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Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 19:12

Olá Lena,

Citação:
Lena
Quando falam em banalização do acto sexual fico sempre confusa.
Que usassem esse termo para quem tem relações ocasionais em festas, para quem faz do sexo um negócio, até entenderia, agora num casal que se ama?!?!

Estás a reduzir a questão aos casais que se amam...

Citação:
Lena
Nós não temos cio, isso é que nas outras espécies regula os períodos de fertilidade e infertilidade. Somos uma espécie que em situação normal tem uma cria por ano ou de 2 em 2 anos.

Nops, temos ciclos menstruais com um curto período fértil. É grotesco chamar cio, mas é o que é! E tal como nos restantes animais, regula os períodos de fertilidade e infertilidade. A diferença é que a grande maioria dos restantes animais só nessa altura é que se podem relacionar sexualmente, por a fêmeas estarem receptivas. O ser humano relaciona-se muito mais vezes...

Não faz parte dos ideais de família da maioria dos casais da nossa sociedade ter um filho por ano. Como em tantos outros campos suplantámos a perfeição da natureza que nos limitava a esperança de vida e colocava em principal causa de morte feminina o parto. Arranjámos mecanismos para eliminar doenças e parasitas que são também um dos mecanismos naturalmente perfeitos de controlo das populações.

Citação:
Lena
Resultado somos mais, muito mais do que era suposto segundo os padrões de perfeição natural.

Podes justificar e fundamentar esta ideia?

Citação:
Lena
Por que razão temos de impor ciclos não naturais de abstinência?

Os ciclos de abstinência são naturais, no Homem até são reduzidos. O que está em causa é o motivo justificativo para a licitude moral do recurso aos períodos fecundos não abranger outros meios contraceptivos.

Cumprimentos

Alpha

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 19:17

Um processo não natural Alpha?
A largura de banda joga com as propriedades fisicas dos materiais para tua informação. Só não há largura de banda infinita devido às capacitâncias parasitas dos transistores, que são feitos de silicio. Um material natural.
Quanto ao redutor concordo. Escapou-me.

Quanto ao resto não sei se concordo, tenho que ter mais tempo para ler. Coisa que não tenho agora.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 19:20

Citação:
Vítor
a medida exacta é aquela que oferece a regulação dos períodos infecundos da mulher

Qual é a fundamentação desta afirmação?

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 19:38

Olá Lena,

Citação:
Lena
No que é que a vida sexual ganha com imposição de abstinência? Mais desejo quando tem ordem de soltura? Não necessariamente e duvido que seja esse o objectivo.

Se a abstinência não for imposição mas opção? O acto sexual é mero desejo? É que se for então o Vítor tem razão e são necessárias ideias e posições muito fortes para combater a banalização.

Como para mim vai para além do desejo, é uma componente importante dum projecto de vida, é que me custa a entender o que diz a HV.

Citação:
Lena
É a velha mania de ver no sexo algo impuro. Como tudo o que pudesse dar prazer fosse sempre perigoso. Por seu lado O que não dá prazer, o que é limitante é que é visto como bom e desejável. Coisa mais anti natura não existe, logo imperfeita. :P

Não é o que dá prazer que é impuro, a nossa busca desenfreada do prazer é que deturpa o alcance de muitas das coisas.

Cumprimentos

Alpha

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 19:58

Alpha

Sim reduzi ao casal pois como estamos num fórum católico e é suposto só haver sexo após o casamento, centrei-me nesses. Casal que não se ama para mim nem devia estar junto. E já estou a considerar a relação sexual como uma expressão do amor.
A ênfase no casal que se ama é exactamente para sublinhar o descabido que é falar em banalização do sexo e mais outras barbaridades.

Estás equivocado, na nossa espécie não há cio. As fêmeas estão sempre receptivas. Espero não ter de ir a pormenores mais gráficos para explicar o que é estar receptiva...

Tens dúvidas que somos demasiado numerosos pondo em causa o futuro? Eu não tenho.
Os efectivos das restantes espécies, vivendo no seu habitat natural, flutuam entre limites de tolerância. A nossa curva só sobe...equilíbrio dinâmico é mentira.

