A blogosfera tradicionalista portuguesa tem vivido uns tempos muito instáveis e estranhos. Profundas divisões e inimizades pessoais vieram a público, algumas das quais se reflectiram no fecho da «Gazeta da Restauração», cujo espaço está entretanto na posse de outro dono, nosso conhecido, o Ascendens, por «golpe de hiena».
Mas um dos grandes temas da blogosfera tradicionalista portuguesa ou de língua portuguesa é, neste momento, o Alef. Digamos que agora é uma das coisas que une muitos tradicionalistas. As
campanhas anti-Alef atingiram níveis absurdos. Há uns meses foram as diatribes do Ascendens, que se saiu com pérolas como
esta:
Citação:Ascendens:
«Afirmo também que segundo dados bem objectivos, a pessoa do modernista "Alef" serve os interesses de Satanás e, assim sendo, é um mal a exterminar enquanto tal».
Agora, vejamos uma das expressões mais recentes desta obsessão anti-Alef.
Acaba de ser instituída uma espécie de
tribunal popular, que provavelmente ditará a
expulsão do Alef das caixas de comentários do
blogue da Magdalia. Para estes que abominam a democracia temos, ironicamente, um tribunal popular «democrático», vinculativo, ao que parece.
A dita sondagem reza assim:
Citação:Na sua opinião, os comentários do leitor Alef neste blog:
- Devem continuar a ser aceites como os dos demais leitores
- devem ser rejeitados porque prejudicam o blog
- É-me totalmente indiferente se são aceites ou rejeitados
- conheço a opinião da Magdalia a respeito e o que ela decidir, para mim está bem
- não sei quem é o Alef por isso não tenho opinião
Pelas caixas de comentários
(*) percebe-se perfeitamente que a iniciativa vem de um ou mais leitores. Tem sido constante a pressão sobre a Magdalia para que ela elimine os meus comentários ou não me autorize comentar. Ela já disse por várias vezes que não eliminaria os meus comentários, mas as pressões (falo das que são públicas) são muitas, frequentemente em forma de chantagem. A co-administradora Ana Maria já mostrou a intenção de apagar os meus comentários e refere-se repetidamente a mim como «estafermo» e, como se vê nas caixas de comentários
(*), é proponente do «tribunal popular»... Bem, isto é o que se vê publicamente.
Enfim, depois de continuadas campanhas de insultos inimagináveis a que nunca respondi, há dias escrevi
umas palavras mais pessoais sobre isto. Significativamente, não houve respostas. Silêncios muito comprometedores e comprometidos.
Falo disto aqui como mero registo de algo que me parece realmente muito perverso e uma vergonha. Deve fazer-nos pensar. Há no meio disto muita imaturidade, certamente, mas mais do que isso. A tentação de
demonizar e
eliminar o outro está aí. A violência é uma realidade.
Não pensem que venho com isto pedir que votem a «meu favor» na dita sondagem. A sondagem é em si mesma uma perversidade e de uma ironia ridícula e descredibilizante em espaços de pessoas que continuamente se declaram contrárias à democracia. Repito:
não quero que votem a meu favor.
Eu não votarei e não o recomendo a ninguém. [Pode-se ver o evoluir das votações sem ter que votar.] Mas é bom que saibamos o que se passa nestes meios, que se proclamam o último reduto da fé católica, da moral e da ética.
E, claro, cinjo-me ao que é público...
Alef
__________
Nota:
(*) Veja-se
este comentário da Magdalia (destaques meus):
Citação:Magdalia
«Ana Maria,
pronto. Já elaborei a sondagem, conforme propuseste. Agora vejamos o que pensam os nossos leitores. Não sei se o defeito é do meu computador, a mim aparece-me indisponível o botão para votar. Será que por ser dona do blog não posso votar? Ou será que fiz alguma coisa mal na elaboração da sondagem?
Vai lá ver e diz-me qualquer coisa.
Esta questão tem de ficar definitivamente esclarecida. Todos conhecem a minha posição mas respeitarei qualquer que seja a decisão dos leitores.»