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Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 11 de October de 2006 02:30

Já agora, e agora dirijo-me mais directamente ao Paulo e ao camilo, a mim parece-me que este tema da consciência pessoal é habitualmente mal compreendido, por um lado, porque alguns poderão pensar que tudo vale; por outro, pelo medo do relativismo e do que o camilo chama a ditadura do eu.

Há alguns matizes a ter em conta...

A consciência individual não significa necessariamente relativismo nem ditadura do eu.

a) Por um lado, foi suficiente teorizada ainda antes da Idade Moderna, que é a que mais valoriza o eu individual (Descartes e companhia). O que se passa é que a salvação é-me oferecida por Deus e a ela correspondo sempre como resposta pessoal a uma proposta que me é feita. Eu sou responsável (=respondo) por aquilo que entendo de boa vontade como estando à minha guarda (valha a metáfora). De alguma forma podemos dizer que esta consciência é o que eu vejo de boa fé diante de Deus.

b) Por outro lado, a consciência individual não significa que tudo vale o mesmo(!). Não, para mim não vale tudo o mesmo. O que poderá ser admissível é que aquilo que se me oferece como necessário para outra pessoa pode não ser visto dessa forma, sem que a pessoa seja subjectivamente culpada disso. Por isso, uma das condições para um pecado ser subjectivamente mortal é a plena consciência de um acto obstinado feito contra Deus.

Por isso, é curioso que o Vademecum para os Confessores, publicado pelo Vaticano a propósito destes problemas de contracepção e outros temas relacionados, sendo um documento tão restritivo, não deixa de sublinhar um aspecto importante: se um dado penitente pratica uma acção que o confessor considera pecado, mas vê que o penitente não está em reais condições de modificar a sua conduta, o confessor não lhe deve dizer sem mais que tal coisa é um pecado! Ou seja, notem que o sacramento da Reconciliação toca directamente com a questão da consciência, pelo que os confessores têm que ter muito cuidado ao tratar destes assuntos delicados.

Aqui fica, como exemplo tal texto do «Vademecum para os Confessores» (destaque meu):
Citação:
«8. O princípio, segundo o qual é preferível deixar os penitentes de boa fé no caso dum erro devido à ignorância subjectivamente invencível, é de reter sempre como válido, até com vista à castidade conjugal, quando se prevê que o penitente, apesar de orientado a viver no âmbito da vida de fé, não modificaria a conduta e que, pelo contrário, passaria a pecar formalmente; todavia, mesmo nestes casos, o confessor deve procurar aproximar-se cada vez mais desses penitentes pela oração, pela advertência e exortação à formação da consciência e pelo ensinamento da Igreja, no acolher na própria vida o plano de Deus mesmo nestas exigências.»

Como vêem, segundo o documento, é pela via «indirecta», mas não directamente que o confessor pode abordar a questão e tendencialmente já fora do âmbito da confissão, precisamente porque na confissão a pessoa acusa-se daquilo que a sua consciência lhe indica e vê como necessitado de mudança...

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 11/10/2006 02:40 por Alef.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 11 de October de 2006 08:43

Bom dia,

Gostava só de dizer à CP que os métodos naturais que dizes não serem fiáveis, com os testemunhos que tenho, só posso pensar que são fiáveis. A começar nos meus pais, e a acabar nos meus amigos. Quando chegar a altura não terei problemas em vir cá contar :P

Até logo!

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 11 de October de 2006 09:56

CP,

Posturas ex catedra nunca me impressionaram.

Exprimi a minha opinião sobre os teus 9 pontos, fundando-me no conhecimento científico que pude apreender até hoje, na minha experiência pessoal de quase 3 décadas de casado e na experiência que conheço de outras pessoas que me são muito próximas.

Não me arrogo nem competência científica nem competência moral para coisa nenhuma. Aliás não sou cientista, nem sexólogo, nem ginecologista, nem teólogo. Mas nem por isso deixo de poder emitir os juízos de valor que bem entender sobre afirmações alheias.