Licitude moral da contracepção... imoral é tentar controlar a vida intima dos outros.
Corria em tempos na net um lista de ilegalidade nalguns estados americanos. Alguns dos crimes referiam-se a práticas sexuais alternativas ao coito vaginal, e casais na intimidade da sua casa podiam ser considerados criminosos ao praticar tais actividades.
O Vaticano tanto quanto sei não chega a tanto. Apenas é um melgas com a conversa da abstinência.

Discordo quando dizes há ciclos de abstinência naturais, que até são curtos no Homem.
Para haver abstinência tem de haver a negação de um desejo ou necessidade. a sua prática é sempre uma renúncia. Não se fazer algo porque não se tem vontade não é abstinência, é simplesmente não estar par'aí virado.


Abstinência como opção nada contra. Nunca se disse o contrário.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 03/04/2009 20:03 por Lena.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 21:27

Olá Lena,

Citação:
Lena
Sim reduzi ao casal pois como estamos num fórum católico e é suposto só haver sexo após o casamento, centrei-me nesses. Casal que não se ama para mim nem devia estar junto. E já estou a considerar a relação sexual como uma expressão do amor. A ênfase no casal que se ama é exactamente para sublinhar o descabido que é falar em banalização do sexo e mais outras barbaridades.

Entendo a tua linha de raciocínio, só acho que não a podes usar neste caso porque o que está em causa é um texto da Igreja que não faz essa distinção. O Papa Paulo VI não disse que se os casais se amam é assim, se se amam menos é assado. Disse apenas, aos casais aplica-se isto e devem agir assim. Para sermos rigorosos não podemos centrar a análise num determinado grupo, ainda que nesse grupo se torne mais gritante a fragilidade da linha argumentativa.


Citação:
Lena
Estás equivocado, na nossa espécie não há cio. As fêmeas estão sempre receptivas. Espero não ter de ir a pormenores mais gráficos para explicar o que é estar receptiva...

As fêmeas estão sempre receptivas?... Sem necessidade de grafismos, as mulheres não estão sempre receptivas, os homens não estão sempre receptivos e existe um período de alguns dias, penso que 4 a 5, no qual a mulher está mais predisposta, biologicamente, à relação sexual. Não é tão evidente como noutras espécies, nem lhe chamamos «cio» devido à nossa cultura antropocêntrica. Mas o facto é que é um cio!

Citação:
Lena
Tens dúvidas que somos demasiado numerosos pondo em causa o futuro? Eu não tenho. Os efectivos das restantes espécies, vivendo no seu habitat natural, flutuam entre limites de tolerância. A nossa curva só sobe...equilíbrio dinâmico é mentira.

Tenho, tenho sérias dúvidas quanto a isso. O alarmismo da pressão demográfica é proporcional ao nosso medo de perda de qualidade de vida. Penso que os 4 milhões da história do Homem ainda são curtos para tecer grandes considerações sobre o equilíbrio. Muitos outras espécies vivem para além dos «limites da tolerância» (sou-te sincero, não entendo este conceito): lemings, gafanhotos, formigas, alguns tipos de alforrecas, são meros exemplos de como existem crescimentos exponenciais para além dos «limites da tolerância».

Citação:
Lena
Licitude moral da contracepção... imoral é tentar controlar a vida intima dos outros.

Em torno de tudo existe um julgamento moral (excepto nos actos que são amorais). Uma coisa é o uso da contracepção num projecto de vida (em casal) generoso, de partilha, outra é o uso da contracepção por egoísmo.


Citação:
Lena
O Vaticano tanto quanto sei não chega a tanto. Apenas é um melgas com a conversa da abstinência.

Um melgas? lololololololol

Citação:
Lena
Discordo quando dizes há ciclos de abstinência naturais, que até são curtos no Homem. Para haver abstinência tem de haver a negação de um desejo ou necessidade. a sua prática é sempre uma renúncia. Não se fazer algo porque não se tem vontade não é abstinência, é simplesmente não estar par'aí virado.

