doutrina católica e exploraram as grandes contradições que distorceram a imagem do catolicismo moderno.

caricatura da rica e variada tradição do catolicismo sobre o assunto.&#8221;

Não é um bom serviço à Igreja Católica (nem ao mundo) papaguear os pontos de vista mais extremos e conservadores sobre a ética da reprodução, como tem feito o Vaticano. Apresentar a perspectiva do Vaticano como a única perspectiva católica vigente obscurece e afronta a riqueza da tradicional doutrina moral católica.

Daniel C. Maguire

Professor de Teologia e Ética Marquette University, EUA

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 23 de February de 2004 18:24

POr tudo isto, é importante o contributo do JMA para esta discussão:

"Deve-se (obrigatoriamente) reformar a "Humanae Vitae" naquilo que ela tenha de infiel ao espírito do Evangelho, assumindo que se chegava a esta conclusão.
Pode-se reformar a "Humanae Vitae" naquilo que não toque no essencial da Fé e que se considere adequado à Igreja de hoje. Entendido "essencial" não como mínimo possível mas como "núcleo inalterável das verdades da Fé", faltando-me melhor expressão.
Deve (no sentido de dever ser) a Igreja ser clara sobre a divisão entre princípios fundamentais e aplicação pastoral dos mesmos.

Se a Igreja considera que deve encaminhar os crentes no que se refere à moral familiar tem obrigatoriamente de escrever novo documento tendo em atenção os importantes contributos das posições como a dos bispos portugueses das quais destaco muito naturalmente a de D. Januário Torgal Ferreira. Que é até, estou convencido, maioritária no seio dos bispos de todo o mundo."

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 15:35

TZM (22/02/04 21:08), acho que me expliquei nas palavras que disse. As estatísticas NÃO demonstram um declínio no recurso ao aborto, à medida que a contracepção é mais usada. Ambas aumentam e, quanto mais generalizado for o uso da contracepção, mais necessário será o recurso ao aborto. São associações, tipo a Planned Parenthood, que promovem a contracepção e o aborto, que o dizem elas mesmas. De resto, qualquer pessoa que pense e verifique a realidade à sua volta, o confirma. Que essas associações o tenham como programa, é terrível. E os sucessivos prolongamentos e "excepções" dos prazos legais para abortar, cada vez mais se aproximam e mais caminho abrem, a infanticídios.


JMA (23/02/04 16:57), quando afirmei que «por aqui o Catolicismo dos intervenientes tem deixado muito a desejar», explicando-o em seguida, referia-me ao "medidor de nível de catolicismo", como dizes, que é a fidelidade (como pedes, encontrá-la-ás no Catecismo). A Igreja é o local daqueles que permanecem em comunhão. Há muitos baptizados que se afastam, como sabes, e a Igreja tenta "acolhê-los" nas margens e dizer-lhes que é a ela que pertencem, mas não pode afirmar que de facto seja assim enquanto permanecerem em cisão.

Quando afirmei (e reitero) que "da discussão não nasce a luz", falava da discussão e não de diálogo. O processo de discussão não conduz à descoberta da luz, mas à condescência sobre a verdade e à satisfação com opiniões. Era este o sentido que queria dar, desculpa não ter sido mais preciso, pois concordo contigo na necessidade de explicações e comunicação sobre assuntos de Fé, como é óbvio. Mas como já passei por Corção sem ainda o ter copiado para vos explicar, não me perguntes mais sobre isto, pois procurarei expô-lo convenientemente quando tiver mais presente o texto... e oportunidade para o copiar! :o)

Já agora, na tua primeira mensagem neste tópico dizes que a Encíclica «é totalmente "clerical"» e que «esquece as pessoas»? Olha que não a leste bem, ela é focada, diria, quase inteiramente numa abordagem prática da questão, é curta e concisa, e exorta à Igreja e aos profissionais de saúde a que se empenhem nestas questões com conselhos e ordens bem específicos. São as orientações claras que se esperam de uma autoridade. Mas em nada desprezou ou "esqueceu", como dizes, as circunstâncias das pessoas. Se, lendo-a, tens realmente algo a apontar no que falta, menciona o que achas que devia estar mais completo, por favor.

