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Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 25 de March de 2009 10:37

Qual é o tipo de fundamentação andas à procura pv?
Quais as tuas perguntas?



Editado 1 vezes. Última edição em 25/03/2009 10:38 por vitor*.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 25 de March de 2009 13:47

Vítor

Porque é que cada acto sexual tem que estar aberto à vida sem qualquer interferência? Porque é que interferir com esta abertura à vida em cada acto sexual individual é considerado um mal absoluto, de modo que não poderia interferir-se mesmo que se tivesse o objectivo de obter um bem que seria a união do casal? Não basta que um papa diga que é assim e pronto, sobretudo quando uma enorme parte da Igreja não vê razões para tal classificação moral da contracepção.

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 25 de March de 2009 14:53

A mim parece-me que primeiro é necessário provar que a contracepção é um mal. Se o fôr, nenhum mal justifica qualquer bem que se venha a obter, segundo a moral Cristã, nem que seja isso que dizes e pouco fundamentado, que é a união entre o casal.

Algo que não é de negar é que com a contracepção banalizou o acto sexual. É normal nos dias hoje garotos de 16 e 17 anos já terem iniciado a sua vida sexual, sem terem consciência que métodos contraceptivos são falíveis e sem principalmente serem pessoas independentes e preparadas culturalmente para assumir a responsabilidade dos seus actos, como uma gravidez ou paternidade não desejada. Só assim se explica a pior decisão que 20 milhões de potenciais mães(incluo os pais na responsabilidade desta má decisão) fazem todos os anos provocando o aborto.

Vide cultura "morangos com açúcar".

Nisto a humanae vitae, foi profética, quando avisa para a vulnerabilidade dos jovens. Darei outras razões de ordem prática (porque também eu acredito que as regras morais tem que ter fundamentação prática)se for preciso, mas a utilização do preservativo e de métodos de contracepção não pode banalizar de forma alguma um dos alicerces da Criação, que é a reprodução. Se o casal se fecha a isto então fecha-se a ser co-criador da obra de Deus e ao próprio Deus.

Além disso a natureza em tudo, sempre foi mais eficaz que qualquer artificio humano.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 26 de March de 2009 04:35

O Monty Phyton estava certo.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 26 de March de 2009 10:20

Citação:
Vitor
nem que seja isso que dizes e pouco fundamentado, que é a união entre o casal

A união do casal é uma das finalidades do acto sexual reconhecida pela Igreja. Na prática por vezes não é possível ter mais filhos e não é possível usar os métodos de auto-observação. Nesses casos a abstinência sistemática e prolongada poderia expor o casamento a um risco elevado e isso seria em si um mal também. Logo a contracepção poderia ser um mal menor.

Citação:
Vitor
A mim parece-me que primeiro é necessário provar que a contracepção é um mal.

Não basta provar que tem efeitos maus (o tabaco também tem efeitos negativos). É preciso provar que é algo tão mau do ponto de vista moral que nunca pode ser usado. Ora os efeitos secundários frequentemente apontados para justificar a posição oficial não são suficientes.

Também o facto de a contracepção poder ter maus usos não faz da contracepção algo intrinsecamente mau (uma faca de cozinha pode ser usada para matar, a televisão pode ser usada para banalizar a sexualidade,...).

Citação:
Vitor
Se o casal se fecha a isto então fecha-se a ser co-criador da obra de Deus e ao próprio Deus.

Claro. No casamento um dos compromissos é a abertura à vida. E muitos casais católicos vivem naturalmente isto no conjunto da sua vida, assumindo uma paternidade generosa e responsável. Mas o que não se percebe é porque é que cada acto sexual não pode ter a abertura à vida limitada por um contraceptivo quando poder ter a abertura à vida limitada pela escolha da data.

Citação:
Vitor
Além disso a natureza em tudo, sempre foi mais eficaz que qualquer artificio humano.

Não sei como interpretar esta frase. Se a natureza fosse mais eficaz em tudo não precisávamos de ter nada feito pelo homem. Ora em todas as áreas da nossa vida usamos a ciência e a tecnologia para potenciar as nossas acções. Porque é que haveria de ser diferente no exercício da paternidade responsável e na vivência da sexualidade?

