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Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 28 de April de 2010 23:22

Olá Miriam

Citação:
Miriam
“O meu lema é amar a Igreja. A minha honra é servi-la tal como ela quer ser servida.”

Muito bela esta frase de S. Josemaria. Mas há que indagar, quem é a Igreja? A Igreja a que S. Josemaria se refere, quase sempre, é ao corpo místico do Senhor, à esposa santa do Senhor.

A igreja que me motiva algumas reservas é a «igreja dos homens», sempre em matérias não fundamentais. Muitas das vezes é essa contestação, essa «subversão» que leva a Igreja a aprofundar ainda mais o seu conhecimento de Deus e de Jesus Cristo. Por exemplo, o combate das heresias é disso um exemplo.

É curiosa a tua referência, neste contexto, ao Opus Dei e a Schoenstatt. Tanto o S. Josemaria como o Padre José Kentenich são dois exemplos do como se pode operar uma revolução dentro da Igreja. Ambos criticaram o estado da Igreja de então e apontaram caminhos de maior comprometimento dos leigos, ainda antes do Concílio Vaticano II. Tanto um como outro, foram alvo da incompreensão da Igreja que só tardiamente compreendeu realmente o alcance de ambas as propostas de santidade.


Citação:
Miriam
Consideram São Josemaría Escrivá fundamentalista? Porque se for, está tudo já explicado sobre quem é católico e quem julga ser.

O conceito de fundamentalista anda um pouco perdido!! S. Josemaria foi fundamentalista, sem dúvida, pois nunca se desviou um milímetro do que é fundamental: Deus, Jesus Cristo e a Salvação. Todo o cristão deve ter presente esta realidade, ainda que conteste um ou outro preceito da Igreja: o fulcral é amor que Deus tem por nós, o dom da fé que Ele nos concedeu e a Salvação que devemos almejar e que nos foi oferecida com o sacrifício de Jesus.

Posto isto, que para mim é fundamental e que retiro das lições de S. Josemaria, há que dizer que ele tem um cariz conservador muito acentuado, no contexto social, claro.

Cumprimentos

Alpha

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 28 de April de 2010 23:24

Então na IURD é aos montes...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 28 de April de 2010 23:35

O fundamental é o amor que Deus nos tem. Um...

E o amor que devemos a Deus?

O fundamental é o amor que Deus nos tem, quando estamos em presença de um ateu ou de alguém muito calejado pela vida.

Agora entre pretensos católicos? O fundamental não devia ser só isso!

Enfim, desisto! Nada a fazer, isto é protestantismo em estado puro, e olha que há protestantes mais ortodoxos!

Vocês fazem da doutrina católica um acessório, Deus me livre!

Sou católica!

Tanto respeito por S. Josemaría, por parte de alguém que disse que o Cristianismo é revolucionário, subversivo, e etc.

Contestar preceitos da Igreja é legítimo? É isso acessório? Muito me contam!

Bem, esta semana serviu para algo fundamental. Três coisas:
1 Para ver o estado de degradação do Catolicismo no meu país;
2 para aprender, ainda que o não tenha sabido praticar, a ter mais paciência e calma – isto é difícil;
3 a terceira não digo e não diz directamente respeito a vocês, embora se relacione com o fórum.

É viver e aprender.

Agora sim, creio que me vou – já repeti isto mais vezes hoje que rezei ave-Marias.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 28 de April de 2010 23:44

Se o fundamental é o amor que Deus nos tem e acreditar em Jesus Cristo, suprima-se já esses partidismos do católicos, protestantes e unifique-se tudo numa igreja anárquica e subversiva onde cada um só faz o que quer e bem lhe aprouver!

Sem essa coisa estúpida das leis, sem essa idiotice das normas morais, tudo ao molho e muita fé em Deus e no amor de Jesus Cristo!

Sem uma verdade objectiva, sem uma doutrina normativa, sem nada! Isto é tudo acessório, o fundamental é o amor.