Não vejo que seja preciso "reformar" a Humanae Vitae. Isso quer dizer, mudar toda a doutrina moral católica nesse assunto. Leiam-na de novo, pois está muito bem escrita, e não se torna necessário mexer em tema tão "quente" quando o assunto já está tão bem definido. A questão agora é colocá-lo em prática e aí sim, abundante ignorância e falta de meios para a formação nos faltam. Mas isso em nada justifica discussões doutrinais, e devíamos isso sim estar a falar como o colocar em prática. Colocar em causa o ensinamento da Igreja reafirmado na Humanae Vitae é continuar a adiar a prática de algo que já há muito é adiado e desprezado...

Quanto a dizeres que a opinião, de que o uso da contracepção deva ser aceite, é «maioritária no seio dos bispos de todo o mundo», aconselho-te a não estares tão certo disso. Talvez no nosso "mundinho", aqui ao cantinho da Europa, possa parecer assim, mas não em todo o mundo, felizmente. Mas se alguns bispos pensam assim não é por forte convicção de que a contracepção faça sentido, mas sim por pressão de não saberem lidar com as críticas nem educar um povo que não se vê capaz de viver castamente, por lhe faltar um verdadeiro desejo de Deus e conversão a Cristo nas suas vidas (este é o cerne da questão).

Taliban, ainda Maguire?

Já falámos sobre essa "personagem" noutro tópico, façam o favor de ler as mensagens adequadas, no mesmo dia 14 da mensagem indicada e seguintes.

Luís Gonzaga, por favor, acho que é de censurar a mensagem de 23/02/04 17:13 do Taliban...


Num artigo já aqui aconselhado várias vezes no forum, a respeito de outros assuntos, encontrei esta afirmação bastante acertada que, espero, vos interrogue (traduzo):

Há um "cisma moral dentro da Igreja", causado por Católicos que se distanciam do ensinamento do Magistério, tanto na teoria como na prática. Isto é algo novo na história. Uma emancipação da consciência Cristã da comunhão eclesial.

Pe. Livio Melina,
vice presidente do Instituto João Paulo II da Universidade Lateranense


João Oliveira

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 19:49

João:

O "cisma moral dentro da Igreja" é causado em boa parte por teólogos da Teologia Dogmática que se metem na Teologia Moral, sem para isso estarem preparados. Esse, sim, é um grande drama. Infelizmente não tenho tempo para desenvolver este importante tópico, mas nem estou a ser original. Limito-me a referir uma das queixas mais frequentes dos moralistas, mesmo dos ditos "conservadores".

Alef

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 23:42

Caro João,

O teu "medidor de catolicismo" há uma dúzia de anos aceitava ainda a pena de morte, aquela que Portugal baniu há séculos. E que Cristo baniu há dois mil anos.

Esclarecida a questão da "discussão", mas mantenho a minha expressão.

Quanto à Humanae Vitae, mantenho essencialmente o que afirmei. Não me parece que o assunto esteja " tão bem definido" quando não foi aceite pela maioria dos católicos.

E a recepção condiciona a validade do documento que não é recebido.

Por último, dizes que me referi à contracepção. Não vejo qual a mensagem, nem me lembro de ter escrito sobre essa matéria, ou outras da denominada "moral sexual". Deves estar a fazer confusão.

O que eu escrevi foi: "Se a Igreja considera que deve encaminhar os crentes no que se refere à moral familiar tem obrigatoriamente de escrever novo documento tendo em atenção os importantes contributos das posições como a dos bispos portugueses das quais destaco muito naturalmente a de D. Januário Torgal Ferreira. Que é até, estou convencido, maioritária no seio dos bispos de todo o mundo."

É diferente.

