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Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 00:45

Peço desculpa ao meu amigo Frei Nuno Serras Pereira por colocar aqui este ultimo texto que me foi por ele enviado, sem ter falado com ele antes, mas penso que é publica e util a leitura do mesmo.



A Sem-razão de Paulo Portas e o Pluralismo dos Católicos



Nuno Serras Pereira
07. 02. 2005

1. Paulo Portas tem o mérito de proclamar que não aceita, nem ele nem o partido a que preside, o alargamento da “lei” homicida 6/84. No entanto, isso não o torna moralmente mais próximo dos pró vida do que dos pró homicídio/aborto. Entre quem promove a matança de muitos e quem advoga o morticínio de ainda mais a proximidade é muito maior do que a de qualquer um deles com quem defende a vida de todos. Ou melhor, há uma unidade fundamental entre os dois primeiros grupos e uma distância abissal entre qualquer um deles e o último. O facto de poder haver uma “aliança” táctica entre os pró vida e o primeiro grupo com o objectivo, da parte daqueles, de limitar o mal e, portanto, o número de mortes não os torna semelhantes ou afins.

Se Paulo Portas se limitasse a recordar a “lei” em vigor, enunciando-a, e repudiasse uma maior liberalização do aborto provocado, não viria daí mal ao mundo; se para além disso se distanciasse dela, como é um dever elementar de qualquer católico, fomentaria um grande bem. Porém, não é isso que ele faz. O presidente do CDS/PP falseia a “lei” actual, mutilando-a – de facto, omite sistematicamente as “razões” de risco para a saúde física e psíquica da mãe grávida, que ela contempla -, e afirma o seu acordo com ela denominando as “excepções” que contempla de razoáveis e humanas.

2. Vejamos, ainda que telegraficamente, as cinco excepções:

i) Violação: a) se algum jornalista tivesse o bom-senso de perguntar a Paulo Portas se advogava a pena de morte para o violador ele responderia prontamente que não. Se, de facto, ninguém defende a pena capital para o criminoso como é possível executá-la naquele ser humano inocente que não tem culpa absolutamente nenhuma do que sucedeu? b) Os estudos realizados com as mulheres que engravidaram por violação demonstram duas coisas 1) em praticamente todos os casos quem quer provocar o aborto não são elas, mas sim os familiares e amigos que as pressionam e constrangem fortemente, 2) o aborto provocado intensifica gravemente o traumatismo brutal do estupro, enquanto que o levar a gravidez avante é uma ajuda poderosa para superá-lo.

ii) Deficiência da criança nascitura: este motivo eugenista julgar-se-ia ultrapassado com a vitória sobre o nazismo, seu grande cultor. Que esta deriva demoníaca e pagã seja, agora, assumida nas legislações de muitos países de matriz humana e cristã é altamente preocupante. A vida que, por mais desamparada, mereceria maior amor e cuidados é cruelmente exterminada. Se os pais, ou a mãe, por várias circunstâncias possam não se sentir com forças ou preparados para cuidar do filho nascido poderá ser compreensível. No entanto, não lhes faltará o auxílio e a solidariedade de muitos e, em última análise, casais prontos para adoptarem a criança ou instituições preparadas para a receber (o mesmo se diga em relação à violação) e lhe darem a assistência, amor e carinho de que precise. Acresce que, como numerosas investigações sobre o sindroma pó aborto têm verificado, este é mais intenso nas mães que abortaram seus filhos precisamente por serem deficientes. Depois, há os múltiplos enganos nos exames médicos, mesmo dos considerados mais sofisticados, sabendo-se hoje sem margem para dúvidas que muitas crianças saudáveis têm sido mortas por se pensar que eram deficientes. Importa ainda considerar que ao desaparecerem, porque exterminados, aqueles que hoje consideramos deficientes (ao se eliminarem esses extremos) aqueles que ficarem então nas margens passarão a ser tidos pelo que até então não eram. E a consequência será que qualquer pequeno defeito passará a ser considerado uma enormidade monstruosa e inaceitável, justificadora do recurso ao homicídio/aborto. Basta recordar o que sucedeu na Alemanha de Hitler em que crianças eram eutanasiadas por defeitos físicos totalmente irrelevantes.