Que raio de amor estranho esse...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 28 de April de 2010 23:53

Eles, os fundadores das escolas de espiritualidade citadas, não operaram uma revolução, mas uma renovação espiritual, que é algo bem diferente.

São Josemaría era um homem do nosso tempo e não defendia doutrinas contrárias à Igreja: fim do celibato dos padres, ordenação de mulheres. De resto, se assim não fosse, não seria santo.

Resta-me a enormérrima consolação de saber que a cátedra de São Pedro tem sido bem ocupada, por homens eleitos pelo Espírito Santo. Que ES mauzinho que, vendo tantas necessidades na Igreja por mudanças, não elege um Papa progressista. Que maldade esta da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade!

PS: Não confundir revolução, ruptura, subversão; com renovação, reforma na continuidade. Sobretudo renovação espiritual.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 00:00

Miriam

tu exageras tanto nas palavras... Vês uma pontinha e fazes logo um filme, um drama em 3 actos. A água ainda não chegou ao tornozelo e já gritas que te vais afogar.

Por favor, menos teatralidade, menos fatalismo, menos hipérboles. Mais calma, mais atenção, mais compreensão é o que se quer.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 00:10

Olá Miriam,

Citação:
Miriam
O fundamental é o amor que Deus nos tem. Um...
E o amor que devemos a Deus?

A «Salvação que devemos almejar»! Só me salvo tendo fé em Nosso Senhor e amando-O. E realmente toda a nossa vida deve andar em torno disto.

Quando perguntaram ao Senhor, para o tentar, qual o mais importante dos Mandamentos, Ele respondeu «Amar a Deus e ao próximo». Podemos resumir o cristianismo neste mandamento. Tudo o resto que possa ser fundamental devia ser reflexo constante desta relação de amor com o Senhor.

Quantas vezes o Senhor critica os judeus por serem duros de coração e viverem apenas agarrados à lei? Um cristianismo de leis e preceitos, sem esta relação de amor, vai dar no mesmo.

O fundamental é o amor que Deus nos tem, quando estamos em presença de um ateu ou de alguém muito calejado pela vida.


Citação:
Miriam
Tanto respeito por S. Josemaría, por parte de alguém que disse que o Cristianismo é revolucionário, subversivo, e etc.

Devemos clarificar o conceito de revolução e subversão! Acho que ambos os termos se referem a algo que pretende modificar de forma radical o que existe. E Cristo foi assim: Cristo não mandou apedrejar, mandou perdoar; Cristo não defendeu a lei do Talião, antes pelo contrário, mandou dar a outra face; Cristo não apadrinhou a espécie de estado confessional em que os judeus viviam, antes pelo contrário, mandou dar a César o que lhe cabia e a Deus o que era d'Ele por direito; Cristo não viveu de acordo com a praxis social dos judeus, antes pelo contrário, ensinava aos eruditos e comia à mesa com os proscritos. Não são exemplos suficientes para ilustrar o quão subversivo e revolucionário foi o exemplo de Nosso Senhor?

S. Josemaria, para a época, revolucionou (enquanto prática corrente, mais propriamente) o conceito de santidade, ao propor que o leigo se pode, e deve, santificar na sua prática corrente, na sua profissão, no seu quotidiano. A santidade da vida diária no mundo temporal, foi, para a estrutura eclesiástica, um conceito deveras subversivo e de difícil entendimento e aceitação. O Padre José Kentenich, que amou de forma profunda a Igreja, foi de tal forma subversivo que foi «exilado» do seu Movimento, isto é, foi-lhe ordenado um período em que não podia contactar e viver com o seu movimento, mais concretamente com o Instituto dos Padres de Schoenstatt e com o Instituto das Irmãs de Maria. Isto apenas para te referir que dois exemplos que conotaste com o conservadorismo, foram na verdade dois casos de subversão que abriram novas portas à Igreja.

Este fórum não deve ser nada representativo do cristianismo nacional. A maioria dos cristãos não debate em fóruns! O facto de não concordar com algumas posições da Igreja não faz de mim mais ou menos cristão. Reconhecer a minha condição de pecador e saber que Deus, no Seu amor por mim, entregou Jesus para que eu me arrependa e salve é que faz de mim cristão. Pela fé que me concedeu e pelas obras que daí deverão advir.

