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Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 09 de February de 2005 00:54

Não entendo o conselho... o problema deve ser meu...

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 09 de February de 2005 00:55

Nota prévia: Ao contrário do que se possa entender da discussão deste tópico, o tema do Fórum é Religião, Cristianismo e Igreja Católica.

Caro Pe. João Luis,

Escreveu às 22h52 que «Nunca me ouviram nem ouvirão dizer para votar em quem quer que seja. ». Menos de meia hora depois, descreve as razões que, em sua consciência, o impedem de votar BE, CDU, PS e PSD. Deixou aqui um grande enigma... Mas nesta sua mensagem, esqueceu-se do outro partido com assento parlamentar: o CDS-PP. Como diz o seu amigo Frei Nuno Serras Pereira quem defende a actual lei, está contra a doutrina da Igreja.

Nesta questão do aborto, ainda ninguém referiu que caso se realize um referendo, tanto pode ganhar o SIM (à liberalização do aborto), como o NÃO. Aliás, no primeiro referendo, foi o NÃO que ganhou. Desde então, os movimentos pró vida conseguiram mais de duzentas mil assinaturas, um número nunca antes atingido em Portugal. Estaremos desde já a assumir que não seremos capazes de mobilizar os portugueses a votar na defesa da Vida, se o referendo se realizar?

Então porque tanta histeria em querer fazer deste assunto o centro da questão eleitoral quando ele está longe de o ser? Não haverá aqui fortes razões eleitoralistas à semelhança do que aconteceu nos EUA, a ponto de, escandalosamente, levar a Igreja Católica a fazer campanha eleitoral por George W. Bush?

Caro Padre João Luis, se quer que seja franco consigo, não me ocorre nada melhor para a Igreja (e a mobilização de todos os leigos) que a realização de um novo referendo sobre o aborto! No último referendo sobre o aborto, foram muitos aqueles que deram a cara pelo NÃO: católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, ateus e agnósticos. Mas a vitória do NÃO sempre ficou conotada com o empenho dos católicos e dos movimentos pró vida (também eles, leigos católicos). Pensa que no novo referendo será diferente? Pensa que não conseguirá mobilizar os jovens (e não jovens) a fazer campanha e a mostrarem à Sociedade que matar é errado, e abortar é também errado?

É claro que me ocorrem coisas melhores para a Igreja que um referendo sobre o Aborto. Aliás, acho que não é uma questão tão importante a ponto de ser tão falada na campanha eleitoral, e também neste fórum. Apenas me provoca indignação ver alguns padres e pessoas ligadas à Igreja utilizarem este argumento com o objectivo de conseguirem mais votos para um determinado partido (que por sinal nem defende a doutrina da Igreja). Causa-me ainda maior indignação que se utilize este fórum para o fazer de forma tão explícita.

Luis Gonzaga

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 09 de February de 2005 01:19

Meu caro luis,
Quanto à nota prévia, ignoro-a, porque eu mesmo já me afirmei isso mesmo em relação a outros topicos em que se abordavam temas distintos da essencia do forum, e foi-me dito por si e pelo alef, que este forum é livre e cada qual diz o que pensa sobre o que entende, e que voces são os moderadores. Assim sendo, não tem absolutamente nenhuma razao para falar. A menos que decidam vós o que se pode ou nao discutir.
Aí a coisa muda de figura.