João (JMA)

Re: Moral católica esquizofrénica? / Caleidoscópio
Escrito por: rodrigo netto (IP registado)
Data: 18 de May de 2004 14:57

engraçado falaram aqui "deus acima de tudo" numa sala em que é a igreja que está acima de tudo???? ou vocês não sabem o qué yhwh ou estão a confundir igreja com o pai eterno?? igreja e yhwh são a mesma coisa??? só na obra do paganismo católico.igreja e yhwh não são a mesma coisa entendeu seus pagãos.

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: Cris (IP registado)
Data: 22 de May de 2004 14:25

Alef escreveu:

> Aqui fica a notícia de que falava. Mais na "Pública" de amanhã.
>
> Alef
>
>
D. Januário Torgal Ferreira Admite Uso do
> Preservativo e da Pílula

>
> A protecção contra a sida "deve ser assegurada por metodologias
> que tentam preservar todo o perigo, portanto, o uso do
> preservativo, se não há outra forma", admite D. Januário Torgal
> Ferreira. Numa entrevista feita no contexto de um trabalho
> sobre mulheres e Deus, para a edição da Pública de amanhã, o
> bispo das Forças Armadas diz que a Igreja deve rever a sua
> posição em relação aos contraceptivos e reconhece que muitos
> católicos os usam.
iNFELIZMENTE ESTE BISPO ESTÁ NA DESOBEDIÊNCIA! E MESMO QUE TODOS OS BISPOS E PADRES SE JUNTASSEM PARA AFIRMAR QUE O INCORRETO É CORRETO A IGREJA JAMAIS ACEITARIA.


>
> "Há um aspecto que precisa de ser muito revisto: não se cair na
> padronização dos métodos naturais, do ponto de vista da
> procriação - ouvir a ciência e a pesquisa quanto a outros
> métodos", alerta D. Januário.
OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS DE FORMA ALGUMA!

"Quem estiver habituado a lidar
> com casais e a ouvi-los, e depois de ouvir médicos, tem uma
> dificuldade seriíssima em realizar esse projecto de acordo com
> a Humanae Vitae [encíclica que proíbe os contraceptivos]."
>
> Concretizando: "Na prática, um grande número de católicos faz
> isso, não andemos aí com ilusões. Por preguiça, por não terem
> utilizado os melhores ajustes, etc. Portanto, não andemos aí
> com dois tipos de linguagem. E não façamos disso um fantasma.
> Sem medo, com toda a naturalidade, estas temáticas deviam ser
> discutidas. Ninguém diz que os métodos naturais não têm a sua
> eficácia e não resultam, bem empregues. Acho que sim.
O MÉTODO BILLINGS SEGUNDO A OMS TEM 98% DE EFICÁCIA , MAIOR OU IGUAL A EFICÁCIA DA PÍLULA, COM UMA GRANDE DIFERENÇA O NATURAL NÃO AGRIDE A SAÚDE E EDUCA OS CÔNJUGES.

Mas um
> grande número de casais que fizeram um grande esforço e que não
> conseguem concretizar essas metodologias, na prática utilizam
> todos os processos contraceptivos e dizem: 'Com a minha
> consciência, sinto-me pacificado. Se tivesse sete ou oito
> filhos é que seria grave, porque não estaria a concretizar uma
> paternidade responsável, estava a atirar para a vida um
> conjunto de seres que depois não poderia acompanhar, do ponto
> de vista cultural e psicológico'
O MÉTODO NÃO FUNCIONA PORQUE NÃO SE CONHECE VERDADEIRAMENTE, POIS ELE FUNCIONA PARA QUALQUER TIPO DE CASAL E PARA AS MULHERES QUE NÃO SÃO REGRADAS. UMA ÓTIMA NOTÍCIA: NENHUMA MULHER TEM REGRA CERTÍSSIMA, TODAS AS MULHERES PASSAM POR DIVERSOS CICLOS DURANTE A VIDA.