Para ti a contracepção é um admirável mundo novo e não tem inconvenientes de espécie alguma? São tudo rosas? E os métodos naturais, pelo seu lado, não têm vantagens? É tudo assim tão mau?

Achas, em consciência, que os que não usam métodos contraceptivos (são poucos, mas há-os) só podem ser uns coitadinhos duns infelizes, que se automutilam, uns frustrados, carregados de filhos (choca-me o aparente desprezo com que falas de quem tem muitos filhos...)? Não há aí uma espécie de snobismo intelectual e moral, do género, nós, os evoluídos, os esclarecidos, usamos a contracepção, os outros são uns pobre-diabos, retrógrados, cheiso de disfunções de toda a ordem?

Não creio que vejas as coisas desta forma tão caricatural.

De qualquer modo, mantenho o que disse noutro tópico sobre isto: os métodos naturais são muito difícieis de pôr em prática, a abstinência nos períodos férteis é, muitas vezes, muitíssimo penosa, tem o seu quê de contra.natura e, por isso mesmo, é que a grande maioria vai pelo caminho mais simples e mais óbvio - não se priva da expressão amorosa, mas usa meios de prevenção da gravidez. A posição oficial da Igreja é conhecida, mas a esmagadora maioria dos católicos não a segue.



Editado 1 vezes. Última edição em 11/10/2006 10:00 por Ovelha Tresmalhada.

A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 11 de October de 2006 11:25

Muito se fala da contracepção e que esta é considerada intrinsecamente má pela Hierarquia da Igreja... talvez seja verdade, mas até hoje nunca nenhum padre me disse isso directamente por isso vou continuar a fazer de conta que tudo está bem.

A minha opinião relativamente aos métodos contaceptivos é por demais influenciada pelo meu CPM (Curso de Preparação para o Matrimónio) que fiz no Rodízio em Sintra com os Jesuítas.

Para quem não sabe este tipo de cursos são prática e frequência obrigatória em muitas paróquias para noivos que queiram casar pela Igreja. Recomendo vivamente este curso, que para além de ser bastante curto (um fim-de-semana contra os normais cursos de várias semanas nas paróquias) revelou-se um momento bastante oportuno para reflexão (namoro nas palavras dos organizadores) sobre o passo que se vai dar. Não se falou apenas de contracepção (foi apenas um ponto entre muitos) e para além de curtas partilhas de especialistas, isto casais, médicos e um padre, houve muito tempo para reflexão e partilha em pequenos grupos.

Voltando ao tema da contracepção, tenho a forte convicção que para diferentes momentos da vida do casal se deverão usar diferentes métodos contraceptivos.

Creio que é concensual que:
- A sexualidade é uma das partes mais importantes na vida de um casal e que deve ser vivida em plenitude e respeito por ambas partes do casal.
Um casal sem vida sexual é pobre quer na partilha do seu amor quer na expressão física desse amor. Existem casais que por doença ou incapacidade estão excluídos do acto sexual. Isto não tem que obrigatoriamente diminuir ou classificar o amor entre os dois como um amor de segunda, mas é justo afirmar que há uma limitação e uma mutilação na vida do casal. Por outro lado a recusa de um dos conjuges na partilha da sexualidade sem motivo físico aparente leva invariavelmente a fracturas conduzindo na grande maioria dos casos à infidelidade, à infelicidade e em último caso ao divórcio. A abstinência por opção, quer para quem use os métodos naturais quer para quem por outros motivos deve ser uma decisão a dois e deverá ser sustentada no amor e no diálogo. O mesmo se aplica à escolha do método contraceptivo a utilizar. Se o marido não se sente bem usando o preservativo terá que arcar com as consequencias de um método alternativo. O mesmo se aplica se a esposa por desconhecimento ou formação optar por não usar contracepção química ou hormonal. No fundo este decisão não é só de uma das partes mas dos dois.