A verdade é que os há! Por diversos motivos, muitas vezes somos obrigados a praticar a abstinência. Agora sou eu que te pergunto se haverá necessidade de recorrer a grafismos mais fortes!

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 21:33

Citação:
vitor*
Um processo não natural Alpha?
A largura de banda joga com as propriedades fisicas dos materiais para tua informação. Só não há largura de banda infinita devido às capacitâncias parasitas dos transistores, que são feitos de silicio. Um material natural.

Nunca vi um transístor que não tenha sido fabricado pelo Homem... A alteração da largura de banda não é um processo natural, ainda que jogue com factores naturais. O fabrico da contracepção recorre a propriedades físicas e químicas naturais. Actuam como agentes biológicos naturais. Mas já estamos a entrar em questões laterais.

Citação:
vitor*
Quanto ao resto não sei se concordo, tenho que ter mais tempo para ler. Coisa que não tenho agora.
Aguardo então!
Cumprimentos

Alpha

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 21:34

Citação:
vitor*
A medida é aquela que é oferecida pela regulação dos periodos infecundos-fecundos da mulher. Essa é a medida.

Olá Vítor,

Esta agora passou-me ao lado!!

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 22:48

Alpha

temo que pelo andar da conversa, o nível desça. Assim vou tentar ser o mais clara possível sem te mandar passear.

Citação:
Alpha
Entendo a tua linha de raciocínio, só acho que não a podes usar neste caso porque o que está em causa é um texto da Igreja que não faz essa distinção. O Papa Paulo VI não disse que se os casais se amam é assim, se se amam menos é assado. Disse apenas, aos casais aplica-se isto e devem agir assim. Para sermos rigorosos não podemos centrar a análise num determinado grupo, ainda que nesse grupo se torne mais gritante a fragilidade da linha argumentativa.

Se ficarmos pela rama generalista não se chega a lado nenhum.
Já que estamos a discutir um tema é bom dissecá-lo e isso implicar ir ao casos particulares. Eu nem sequer centro a discussão na HV pois ela é apenas a face de um problema de fundo.
É facto, pelo menos em Portugal, que uma boa parte das mulheres católicas usam contraceptivos orais e não se sentem menos católicas por isso. Isto diz-me mais que a HV. Este desfasamento entre o que é ensinado pelo poder e a prática devia ser um sinal a ter em atenção pelo Vaticano. As pessoas não são tolas, já o Vaticano às vezes parece.

Citação:
Alpha
As fêmeas estão sempre receptivas?

Biologicamente as fêmeas humanas, assim com as dos bonobos, estão sempre prontas... e mais não digo.

Citação:
Alpha
Tenho, tenho sérias dúvidas quanto a isso. O alarmismo da pressão demográfica é proporcional ao nosso medo de perda de qualidade de vida. Penso que os 4 milhões da história do Homem ainda são curtos para tecer grandes considerações sobre o equilíbrio. Muitos outras espécies vivem para além dos «limites da tolerância» (sou-te sincero, não entendo este conceito): lemings, gafanhotos, formigas, alguns tipos de alforrecas, são meros exemplos de como existem crescimentos exponenciais para além dos «limites da tolerância».

Não é alarmismo, o perigo é real. A menos que para ti conceitos como o desenvolvimento sustentável não façam sentido.
Nenhuma população, excepto a humana, se mantém para além do limite máximo de tolerância. Geralmente essas explosões demográficas resultam numa taxa de mortalidade elevadíssima. Caso tal não ocorresse, aquele ecossistema poderia entrar em ruptura.
Mas não é este o tema do tópico.

Citação:
Alpha
Em torno de tudo existe um julgamento moral (excepto nos actos que são amorais). Uma coisa é o uso da contracepção num projecto de vida (em casal) generoso, de partilha, outra é o uso da contracepção por egoísmo.

Como é que o uso de um contraceptivo pode ser um acto egoísta? É por acaso nosso dever moral ter filhos?