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Onac (IP registado)
Data: 26 de March de 2009 16:21

Pergunta: a abertura à dimensão procriativa deve ser relacionada com o projecto de vida do casal - onde se incluem os filhos - ou a cada acto sexual, por si só, como um momento isolado na relação?

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 26 de March de 2009 17:23

Onac

Segundo a Humanae Vitae, deve ser relacionada com cada acto sexual (com a ressalva que se se marcar o acto sexual para deata infértil já está tudo bem!); segundo muitos casais, teólogos moralistas, padres e bispos católicos, deve ser relacionada com o projecto de vida do casal.

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 27 de March de 2009 15:22

Pv ainda bem que ontem ouvi um cientista no canal odisseia dizer que a natureza era muito mais astuta que o homem. Eu também acho. Qualquer pessoa que lida com as coisas da natureza e da ciência, sabe muito bem que ela não dá nada, sem que nós lhe demos alguma coisa em troca(ainda agora estou com um problema desses: quero aumentar a janela de monitorização de dispersão cromática, mas se o fizer perco resolução). Se perguntar a um agricultor o que ele prefere: estrume ou adubo articial ele não vai demorar muito a responder. Entre muitas outras coisas. Embora não tenha muito a ver com o assunto achei bom esclarecer porque disse : "Além disso a natureza em tudo, sempre foi mais eficaz que qualquer artificio humano."

Desconfio de tudo o que não se baseia neste principio de dá e recebe. Quando alguma coisa só parece dar, então de certeza que vai procurar desequilibrios.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 27 de March de 2009 16:06

Citação:
vitor*
Se perguntar a um agricultor o que ele prefere: estrume ou adubo articial ele não vai demorar muito a responder. Entre muitas outras coisas. Embora não tenha muito a ver com o assunto achei bom esclarecer porque disse : "Além disso a natureza em tudo, sempre foi mais eficaz que qualquer artificio humano."

Em qualquer das situações é usado o artifício humano.

No estrume, para o obter, o agricultor tem de ir cortar mato para pôr nas lojas dos animais, tem de esperar que os dejectos deles se misturem e transformem as plantas em estrume, tem de o retirar e transportar para a terra a cavar.

No adubo químico, o artifício humano foi mais longe usando as tecnologias e conhecimentos que construiu.

Mas em qualquer dos casos houve o engenho e trabalho do homem. Não foi a natureza sozinha.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 27 de March de 2009 17:15

O homem está a ficar preguiçoso! Há quem prefira comprar alimentos ao natural e não artificiais. Se o preço for convidativo, prefiro o Natural.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 27 de March de 2009 17:35

Para doenças simples, um chá de ervas naturais pode ser uma óptima solução. Mas se eu tiver um problema grave, o que quero é um hospital com os melhores equipamentos, médicos e medicamentos. Se eu esperasse pela perfeição da natureza tinha morrido em criança com uma apendicite. Felizmente pude ser operado com meios e métodos bem pouco "naturais".

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 29 de March de 2009 16:14

29 Março 2009 - 00h30

Sida: Coordenação nacional aumenta distribuição gratuita
Oferecidos 8 milhões de preservativos
A quebra de seis por cento na venda dos preservativos, em 2008, não preocupa o coordenador nacional para a infecção VIH/sida. Henrique de Barros justifica a quebra com o "aumento brutal" de um milhão de preservativos distribuídos gratuitamente por aquele organismo tutelado pelo Ministério da Saúde. Como em 2007 a distribuição atingiu os sete milhões, significa que no ano passado foram entregues pessoalmente aos portugueses oito milhões de preservativos.


Segundo Henrique de Barros, a par do aumento da distribuição gratuita de preservativos pela Coordenação Nacional também se verificou um "aumento dos preservativos distribuídos gratuitamente pelos centros de saúde" no âmbito do planeamento familiar. Contudo, aquele responsável não conseguiu quantificar esse aumento.

Contactado pelo CM, o coordenador nacional da Saúde Materno--Infantil e Saúde Reprodutiva, Jorge Branco, remeteu para as cinco administrações regionais de Saúde a gestão da distribuição daquele contraceptivo.

Se o acesso aos preservativos não constitui motivo de grande preocupação para Henrique de Barros, o mesmo não se passa com o "aumento das infecções de sida entre os homossexuais". E justifica: "Os tratamentos são bastante eficazes e podem levar a que as pessoas percam o medo e deixem de usar o preservativo. Temos de voltar a insistir, porque é grave que se deixe de utilizar." De Janeiro a Setembro de 2008 registou-se menos um milhar de novos casos de sida em Portugal.