- A procriação não sendo a finalidade última da vida a dois concede mais profundidade e fecundidade na vida de um casal.
Basta falar com casais com problemas de infertilidade para compreender a benção que é ter a capacidade de gerar uma nova vida. Não sendo de forma alguma o único e último fim da vida sexual esta tem uma dimensão de co-criação e cooperação com Deus. É difícil encontrar um discurso abstracto que ilustre este argumento e por isso é mais fácil recorrer a exemplos. Um casal bem instalado em termos económicos e que tenha todas as possibilidades de ter uma ou mais crianças e não o faça por motivos profissionais o por comodismo, creio que é egoísmo. Um filho, se bem que eu ainda não seja pai, têm o condão de nos ensinar a partilhar partes de nós que muitas vezes penamos não existir.

- Cabe aos pais assegurar de forma responsável que os filhos tenham não só subsistência mas também bem estar e acesso pleno à educação.
Em gerações passadas ter uma descedência larga era assegurar a reforma para ter uma velhice mais ao menos descansada. Como a mortalidade infantil era extramente alta e a esperança média de vida bastante mais baixa havia que fazer o maior número de filhos para que o nome da família seguisse, a nação crescesse e houvesse pão na mesa. Hoje as coisas não são bem assim. Trazer filhos ao mundo sem um mínimo de condições pode ser arriscado mas é aceitável. Mas ter uma família numerosa e não tomar precauções para evitar mais descendencia é social e moralmente reprovável. É dever dos pais assegurar que nada falta a um filho em condições normais.

- Que a formação, o meio social envolvente e a capacidade económica influenciam todas as vertentes da vida a dois.
O nível de formação escolar influencia em muito a contracepção e prevenção de contágios com doenças sexualmente transmissíveis. Se por um lado nos meios mais educados muitas vezes acontece a opção pelo facilitismo por outro lado, nos meio mais desfavoprecidos existe a falta de informação. Uma criança educada num meio familiar aberto ao diálogo entre filhos e pais terá a maior probabilidade de se informar e prevenir. O mesmo se pode dizer de alguém que têm possibilidades financeiras para ter acesso quer informação quer aos meios. É tempo de ser honesto e olhar a realidade. Um casal que viva em África ou em muitos bairros da América Latina terá muito poucas chances de ter uma família de 2+3 utilizando o método natural. Por outro lado o facilitismo e a desresponsabilização nas sociedades chamadas ocidentais da sexualidade leva ao uso e abuso da contracepção artificial sem por fazer um esforço para tentar o que for que não seja a pílula. Quero com isto dizer quer os método chamados naturais quer qualquer de um dos métodos considerados artificiais, não pode ser usado como modelo padrão.

-O aborto não é meio contraceptivo e a única forma de o evitar é pela prevenção.
Todas as pessoas de boa vontade, independente da sua formação pessoal e religiosa, estão de acordo que o aborto é algo medonho, moralmente reprovável, com consequências profundas nas mulheres que o fazem e que deve ser combatido. Não basta reprimir ou descriminar civilmente que esta situação irá mudar. Não é apelando a cruzadas sem sentido que um zigoto não é pessoa ou que a vida começa no acto da concepção que algo irá alterar. Só com formação, um planeamento familiar sustentado e alargado a todos os níveis da sociedade se poderá combater este aborto que é o aborto. Se por um lado se reprime o uso da contracepção com que armas se quer combater o aborto? Por outro lado se liberaliza a prática do aborto sem critérios bem definidos e claros como se que primeiro exista uma campanha de sensibilização e esclarecimento de planemaento familiar com que armas combater o facilitismo e a mortandade de possíveis vidas humanas?