>
> Especificamente em relação ao preservativo como meio de
> prevenção contra a sida - e tendo em conta, nomeadamente, a
> situação das infecções em África -, D. Januário considera-o "um
> mal menor"
INFELIZMENTE ESTE BISPO NÃO CONHECE A DOUTRINA DA IGREJA, POIS NÃO EXISTE "MAL" MAIOR OU MENOR; MAL É MAL. DEMÔNIO É DEMÔNIO, SEJA ELE PEQUENO OU GRANDE


a ser usado quando a abstinência ou a fidelidade
> não sejam possíveis.
E QUANDO ISSO NÃO É POSSÍVEL?


"A Igreja não vai dizer ao marido: 'Sê
> infiel lá como queres', mas sim: 'Não tens problema, se viveres
> na fidelidade conjugal.' E do ponto de vista de alguém que é
> solteiro, dizer: 'É-te indevido esse relacionamento sexual.'
> Agora [a Igreja deve dizer]: 'Se tu tiveres [esse
> relacionamento], há uma coisa fundamental: tens obrigação de
> proteger a tua vida e a vida do outro.' Esse tipo de protecção
> deve ser assegurado por metodologias que tentam preservar todo
> o perigo - portanto, o uso de preservativo, se não há outra
> forma."

É O MESMO QUE DIZER: ATIRE FOGO AO CORPO, MAS SE PROTEJA COM UM PLÁSTICO! OU SEJA COMECE A SER INFIEL AGORA, PORQUE DEPOIS DO CASAMENTO VOCÊ USA CAMISINHA ... E VAI PARA O INFERNO, PORQUE A PALVRA DE DEUS É CLARA; NEM OS INFIÉIS, ADÚLTEROS, FORNICADORES, LADRÕES... HERDARÃO O REINO DOS CÉUS.
JESUS ALERTOU ENTRAI PELA PORTA ESTREITA... POIS A PORTA LARGA É QUE LEVA A CONDENAÇÃO E MUITOS SÃO OS QUE A ENCONTRAM.


>
> D. Januário ressalva, no entanto, que "o método mais forte e
> eficaz é a pessoa ter a vontade de não entrar em anarquias" e
> diz que não acredita que "seja pela pedagogia da Igreja que as
> pessoas não utilizam o preservativo". Exemplifica com o caso da
> sociedade portuguesa: "A cultura científica diz à pessoa:
> utiliza o preservativo. E a pessoa não o utiliza. A maioria das
> pessoas em Portugal não utiliza o preservativo."

POR QUE NÃO SÃO BOBAS... DE QUE ADIANTA O HOMEM GANHAR O MUNDO INTEIRO SE VIR A PERDER SUA ALMA?

Infelizmente muitos estão sendo enganados, especialmente os nossos jovens, quando pensam que a ´camisinha´ previne seguramente contra a contaminação do vírus HIV da AIDS; e cria´se assim a ilusão do ´sexo seguro´.

O Papa João Paulo II assim se expressou sobre a camisinha:

´Além de que o uso de preservativos não é 100% seguro, liberar o seu uso convida a um comportamento sexual incompatível com a dignidade humana... O uso da chamada camisinha acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo... O preservativo oferece uma falsa idéia de segurança e não preserva o fundamental´ (PR, nº 429/1998, pag.80).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já avisou que os preservativos não impedem totalmente a contaminação do vírus, uma vez que esses são muitíssimos menores que os poros do látex de que são feitas as camisinhas.

A revista Seleções (dezembro de 1991, pp.31´33), trouxe um artigo do Dr. Robert C. Noble, condensado de Newsweek de Nova Iorque (1/4/91), que mostra como é ilusória a crença no tal ´sexo seguro´ com a camisinha.

A pesquisadora Dra. Susan C. Weller, no artigo A Meta´Analysis of Condom Effectiveness in Reducing Sexually Transmitted HIV, publicado na revista Social Science and Medicine, (1993, vol.36, issue 12, pp.1635´1644), afirma:

´Presta desserviço à população quem estimula a crença de que o condom (camisinha) evitará a transmissão sexual do HIV. O condom não elimina o risco da transmissão sexual; na verdade só pode diminuir um tanto o risco´.

