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Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de March de 2007 17:42

E prevaleceria sempre se a sua utilização tivesse ( na situação em discussão) como finalidade proteger a vida e a saúde do conjuge não infectado.

católica praticante

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 04 de March de 2007 00:35

João

Quem disse que não existem actos Intrinsicamente maus? Tu decidiste isso para ti.
É obvio que no plano moral existem actos que em si mesmos sao maus. Matar não em si mesmo mau?
Naturalmente que há actos intrinsicamente maus. Sugiro a leitura atenta do Catecismo bem como da Enciclica "Veritatis Splendor".

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 04 de March de 2007 01:33

Caro Paulo:

Se há «actos intrinsecamente maus», onde «metemos» a clássica doutrina das «fontes da moralidade»?

Parece-me que, sob o ponto de vista ético-filosófico, é algo estranha a possibilidade de justificar na sua máxima extensão esta expressão.

Pegando no teu exemplo, se matar é intrinsecamente mal, como se justifica a ideia da guerra justa, de legítima defesa e a possibilidade mais ou menos teórica da pena de morte? [E com isto não estou a esquecer-me que todos estes três casos têm uma justificação ética em condições muito restritas.]

Não haverá aqui algo que falha na argumentação? Lembro que noutros tempos se rejeitava a ideia dos transplantes de vivo para vivo (por exemplo, de um rim), porque isso implicava um mal, a automutilação e, dizia-se, não é permitido fazer um mal (auto-mutilar-se) para fazer um bem... Noutros tempos mais idos rejeitaram-se as vacinas (alguns grupos cristãos continuam a rejeitá-las), etc...

De resto, fica sempre este ponto problemático: por que razão os «actos intrinsecamente maus» aparecem apenas no campo da moral sexual e/ou familiar?

Entretanto, parece-me que vale a pena pensar muito a sério no problema relacionado do «mal menor». Possivelmente ainda não se reflectiu suficientemente sobre este tema, embora ele já seja bastante antigo na teologia moral católica (cfr. S. Afonso Maria de Ligório). Contudo, parece-me que é difícil estabelecer «a priori» a sua «extensão» e/ou condições de possibilidade ou aplicabilidade. Porque o argumento do «mal menor» tanto pode servir para resolver problemas realmente importantes do ponto de vista humano, como para justificar as maiores aberrações da História.

Alef

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 04 de March de 2007 14:14

Caro Paulo,

Três questões:
1 - Se matar é "intrinsecamente mau" a aceitação da pena de morte pelo Catecismo coloca em pecado mortal aqueles que elaboraram e aprovaram o Catecismo? Ou coloca-os em excomunhão?

2 - Se um assassino quiser deflagrar uma bomba matando uma multidão de inocentes e só for possível impedi-lo matando-o, temos um acto "intrinsecamente mau"?

3 - Se quem matou o fez involuntariamente também se deu um acto "intrinsecamente mau"

João (JMA)

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 05:00

Algém que explique porque é que a contracepção dita natural é um acto intrínsecamente bom e a contracepção eficaz um acto intrinsecamente mau.
SErá por causa da baixa eficácia da primeira?

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 05/03/2007 05:01 por catolicapraticante.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 05:29

A questão da escolha do método contracepcional não deveria ter nada a ver com questões ético-metafísicas, se este ou aquele método é intresecamente mau.

Se a Igreja quer ser levada séria quando diz que os métodos comportamentais funcionam, tem que mostrar os argumentos que favorecem este método em relação aos outros, mesmo tendo uma taxa de erro e falha maior porque este provêm do erro humano.

Pelo menos para mim, a ideia de contracepção química, física ou comportamental é uma questão de opção consoante o tempo vivido dentro da minha vida e nada se prende com pecado ou a "Igreja diz que...".

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 12:15

CP

Os métodos de auto-observação não são piores do que os outros. Aliás um preservativo é muito menos eficaz do que um bom método de auto observação bem aplicado.

Infelizmente a ideia que se passa aos nossos jovens não tem a ver com a eficácia real dos métodos mas sim com os preconceitos de quem apresenta os métodos.

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 12:59

Pontos de vista:

Não é isso que múltiplos estudos demonstram. ( Há centenas de milhar de estudo sobre o tema), nem é essa a informação de organizações científicas e médicas internacionais sobre saúde.

E não se trata de preconceitos contra esses métodos, mas de baixa eficácia. cientificamente comprovada.

Pelo que são completamente de evitar no caso do casal não poder ou querer uma gravidez.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 05/03/2007 13:06 por catolicapraticante.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:10

Já agora alguns estudos sugerem aumento de malformações congénitas em gravidezes por falhanço deste método.


No entanto, ainda ninguém respondeu à minha pergunta - porque são os actos sexuais praticados usando os métodos contraceptivos pseudo naturais intrínsecamente bons e outros usando métodos contraceptivos mais eficazes intrinsecamente maus???

Se não é por causa da baixa eficácia dos métodos naturais (eufemisticamente chamada de abertura á vida) qual a razão intrínseca desta classificação aberrante?