Antes de encerrar este tema pela minha parte, lamento ter entendido alguma alusão velada a um qualquer partido politico.
Tenho referido os partidos que defendem a doutrina da Igreja - e como o meu amigo Frei Nuno afirma o PP não esta de acordo com tudo.
Jamais faria propaganda a qualquer partido. O que me tenho insurgido por considerar infeliz e mentirosa é boato lançado pelo Bloco de Esquerda de que o PP é um partido de extrema direita, nazi e uma defesa da esquerda.
Se quer ser justo, critique igualmente quem aqui tem veladamente defendido as ideias contidas no programa do PS e do BE.
Este tipo de boatos, lançados por pessoas maldosas, aqui no forum, apenas serve para intimidar quem quer votar no PP. Lancando mentiras de que esta questão da vida não é importante, que não tem a ver com a cultura - cultura de morte - que não tem a ver com a coesão - um referendo divide em dois o pais -os do sim e os do não, fractura a sociedade. A pretensa cultura gay que se impoe. Etc.
O que me levou a reagir, foi a suspeita lançada desde o inicio sobre um partido em concreto, e a defesa dos ideais esquerdistas em oposição.
Não sou filiado em partido nenhum, nem nutro qualquer simpatia maior por um partido em especial.
Leio os programas e voto naquele que mais se assemelha ao que a Igreja defende.
Como é obvio há propostas que rejeito liminarmente porque se opoem à Igreja - e foram essas que referi.
Talvez se fosse mais imparcial, e visse este topico menos pelo prisma da sua cor partidaria e mais pelos valores humanistas, teria uma visao menos distorcida desta campanha eleitoral.




Editado 1 vezes. Última edição em 09/02/2005 01:25 por Padre João Luis.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 09 de February de 2005 23:48

Apenas hoje li este tópico na sua totalidade e ponderei antes de aqui escrever.

Continuo a assistir a uma falta de discussão de princípios e de ideias: quando não se discutem princípios ou ideias, é fatal cair na discussão de pessoas.

Quanto ao voto dos cristãos a Igreja apenas tem duas posições: votar é um dever social, imperativo para o Cristão. E o voto deve ser segundo a sua consciência. (já outros o disseram neste fórum, pelo menos o Alef e o Luís. Só o explicito para esclarecer a minha posição)

E a Igreja não tem outras posições: se um leigo, um padre ou um bispo sugerem um determinado voto, não é a Igreja que o sugere. Quem o sugere será o respectivo leigo, padre ou bispo.

O que qualquer sacerdote deverá fazer é alertar as pessoas que devem votar.

E que devem votar de acordo com a sua consciência. Essa é a indicação da Igreja.

Para além disto, todos temos o direito de ter uma opinião, e naturalmente os sacerdotes têm o direito de as expressar. Não o podem fazer é alegando ser ensinamento da Igreja votar em A ou B.

Se há partidos que alegadamente pretendem silenciar a Igreja, só demonstram falta de inteligência: a Igreja nunca se deixou calar por medo.

A Igreja, aliás, tem o dever de se pronunciar sobre todas as questões relevantes para a sociedade, na perspectiva do caminho para o Reino de Deus.

E com isto estou a tentar responder ao Miguel rmcf.

Para aferir qual o partido ou programa que melhor responde a uma perspectiva cristã sugiro, entre outros:
- paz
- pão
- solidariedade

Não é possível ser cristão promovendo a guerra (ou criando conceitos como guerra justa); não é possível ser cristão sem criar e partilhar o pão; não é possível ser cristão sem olhar para outrem e não ver aí O Outro.

João (JMA)

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 10 de February de 2005 00:04

O Patriarcado aconselha os cristãos a analisar as propostas dos partidos para, em consciência, votarem de acordo com os príncipios da doutrina da Igreja. “Importa avaliar da justiça, da viabilidade, da consonância desses programas [eleitorais] com os príncipios da dignidade humana, do respeito pela vida, da dimensão social”, sublinhou o Padre Jardim Gonçalves, assessor do cardeal patriarca, D. José Policarpo.