´As pesquisas indicam que o condom é 87% eficiente na prevenção da gravidez. Quanto aos estudos da transmissão do HIV, indicam que o condom diminui o risco de infecção pelo HIV aproximadamente em 69%, o que é bem menos do que o que normalmente se supõe´ (PR, n° 409/1996, pp. 267´274).

Isto significa que, em média, três relações sexuais com camisinha têm o risco equivalente a uma relação sem camisinha. Convenhamos que é um alto risco, já que a AIDS não tem cura ainda. É uma ´roleta russa´.

O Dr. Leopoldo Salmaso, médico epidemiologista no Hospital de Pádua, na Itália, afirma que:

´O preservativo pode retardar o contágio, mas não acabar com ele´(idem) .

Pesquisas realizadas pelo Dr. Richard Smith, um especialista americano na transmissão da AIDS, apresenta seis grandes falhas do preservativo, entre as quais a deterioração do látex devido às condições de transporte e embalagem. Afirma o Dr. Richard que:

´O tamanho do vírus HIV da AIDS é 450 vezes menor que o espermatozóide. Estes pequenos vírus podem passar entre os poros do látex tão facilmente em um bom preservativo como em um defeituoso´ (Richard Smith, The Condom: Is it really safe saxe?, Public Education Commitee, Seattle, EUA, junho de 1991, p.1´3)

A Rubber Chemistry
Technology, Washington, D.C., junho de 1992, afirma que: ´Todos os preservativos têm poros 50 a 500 vezes maiores que o virus da AIDS´.

Vemos, portanto, que é irresponsável, cientificamente, dizer que a camisinha garante o ´sexo seguro´. O pior, ainda, é que esta falsidade vem acompanhada de um estímulo ao sexo livre, sem responsabilidade e sem compromisso, o que o faz promíscuo e vulgar.

A Igreja não está impedindo o combate à AIDS, pelo fato de não concordar com o uso da camisinha. Como disse o padre Lino Ciccone, professor de Teologia Moral e Bioética na Faculdade Teológica de Lugano, na Itália:

´Não se faça caridade jamais às custas da verdade, nem se imponha a verdade voltando as costas à caridade´.




Não Pecar Contra a Castidade

Talvez seja este o mandamento mais desobedecido em nossos dias. Mais do que nos demais, nesse campo a Lei de Deus é vista como mera repressão sexual, a ser abolida com a máxima urgência. Chega de ´tabus´ religiosos, dizem! Mas, para os que querem ser fiéis a Jesus Cristo, e querem ser de fato felizes, o mandamento continuará sempre de pé, pois é eterno.

O triste espetáculo dos motéis, dos telefones eróticos, das novelas sensuais, dos filmes pornôs, da ´camisinha´, etc, atestam a decadência de uma civilização que, ousadamente, suprimiu a Lei sagrada de Deus. Calca aos pés o sagrado e afronta loucamente o Criador.

Já no Antigo Testamento o Senhor dizia a seu povo:

´Não cometerás adultério´ (Deut 5,18).

E Jesus leva o preceito à perfeição:

´Eu, porém, vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração´(Mt 5,27´28).

O Mestre é radical neste ponto. Mas, ao mesmo tempo que é intransigente com o pecado, ama o pecador. À mulher adúltera, a ser apedrejada, Ele diz: ´vai e não peques mais´.

O nosso mundo moderno quer, à todo custo, ´adaptar´ o Evangelho aos seus prazeres. Ao que São Paulo responde:

´Não vos conformeis com este mundo, mas reformai´vos pela renovação do vosso espírito´ (Rom 12,1).

Não é verdade que aqueles que profanam o próprio corpo, indefinidamente, acabam numa morte triste?

É interessante como São Paulo insiste nesse ponto.

Também sobre o homossexualismo, hoje tão defendido por muitos, a condenação da Bíblia e da Igreja é expressa.

´Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher: isto é uma abominação´ (Lev 18,22).

´Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometeram uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa´ (Lev 20,13).

São palavras claras, pelas quais Deus classifica a prática do homossexualismo como uma abominação.