ACESSO GRATUITO AOS TESTES DE DETECÇÃO DO VIH

A garantia do acesso gratuito e voluntário aos testes de detecção do VIH e a criação de um conselho para alargar a sua concretização são alguns dos compromissos da conferência ‘VIH Portugal 2009’, que terminou ontem em Lisboa. A primeira reunião do conselho deverá ocorrer até Maio e o organismo terá como finalidade a definição de condições para a realização de testes em unidades de saúde familiar, unidades funcionais de agrupamentos de centros de saúde e centros de aconselhamento e diagnóstico.

A Coordenação Nacional para a infecção VIH/Sida comprometeu-se ainda a "monitorizar e publicar anualmente a evolução do número de testes realizados e as condições disponibilizadas para a sua realização".

"ABSTINÊNCIA SEXUAL NÃO É EFICAZ"

Henrique de Barros, coordenador nacional para a infecção VIH/sida, critica a condenação do Papa Bento XVI ao uso do preservativo. "O Papa tem um sistema de olhar o mundo que é dele e a sua opinião não é justificada pela evidência científica. O preservativo é a única solução eficaz para a prevenção da sida." Segundo o especialista, a "abstinência sexual não é eficaz nem humanamente aceitável", e quanto às questões morais remete "para o foro de cada um." Por outro lado, Henrique de Barros manifestou-se "muito feliz" com as declarações do bispo de Viseu sobre o uso do preservativo, por considerar que escolher aquele método é também "optar pela vida".

Na página da diocese de Viseu na internet, D. Ilídio Leandro defende que "quando a pessoa infectada não prescinde das relações e induz o parceiro (conhecedor ou não da doença) à relação, há obrigação moral de usar preservativo.

APONTAMENTOS

MENOS DE MIL CASOS

De Janeiro a Setembro de 2008 registou-se menos de um milhar de novos casos de infecção pelo vírus da sida.

MÉTODOS FEMININOS

A campanha para incentivar o uso do preservativo feminino, ontem lançada, dá às mulheres o controlo e é eficaz na prevenção.

60 MIL DESPERDIÇADOS

O envio de mais de 60 mil preservativos para o Vaticano, como protesto pelas declarações do Papa, é "um desperdício", diz Henrique de Barros.

Cristina Serra

CM

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 29 de March de 2009 19:55

É pena é que esses preservativos que as vezes dão nessas campanhas contra a sida são mesmo rascas, pra usar algo de má qualidade em relação a outros e romperem...

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 01 de April de 2009 13:27

Do The Washington Post

The Pope May Be Right
By Edward C. Green
Sunday, March 29, 2009

When Pope Benedict XVI commented this month that condom distribution isn't helping, and may be worsening, the spread of HIV/AIDS in Africa, he set off a firestorm of protest. Most non-Catholic commentary has been highly critical of the pope. A cartoon in the Philadelphia Inquirer, reprinted in The Post, showed the pope somewhat ghoulishly praising a throng of sick and dying Africans: "Blessed are the sick, for they have not used condoms."

Yet, in truth, current empirical evidence supports him.

We liberals who work in the fields of global HIV/AIDS and family planning take terrible professional risks if we side with the pope on a divisive topic such as this. The condom has become a symbol of freedom and -- along with contraception -- female emancipation, so those who question condom orthodoxy are accused of being against these causes. My comments are only about the question of condoms working to stem the spread of AIDS in Africa's generalized epidemics -- nowhere else.
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In 2003, Norman Hearst and Sanny Chen of the University of California conducted a condom effectiveness study for the United Nations' AIDS program and found no evidence of condoms working as a primary HIV-prevention measure in Africa. UNAIDS quietly disowned the study. (The authors eventually managed to publish their findings in the quarterly Studies in Family Planning.) Since then, major articles in other peer-reviewed journals such as the Lancet, Science and BMJ have confirmed that condoms have not worked as a primary intervention in the population-wide epidemics of Africa. In a 2008 article in Science called "Reassessing HIV Prevention" 10 AIDS experts concluded that "consistent condom use has not reached a sufficiently high level, even after many years of widespread and often aggressive promotion, to produce a measurable slowing of new infections in the generalized epidemics of Sub-Saharan Africa."