Assim voltando ao início, para diferentes pessoas, distintas fases da vida diversos métodos de contracepção deverão ser usados. Não vejo uma razão porque um casal jovem nos primeiros anos de casamento não possa utilizar os métodos naturais de forma até se conhecerem mais intimamente. Por outro lado se este mesmo casal tenha um dos conjuges a estudar, com trabalho precário, estejam os dois numa situação financeira dificil (quem não tem créditos apertados no início de vida de casados) não vejo um argumento para considerar moralmente errado o recurso a métodos de contracepção quimíca e ou artificial. Acho também revelador de falta de formação que numa consulta no médico de família sobre planeamento familiar se resuma a passar um receita para a pílula e que os métodos naturais são altamente perigosos e . Não sei o que muitas mulheres a dizer sobre isto mas isto são hormonas e estrogêneos estranhos ao normal funcionamnto do corpo. Sim que possam ser receitadas mas que seja dada a possibilidade escolha. Por outro lado considerado intelectualmente desonesto e criminoso apelidar de 100% seguro o método natural e que abstinência como solução para as doenças sexualmente transmissíveis.

Os métodos naturais não são para todos. Aceito isso quer pela sua dificuldade quer pela necessidade da mulher se conhecer e do homem ter que partilhar esse conhecimento. Antes de me casar queria lá saber o que era muco, mudança de 0.6 graus na temperatura basal ou periodos de abstinência. O método natural exige empenho total do casal, fidelidade de forma a evitar contágios e acima de tudo muito, mas mesmo muito diálogo antes de optar por este caminho.

Para populações de formação mais pobre, nomeadamente em Africa ou America Latina o método natural não funciona na esmagadora maioria dos casos quer no control populacional quer na luta contra a propagação de doenças sexualmente transmissíveis.

Não há muito tempo, no princípio dos anos 80, essa coisa de camisinha era para maricas porque a SIDA só acontecia aos outros. Em Portugal, país tradicionalmnte católico, a infidelidade conjugal sempre teve uma taxa bastante alta mesmo que a taxa de divórcios não fosse espelho dessa realidade, o apelo à abstinência pela Hierarquia da Igreja foi totalmente ignorado. Graças a Deus não houve desgraças maiores muito por culpa de organizações pouco católicas que se empenharam na divulgação e em sessões de esclarecimento sobre formas de evitar o contágio.

Por tudo o que foi dito, acredito que é a formação nas diversas opções exitentes mostrando os prós e e os contras de cada situação, planeamento familiar sustentado e responsabilização do acto sexual.

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 11 de October de 2006 11:49

Subscrevo ponto por ponto o que o Tilleul disse. Até dá gosto ler quem escreve assim, num tom tão sereno, tão lúcido, tão claro, tão realista e tão sensato.

Se me for permitido um conselho aqui vai: independentemente dos métodos de planeamento familiar (desde que não abortivos),os casais que puderem ter 2 filhos não tenham só 1, os que puderem ter 3 não tenham só 2, os que puderem ter 4 não tenham só 3, etc... Verão que, atravessadas as normais dificuldades e vicissitudes que a vida tem, é a melhor bêncão recebida de Deus, para eles, pais, e para eles, filhos e irmãos.

A mentalidade antinatalista que se instalou nas nossas sociedades desenvolvidas, a par da total irreponsabilidade e leviandade com que se encara a sexualidade, é uma praga de consequências devastadoras. Só um cego o não vê.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 11 de October de 2006 12:17

Concordo contigo, Tilleul, mas acho que há uma questão que deve ser esclarecida.

A pílula não é assim tão maléfica. De facto, as pílulas das primeira e segunda gerações traziam algumas complicações, mas as actuais, de terceira geração, não são assim. Se não houver algum problema fisiológico que impeça o uso da pílula, a mulher pode usá-la sem problemas. Aliás, até ajuda nalguns descontrolos hormonais e previne certo tipo de cancros.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 11 de October de 2006 12:43

Eu não disse que era maléfica, simplesmente fiz uma afirmação que «hormonas e estrogêneos estranhos ao normal funcionamnto do corpo» que acredito ser verdade.