Acho curioso que não aceites, ou não compreendas, ainda não percebi bem, uma das grandes riquezas da Igreja, que é a pluralidade!

Cumprimentos

Alpha

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 00:31

Olá Miriam,

Citação:
Miriam
São Josemaría era um homem do nosso tempo e não defendia doutrinas contrárias à Igreja: fim do celibato dos padres, ordenação de mulheres. De resto, se assim não fosse, não seria santo.

O celibato dos padres é uma consequência, não uma norma. A norma é o casamento dos padres. Mas ambas as situação, o casamento dos padres e a ordenação das mulheres não são questões de fé dentro da Igreja. É legitimo que se pense em ambos os casos e se procure ouvir o que o Espírito Santo nos diz.

O Hans Kung, que desprezas pelo que já li, levanta uma questão importante quanto a esta matéria: se a Igreja acolhe padres anglicanos, casados, é porque não vê nessa condição nada que impeça o exercício do sacerdócio. Então, porque veda aos restante sacerdotes o sacramento do matrimónio?

Mas o central nestas questões é isto: o debate é possível na Igreja. Eu tenho o direito de discordar e reflectir sobre estas e outras questões. Tenho é de ter bom-senso na forma como o faço. Por exemplo, o Lutero tinha muita razão quando criticou a Igreja e foi pregar os seus motivos na porta duma igreja. Não teve foi o bom-senso de saber onde para. Para mal dele e nosso...

Cumprimentos

Alpha

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 07:28

Citação:
Miriam
Vocês não me deixam mesmo ir embora rsrsrsss.

Gostamos mais de ti do que imaginavas.

Citação:
Miriam
Firefox,
O que vc pensa do Papa actual? Alinha mais com as suas teses ou com as minhas? Ou com nenhumas?

Como deve já imaginar, não concordo com o papa em tudo, mas nem tenho mesmo que fazê-lo. Minha opinião sobre o papa atual não está de todo formada, e tanto melhor assim. Posso enumerar, entretanto, um ponto ou dois, apenas que primeiro teria que entender melhor sua pergunta, se aqui fala da pessoa ou do cargo que ele ocupa.

Da pessoa, reconheço um Ratzinger até o período concilar, mais aberto (talvez vc não saiba que foi ele que apresentou a proposta para a missa ser rezada no vérnaculo e não em latim), e um Ratzinger posterior, mais fechado (provavelmente machucado pelos exageros que se seguiram logo depois de promulgado o concílio). Gostava mais do primeiro. Mas talvez queira saber se gosto do Ratzinger como papa.

Do papa, preferia outro. Já não tinha muita simpatia a ele como cardeal, e foi com receio que o recebi como papa. Ele surpreendeu-me positivamente, felizmente, que eu temia algo pior. Prefiro não tecer muitos juízos para não correr o risco de cometer mais injustiça. Acho que ele age com boa intenção, como seria de se esperar de um papa. Discordei de algumas atitudes dele, não sou obrigado a concordar com tudo que ele faz só pq é papa, mas devo a ele o respeito como líder espiritual da igreja a que pertenço, e até onde não ferir minha consciência entendo que devo a ele obediência. Posso obedecer mesmo discordando, algo que pensei que vc entenderia.

De início recebi mal aquela coisa de retorno ao latim e acolhida de uma certa ala tradicionalista. Recebi mal não tanto pelo fato em si, mas justamente pelo que se viu depois, com gente agredindo a igreja e o concílio. Vai atrasar a igreja mais umas décadas, mas oxalá resulte nalgum bem maior isso de não excluir um número grande de pessoas que não têm culpa de tantos exageros de uma ala tradicionalista radical e minoritária. Assim, depois de orar senti e fiquei com esperança que o papa afinal estivesse agindo como pastor acolhendo os que estavam afastados. Que seja, não me arrependo de abraçar a esperança do papa de restaurar a unidade, só lamento que ele não tenha (parece-me) o mesmo cuidado no relacionamento com as igrejas orientais e reformadas. Era isso que queria saber?