Citação:
Alpha
A verdade é que os há! Por diversos motivos, muitas vezes somos obrigados a praticar a abstinência. Agora sou eu que te pergunto se haverá necessidade de recorrer a grafismos mais fortes!

Ora batatas. A masturbação não é considerada abstinência pois não? ... nem quero saber que raio de cenários estás a pensar. Dispenso.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 03 de April de 2009 23:25

Olá lena

Citação:
Lena
temo que pelo andar da conversa, o nível desça. Assim vou tentar ser o mais clara possível sem te mandar passear.

Porque há-de baixar o nível?? Essa agora passou-me ao lado... Quanto a mandar-me passear, porquê? Penso que não te faltei ao respeito e que procuro manter uma discussão aceitável.

Citação:
Lena
Se ficarmos pela rama generalista não se chega a lado nenhum.
Já que estamos a discutir um tema é bom dissecá-lo e isso implicar ir ao casos particulares. Eu nem sequer centro a discussão na HV pois ela é apenas a face de um problema de fundo.
É facto, pelo menos em Portugal, que uma boa parte das mulheres católicas usam contraceptivos orais e não se sentem menos católicas por isso. Isto diz-me mais que a HV. Este desfasamento entre o que é ensinado pelo poder e a prática devia ser um sinal a ter em atenção pelo Vaticano. As pessoas não são tolas, já o Vaticano às vezes parece.

O cerne do problema é a HV e esta tem que ser analisada de forma generalista. A particularização é péssima, pois vamos ficar agarrados aos pormenores desses casos. Este é o documento central da Igreja em relação à contracepção e faz-lo de forma geral, como já referi. Uma parte importante dos católicos de todo o mundo recorre à contracepção, mas esse facto não invalida os ensinamentos da Humanae Vitae. Não é por todos os portugueses cometerem infracções e crimes fiscais que se deve mandar às favas o código fiscal.

Citação:
Lena
Biologicamente as fêmeas humanas, assim com as dos bonobos, estão sempre prontas... e mais não digo.

Isto é desconversar... É ou não verdade que existe uma maior predisposição para o acto sexual durante o período fértil?

Citação:
Lena
Não é alarmismo, o perigo é real. A menos que para ti conceitos como o desenvolvimento sustentável não façam sentido.
Nenhuma população, excepto a humana, se mantém para além do limite máximo de tolerância. Geralmente essas explosões demográficas resultam numa taxa de mortalidade elevadíssima. Caso tal não ocorresse, aquele ecossistema poderia entrar em ruptura.
Mas não é este o tema do tópico.

Não, não é o tema do tópico. Se me conseguires demonstrar que a actual população põe em causa o desenvolvimento sustentável, não terei problemas em concordar contigo. Mas enquanto constatar que a esmagadora maioria dos casos limite de sobrevivência humana se deve a outros factores que não o esgotamento de recursos não posso aceitar a tese do «limite demográfico»

Apenas um aparte, num sistema fechado a explosão demográfica resulta numa mortandade, num sistema aberto resulta naquilo que chamamos de praga.


Citação:
Lena
Como é que o uso de um contraceptivo pode ser um acto egoísta? É por acaso nosso dever moral ter filhos?

Quando o acto sexual se resume ao prazer pelo prazer, sem ter subjacente um projecto de vida generoso, aberto a novas vidas. Acho, no entanto, que cada casal deve ponderar responsavelmente sobre a paternidade.

Uma nota que tenho que deixar: É curioso sermos uma espécie que coloca em causa o pilar da sua sobrevivência: a reprodução.

Citação:
Lena
Ora batatas. A masturbação não é considerada abstinência pois não? ... nem quero saber que raio de cenários estás a pensar. Dispenso.

Não, a masturbação não é abstinência. Podes dispensar os cenários, mas não são nada de mais.

Cumprimentos

Alpha

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 04 de April de 2009 10:35

acho que o alpha está a disparar para todos os lados.