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 05/03/2007 13:18 por catolicapraticante.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:21

CP

O link da OMS nem distingue o método do calendário dos métodos de auto observação combinados e dá uma única taxa de falhas? Isto é um caso nítido de falta de rigor muito grosseira.

Quanto às malformações, segui o link para ver o resumo do artigo que indicas:
[www.sciencedirect.com]
onde se lê:
Citação:
Simpson et al.
There is no association between ageing gametes and major birth defects, including Down's syndrome.

pontosvista



Editado 1 vezes. Última edição em 05/03/2007 13:25 por pontosvista.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:24

PV:

As taxas de falhanço dos métodos estritamente comportamentais do tipo de métodos são basicamente iguais, mesmo que combinados. E não sei a que chamas tu de método de auto observação (da mulher , claro) mas estão lá todos referidos.

Em termos de eficácia, aproximamam-se bastante do coito interrompido.

católica praticante

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:27

Pontos de Vista,

A eficacia dos métodos de auobservação e comportamental, são mais exigentes e naturalmente têm os seus inconvenientes, sendo um destes períodos longos de abstinência. Mas também com um pouco de imaginação ou se se usar um preservativo, pode-se passar com bastante facilidade estes periodos de cuidado.

Para quem não pode ou não está disposto não é recomendável. Não se irá recomndar o método natural para um jovem solteiro com encontros furtuitos. Ou para um casal de namorados que não têm um ritmo de vida em comum.

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:28

CP

De:
[www.dgsaude.pt]


Citação:
Direcção Geral de Saúde
ABSTINÊNCIA PERIÓDICA /AUTOCONTROLO

TIPOS
- Método do calendário
- Método das temperaturas basais
- Método do muco cervical
EFICÁCIA
- 2 a 20 gravidezes em 100 mulheres / ano
Varia muito com o método escolhido e com a consistência e
correcção da utilização. A eficácia é maior quando se opta por
uma combinação dos métodos e quando há abstinência total
de relações sexuais, durante o período fértil.

pontosvista



Editado 1 vezes. Última edição em 05/03/2007 13:29 por pontosvista.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:36

[www.reproline.jhu.edu]

Eis Mais informação.

católica praticante

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:46

Citação:
Não se irá recomndar o método natural para um jovem solteiro com encontros fortuitos. Ou para um casal de namorados que não têm um ritmo de vida em comum.

Ou para um normal que simplesmente não quer ter mais filho.

E está absolutamente proibido para quem uma gravidez implica graves riscos de saúde, precisamente por causa da baixa eficácia.

católica praticante

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:49

Acho engraçado que não usar métodos químicos aumente o número de má-formações.

Também é engraçado que apesar de se falar em escolha mediante a altura e o periodo de vida vivido, se insista na solução facilitista de pílula para toda a gente!

Será que as pessoas não podem ter direito à escolha? Pelo menos que estejam informados da realidade.

Passo a citar um bom artigo da diocese de Coimbra.

Citação:
http://www.diocesedecoimbra.pt/sdpfamiliar/pfnaturalentrevista.htm
Qual a eficácia dos métodos de auto-observação relativamente à dos métodos artificiais?
A eficácia do Método Billings e do Método Sintotérmico é comparável à eficácia da pílula. Os estudos demonstram uma eficácia de 99,2% para a pílula quando esta é tomada seguindo todas as indicações e de 99% para os métodos de auto-observação quando o casal está motivado, foi bem ensinado e segue as regras. [ver caixa]

Mas não se ouve tantas vezes dizer que os métodos naturais são pouco eficazes? Porquê?

Infelizmente existe muita ignorância sobre a evolução científica no campo do planeamento familiar natural. A maioria das pessoas acha que só existe o método das contas (ou de Ogino-Knauss). Os meios de comunicação social estão muito mal informados neste campo e são raros os artigos sobre planeamento familiar que descrevam correctamente os Métodos de Auto-Observação. Infelizmente identificam estes métodos como “Métodos de Igreja”, pensados para que as pessoas tenham muitos filhos! Ora a Igreja defende uma paternidade responsável e não “tem” métodos de planeamento familiar podendo, no entanto, recomendar certos métodos como sendo aqueles que melhor defendem os seus valores. Não são só os valores da Igreja que são respeitados pelos utentes dos métodos de auto-observação, mas também valores ecológicos. São muito procurados por mulheres que estão “cansadas” dos métodos artificiais.

Além disso os métodos de auto-observação não dão dinheiro a ninguém pois não há nada para vender. No entanto, talvez os piores “inimigos” destes métodos sejam aqueles casais que os usam sem os ter aprendido devidamente e, ao terem uma gravidez “não planeada”, não assumem a sua ignorância perante aqueles que os rodeiam, preferindo “culpar” o método usado.

Os métodos naturais, relativamente aos artificiais, trazem benefícios ou prejudicam a saúde?

Os métodos naturais são totalmente inócuos em relação à saúde porque não interferem com o funcionamento normal do aparelho reprodutor. Embora não se possa dizer que tragam benefícios para a saúde — a mulher não se vai tornar mais saudável simplesmente porque usa estes métodos — têm uma grande vantagem: a mulher, por vir a conhecer tão bem o seu corpo e o seu ciclo menstrual, detecta logo qualquer anomalia, o que a pode levar a procurar apoio médico precocemente e assim evitar que o problema se torne mais grave. (...)