Na carta aos romanos, São Paulo mostra a gravidade desse comportamento desordenado:

´Conhecendo Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças... Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações e à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos... as suas mulheres mudaram o uso natural em outro que é contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam de desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida a seu desvario´ (Rom 1,21´17).

Deus ama o pecador, mas abomina o pecado.

Quando, em 1994, no Ano da Família, o Parlamento Europeu, tristemente, reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles, o Papa João Paulo II, tomou posição imediata:

´Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca, e para com quem não é capaz de libertar´se desta tendência, não significa abdicar das exigências da norma moral... Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação´ (20/02/94).

O Catecismo da Igreja também é claro nos pontos que ofendem a castidade:

´Apoiando´se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1´20; 1 Tm 1,10), a tradição sempre declarou que ´os atos de homossexualidade´ são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural´ (nº 2357).

Também com referência à masturbação, defendida por muitos como ´algo normal´, ensina a Igreja:

´Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmam sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado´ (nº 2352).

Enfim, diz o Catecismo:

´Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade´ (idem).

Sabemos que não é fácil a luta contra as misérias da carne, e é preciso ter caridade, respeito e compaixão pelos que sofrem desses males. É preciso lembrar´lhes que só Cristo pode dar força e libertação. Lembra´nos o Apóstolo que:

´Tudo posso naquele que me dá forças´ (Fil 4,13).

Importa não desanimar na luta em busca da pureza. Sempre lutar, com a graça de Deus, até que o espírito submeta a matéria. São Pedro nos diz:

´Depois que tiverdes padecido um pouco, [Deus] vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará´ (1Pe 5,10).

Muitas vezes pode nos parecer que a luta contra as paixões da carne sejam sem fim, ou que a vitória seja impossível. De fato, com a nossa fraqueza jamais podemos vencê´las, mas, como disse Santo Agostinho, que experimentou tão bem este combate: ´o que é impossível à natureza, é possível à graça´.

Somente com os auxílios da graça de Deus é que podemos vencer as misérias da nossa carne. Daí a importância de uma continua vigilância sobre nós mesmos, ao mesmo tempo em que vivemos uma profunda e perseverante vida de oração e de participação nos Sacramentos da Reconciliação (Confissão) e Eucaristia. Nestes Sacramentos, Jesus nos lava com o seu próprio sangue redentor, nos alimenta e cura a alma, a fim de que sejamos fortes contra as tentações . Nossa Mãe Maria é a Rainha da pureza e está sempre pronta a nos auxiliar nesta luta árdua. Precisamos recorrer a ela e nos colocarmos continuamente debaixo de sua proteção materna.

A luta contra as impurezas é da maior importância, não só para cada um de nós, mas principalmente porque cada batizado é ´membro de Cristo´ (1Cor12,27).

É preciso estarmos cientes de que, quando nos sujamos, sujamos também o Corpo de Cristo; aí está toda a gravidade da luxúria. Cada um de nós é parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja; logo, o nosso pecado afeta toda a Igreja. Eis porque nos confessamos com um ministro seu, também, para nos reconciliarmos com ela.


A Obra Prima de Deus, por excelência, é a pessoa humana. A única ´criada à imagem e semelhança de Deus´ (Gen 1,26). Esta revelação bíblica, meditada devidamente, deveria levar´nos ao êxtase. É nos atributos da alma imortal, dada ao homem por Deus no instante da sua concepção, que se encontram os aspectos dessa ´imagem e semelhança´ com o Criador. Aí estão, perenes, a inteligência, a liberdade, vontade e consciência; atributos esses que só o homem possui, exatamente por ser só ele ´imagem e semelhança´ de Deus.

Tal ´semelhança´ com a natureza divina tornou possível a maior novidade debaixo do sol: a Encarnação de Deus em forma humana. ´E o Verbo se fez carne e habitou entre nós´ (Jo 1,14).