Citação:
Miriam
Fundamentalismo, para mim, é defender coisas que não sejam importantes para o depósito da fé ou para a vida da Igreja. Por exemplo....
somos todos uns grandes fundamentalistas...... Relativizar o conceito de fundamentalismo também não é boa ideia.......

Miriam, o que espera dos extremos, das polarizações fundamentalistas-progressistas-relativistas-hereges-malditos e tantas mais? Espera mesmo que isso vá mover alguém, vá converter alguém? Não acabam em demonstração da vontade de dominar o outro e eliminar o diferente? Essas coisas geram mais divisão dentro da igreja. Justo vc que preza tanto a tradição, deve conhecer a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus e a oração para que torne nosso coração manso como o dEle. Não pode abrandar seu discurso?

Citação:
Miriam
Eu sou católica, tal como se deve ser-se católico!

Sou católico, não sei se como deveria, mas procuro agir de modo a agradar a Cristo, e confio que para Ele isso é suficiente. Qdo erro levanto e continuo, confiando na misericórdia dEle.

Citação:
Miriam
Bem, mas se vc gosta de Hans Kung, que passa a vida a atacar o Papa, e suponho que os outros que por aqui andam também gostarão, está tudo dito quanto à catolicidade de uns e de outros rsrsss. Desculpem, mas eu só sei ser sincera assim.

Não sei de onde tirou que o Hans Kung "passa a vida a atacar o Papa", já li alguns escritos dele e não vi nada disso. Já que prefere a sinceridade, devia ler novamente as coisas que escreveu, para examinar se não está se pintando perfeita demais (Lucas 18, 9-14).

Citação:
Miriam
Será que é desta que me deixa ir embora sem vir aqui responder-lhe? Rs

Mas não quero que vá embora, não percebeu isso ainda? rs.

Citação:
Miriam
Diga-me o que pensa do Papa Bento XVI.

Disse.

Abraços.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 10:29

Pluralidade na Igreja é em termos de espiritualidade, escolas espirituais; carismas, dons, missões; funções diferentes, meios de santificação distintos; em termos de ritos também; não é ter cada qual uma opinião sobre a doutrina e moral católicas!

Diversidade na Igreja é em termos de espiritualidades, não em termos de opiniões fracturantes com o sagrado magistério!

Caramba que se vocês fossem teólogos como Hans Kung, estava tudo suspenso como ele está!

Não sou perfeita, Firefox, nem me julgo acima de ninguém. Simplesmente tento ser boa católica! Foram esses princípios que abracei livremente, ninguém me obrigou a nada, então...

Ninguém me pode chamar fundamentalista porque sigo o magistério da Igreja! Que absurdo!

Agora só uma pequena dúvida que não tem nada a ver com isto mas que adoraria que alguém me esclarecesse:
Se eu vos perguntar, a todos em geral e a cada um individualmente, se são: a favor da ordenação de mulheres, a favor da contracepção artificial, a favor da ordenação de homens casados, a favor do fim do celibato obrigatório, a favor do divórcio católico (o que é isto?), a minha pergunta está mal feita? Se eu vos perguntar – já sei as vossas respostas – se vos perguntasse se são a favor ou contra todas estas coisas; se subscrevem alguma das “questões fracturantes” – para usar um termo da Cassima -, se subscrevem alguma e qual, e porquê, a pergunta estaria mal feita? As respostas possíveis não seriam: sim, não ou não tenho opinião?

Uma pergunta formulada nesses termos estaria mal feita?

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 10:37

Anda lá Miriam. Faz a citação bem feita: as aspas ficaram uns centímetros ao lado. É: questões "fracturantes".

Cassima

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 10:38

Ok, Firefox, eu estou com o Santo Padre. O Papa que eu mais amei. Gostava muito de João Paulo II, embora considere que ele cometeu algumas injustiças e exageros.