iii) a) Saúde psíquica da mãe grávida: ainda há pouco tempo a Ordem dos Médicos veio afirmar o que era evidente e que só uma manipulação gigantesca pôde tornar admissível: não há nenhuma situação em que o aborto provocado seja indicado para salvaguardar a saúde psíquica da mulher grávida. Poderia ter ido mais longe e adiantar, como o virá certamente a fazer no futuro, que qualquer homicídio/aborto é gravemente prejudicial à saúde psíquica da mãe.

b) Saúde física da mãe grávida: não há equiparação possível entre a saúde de uma pessoa e a vida de outra. Se estes dois direitos alguma vez colidirem é óbvio que o direito à vida tem prioridade absoluta. Mas aqui como na alínea anterior dá-se o caso de que o homicídio/aborto constitui também um perigo para a saúde física da mulher. Como já o tenho referido em outros artigos os efeitos nefastos do aborto provocado para a saúde quer mental quer física dispenso-me agora de o tornar a fazer.

iv) Perigo de vida da mãe: Como reza um manifesto assinado por cem médicos dos USA, não há nenhuma circunstância, nos dias de hoje, em que seja necessário provocar directamente o aborto para salvar a vida da mãe. Pode, sim, acontecer, mas isso do ponto de vista ético ou moral não é um aborto, que um tratamento para salvar a vida da mãe implique indirectamente como efeito previsto, mas não desejado a morte da criança.

3. Paulo Portas não pode ignorar estas coisas uma vez que os seus “assessores” para estas questões sabem-nas muitíssimo bem. Esta é uma razão acrescida para nos arrepiarmos com a sua frieza letal, irracional e desumana. Alguém poderá pensar que a posição que ele tem é o preço a pagar para ter um bom resultado nas eleições ou para subir na vida política e que, por isso, não pode deixar de trilhar esse caminho. A esses, caso assim fosse, importaria lembrar que quem “vende a alma ao diabo”, tarde ou cedo terá de pagar a factura, e o preço é sempre demasiado elevado.

Para que o presidente do CDS/PP pudesse afirmar com verdade que a posição oficial do partido aceita e defende o direito à vida teria de reconhecer que ele é universal e inviolável, e que, por essa razão, nunca, sem excepção alguma, se pode atentar contra a vida de um ser humano inocente; que jamais, sem excepção alguma, o Estado pode renunciar a tutelar a vida de todos e muito menos ainda participar na execução à morte de alguns, através dos deus serviços, recorrendo para tal aos impostos de todos.

4. É de saudar a iniciativa que um grupo de católicos portugueses teve de escrever uma carta aberta aos eleitores. Este texto que contribuirá seguramente para ajudar a formar a consciência de muitos corresponde a um dever de consciência (é nesta mesma linha que se deve entender a homilia equilibrada e doutrinalmente correcta do pároco da Igreja de S. João de Brito, padre Lereno Sebastião Dias). A citação longa que faz de uma Nota doutrinal da S. Congregação para a Doutrina da Fé deveria entusiasmar-nos a lê-la por completo. Quem tiver recurso fácil à Internet encontra-la no sítio do Vaticano.

Queria, todavia, explicitar aqui um ponto. A afirmação, tão abundante em documentos da Igreja, de uma legítima pluralidade de opções políticas por parte dos católicos não significa que toda e qualquer opção seja lícita. Alguém duvida, para dar um exemplo, da ilicitude moral de um católico aderir ou votar no partido nazi? Há aí alguém que advogue a legitimidade de um católico votar num partido político que promovesse o anti-semitismo, a escravatura ou a pedofilia? Eis a razão porque a Nota doutrinal afirma no nº 4: “… a consciência cristã bem formada não permite a ninguém favorecer, com o próprio voto, a actuação de um programa político ou de uma só lei, onde os conteúdos fundamentais da fé e da moral sejam subvertidos com a apresentação de propostas alternativas ou contrárias aos mesmos.”.



Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 01:00

Caro Pe. João Luis,

Vivemos numa democracia. Daqui a duas semanas, acontecerá mais um acto eleitoral. Esta é uma altura propícia de campanha eleitoral: vamos entrar no tempo da Quaresma. Um tempo de conversão. Um tempo de mudança. Um tempo onde meditamos a Paixão do Senhor. Um tempo em que reflectimos a nossa vida. Que pensamos se fizemos bem ou fizemos mal. O quanto vivemos longe de Deus. E quantas e quantas vezes o Senhor nos falava ao ouvido e nós, distraídos, nem o ouvímos chamar por nós do alto da cruz.