In Correio da Manhã de 9 de Fevereiro de 2005

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Joaquim José Galvao (IP registado)
Data: 11 de February de 2005 00:03

Caro Padre João

Esta uma verdade que me parece de Lapalice
Coragem do Patriarcado mas alvo para mais polémicas, já se sabe.
agor dou-lhe, e a todos estas notícia:

-"Caros amigos: estão convidados a participar neste acto público (que é simultâneamente uma conferência de imprensa e por isso com as primeiras filas reservadas a jornalistas) de apresentação das respostas dos partidos ao "questionário" do Fórum Mais Vida Mais Família (do passado dia 22 de Janeiro), já depois de amanhã (Sábado).
Um abraço
António Pinheiro Torres

-----Mensagem original-----
De: Fernando Castro [mailto:]
Enviada: quinta-feira, 10 de Fevereiro de 2005 10:58
Para:
Assunto: Fórum "Mais Vida, Mais Família" - Conferência de imprensa, 12 de Fevereiro, 11:00


No próximo sábado, dia 12 de Fevereiro, às 11:00, o Fórum "Mais Vida, Mais Família" vai realizar uma conferência de imprensa, na Sala Munique, no Hotel Mariott (antigo Hotel Penta), na Av dos Combatentes, em Lisboa, a fim de apresentar as respostas às perguntas formuladas aos partidos políticos no Fórum realizado no passado dia 22 de Janeiro, assim como uma análise dos programas eleitorais no que diz respeito à promoção da Família e defesa da Vida Humana desde a concepção à morte natural.

O Fórum, formado por associações que estiveram na linha da frente da maior recolha de assinaturas de sempre de apoio à defesa da Vida Humana e promoção da Família há cerca de uma ano, convida todos os órgãos de comunicação social para este evento.

Mais informações poderão ser obtidas em [www.forumdafamilia.com].

Joaquim Galvão


Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 11 de February de 2005 21:04

Caros amigos,

Não me vai ser possível estar presente no Fórum "Mais Vida, Mais Família", pelo que se algum de vós estiver presente, pedia-lhe que depois fizesse um pequeno resumo e o partilhasse connosco.

Obrigado,
Luis

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 11:12

Cá está uma posição da 'hierarquia' na qual me revejo inteiramente. Assino por baixo:

PÚBLICO

Bispo Defende Pluralidade do Voto Católico
Sábado, 12 de Fevereiro de 2005

O bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Januário Torgal Ferreira, defende que a acção política dos católicos deve ser plural e não estar limitada à direita do espectro político. "No Portugal de outras épocas, a Igreja podia 'fazer política', logo que fosse de direita... se não fosse de direita, esse 'fazer política' era traição de lesa-Pátria. Que em democracia, essas incoerências sejam curadas!", escreve o bispo, na sua crónica semanal na página oficial da diocese castrense, citado pela agência Ecclesia ( [castrense.ecclesia.pt] ).

Januário Ferreira diz que a reflexão dos cristãos deve ter em conta a globalidade dos valores morais, incluindo a defesa da vida e a opção preferencial pelos mais pobres. O magistério de cada confissão religiosa, acrescenta o bispo, deve falar das "concepções de família, da orientação sexual, do aborto ou da eutanásia", mas também "sobre o justo salário, a cooperação entre classes, a justiça diante da imigração, a defesa dos direitos humanos, etc.". Mas, admite D. Januário, "nestes domínios sociais, os crentes são muito menos sensíveis e empenhados".

E, já agora, o texto de D. Januário:


«Fazer política, a Igreja?»

Releve-se-me o tom repetitivo destas considerações. Mas não deixarei de insistir na urgência de um serviço à sociedade portuguesa na globalidade das suas preocupações por parte de cada um de nós.

No decurso desta campanha eleitoral levantou-se o problema da Igreja interferir no domínio político em geral, e no particular de opções partidárias, a assumir no momento da votação.

A comunidade da Igreja é normativa, ou seja, só propõe regras aos seus seguidores e fiéis, aos quais administra a cultura apropriada em ordem às suas responsabilidades e acções. Propõe, serve, apresenta, suposta a bem confirmada liberdade de quem é seu sequaz!