Jesus pôde assumir a natureza humana, sem abdicar a divina, porque o homem fora criado à Sua semelhança. E assim, Ele pôde assumir a nossa natureza e restaurá´la dos estragos do pecado original. A obra prima de Deus estava salva, ao preço do sangue e da vida do seu próprio Criador.

Tal é o amor de Deus ao homem que, além de tudo isso, ainda quis que a pessoa humana fosse o Seu Templo. É o que São Paulo nos revela, quando escreve aos Corintios:

´Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? ´ Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus, que sois vós, é sagrado´ (1 Cor 3,16´17).

´Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então os membros de Cristo, e os farei membros de uma prostituta? ´( 1 Cor 6,15).

Dessas palavras é fácil compreender quão sagrada é a pessoa humana, e também o seu corpo, por ser ´templo´ de Deus e ´membro´ de Cristo (1Cor 12,28).

Confrontando essa realidade sagrada do homem, com o modo com que hoje ele vive, profanando o seu corpo, fica´se estarrecido.

Não é preciso descer a detalhes para que se possa conhecer a que nível de aviltamento a pessoa humana se impôs. Primeiro ela é aviltada quando os seus sagrados direitos não são respeitados, e ela se acha massacrada pela exploração gerada pela ganância; e segundo, pior ainda, quando ela impõe a si mesma tal degradação. Basta entrar hoje em um cinema, ou em uma banca de revistas, locadora de filmes, ou ligar a televisão, ou ler os jornais, para se notar com que frieza e cinismo, revoltantes, se profana a sagrada criatura de Deus, em cujo corpo a Santíssima Trindade veio habitar no Batismo.

Os mais sofisticados meios de explorar o sexo comercialmente são usados, desrespeitando´se a tudo e a todos, sem que se possa oferecer resistência a este ´mar de lama´ impulsionado pelos meios de comunicação.

Por mais que queiramos fugir desta pergunta, ela se nos coloca: ficará Deus inerte perante tal profanação da Sua obra prima, a qual, para salvá´la, Ele entregou à morte bárbara, o seu Unigênito? Creio que não. Creio que Deus não pode assistir impassível a destruição e profanação da Sua criatura predileta, e do seu templo. Jesus ´expulsou os vendilhões do Templo...´ (Mt 21,12).

Sabemos que´Deus é Amor´ (1Jo 4,8) e rico em misericórdia, mas corrige os que ama:

´O Senhor educa a quem ele ama, e castiga todo filho que o acolhe´ (Hb 12,6).

Deus não é o autor do mal, e não ama castigar ninguém; entretanto, algumas vezes, por não ter outra saida, Ele ´ permite´ que a dor atinja a sua criatura, para salvá´la. Por amor. Algumas vezes, como pai, tive que segurar nos braços os meus filhos, ainda pequenos, para que o farmacêutico lhes aplicasse uma injeção. E o fiz por amor; para que a doença não os levasse à morte. Deus, como o melhor dos Pais, não quer que a doença do pecado mate a alma dos seus amados filhos; por isso, permite que a dor cure o coração do homem, que não quer ouvir a voz suave do seu amor. É a história do filho pródigo.

Será que as mazelas de nossos tempos ´ como no passado ´ não trazem a marca dos dedos de Deus? Temos visto catástrofes dolorosas. Será que Deus não tem permitido estas coisas para que os homens e mulheres acordem? É difícil dizer, absolutamente não!

IR PARA O INFERNO É FACIL, É COMO BRINCAR DE ESCORREGADOR!
IR PARA O CÉU É COMO SUBIR UMA LADEIRA EM DIA DE SOL...
SOMENTE OS FILHOS DE DEUS CONSEGUEM CHEGAR AO CÉU!!!!
COM MUITO SUOR E LÁGRIMAS!
>
> Por ALEXANDRA LUCAS COELHO
> "Público", Sábado, 14 de Fevereiro de 2004
> [url]http://jornal.publico.pt/2004/02/14/Sociedade/S05.html[url]

Re: Moral católica esquizofrénica?
Escrito por: Padre João luis Paixão (IP registado)
Data: 22 de May de 2004 15:03

Obrigado Cris por este texto!

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