Mas este, é o Papa da restauração, da reacção, da Tradição!

Amo Bento XVI!!! Com ele a Igreja regressará ao caminho correcto. Bendito Santo Padre.

Viva o Papa!

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 10:39

E já agora, a pergunta está mal formulada sim.

Os temas são complexos, mexem com muitas sensibilidades humanas, muito sofrimento. E as respostas possíveis são bem mais do que essas.

Cassima

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 11:23

A sério, Cassima? Quais?

E o sofrimento e sensibilidades humanas não podem servir de desculpa para se trair a Igreja e os seus ensinamentos.

A minha religião chama-se Cristianismo, não humanismo.

Todos sofremos, todos choramos, todos temos problemas mais ou menos graves. Isso não legitima nem pode justificar que alguém se pretenda católico com uma igreja à sua maneira e a servir as suas conveniências e interesses pessoais.

Ou se aceita com radicalidade – que não se confunde com radicalismo – a proposta cristã, ou saia-se da Igreja. Ou tem-se opinião, ou não se tem. Essa história do caso-a-caso é uma valente “chochada”, para usar o termo do Vitor*.

O nim não faz parte da linguagem de Cristo: sim, sim; não, não; tudo o que passa disso vem do maligno. Mas ainda se admitem opiniões mal formadas.

Mexe com sensibilidades humanas, acho piada a isso. As pessoas nã querem ser católicas como deve de ser e a Igreja é que tem que se adaptar às conveniências de cada um.

Devem achar que quem cumpre a doutrina católica é impassível, não chora, não tem problemas. Essa história da vitimização de quem vive no erro e de quem tudo faz para ajudar os outros a permanecer no erro comigo não cola. A fé católica é algo muito sério, não ando aqui a brincar ao Catolicismo.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 11:32

Para ter compaixão e misericórdia das sensibilidades e sofrimentos humanos, havemos de trair a moral cristã e os ensinamentos de Cristo e da Igreja? Mas afinal o que é a prioridade das nossas vidas: Cristo ou os irmãos?

Havemos de amar os irmãos como a nós mesmos, sofrer com eles, chorar com eles, sentir a sua dor; mas não havemos, sobretudo e primeiramente, de amar a Deus acima de tudo e todos, até deles?

Amai a Deus com todas as forças, entendimento, coração. E a parte do amar a Deus com todo o entendimento, submetendo o nosso ao d’Ele? Fica onde neste catolicismo a la carte?

Para ser fiéis ao sofrimento humano, traímos a Igreja? Não podemos conciliar as duas coisas e colocar a Igreja e Deus acima de tudo?

Enfim, eu devo ser mesmo muito puritana e fundamentalista, porque eu jamais, jamais aceitarei essas coisas.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 11:32

Viva Miriam

Muito gostas tu de mandar as pessoas sair da Igreja. E o mais estranho é isto vir de quem tanto a contestou.

Quando achares que tens disponibilidade de ouvir quais são as sensibilidades humanas, as questões, os casos, o sofrimento, em vez de andares a disparar para todo o lado, feito um Yosemite Sam, então falamos.

Até lá

Um "chocho"

Cassima

P.S. O engraçado é eu ler o teu texto e achar que te assenta (ou assentava) como uma luva. E se agora já não te assenta, devias pensar com mais moderação, nas pessoas que mudam de sentires e posições.

P.S.2 Relê a parábola do Bom Samaritano, quando quiseres ler algo sobre sensibilidades humanas e sofrimento e pessoas que "sairam".

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 11:35

E a parte do amarás o próximo como a ti mesmo?

Amar o próximo não é fechar-lhe a porta na cara, não é dizer-lhe "Sofres? Aguenta-te.". É tentar humanizar o sofrimento e arranjar as soluções que sejam possíveis.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 11:37

Lembra-te de que Cristo também foi acusado de violar as Leis e não manter os costumes.