Este é o novo estatuto do fenómeno religioso numa sociedade democrática: apelar à consciência individual mediante propostas de referências e valores, independentemente de acontecimentos históricos ou de ocasiões eleitorais. E, mesmo no decurso de campanha eleitorais, cabe ao magistério de cada confissão religiosa chamar a atenção para concepções que desafiam o momento temporal, longe de se configurar como um impulso de força política partidária. Numa sociedade, onde o poder civil pretende instaurar o racismo, não incumbe a todas as religiões a defesa de um programa de dignidade humana, contra a supremacia ou o monolitismo da cor da pele?

Esta “subversão” ética de um Estado miserável (como sucedeu contra toda e qualquer expressão de força totalitária) não deveria ser o estilo normal de uma religião chamada “à coragem”...?

Com certeza que, numa sociedade laica e democrática, a Igreja não representa um poder temporal ao lado ou superior à dominação política. Bendita a hora em que esses poderes ficaram pertença da poeira de outros tempos...

Mas numa democracia (e pluralista, passe a redundância), onde a Igreja não lavra orientações nem impõe regras à sociedade em geral, pode acontecer, e acontece, que um forte pendor moral envolva essa mesma Igreja, por razão das suas concepções de vida, dos seus contributos humanizadores, das suas figuras emblemáticas, das suas reflexões decisivas para o conjunto da consciência colectiva. Mesmo os desvios e pecados dos seus filhos põem a descoberto o tom humano – e não angélico – dos seus membros. Este horizonte de património intelectual, de competência e de sabedoria e de sensibilidade para vazios sociais torna-se fonte de credibilidade cívica. Sem exércitos nem mecanismos tecnológicos, o saber e a solidariedade, sem abrirem a boca, são uma instância de excelência!

São tudo isso para os seus seguidores. Mas são-no também para muitos que estão longe de partilhar muitos aspectos da sua crença. Ainda não há anos que um determinado político (bem distanciado da fé cristã) chegou a sugerir que fosse entregue à Igreja o cuidado geral pelas carências sociais do país, facultando à mesma Igreja todos os contributos económicos da responsabilidade de um determinado Ministério. Felizmente que a Igreja teve a sã inteligência de não aceitar... a proposta política... Houvesse quem a imitasse!

Enunciar princípios seus e para os seus, acentuar as “luzes” da consciência, iluminar rumos e estilos de conduta no âmbito da formação individual é, totalmente diferente, da mesma Igreja se configurar como uma força mundana, com pessoas e instâncias em ordem ao domínio do temporal.

É sua responsabilidade debruçar-se sobre problemas e concepções de família, da orientação sexual, do aborto ou da eutanásia. Mas, no mesmo grau, é função do seu magistério social formular directrizes sobre o justo salário, a cooperação entre classes, a justiça diante da imigração, a defesa dos direitos humanos, etc, etc.

O que eu acho é que, nestes domínios sociais, os crentes são muito menos sensíveis e empenhados. Talvez pelo facto das posições doutrinais da Igreja serem muito mais avançadas que a inspiração teórica dos partidos escolhidos!

Acontece insurgirem-se, inclusivamente, e até denunciarem a quem de direito, o padre X... ou o bispo Y, pelo simples motivo de eles terem criticado situações políticas, defendidas pelo clube partidário de que esses cristãos eram sócios. É verdade...

Três conclusões me proponho destacar:

a) Que esses critérios da formação cristã da consciência (sejam os do aborto ou os do repúdio de despedimentos laborais, por ex.) sejam reflectidos, estudados e dialogados, ao contrário de desencadearem autos de fé... Dum lado, protesta-se contra a mentalidade atrevida de quem pretende sacudir a estagnação; do outro, repudia-se o sistema atrasado e conservador...

b) Que esses critérios e soluções da parte de um sistema religioso nunca sejam enunciados como imposição a uma sociedade em geral, à laia de um nunca Estado islâmico.