Ou estou errado?

É como tudo na vida, usar mas não abusar.

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 11 de October de 2006 13:10

OK. Percebi mal. Peço desculpa.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 00:56

Caro Tillul:


Concordo com tudo o que escreveste - deste uma opinião muito coerente e bem fundamentada.


OT:

Tenho uma observação fundamental a fazer, relativamente á tua última intervenção:

A ideia de que os que se submetem á violência dos métodos pseudo-naturais, isso faz deles casais moralmente superiores aos outros..

Não compreendo porquê.

A Dissociação entre o acto sexual e a procriação é algo que fazem todos os casais que usam os métodos pseudo-naturais.

Portanto, também eles praticariamm actos intrinsecamente maus.

O que os torna então moralmente superiores?

Hipótese 1 - O Sacrifício. Como se sacrificam mais e sofrem mais incómodos relacionados com o controle da sua sexualidade e como têm de se submeter a rituais de controle, alguns fisicamente abusivos ( falo das mulheres, claro), isso torna-sos melhores que os outros.

A ideia subjacente é - está bem, eles divertem-se, mas pagam um preço por isso.
Ora não me parece que o que define a qualidade da conjugalidade seja o sacrifício, mas o amor.

Hipótese 2 - Têm mesno orgasmos e menos relações sexuais que os casais que usam outro métodos contraceptivos mais fiáveis.
Também não em aprece que seja um argumento inteligente.

Hipótese 3 - Têm efectivamente muito mais probabilidades de engravidar, o que explica a ideia da "maior abertura á vida" e tem subjacente aquele conceito do preço( castigo) a pagar pelo divertimento.

Bem lá no fundo, subjacente está uma profunda dificuldade em aceitar a sexualidade humana sua dimensão de amor conjugal autónomo da reprodução e, sobretudo uma dificuldade enorme da igreja em aceitar a sexualidade feminina na sua plenitude.liberta das esteias da biologia da procriação..

Ou seja, bem lá no fundo está aquela ideia muito caquética de que o sexo é pecado, o sexo é destinado apenas á reprodução, pelo que, quem não se quer reproduzir não deve ter sexo. ou deve tê-lo o menos possível e em condições tais que tenha pouco prazer com isso.


Em suma - cada casal é livre de optar em cosnciência qual o método contraceptivo que melhor se adequa ao seu projecto existencial e ao seu projecto de amor.

Não penso que os casais que usam métodos contraceptivos naturais sejam uns coitadinhos.De forma alguma.

Divertem-se é menos, têm mais filhos e as mulheres têmmmais hipóteses de serem sexualmente disfuncionais.

Mas isso são opções pessoais.

Pessoalmente conheço apenas dois casais meus amigos que seguiram os métdodos pseudo naturais. São pessoas informadas e cultas, com sentido de responsabilidade. O primeiro casal mudou de método ao fim do terceiro filho.
O segundo casal está agora a pensar em mudar. Têm cinco filhos ( sendo que o mais velho tem sete anos), o que dá mais ou menos uma média de um filho por ano.

São opções.



Editado 2 vezes. Última edição em 12/10/2006 01:17 por catolicapraticante.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 04:48

CP

Sabes muito, mas ainda não sabes tudo:) Há contraceptivos naturais em que o casal pode fazer amor, tanto ou mais do quem usa a pílula!

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 09:53

Conta lá! A sério, isso é muito importante ser divulgado!



Editado 1 vezes. Última edição em 12/10/2006 10:01 por catolicapraticante.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 10:47

Citação:
Rita*
CP
Sabes muito, mas ainda não sabes tudo:) Há contraceptivos naturais em que o casal pode fazer amor, tanto ou mais do quem usa a pílula!