O aumento da largura de banda ou dimimuição é um processo natural. E quase que não aceito discussão sobre isso. Não interessa se o transistor é fabricado pelo homem, o silicio é fabricado pela natureza e os transistores são fabricados integralmente em silicio, pelo que obedecem às características destes semicondutores. Por isso evite dizer esses disparates.
Peço desculpa aos restantes foristas estar a gastar tempo de antena com isto.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 04 de April de 2009 10:41

Vítor

"Largura de banda" é um conceito humano.

Estás a deixar perguntas anteriores sem resposta.

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 04 de April de 2009 11:34

Tempo de antena ou largura de banda? Pronto espaço no tópico.
hehehe

vitor* por essa lógica todos os métodos de contracepção são naturais, pois toda a matéria prima o é. Nem que inventassem um método formado de pó de estrelas, ele seria também natural.


Agora que já contei até 1000 e até dormi já posso passar ao pendular, ups, Alpha.

Citação:
Alpha
O cerne do problema é a HV e esta tem que ser analisada de forma generalista. A particularização é péssima, pois vamos ficar agarrados aos pormenores desses casos. Este é o documento central da Igreja em relação à contracepção e faz-lo de forma geral, como já referi.

A HV tem motivações político-sociais e os seus efeitos fazem-se sentir nas pessoas e não nos fóruns de discussão. Onde ela dói é nos casos particulares e não na discussão dos gabinetes.
Temos concepções diferentes, não te vou impedir de discutires no geral, mas continuarei a falar no particular sempre que achar necessário. Tanto quanto sei não és moderador deste tópico para definires unilateralmente a linha de discussão.

Citação:
Alpha
Uma parte importante dos católicos de todo o mundo recorre à contracepção, mas esse facto não invalida os ensinamentos da Humanae Vitae. Não é por todos os portugueses cometerem infracções e crimes fiscais que se deve mandar às favas o código fiscal.

Olha que não sei... do modo como está feito só nos chupa, trabalhamos para a máquina, para pagar os salários milionários dos boys e seus amigos, e as discrepâncias aumentam a olhos vistos... definitivamente não nos serve.

Citação:
Alpha
Isto é desconversar... É ou não verdade que existe uma maior predisposição para o acto sexual durante o período fértil?

Eu é que estou a desconversar? Jura!!! Então que queres particularidades ou generalizações? Generalizando é não, particularizando nalgumas mulheres sim. Caso não saibas há mulheres que se sentem particularmente estimuladas durante os dias da menstruação ou imediatamente antes. São muitos os factores intervenientes na libido humana em que factores psicológicos se sobrepõem muitas vezes ao biológico, fazendo com que seja natural copular 365 dias por ano.

Citação:
Alpha
Não, não é o tema do tópico. Se me conseguires demonstrar que a actual população põe em causa o desenvolvimento sustentável, não terei problemas em concordar contigo. Mas enquanto constatar que a esmagadora maioria dos casos limite de sobrevivência humana se deve a outros factores que não o esgotamento de recursos não posso aceitar a tese do «limite demográfico»

Aff... presumo que todas as organizações preocupadas como o assunto e as conferências realizadas para tentar delinear estratégias de sustentabilidade sejam para ti coisas de gente alarmista.
Só quando faltar a todos é que para ti o limite é atingido? Oh meu caro, nada a ver.

Citação:
Alpha
Apenas um aparte, num sistema fechado a explosão demográfica resulta numa mortandade, num sistema aberto resulta naquilo que chamamos de praga.

A biosfera e todos os seus subsistemas são sistemas abertos. As pragas por esgotamento de recursos levam a uma taxa de mortalidade elevada, logo voltamos à mortandade. Depois sou eu que desconverso...
Não te esqueças que a Terra é considerado sistema fechado. Tanto quanto sei ainda não dá para viver noutro lado.

Citação:
Alpha
Quando o acto sexual se resume ao prazer pelo prazer, sem ter subjacente um projecto de vida generoso, aberto a novas vidas. Acho, no entanto, que cada casal deve ponderar responsavelmente sobre a paternidade.

É direito de todo o casal programar a dimensão da prole e o timing. Por isso mesmo quando oiço falar em sexo egoísta me dá vontade de rir.