Revelou o tal cuidado pela sensibilidade e sofrimento humanos a que tu não pareces dar valor.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 11:50

Se Cristo for a prioridade da sua vida, uma mulher sabe que pode fazer muita, muita coisa na Igreja sem ser sacerdotisa;
Se Cristo for a prioridade da sua vida, um homem casado sabe que pode santificar-se com a sua esposa numa vida laical sem aceder ao sacerdócio ministerial;
Se Cristo for a prioridade da sua vida, um padre que se apaixone – pode acontecer e pode até ser amor verdadeiro mesmo – sabe que deve abandonar o sacerdócio definitivamente para se santificar num matrimónio católico como se deve e sem pecados prévios. Se, por outro lado, apenas se tratar de uma tentação, deve reprimi-la e combatê-la, para se manter fiel a Cristo e à Igreja no seu sacerdócio;
Se alguém que quer limitar o número de filhos tiver Cristo como prioridade da sua vida, há-de considerar que não se deve retirar Deus do matrimónio; Ele é a terceira pessoa da relação; a relação não se constrói a dois, mas a três: o casal e Deus. Logo, o casal deve estar aberto à vida e deixar os seus naturais egoísmos. Se, por motivo grave, for necessário espaçar ou mesmo limitar definitivamente o número de nascimentos (questões de saúde, questões económicas graves), isso há-de ser feito com respeito à lei moral, isto é, recorrendo-se à continência periódica e não a meios imorais e condenados pela Igreja. Isto, claro, se o amor a Deus estiver acima de todo e qualquer amor; se Cristo e a Igreja forem a prioridade absoluta.
Se um casal falhou, se por algum motivo – e aqui há tantos – alguém não teve um matrimónio como Deus sonhou para ele, então mantenha-se sozinho e santifique-se no respeito pela moral e pela santidade a que Deus o chama. Querem ser santos sem sacrifícios? Querem uma vida de mar de rosas? Um homossexual, um divorciado, uma pessoa que já fez um aborto, pode, desde que o queira, ser um grande santo! E eu, que estou para aqui a falar, se calhar nunca lá chegarei. Deus chama-nos à santidade, na situação em que estamos, com os problemas com que estamos. É preciso é que nós queiramos responder com amor, fidelidade e generosidade ao chamamento! Agora se queremos tudo à nossa maneira, passando por cima da lei de Deus, que é sobretudo uma lei de amor e de felicidade futura – e não imediata – para nós, assim nunca lá chegaremos. Estamos a trair o potencial que Deus nos deu para sermos grandes santos e muito agradáveis aos Seus olhos!

Cada um, na sua situação concreta, tem grandes possibilidades de dar um grandioso testemunho cristão, católico, de santidade.

Mas, se Cristo não é a prioridade e o maior amor das suas vidas, nada do que foi dito acima faz qualquer sentido.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 29 de April de 2010 12:34

A memória dos santos, o bom e edificante exemplo dos nossos maiores, dos que nos precederam na fé, as boas e piedosas leituras, são aprazíveis a quem quer seguir os passos de grandes heróis, de almas sacrificadas, abnegadas, sofredoras, que tinham bem ao alcance dos seus olhos qual a verdadeira felicidade que devemos almejar; a felicidade beatífica, a bem-aventurança eterna, a união plena, pura e perfeita com um Deus-amor que nos ama infinitamente.

Cassima, eu detesto recorrer a este tipo de discursos, principalmente aqui onde ninguém me conhece; sinto-me mal, parece que me venho para aqui vangloriar. Mas, sabes lá tu da minha humanidade ou humanismo, sabes lá tu do meu modo de tratar os outros fora de um fórum supostamente católico da net.

Eu sigo os exemplos dos santos – embora seja uma miserável pecadora cheia de imperfeições, que cai a cada dia mais fundo no pecado e na debilidade e que cada vez tem mais consciência das suas limitações. Sigo o exemplo dos santos que foram austeros, inflexíveis, intransigentes nos princípios; e bondosos, mansos, misericordiosos e compassivos com as pessoas. Ter compaixão do sofrimento humano não pode equivaler a transigir um milímetro nos princípios.