Este é um tempo de reflexão. A todos os níveis.

A nota da Conferência Episcopal é sábia: «O primeiro dever dos cristãos é a participação responsável»; «A abstenção é uma grave omissão aos deveres de uma consciência católica.»

O cristão deve por isso informar-se dos programas dos partidos políticos antes de decidirem o seu voto. Devem também ter em conta que, infelizmente, nem sempre os programas são cumpridos. Para ajudar os cristãos nessa tarefa, sugiro que consulte um Especial Eleições Legislativas, preparado pela revista Visão. Aqui, encontram apontadores para os programas de governo dos principais partidos, notícias, agenda, e os actuais e mediáticos blogues. Existem outras iniciativas semelhantes a esta noutros orgãos de informação, como o jornal PÚBLICO ou a SIC.

Do que pude analisar dos programas de governo dos diversos partidos e das recentes declarações, só um único partido, o CDS-PP, é contra a realização de novo referendo sobre o aborto e à consequente mudança da lei. Dos dois maiores partidos políticos, PSD e PS, ambos propõem a realização de um novo referendo. Os partidos PCP e BE propõe a alteração da lei seja por referendo ou alteração na Assembleia da República.

Por este motivo, se um padre católico aproveita o tempo da homília para apelar ao voto nos partidos políticos que se opõem à alteração da actual lei, de uma forma indirecta, está a fazer campanha pelo CDS-PP. Já para não falar que a actual lei prevê a realização do aborto em determinadas circunstâncias, facto que é contrário à doutrina da Igreja. A doutrina da Igreja não admite a interrupção da gravidez em nenhuma circunstância. Aquilo que eu consideraria razoável num padre que se pretende manifestar sobre este assunto é que defendesse a alteração da lei para rever as situações onde a lei prevê a possibilidade do aborto. Mas não foi isso que o seu amigo Pe. Lereno defendeu, ou terá sido?

Defender a vida é um acto louvável. Mas há que o fazer a todos os níveis. Ser contra o aborto mas a favor da invasão do Iraque e do Afeganistão é incoerente! No Iraque e no Afeganistão morreram e morrem milhares de pessoas. Será que o Pe. Lereno se lembrou disso? Ou defender a vida é ser contra o Aborto e a favor da guerra no Iraque e no Afeganistão?

Luis Gonzaga

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 01:14

Caro Pe. João Luis,

Da mensagem do seu amigo Frei Nuno Serras Pereira concluimos, aquilo que já tinha dito na minha última mensagem, que a actual lei do aborto não está de acordo com a doutrina da Igreja. Por isso pergunto, porque é que nós, católicos, não promovemos a realização de um novo referendo sobre o aborto mas que também contemple a hipótese de eliminar as actuais situações que prevêm o aborto, tornando-a assim compatível com a doutrina da Igreja?

Luis Gonzaga

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 01:44

Qual é mais válido? O apelo descarado ao voto do Padre JL e do seu amigo Penela ou o apelo ao voto do Padre Màrio da Lixa????
Existe diferença quanto á idoneidade destes apelos? Claro que não!
Vejamos:
1 - São todos padres católicos, "pastores" do rebanho católico
2 - Nenhum deles está excomungado ou foi publicamente destituídpo do seu ministério, pelo que os seus apelos eleitoralistas têm igual valor...
3 - Todos eles utilizam arguementos teológicos e doutrinários católicos para indicar o votinho no partido da sua preferência...
4 - Todos utilizam a "catolicidade" para dar credibilidade ao seu discurso....

Portanto, sobre a credibilidades destas tristes atitudes estamos conversados.




Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 01:55

Concordo inteiramente Luis.
Quanto ao facto do CDS-PP ser o unico a não querer mudar a lei, a certamente que a culpa não é dele,mas talvez dos outros partidos, pelo que o Padre Lereno não tem culpa alguma.
Isso é uma questão interna dos partidos. Não esperem contudo que nos calemos quando despudoradamente defendem que a vida humana é referendavel e sujeita a variações da moda. O que não é admissivel é que partidos como o Bloco de Esquerda e a CDU afirmem que a Igreja tem de estar calada, numa clara alusão à politica seguida em Cuba, na China, na Coreia do Norte etc. Não esperem o silencio. A homilia serve para ajudar o fiel a entender a Palavra de Deus e vivê-la no seu dia a dia. O que o Pe. Lereno fez foi isso mesmo, nada tem de errado.
Talvez devessem ser os leigos a fazê-lo...... mas como muitos não seguem a doutrina da Igreja, compete aos Sacerdotes fazê-lo. E fa-lo-emos até à exaustão.
Quanto à questão da guerra do Afeganistão e do Iraque, estou com a consciencia muitissimo tranquila porque publicamente, em diversas ocasiões e locais, nomeadamente em conferencias, me manifestei absolutamente contra tais invasões.
Sugiro a leitura da mensagem para esta quaresma do Papa João Pulo II "Deus é a Vida e a Longevidade dos teus dias" numa clara correspondencia ao apelo reflexivo do Luis Gonzaga. Toda ela nos indica o caminho a seguir.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 01:58

Duas pequeninas notas, já que não quero entrar em questões de política partidária. Convém dizer que não tenho qualquer "fidelização" a qualquer partido político.

Apreciei bastante a última mensagem do Luís Gonzaga. O texto do P. Nuno Serras Pereira tem também aspectos importantes que vale a pena ter em conta. E um deles é que tanto quanto sei nenhum partido político se pode "arvorar" de ser a "voz" da Igreja Católica ou dos cristãos. Portanto, pelo menos num certo sentido, todos (os que formos) iremos votar sob um certo "estigma" do "mal menor"... E quanto a isto, teremos que ver muitos aspectos e não simplesmente o do aborto ou dos chamados "casamentos homossexuais"... De facto, o Evangelho defende a vida, mas não esquece outros aspectos que ainda não vi serem citados por alguns dos participantes que me parecem mais comprometidos com certas tendências. E um desses aspectos tem a ver com a justiça.

O que se passa é que, como se passou nos EUA com bispos a recomendarem o voto em Bush, em Portugal alguns católicos pró-PP (desculpem, mas aqui é necessária a referência) fixam-se sobretudo no critério da questão do aborto/IVG, na questão da eutanásia e dos casamentos homossexuais. A forma como argumentam parece-me "gato escondido com rabo de fora". O que diz o Luís Gonzaga acerca da campanha "(in)directa" em favor do PP em homilias parece-me pertinente. Não nos iludamos. E creio que sim, que os católicos têm que ponderar estes aspectos, mas sem esquecer os outros.

De resto, o P. João fala de pecado grave em quem votar em determinados partidos. Talvez seja bom lembrar a secular doutrina sobre a consciência... E é em consciência que as pessoas devem votar. Mesmo que a conciência seja errónea...

Senão, faço uma pergunta directa: é pecado grave votar no Bloco de Esquerda? E no PCP/CDU? E no PS? E no PSD? E porque não é no PP? ;-) P. João Luís, quer responder? Suspeito que não, pois não me respondeu a outras bem mais simples...

O que o P. Lereno disse "até" é verdade. Mas não é toda a verdade.

Reafirmo o que disse no início desta mensagem: não me move nesta mensagem qualquer questão político-partidária. Acho é muito envenenado algum tipo de argumentação que vejo por aqui. Ou então haja "coragem" de assumir: "os católicos só podem votar no(s) partido(s) A/B". Nessa altura, a conversa será outra...

Alef

PS.: 1. Lembram-se certamente daquela história verdadeira ou inventada daquele padre que no dia das eleições disse: "Caros irmãos, hoje é dia de eleições e votar é um dever de todos. Como estamos dentro da igreja não vos digo em que partido deveis votar, porque se estivesse lá fora, diria que deveis votar todos no X". Suspeito que todos sabem identificar o X...

2. Fica muito por discutir... Por exemplo, a questão da "suposta" unanimidade de critérios dentro da própria hierarquia católica... Isto daria pano para mangas... E, ligado a isto, o problema da divisão das comunidades cristãs por questões político-partidárias, onde os párocos são protagonistas... "Inocentes" homilias e não só...