O mais estranho disto tudo é que continuamos a ouvir dois lados sem que se sentem frente a frente para se chegar a um concenso.

É verdade que para ritmos de vida elevados e pessoas pouco empenhadas, este resultado terá pouco sucesso. Mas para muitos casais é este o preço que estão dispostos a pagar por menos químicos e hormonas.

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 13:59

Os métodos naturais não sõ recomendados a pessoas que não podem absolutamente engravidar.

E para um casal que não queira mais ter filhos pode muito bem tomar a pílula. Mas seguramente que os anos sujeitos a que a mulher esteve sujeita a hormonas são consideravelmente menores.

Alguns dos casos em que a pílula é contra indicada e que quase ninguem fala:

Hemorragia genital anormal sem diagnóstico conclusivo
AVC, doença arterial cerebral ou coronária, tromboflebite e doença
predispondo a acidentes tromboembólicos
Neoplasia hormonodependente
Doença hepática crónica ou em fase activa, tumor hepático
Icterícia colestática na gravidez e colelitíase
Tabagismo em idade >35 anos
Relativas
Diabetes mellitus (com compromisso vascular, renal, oftalmológico ou
outro é contra-indicação absoluta)
Hipertensão (≥ 160/100 mmHg é contra-indicação absoluta)
Hiperlipidémia
Depressão grave
Síndroma de má-absorção
Cefaleia grave, tipo enxaqueca
Epilepsia e outras doenças cuja terapêutica possa interferir com a pílula
Varizes acentuadas (por maior risco tromboembólico)

Engraçado também que ninguém fala que quer a depressão,as enxaquecas e as varizes são extramamente comuns.

Não sou contra a pilula. Simplesmente sou a favor de se escolher e não rotular de quem pensa diferente de pré-histórico ou mal informado.

Em comunhão

Mas isto ninguém gosta de falar...

Em comunhão



Editado 1 vezes. Última edição em 05/03/2007 14:05 por Tilleul.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 14:08

Já ogora , ovelha, os dados que citaste da DG são precisamente iguais aos da OMS que eu referi - ou seja , taxas de falhanço da ordem dos 20% ( Um eficácia de 80 a 85%).

O problema das escolhas tem a ver com uma informação correcta, detalhada e responsável. O grande drama é quando se passam mensagens ( como a citada pelo Tilleul) com escassa fundamentação técnica e científica baseadas apenas em propaganda religiosa.

É a radical diferença entre as imposições anedóticas da igreja nesta matéria e o apoio e informação dada em termos estritamente médicos - em que os casais podem livremente escolher., de uma maneira responsável o método de planeamento familiar mais adequado e responsável!

Ora a igreja quer recusar aos casais esta possibilidade de escolha responsável de acordo com o seu projecto amoroso de paternidade; isto é, pretende impor aos casais um métodocontraceptivo extremamente falível.

Para logo a seguir vir fazer propaganda sobre a alta eficácia desse método contraceptivo.Decidam-se.

Aliás, Se os métodos contraceptivos naturais são tão eficazes como a pílula para evitar uma gravidez, porque motivo uns são moralmente aceitáveis e outros não???
Qual a fundamentação ética , lógica e racional desta classificação moralistóide?

Volto á questão que colquei inicialmente e que ainda ninguém neste forum (ou noutro lado) foi ainda capaz de me responder.

O que faz com que um método contraceptivo ser intrínsecamente mau?

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 05/03/2007 14:13 por catolicapraticante.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 14:11

Segundo a Direcção Geral de Saúde sobre os métodos naturais (de notar a ausencia do método sintotrémico que é o mais eficaz)

VANTAGENS
Não tem efeitos físicos.
Pode ser utilizado para evitar a gravidez, ou para engravidar, de
acordo com o desejo do casal .
É imediatamente reversível.
É aceitável para alguns grupos religiosos que rejeitam outros
métodos.
Envolve o homem no planeamento familiar.

DESVANTAGENS
Pode requerer um longo período de abstinência, o que não é
aceitável para alguns casais.
Geralmente são necessários 3 a 6 ciclos para aprender a identificar
o período fértil.
É difícil ou impossível de utilizar durante o aleitamento e o
climatério.
É necessária uma atenção cuidada das modificações fisiológicas
do corpo e o registo diário de dados pela mulher.
Não protege contra as DTS.

Daqui as pessoas que façam uma avaliação e escolham!

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2007 14:16

E Não se esqueçam da taxa de falhanço dos métodos pseudonaturais- 20% ou seja, até 20 gravidezes em 100 mulheres / ano


Sendo que as taxas de falhanço de outros métodos eficazes são:

0,0 a 1,3 gravidezes por 100 mulheres / ano – Pílula
0 a 0,07 gravidezes por 100 mulheres/ano – DIU
5 – 10 gravidezes em 100 mulheres - Preservativo


etc, etc, etc...

católica praticante

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