A perspectiva jurídica e científica em que assentam (ou devam assentar) tantas dessas questões, deveria constituir uma prioridade na sua solução.

c) Que todas estas preocupações temporais encontrem eco na acção dos leigos cristãos. Nenhum destes temas deveria ser excluído. A coragem em preservar a família, em defender a sã e respeitadora formação de crianças e jovens e em tomar posições sobre a defesa de vida é a mesma que actua no domínio das preocupações da paz, que classifica a guerra de desumana, que discorda do trabalho precário, que denuncia a escravatura dos oprimidos...

No Portugal de outras épocas, a Igreja podia “fazer política”, logo que fosse de direita... Se não fosse de direita, esse “fazer política” era traição de lesa-Pátria. Que em democracia, essas incoerências sejam curadas!


Lisboa, 11 de Fevereiro de 2005


Abraço fraterno

Miguel

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 13:02

Está tudo dito.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 13:12

Não se trata da posição da Hierarquia, mas do Bispo das Forças Armadas. Tão valida como a do Padre Lereno.
Está tudo dito.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 13:22

Sem dúvida caro João Luís... tens razão em dizer que a opinião de D Januário não é a posição da hierarquia como um todo, mas a de um dos seus membros. Penitencio-me pela ambiguidade da minha expressão: referia-me naturalmente à posição de um dos membros da hierarquia... e não vale a pena falar em valores: a sua posição vale tanto com a do Pe. Lereno, a minha, a tua e a da catolicapraticante ou a de outra pessoa qualquer. Sendo o voto uma questão de consciência, nem faz sentido falar em valorações de juizos. E eu não o fiz: apenas disse que subscrevia a posição do D. Januário... como poderia ter dito que subscrevo a tua ou a do Pe. Lereno, as quais, com todo o respeito, não subscrevo inteiramente. O que não tem mal nenhum nem significa nada: faz parte da discussão de ideias suposto num forum.

Abraço fraterno

Miguel

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 13:24

De resto, eu não disse que era A posição da hierarquia mas UMA posição da hierarquia. E isso faz toda a diferença em Português. A pedra atirada foi escusada.

Abraço fraterno

Miguel

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 13:36

Não foi pedrada nenhuma, foi o esclarecimento a todos do sentido de não pensarem que a Hierarquia falou pela boca de D. Januário. Apenas isso.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 16:32

Caro Miguel (Rmcf),

Obrigado pela tua mensagem. Congratulo-me pela coragem do D. Januário Torgal Ferreira em assumir a sua posição publicamente, correndo o risco, ao o não fazer, de ficar uma ideia distorcida na sociedade do qual é a posição da Igreja. Só é pena que provavelmente a mensagem do D. Januário não terá tanto tempo nos media como a polémica criada em torno da homília do Pe. Lereno.

Das tuas palabvras, só há um aspecto que tenho as minhas dúvidas: se a posição de um padre tem o mesmo valor que a de um bispo. Não estaremos a menosprezar o conceito de hierarquia quando colocamos ao mesmo nível um bispo e um padre? Se a resposta à minha pergunta for afirmativa, então poderemos indutivamente concluir que a posição de um padre tem a mesma validade que a do Papa (Bispo de Roma)...

Luis

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 16:50

Caro Luís,

penso que tens razão nas tuas dúvidas. Eu não afirmei, nem podia, que um padre e um bispo detém a mesma autoridade. Naturalmente há uma diferença de qualidade. No entanto, neste caso concreto, estamos puramente no domínio da opinião, do juízo concreto acerca dos critérios que devem nortear os católicos na sua opção eleitoral. E essa é uma questão de pura consciência: o católico deve votar em consciência e, nesse sentido, não tem de seguir o juízo de um bispo que, ainda para mais, é tambem a sua posição pessoal. É neste sentido que digo que neste caso a opinião de um bispo é igual à de um padre ou à de um qualquer católico. De outro modo, o bispo poderia dizer concretamente o partido em quem votar e defender que o católico deveria subordinar o seu próprio juízo`à avaliação feita por si próprio, o bispo. O que levanta outras questões como o facto de todos os bispos terem/deverem, neste contexto, ter uma opinião unânime sobre em quem votar, para evitar contradições, o que me parece muito pouco verosímil.
Por isso, neste sentido, se o papa dissesse que se deveria votar em X, era mais ou menos indiferente: era uma opinião e nada mais; de outro modo seria uma grave ingerência no mundo temporal, atitudes que felizmente, como refere D. Januário, já passaram há muito.