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 01:58

"«Não é de todo aceitável a prática do aborto clandestino, típica do caso português. Ninguém deve esperar um silêncio contemporizador da Ordem dos Médicos perante situações como estas.» É assim que o Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos vê a situação no país no que respeita à interrupção da gravidez (IG).

Trata-se de um claro repto aos legisladores mas também à própria Ordem, incluso na primeira tomada de posição pública sobre a lei do aborto por parte do órgão que representa os psiquiatras portugueses. A posição surge como resposta a um questionário elaborado pelo DN, que visava clarificar os critérios de aplicação do texto legal quanto à causa de IG por motivos de saúde psíquica da mulher, tendo em conta os diferentes entendimentos da mesma cláusula expressos pelas práticas médicas portuguesa e espanhola (ver caixa).

Considerando «muito raras as situações em que se verifica, por causa do estado da gravidez, uma "grave e duradoura lesão para a saúde psíquica da mulher"» e apelidando de «abusiva» a prática dos médicos espanhóis que fazem uma interpretação «mais livre» da lei, o Colégio aprova, «globalmente, no que respeita aos critérios de natureza psicológica, a aplicação da lei nos serviços públicos portugueses» nos quais apenas efectuaram 37 IG por esse motivo em 2003

. Mas parece simultaneamente dar a entender que a prática dos hospitais quanto aos «outros» critérios deixa a desejar «Tem de se assegurar que há supervisão das práticas médico-sanitárias, transparência de processos e cumprimento integral da lei.» E conclui: «Se o acto de abortar não repugna à consciência individual da mulher e a sua situação preenche os critérios que a lei consente, a mesma deve poder realizá-lo em boas condições.»


Mas, talvez para compensar o longo silêncio da Ordem sobre estas matérias e demonstrar a injustiça da «crítica, não raro explícita, aos médicos portugueses que, como maus da fita, são retratados como encarniçados antagonistas dos "direitos das mulheres"», o Colégio vai mais longe. Invocando «as regras de um país civilizado e a sua saúde pública», insiste na intolerabilidade de se continuarem «a realizar entre nós abortos em condições de clandestinidade (...) que devem ser consideradas de todo indesejáveis e até potencialmente gravosas para a saúde das mulheres.»

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:04

Diz o P. Luís:

«Talvez devessem ser os leigos a fazê-lo...... mas como muitos não seguem a doutrina da Igreja, compete aos Sacerdotes fazê-lo. E fa-lo-emos até à exaustão.» (sublinhado meu)

Comento: mas que nota infeliz! Ai, ai, ai... Ai esta eclesiologia!

Alef

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:07

Cara Catolicapraticante
Desculpe, mas acha que estou a conversar consigo? É evidente que não. A sua opinião, é a sua, é livre de a partilhar e de se bater por ela. Contudo, não é ela que rege a minha consciencia, e por isso não pretendo mudar um micron a minha postura sobre o tema. Portanto não estamos conversados, porque não estou a conversar consigo.
Por fim, reafirmo que a culpa dos outros partidos terem pontos de vista contrários ao da Igreja não é problema meu mas sim de quem está à frente deles.
Como diz o povo, quem cala consente. E não posso consentir que as pessoas votem enganadas e pensem que a questão do Aborto e do casamento de homosexuais é uma questão de somenos importancia. Que o que importa é a barriguinha cheia - isto é a economia. O que interessa é quem nos tira da crise, quem baixa os impostos e aumenta os salarios.
Quem vota apenas a pensar na economia, confesso que é pobre mas de espirito.
Há questões mais profundas que tem de ser analizadas. E tenho a obrigação como Cristão, Baptizado de o fazer.
A diferença entre mim e o Pe. Mario é que ele está suspenso pela santa sé de exercer e o seu ministério de padre e eu não. Contudo, ambos somos baptizados, ambos somos portugueses, ambos pagamos impostos - como já sabe - e portanto, temos o direito neste pais livre e democrático de falar o que bem entendemos.
Já vi no seu historial aqui no forum, que o seu hobby cara catolicapraticante é calar as vozes que discordam de si. Continue, contudo a mim - como já viu - nao silencia.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:21

Neste caso o único voto que o PJL pode defendr é o voto em branco, porque nenhum partido, repito, nenhum está em consonância com a doutrina oficial da igreja relativamente ao aborto ( inadmissível para os fundamentalistas católicos em qualquer circunstância, mesmo no caso de estar em risco a vida da mulher ou de existirem malfomações fetais incompatíveis com a vida do feto).
De igual modo, nenhum partido tem no seu program a a obrigação católica ou a pretensão de mudar aactual legislação sobre o divórcio e de voltar a proibi-lo, como era norma no Estado Novo.