Sabes lá tu, Cassima, se eu também não posso viver uma situação de sensibilidade humana. Não estou a dizer nem que sim nem que não; estou só a dizer-te que poderia perfeitamente estar a passar por algum sofrimento semelhante aos enumerados e calar-me e ninguém nada saber. Certo? Não é de todo impossível que isso seja verdade, é?

O que distingue o católico dos outros é a sua atitude frente ao sofrimento, o espírito de sacrifício, de fortaleza, de amor a Cristo e à Igreja presente nuns e ausente noutros.

Os santos não foram alegrinhos. Viveram a santa alegria sobrenatural dos filhos de Deus, que é algo muito diferente. Os santos, ao contrário de um humanismo anti-cristão – porque também há o humanismo cristão, cfr. São Francisco de Sales – não lutaram contra o sofrimento, porque sabiam perfeitamente que o sofrimento purifica, o sofrimento redime, o sofrimento torna-nos co-redentores com Cristo na santificação das almas. O sofrimento agrada a Deus, na medida em que for para sua maior glória e suportado com amor, paciência, resignação e santa alegria. Paradoxo: sofrer com alegria, sofrer por amor, eis o que fizeram os santos. E, ainda mais admirável, sofrer – e muito – sem que ninguém saiba disso ou sem que ninguém suponha o motivo da dor.

Voltando ao meu desprezo pelo sofrimento humano, Cassima, eu, a puritana cá do fórum, conheço muito bem a miséria humana: já chorei e sofri muito com gente que chorava e sofria. Sei muito bem compreender o pecado e a miséria em estado mais puro, a grande pobreza moral e espiritual de muitos. Só que, à semelhança dos santos, o meu grande amor a quem sofre não pode - e jamais me levará – a transigir naquilo que é o meu maior e mais entranhável amor: a santa Igreja e os seus princípios, leis, que não são meras leis farisaicas, mas leis de amor, de felicidade futura, de supremo bem para as almas e, principalmente, leis de Deus e que agradam a Deus. O contrário delas é que desagrada.

Tentar atenuar o sofrimento humano, quando isso é possível, é um bem inestimável que procuro também seguir dentro das minhas possibilidades; fazer isso à custa da lei de Deus, é um mal, o supremo mal, é traição ao Senhor, é falta de amor à cruz, é falta de sentido para o sofrimento, é não saber renunciar, é não saber sacrificar-se, aniquilar-se se necessário for, unicamente por amor, por um amor maior, por amor a Deus!

Jesus usou de muita misericórdia com a adúltera a quem todos pretendiam condenar. Muitas vezes, imagino o olhar fixo de Jesus sobre as minhas misérias, o seu olhar de bondade, de misericórdia. O que eu não conto a ninguém, Ele sabe; a Ele, nunca enganarei, d’Ele nunca poderei esconder-me. E é aí nesse encontro forte, de coração a coração, que tomamos a decisão de sofrer tudo com Cristo, por Cristo e para Cristo. E aí a dor transfigura-se, o sofrimento transforma-se, ganha uma dimensão divina extraordinária. E o aquele olhar de misericórdia sobre nós, aquele olhar trespassado pela dor de Jesus, assim de repente, passa a fazer muito mais sentido do que a dor que experimentamos.

Como dizia, Jesus disse à adúltera: vai e não voltes a pecar. Jesus usou de muita compaixão, mas não transigiu um milímetro nos princípios. A advertência é taxativa: toma a tua cruz e segue-me, numa passagem aos discípulos; vai e não tornes a pecar, noutra à adúltera.

Quando digo que certas pessoas deviam sair da Igreja, falo dos rebeldes, subversivos, hereges, que não sei por que motivo se dizem católicos, se não estão dispostos a depor o juízo, a consagrar a Deus o entendimento e a vontade e a, assim, se submeter em tudo à Santa Igreja Católica, esposa imaculada do Cordeiro.

O catolicismo é tudo ou nada. A santidade é tudo ou nada. Não há metades nesta história.

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