Abraço fraterno

Miguel

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Augusto (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 17:15


A diferença de um bispo e de um padre, são enormes.

O bispo, é como um pai de um sacerdote.

Quem concorda comigo?

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 18:04

Caro Miguel (Rmcf),

Obrigado pelo teu esclarecimento. Compreendo agora, que por ser um posição meramente opinativa, ambas tem semelhante valor.

Um abraço,
Luis

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 12 de February de 2005 23:23

Há uns anos, um Bispo de nome Gaillot, teve umas opiniões, inovadoras, diferentes daquilo que a Igreja sempre ensinou. Opiniões fruto de muita meditação e vivencias várias. Mas apenas opiniões. Quando as mesmas se tornaram incompativeis com o que a Igreja sempre ensinou, e não havendo o desejo por parte do mesmo de deixar de as ensinar, foi removido da sua diocese e criou uma diocese virtual.
Não creio que no ambito das opiniões a de um bispo valha mais do que a de um padre. O Padre Lereno ateve-se ao ensinamento da Igreja sobre o assunto. D. Januário não diz nada que o padre Lereno não deixou de dizer. Completou com outras questões como o desemprego, salarios em atraso etc.
Não vejo nenhum antagonismo entre o que o padre Lereno disse e o que D. Januário disse.
Depois de o ler, fico com a mesma ideia que tinha antes sobre os criterios de voto.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 13 de February de 2005 01:28

Um esclarecimento sobre o bispo Gaillot, que tendo sido retirado da sua diocese, não deixou de ser bispo, não foi excomungado, não foi proibido de falar (tem agora uma audiência como nunca teve)... Cf. www.partenia.org.

E é verdade que não há antagonismo entre o Pe. Lereno e o que disse D. januário. E, que eu saiba, poucos aqui disseram que estavam contra O QUE foi dito pelo Pe. Lereno. O que D. Januário fez foi COMPLETAR e dar uma dimensão MAIS ALARGADA ao que o Pe. Lereno e muitos outros padres tão zelosos da doutrina moral mas tão esquecidos da doutrina social andavam por aí, de forma redutora, a pregar. E desde o início deste tópico, várias pessoas pronunciaram-se exactamente no mesmo sentido de D. Januário, que, como é óbvio, não descobriu a pólvora. Permitam-me apenas copiar aqui três passos da sua mensagem de que gosto particularmente:

«É responsabilidade da Igreja debruçar-se sobre problemas e concepções de família, da orientação sexual, do aborto ou da eutanásia. Mas, no mesmo grau, é função do seu magistério social formular directrizes sobre o justo salário, a cooperação entre classes, a justiça diante da imigração, a defesa dos direitos humanos, etc, etc.».

«Que esses critérios e soluções da parte de um sistema religioso nunca sejam enunciados como imposição a uma sociedade em geral, à laia de um nunca Estado islâmico»

«Que todas estas preocupações temporais encontrem eco na acção dos leigos cristãos. [...] A coragem em preservar a família, em defender a sã e respeitadora formação de crianças e jovens e em tomar posições sobre a defesa de vida é a mesma que actua no domínio das preocupações da paz, que classifica a guerra de desumana, que discorda do trabalho precário, que denuncia a escravatura dos oprimidos...»

A Igreja no seu todo tem muito a aprender com estas palavras... como este forum é por vezes testemunha....

Abraço fraterno

Miguel

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 13 de February de 2005 12:40

Neste momento circula pelas paróquias portuguesas um abaixo assinado de um Grupo de católicos precisamente com o sentido da intervnação do Senhor Bispo D.Januário elertando pra a instrumentalização política dos votos dos cristãos.

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