Portanto já percebi que este padre faz apelo ao voto em branco. Outra apelam ao voto na extrema direita, outros padres na eextrem aesuqerda. A atitude é precisamente a mesma e os argumentos são igualmente doutrinários e igualmente católicos.

Continuo a achar que é um comportamento pouco ético .

O padre MárioL continua a tão ser padre católico como os outros padres - pode celebrar e ministrar todos os sacramentos - tem portanto a mesma credibilidade "moral" em assuntos políticos que outro padre católico qualquer.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:32

Nota prévia: Sou contra o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Sobre o casamento dos homossexuais e a posição da Igreja, há algo que não consigo compreender. Eu explico.

Para a Igreja, qual é a validade do casamento civil entre um homem e uma mulher? Nenhum, mas corrijam-me se eu estiver enganado.
Se algum dia vier a ser legislado, qual será a validade para a Igreja do casamento entre dois seres do mesmo sexo? Nenhum.
Então se nenhum dos dois casamentos tem validade para a Igreja, porque é que a Igreja se opõe a um deles?

Perante a Igreja, um casal casado apenas no civil ou um casal em união de facto não é a mesma coisa? Corrijam-me se eu estiver enganado.

Se hoje dois casais do mesmo sexo podem ser vistos perante a sociedade como união de facto, que diferença tem para a Igreja uma lei que preveja o casamento entre seres do mesmo sexo?

Luis Gonzaga

P.S.
1) E que relação tem o casamento entre pesssoas do mesmo sexo e o tema deste tópico? Muito pouco. Não encontrei qualquer referência deste assunto nos programas dos principais partidos.
2) É claro que a Igreja tem legitimidade e liberdade para se pronunciar sobre este temas e todos os outros. A questão aqui não é essa.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:39

Corrija-me quem souber, mas não tenho notícia de o P.Mário da Lixa estar «suspenso pela Santa Sé de exercer o seu ministério de padre». Creio que lhe falta "incardinação" numa diocese, que é algo diferente. Em gíria "canonística", não foi "reduzido ao estado laical", pelo que pode celebrar validamente a Eucaristia. Falta-lhe um bispo. Por isso, já não pode, em princípio, confessar, porque para isso necessita de licença do bispo e suspeito que não a tenha. Suspeito também que isso não o afecte muito... Em certos casos, como o de perigo de morte, pode confessar válida e licitamente. De qualquer forma, é tão padre como o P. Luís ou como todos os outros.

É pena que seja tão fundamentalista como os que diz combater, só que de sinal contrário... Como dizia alguém, o fundamentalismo é uma ideia com uma arma na mão... Mas os fundamentalismos em nome de Deus (ou que se endeusam) são os piores...

Alef

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:51

Luís:

Colocas a questão: «Para a Igreja, qual é a validade do casamento civil entre um homem e uma mulher? Nenhum, mas corrijam-me se eu estiver enganado.»

Respondo: não é bem assim, embora a resposta seja algo complexa e me falte algum "material". Se for necessário, posso indicar um artigo sobre o assunto que vi numa revista não há muito tempo. De qualquer forma, há que distinguir dois casos: 1) se os "casados civilmente" são baptizados; 2) se não são baptizados. Se não são baptizados, o casamento civil tem um importante reconhecimento da Igreja, que vem aliás da Tradição antiga. Se são baptizados, a questão é algo diferente. Talvez se possa aproximar do valor "nenhum" que indicas, mas não é totalmente exacto. Por isso, se um baptizado se quer casar pelo casamento religioso e já foi casado civilmente com outra pessoa da qual se divorciou, há uns trâmites previstos (que não conheço bem) sobre as disposições da pessoa perante o casamento e o "significado" das opções tomadas. Foi o que aconteceu com Letizia Ortiz e que causou alguma polémica.

