Um comentário do excelente Blogue [
pontosvista.blogspot.com] ( Os sublinhados são meus)
Sobre a PMA e a posição oficial da ICAR através da Conferência Episcopal:
"De um modo geral a hierarquia defende
duas éticas: uma para a procriação medicamente assistida (PMA) e outra para o resto das situações.
"
Citação:As técnicas de Procriação medicamente assistida devem ser reservadas a casais heterosexuais, para assegurar o dever ético de oferecer ao novo ser um homem como pai e uma mulher como mãe."
Na procriação assistida existe sempre uma mãe e um pai genéticos.
Quanto a saber quem é que vai criar a criança, o que se passa fora da PMA?
Se uma mulher tem um bébé de um desconhecido a lei não a penaliza.
.Não se impede que uma criança seja criada por um casal de homossexuais.
Porquê então esta preocupação de que a força da lei imponha algo diferenta na PMA?
Não admita
o recurso a gâmetas fora do casal em virtude da grave dissociação entre paternidade genética e social.
Este argumento invalidaria a adopção em geral. Em que estariam os srs. bispos a pensar quando aprovaram esta argumentação?
2. Até estou de acordo com a Conf. Ep.:
o principal argumento para não facilitar esta situação [barrigas de aluguer] são as experiências complicadas que tem havido.
Mas mesmo aí deveria haver algum tipo de abertura pois nem todas as situações são iguais.
3
Citação:Sendo o embrião uma vida humana dotada de dignidade, as técnicas usadas devem evitar a existência de embriões excedentários, mesmo destinados a uma segunda gravidez do casal.
Tecnicamente nem se percebe bem esta frase.
Quando os embriões são produzidos está-se muito longe de saber se vai haver alguma gravidez. Saber se haverá embriões para uma segunda gravidez é algo que não se compreende bem neste contexto.
Na PMA os embriões excedentários são fruto da incerteza do resultado, não são um objectivo em si.
Quanto à dignidade dos embriões, estes também deveriam ter igual dignidade na procriação natural.
(Ou não ? )
Ora na natureza por cada criança que nasce há muitos embriões que se perdem.
Levando a "dignidade" tão a sério teríamos que nos preocupar com todos esses embriões, o que introduziria muitas alterações na ética das relações sexuais." ( Com consequ~encias jurídicas, acrescentoteu)
" Porque é que a atenção só se centra nos embriões da PMA?
De nenhum modo estes embriões sejam utilizados para a investigação, enquanto vivos.
Se se fazem experiências médicas com
crianças e adultos porque é que não se pode fazê-lo com embriões, sobretudo quando não há qualquer esperança de os manter vivos?
Em resumo: a Conf. Ep. fez duas
coisas boas:
falou pouco e não assumiu posições radicais (a Conf. italiana fez bem pior). Se se tivesse envolvido mais no assunto poderia ter sido pior. Nos pontos 1 e 3 não conseguiu dar um fundamento ao que propõe, acabando a propor para a PMA princípios que não aplica em outras situações semelhantes."
Suibscrevo as reflexões deste blogue, voltarei ao tma com mais profundidade.
Como se pode falar em "cultura de viada " e depois TUDO FAZER para tornar impraticáveis ( e de eficácia quase nula) procedimentos médicos destinadaos a CURAR infertilidade e
permitir que nasçam mais crianças???
( Foi o que fez a ICAR em ITália, por exemplo...)