Let me quickly add that condom promotion has worked in countries such as Thailand and Cambodia, where most HIV is transmitted through commercial sex and where it has been possible to enforce a 100 percent condom use policy in brothels (but not outside of them). In theory, condom promotions ought to work everywhere. And intuitively, some condom use ought to be better than no use. But that's not what the research in Africa shows.

Why not?

One reason is "risk compensation." That is, when people think they're made safe by using condoms at least some of the time, they actually engage in riskier sex.

Another factor is that people seldom use condoms in steady relationships because doing so would imply a lack of trust. (And if condom use rates go up, it's possible we are seeing an increase of casual or commercial sex.) However, it's those ongoing relationships that drive Africa's worst epidemics. In these, most HIV infections are found in general populations, not in high-risk groups such as sex workers, gay men or persons who inject drugs. And in significant proportions of African populations, people have two or more regular sex partners who overlap in time. In Botswana, which has one of the world's highest HIV rates, 43 percent of men and 17 percent of women surveyed had two or more regular sex partners in the previous year.

These ongoing multiple concurrent sex partnerships resemble a giant, invisible web of relationships through which HIV/AIDS spreads. A study in Malawi showed that even though the average number of sexual partners was only slightly over two, fully two-thirds of this population was interconnected through such networks of overlapping, ongoing relationships.

So what has worked in Africa? Strategies that break up these multiple and concurrent sexual networks -- or, in plain language, faithful mutual monogamy or at least reduction in numbers of partners, especially concurrent ones. "Closed" or faithful polygamy can work as well.

In Uganda's early, largely home-grown AIDS program, which began in 1986, the focus was on "Sticking to One Partner" or "Zero Grazing" (which meant remaining faithful within a polygamous marriage) and "Loving Faithfully." These simple messages worked. More recently, the two countries with the highest HIV infection rates, Swaziland and Botswana, have both launched campaigns that discourage people from having multiple and concurrent sexual partners.

Don't misunderstand me; I am not anti-condom. All people should have full access to condoms, and condoms should always be a backup strategy for those who will not or cannot remain in a mutually faithful relationship. This was a key point in a 2004 "consensus statement" published and endorsed by some 150 global AIDS experts, including representatives the United Nations, World Health Organization and World Bank. These experts also affirmed that for sexually active adults, the first priority should be to promote mutual fidelity. Moreover, liberals and conservatives agree that condoms cannot address challenges that remain critical in Africa such as cross-generational sex, gender inequality and an end to domestic violence, rape and sexual coercion.

Surely it's time to start providing more evidence-based AIDS prevention in Africa.

The writer is a senior research scientist at the Harvard School of Public Health.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 01 de April de 2009 23:23

Citação:
pontosvista
Para doenças simples, um chá de ervas naturais pode ser uma óptima solução. Mas se eu tiver um problema grave, o que quero é um hospital com os melhores equipamentos, médicos e medicamentos. Se eu esperasse pela perfeição da natureza tinha morrido em criança com uma apendicite. Felizmente pude ser operado com meios e métodos bem pouco "naturais".

Não está em causa o que a natureza produz mas os seus processos, que tendem para o equilíbrio. Os processos da natureza são perfeitos, o que ela produz não é perfeito, porque a criação ainda não está terminada. Há um processo de evolucionismo em constante movimento. Um apêndice, supõe-se ter tido algum uso no passado, dos humanídeos, mas que agora deixou de ter uso.
A regulaçao dos períodos mentruais é um processo da natureza, que já permite ao homem de forma insegura na maior parte das mulheres(pode ser segura com medição de temperaturas segundo me disseram) mas de qualquer forma válida, regular a natalidade.

Pope (may be) right.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 02 de April de 2009 00:31

Vitor

Não percebo bem onde quer chegar.

São conhecidos muitos métodos para regular a natalidade. Nenhum é natural. Natural seria não interferir com a natureza em nenhum aspecto, nem mesmo no aspecto de procurar os períodos inférteis para o acto sexual. E precisamente porque a natureza está feita para ter muitos filhos sem pensar, qualquer método tem impactos negativos sérios na vida do casal.