Citação:
Alpha
Uma nota que tenho que deixar: É curioso sermos uma espécie que coloca em causa o pilar da sua sobrevivência: a reprodução.

Pois mas a reprodução na espécie humana não é fácil, o preço é elevado, o investimento é longo. Não somos coelhos, nem ratos.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 04 de April de 2009 14:02

Citação:
pontosvista
Citação:
Vítor
a medida exacta é aquela que oferece a regulação dos períodos infecundos da mulher

Qual é a fundamentação desta afirmação?

A fundamentação está na própria dinâmica criada entre períodos de abstinência e na responsabilidade pela abertura à vida. Senão existe nada disto nenhum método anticoncepcional é suficientemente equilibrado para dar a medida exacta, como o é o natural. Se esperas que o que digo seja baseado no experimentalismo, não não tenho dados.
Um método não natural não é capaz de impôr por si mesmo períodos de abstinência, como o é o método natural. Por isso não é capaz de impôr nenhum número que se valha do compromisso responsável entre o plano de vida do casal, a sua responsabilidade e amor e a sua sexualidade.


*Largura de banda é uma grandeza fisica, natural aos materiais, (não a relacionem só com bits e bytes vai muito mais além disso. isso é coisa de anúncio publicitário). Sistemas com largura de banda infinita não existem, porque implicariam ter energia infinita. Isto só para dizer que existe uma clara relação entre largura de banda e uma grandeza fisica a energia.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 04 de April de 2009 15:54

Citação:
Vítor
compromisso responsável entre o plano de vida do casal, a sua responsabilidade e amor e a sua sexualidade

Mas porque é que tem que haver um "compromisso"? Sexualidade, responsabilidade amor e vida vão no mesmo sentido. Sexualidade existe em todos nós e deve ser mobilizada em todos nós para o amor e para a vida. Os celibatários vivem a sua sexualidade embora prescindam da genitalidade. Os casados vivem a genitalidade mas esta pode aprofundar o amor e ser fecunda, no sentido de dar mais vida a todos, mesmo quando uma gravidez é excluída pelo exercício de uma partenidade responsável.

Citação:
Vítor
Um método não natural não é capaz de impôr por si mesmo períodos de abstinência, como o é o método natural.

Os métodos impõem comportamentos a quem os usa, não a si mesmos. E a imposição de períodos de abstinência é um ponto negativo dos métodos de auto-observação. Quanto a serem naturais, continuo a achar que são todos igualmente artificiais. Ou igualmente naturais. Aliás a "largura de banda" é um exemplo: as grandezas físicas são conceitos inventados pelos homens para construirem a ciência, grande construção humana que nos permite prever e controlar a natureza (onde nos incluímos). Saber qual é a "realidade" destes conceitos fora das nossas teorias, é algo muito mais complexo. A velocidade é a derivada da posição. Será que a natureza tem derivadas?

Citação:
Vitor
Se esperas que o que digo seja baseado no experimentalismo, não não tenho dados.

Não espero que seja baseado no experimentalismo porque sei que não há experiências que dêem esse tipo de resultado. Esperava qe admitisses que muito do que dizes sobre a contracepção é um "axioma" em si mesmo, que não consegues demonstrar nem a partir da realidade nem a partir da teologia. No fundo este é o drama da Humanae Vitae: quer afirmar algo mas não tem a autoridade para o afirmar a partir do nada nem tem nenhuma outra fundamentação para o afirmar. Por isso disse que a HV era indefensável.

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 05 de April de 2009 03:26

Citação:
Alpha
A particularização é péssima, pois vamos ficar agarrados aos pormenores desses casos. Este é o documento central da Igreja em relação à contracepção e faz-lo de forma geral, como já referi.