Rita,

ela não quer saber. Limita-se a desvalorizar a opinião dos outros. Começa a ficar sem argumentos e depois dá nestas coisas.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 11:00

Por acaso o que nos dizem nas aulas de ciências (e pode estar errado) é que todo o tipo de contraceptivos naturais não é eficaz...
Agora, fiquei curioso....

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 11:09

o metodo sinto-termico é eficaz mas exige bastante disciplina e aprendizagem do casal.


s7v7n, esse tipo de mensagens que se limita a ataques pessoais não é permitido.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 11:31

Contrariamente aos metodos quimicos, em que a mulher se ve obrigada a tomar uma droga, que em teoria a impede de engravidar e é um acto seu, os metodos naturais requerem um envolvimento do casal, o conhecimento mutuo. É o menos indicado para uma noite sem consequencias. Mas será que o sexo é para uma noite sem consequencias?
É falivel? Mas tudo é falivel. Querer um metodo infalivel, significa dizer a Deus: Na minha vida sexual tu não mandas. Serves para muita coisa, mas no meu corpo tu nao mandas. Significa transformar a relação sexual num puro acto de prazer sem consequencias. Mas isso é egosimo. Mas isso não está nos planos de Deus. A relação sexual tem uma funçao unitiva, mas tambem procriativa. Separar uma da outra não está de acordo com a lei de Deus.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 11:32

Diogo,

Foi o que eu disse... facilitismo.

Se ser eficaz é ter uma taxa de 100% de sucesso então nenhum método contraceptivo é eficaz.

O problema é que se criaram dois lados que se crêem incompatíveis.

Por um lado os defensores da fé e da doutrina que de catecismo em punho expulsam os vendilhões do Templo que querem vender à força químicos e pecado. Do outro lado gritam que só o recurso à ciencia é válido e eficaz.

«Abstinência!!!» «Liberdade sexual!!!»
«Pílula é pecado» «Métodos naturais são ineficazes!!!»

Dá vontade gritar «BASTA!»

Informa-te bem Diogo. Não te deixes enganar por nenhum dos lados. Existe muita informação sobre a contracepção artificial mas muito pouco sobre a natural.

Olha tenta informar-te com a ginecologista que ajuda nos CPM´s dos Jesuítas no Rodízio de Sintra. A tua comunidade no Porto de certeza que te pode ajudar a obter o seu contacto.

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 11:35

Citação:
Paulo
A relação sexual tem uma funçao unitiva, mas tambem procriativa. Separar uma da outra não está de acordo com a lei de Deus

Mas não foi exactamente isso que andamos a condenar durante séculos enquanto católicos ao dizermos que sexo é pecado?

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 11:38

Tens razão Tilleul.... os lobbys sao fortissimos. A industria farmaceutica vive a custa dos contraceptivos. Foi a mina para eles.
Basta a ver as viagens para "congressos" oferecidas.
Os seus lucros erradicavam a fome em Africa.
Os metodos naturais, nao enriquecem ninguém, por isso sao tao atacados. Tal como as clinicas espanholas a espera de entrarem em POrtugal para fazerem os abortos que os hospitais publicos nao conseguem por causa das listas de espera. Vao financiando quem defenda a mudança da lei...
A lei do mais forte. Mas será um lei cristã?

A Igreja e a contracepção
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 11:44

Paulo,

Não te enganes tu também. Condenar a contracepção artificial em familias pobres ou países em que as doenças sexualmente transmissíveis são pandemias é igualmente criminoso e moralmente reprovável.

Em países Africanos ou Sul Americanos gritar com Abstinência para combater a SIDA é de um autismo e falta de caridade cristã dificilmente igualável.

Quantos às clinícas de abortos são realmente sanguessugas da desgraça alheia mas se a fomação se limita recriminar e acenar com excomungação não ajuda nada pois não?

Em comunhão

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 12 de October de 2006 11:50

Só não percebo qual é a diferença entre os métodos naturais e os artificiais. Em ambos evita-se uma gravidez!

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