Estas questões não têm mais a ver com a fé cristã do que qualquer outro assunto do dia-a-dia. Todos sabemos que o tabaco é anti-natural e prejudica gravemente a saúde. Os maus hábitos alimentares provocam imensos problemas de saúde e há estudos recentes que sugerem que a natureza do nosso corpo se daria bem com uma dieta semelhante à dos hominídeos do paleolítico.

Nada disto justifcia minimamente a grave condenação moral feita pela linha oficial do Vaticano à contracepção.

Neste contexto não se percebe se Bento XVI estava a dar uma lição de saúde pública aos africanos ou se estava a tentar passar subtilmente a mensagem que a doutrina oficial até teria alguma razão de ser.

Se a contracepção fosse assim tão má, a experiência de tantos casais católicos que a usaram nos últimos 40 anos teriam notado a sua maldade intrínseca. Se o fundamento para essa maldade fosse a violação de uma lei natural então não só os católicos mas todos os homens de boa vontade já se teriam apercebido da maldade.

Ora o que se vê é que quem vive os problemas por dentro (os casais) acha a posiçºao do vaticano incompreensível. O mesmo dizem muitos teólogos morais católicos.

pontosvista

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 02 de April de 2009 03:00

O próprio celibato não é natural, é alguma coisa completamente forçada deixar de usar o corpo para fazer aquilo para o que foi criado. Toda essa argumentação é ridícula.

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 02 de April de 2009 09:50

O método chamado natural, não tem aplicabilidade nenhuma sem o uso de meios que foram criados pelo engenho do homem. Ninguém mede a temperatura com meios fornecidos pela natureza apenas.

Assim, porque se valoriza a técnica humana neste ponto e se desvaloriza nos contraceptivos?

O facto de que a opinião do papa, sobre a SIDA e o uso dos preservativos, pode ter alguma razão de ser, não justifica a condenação oficial dos contraceptivos. Concordo inteiramente com o pontosvista neste assunto.

Cassima

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 02 de April de 2009 19:19

Citação:
vitor*
Não está em causa o que a natureza produz mas os seus processos, que tendem para o equilíbrio. Os processos da natureza são perfeitos, o que ela produz não é perfeito, porque a criação ainda não está terminada. Há um processo de evolucionismo em constante movimento. Um apêndice, supõe-se ter tido algum uso no passado, dos humanídeos, mas que agora deixou de ter uso.

Esta ideia parece-me um pouco baralhada... Deus criou a natureza e os processos pelos quais ela se regula e modela. Também nos deu a inteligência necessária para compreendermos e julgarmos a natureza. Dotou-nos, e deu-nos, uma moral para distinguirmos o bem do mal. Ou seja, em lado algum Deus nos diz que a ciência é um mal, ou que a natureza deve ter prevalência sobre a tecnologia.

Numa argumentação que me parece rebuscada todos os católicos estão confrontados com duas facetas do acto sexual: o acto unitivo e o acto procriador. Ambos justificam a condenação da contracepção não natural (a natural escapa porque continua aberta à vida!) e justificam a ilicitude do recurso à procriação medicamente assistida.

Por mais que estude, ouça e indague não consigo entender esta linha argumentativa.
O que depreendo, da licitude dos meios de contracepção dos meios naturais, é que o factor-chave é eles estarem abertos à vida. Ou seja, trata-se de uma questão de probabilidades. Mas isso sucede com todos os outros, isto é, segundo a OMS o máximo de probabilidade de contracepção que se consegue é de 98%, conjugando espermicida, pílula e preservativo. Ou seja, existem uma abertura à vida de 2%. Na contracepção natural, segundo os seus detractores existe uma abertura à vida de 14%, nas palavras dos seus defensores existe uma abertura à vida de 6%.

Mas as questões que continuam em aberto são estas, para mim: é realmente assim? A validade da HV é inversamente proporcional à análise e discussão da sua linha argumentativa?

É que por muita boa vontade que tenha, não a consigo entender, à HV.

Cumprimentos

Alpha

Re: A Igreja e a contracepção
Escrito por: Alpha (IP registado)
Data: 02 de April de 2009 19:22

Citação:
firefox
O próprio celibato não é natural, é alguma coisa completamente forçada deixar de usar o corpo para fazer aquilo para o que foi criado. Toda essa argumentação é ridícula.

Presumo que condenes a homossexualidade por causa dessa ordem de razões!

Cumprimentos

Alpha

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