Um dos problemas desses tipos de documentos é justamente esse: tratar de tudo em "forma geral", ideologizando uma proposta como "ideal", qdo na prática quase tudo aponta para o contrário. Muitos dos "ideais" propostos pelo Vaticano, em assuntos envolvendo sexualidade, não dizem mais nada a ninguém, e nem mesmo aos católicos; de tal modo que, se considerarmos o abismo que há entre o que o Vaticano teoriza e o que ocorre na prática comum dos católicos, podemos até mesmo falar de um "cisma": os católicos não seguem mais o Vaticano, pq ele não consegue mais falar algo que faça sentido.

A particularização, para falar na sua linguagem, não é péssima. É necessária. Uma proposta de vida que não consiga se apresentar como boa nas situações particulares não serve para muita coisa, pois a vida sempre acontece no particular, materializa-se em situações particulares. Um ideal "perfeito", completamente "puro", sem nenhum risco de "sujar-se", é completamente inútil para a vida e não serve para nada. Num tal "ambiente puro" não existe vida, pois esse tipo de pureza só vai existir num ambiente que foi esterilizado, isto é, num ambiente onde a vida foi eliminada. Não me parece que tal ideal de pureza seja a proposta do cristianismo, cuja figura modelo é a do fermento que se mistura a massa, uma semente que muda a cultura, um Espírito que renova e traz vida nova. A mania do Vaticano de querer mais governar e legislar do que instruir e inspirar não me parece um sinal de que as coisas andam bem.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 05 de April de 2009 10:07

Citação:
Alpha
O cerne do problema é a HV e esta tem que ser analisada de forma generalista. A particularização é péssima, pois vamos ficar agarrados aos pormenores desses casos. Este é o documento central da Igreja em relação à contracepção e faz-lo de forma geral, como já referi.

A HV não faz uma recomendação geral para aplicar caso a caso. Considera má a contracepção, qualquer que seja o caso. Se mostrarmos que não se aplica sequer aos casais casados que se amam, é o fundamento da avaliação moral da HV que cai, independentemente de ter observações pertinentes ou conselhos úteis. Por isso parece-me pertinente discutir o que se passa neste caso "particular".

Citação:
Alpha
Uma parte importante dos católicos de todo o mundo recorre à contracepção, mas esse facto não invalida os ensinamentos da Humanae Vitae. Não é por todos os portugueses cometerem infracções e crimes fiscais que se deve mandar às favas o código fiscal.


O que invalida os ensinamentos da HV não é o facto de não ser cumprida mas sim o facto de não ser cumprida com a convicção de que o ensinamento não faz sentido. A HV foi feita contra o parecer de uma comissão especializada nomeada para estudar o assunto e hoje é claro o desacordo de um enorme número de bispos, de uma grande parte dos casais católicos (mesmo os mais empenhados) e de muitos teólogos moralistas católicos. É "dissidência" a mais. Isto não tem paralelo em nenhum outro ensinamento moral da Igreja e é indício de que algo está muito mal na HV.


Quanto à evolução da população, o crescimento populacional tem sido compensado com o desenvolvimento científico e tecnológico que permitem que hoje o planeta sustente muito mais pessoas do que seria possível há algum tempo. Mas, dado que não é economicamente viável a colonização de outros planetas nem é previsível que o venha a ser nos próximos tempos, há que ter em conta que há limites de espaço na Terra. Um dos factores que pode contribuir para a sustentabilidade do planeta é o menor crescimento demográfico nos países mais ricos.Uma forma de travar o crescimento é precisamente ajudar os países pobres a desenvolverem-se.

Assim, não acho que haja razões para alarmismos mas parece-me que a contracepção não pode ser olhada como algo que põe em causa a sobrevivência da espécie; é até algo que pode vir a ser decisivo para a sobrevivência da espécie.

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 05 de April de 2009 15:01

PV eu já falei nas virtudes teologais.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 05 de April de 2009 17:07

Citação:
Vítor
PV eu já falei nas virtudes teologais.

E...?

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 05 de April de 2009 23:42

Citação:
pontosvista
Citação:
Vítor
que não consegues demonstrar nem a partir da realidade nem a partir da teologia.



Editado 1 vezes. Última edição em 05/04/2009 23:57 por vitor*.

Página actual: 31 de 33


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