Não tenho agora tempo nem seria este o local adequado, mas a questão do casamento não é fácil, pelo seu significado social. Colocam-se aqui questões de "canonização" social de um ou outro modelo de família e de sociedade... E o Cristianismo tende a tocar em todos os pontos da vida... Não é exacto que essas uniões homo ou hetero, civis ou religiosas, sejam exactamente o mesmo... Mas sobre isto não estou muito inspirado ;-)

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 08/02/2005 02:54 por Alef.

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 11:59

Acho muito interessante que o casamento dos homossexuais não seja um tema fracturante nesta campanha eleitoral, havendo uma relativa tranquilidade e consenso quanto a esta questão.

Há dois partidos que defendem claramente nos seus programas esta opção legislativa (B.E e PCP) e três que consideram que o actual quadro legal, que regulamente as uniões de facto é suficiente para salvaguardar os casais de homossexuais que vivem em comunhão de vida. (PS, PSD e PP).

Nos dois debates que acompanhei entre um líder da extrema direita (defensor da família tradicional e dos bons costumes) e os líderes dos partidos da esquerda e extrema esquerda (defensores dos direitos dos homossexuais e lésbicas e da existência de outros modelos de família), estranhamente, esta questão nem sequer foi colocada nem utilizada como arma de arremesso político por uma direita puritana e integrista.

Atenção que estamos a falar dois partidos políticos( B.E e PCP) que pretendem uma ALTERAÇÃO CONSTITUCIONAL que tornará os direitos dos casais homossexuais precisamente iguais aos casais heterossexuais, em matéria de casamento, adopção, direitos sucessórios e fiscais.

Ora, no debate político directo, no confronto de ideias frente a frente entre os vários líderes partidários, o candidato do partido de extrema-direita nem sequer aflorou esta questão. Significa que não a considerou gravemente ameaçadora para a coesão social da realidade portuguesa, senão, teria concerteza este tema sido alvo de um acesso debate.
Parece portanto existir um consenso político relativamente relativamente a esta questão, OU PELO MENOS, NENHUM PARTIDO POLÍTICO FAZ DA PROIBIÇÃO DO CASAMENTO ENTRE HOMOSSEXUAIS A SUA ARMA DE CAMPANHA, MESMO OS PARTIDOS DE EXTREMA DIREITA.












Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 13:08

Caro Alef,

Obrigado pela tua mensagem que serviu para me esclarecer. Parecia-me óbvio que os dois casamentos não fossem completamente iguais, mas desconhecia em que circunstâncias e que o facto de serem ou não baptizados poderia influenciar a situação em causa.

Sobre a dimensão política da questão, e ao contrário do que se passou na nossa vizinha Espanha, não acredito que seja um tema que suscite interesse a ponto de ser discutido nos próximos quatro anos.

Luis

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Joaquim José Galvao (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 14:00

Minha cara "católicapraticante" e meus caros

A começar gostaria de pedir à "católicapraticante" se se pode afirmar mais personalizadamente, todos damos os nossos nomes e todos já nos definimos o que somos e o que pensamos, neste aspecto já a estou a conhecer melhor mas, atrevo-me a perguntar se o seu cartão de eleitor tem escrito "católicapraticante" como nome próprio.

Em segundo lugar, respeitando o site paroquias.org digo que a causa deste fórum é o tema de como votar à luz do pensamento Cristão Católico sem que com isso se queira condicionar qualquer sentido de voto seja a quem for.

Em terceiro lugar digo que como casado à 25 anos , pai de 4 filhos (2 já universitários), como médico, ainda não entendi a razão da maioria da humanidade se definir pelo casamento heterossexual, mesmo não fecundo e surge agora a problemática dos direitos de heterossexuais se casarem.
As estes "casamentos" nada tenho a pronunciar-me mas que se lhes não atribua o estatuto de FAMÍLIA pois este deve ficar reservado aos casais onde, nem que apenas potencialmente possa haver reprodução e filhos.
Socialmente, mesmo nas diversas formas de acordos de formação de sociedade à especificidades que elas devem respeitar daqui que direitos e deveres de famílias onde se geram naturalmente os filhos e casais de homossexuais terá de haver direitos e deveres específicos mas diferentes dos das famílias. Isso será a contratualização que a sociedade civil terá de definir, sem prejuízos de ambos os tipos de reconhecimentos como formas de vida e de estar na mesma sociedade.

Famílias e casais homossexuais serão diferentes e logo os seus estatutos direitos e deveres também o deverão ser.
A terminar recordo que para as famílias a sociedade civil já respondeu em referendo e recentemente na maior petição apresentada até hoje na Ass da Republica que o que deseja do poder público e político é, e passo a transcrever:
MAIS VIDA MAIS FAMÍLIA

1. O povo português orgulha-se da sua cultura multissecular, da sua identidade forte, da convicção com que se tem batido por valores como a liberdade, a democracia, a auto-determinação dos povos. Desse património humanístico faz parte a protecção de toda a vida humana. Por isso Portugal teve a coragem histórica de ser um dos primeiros países do mundo a abolir a pena de morte.

2. Na cultura portuguesa actual, com traços jurídicos vigorosos — embora ainda insuficientes — afirma-se igualmente, como valor de fundo, a dignidade feminina, a projecção da mulher em toda a actividade comunitária, a maternidade.

3. Noutro plano, a natalidade tornou-se um dos bens mais necessários ao país, também do ponto de vista do equilíbrio entre pessoas idosas e população activa.

4. Neste Portugal de hoje parecem pois estar reunidas, mais do que nunca, as condições para que se lute pela vida e contra a pobreza; pela vida e contra a discriminação das mulheres, incluindo das mães grávidas nos locais de trabalho; pela vida e contra os atropelos à liberdade de ser mãe; pela vida e contra a falsa solução do recurso ao aborto, que deixa em quem o pratica sequelas físicas e psicológicas que o tempo não consegue sarar.

Tendo presentes estas premissas e

Considerando que o combate ao aborto clandestino deve, também, assentar na eliminação das suas causas económicas, sociais e psicológicas, objectivo que apenas tem sido prosseguido por iniciativas da sociedade civil, promovidas por aqueles que, em consonância com os progressos da ciência médica, defendem a vida humana e dignidade de cada ser humano, desde o momento da concepção até à morte natural;

Considerando que os valores expostos são inseparáveis de uma política de promoção da maternidade e da família enquanto instituição basilar da sociedade, designadamente no domínio das opções legislativas em matéria fiscal, laboral, de habitação, de segurança social, de saúde e de educação;

Considerando interpretar as mais profundas e genuínas convicções do povo português, expressas, de resto, recentemente em referendo, pretendem os signatários reafirmar a sua convicção de que a valorização da vida humana deve continuar a merecer, no Código Penal, a protecção, a todo o tempo, da vida intra-uterina, através da definição como crime, da sua violação, e apresentar aos órgãos de soberania a petição anexa.

MAIS VIDA MAIS FAMÍLIA

Nós, abaixo assinados, pedimos que a Assembleia da República e o Governo, cada um dentro da sua específica competência legislativa e regulamentar, aprovem:

a) O reforço da protecção da vida e dignidade de cada ser humano, no decorrer da actual revisão constitucional;
b) Um regime legal de protecção jurídica de cada ser humano, na sua fase embrionária;
c) Iniciativas legislativas de promoção da família nos domínios fiscal, laboral, habitacional, da segurança social, da saúde e da educação e
d) Medidas concretas de defesa da vida e da dignidade de cada ser humano, em particular, da mulher, muito em especial de apoio à mãe grávida em dificuldade, bem como ao recém-nascido.

24 de Janeiro de 2004

Seguiram-se mais de 275000 assinatura de norte a sul e recolhidas em menos de um mês e em plena liberdade de opção e de consciência em paralelo com grupos de opinião de pensamento diferente e com mais acesso à comunicação social

Responda quem pode e deve
Joaquim José Galvão


Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 15:02

Não tenho tido tempo nenhum para participar no forum, mas devo repetir aqui alguns aspectos que me parecem importantes:

a) não há nenhum "partido da Igreja"; sendo assim, não poderá a Igreja pedir o voto em qualquer partido;
b) a Igreja tem, como qualquer instituição, o direito de procurar intervir na sociedade [democrática] onde se integra; pode e deve esclarecer quais as suas posições, no respeito TOTAL pelas dos outros;

No entanto:
parece-me, como aqui já disse, redutor querer reduzir os critérios de escolha dos cristãos, exclusivamente ou quase, às questões de se ser contra ou a favor do aborto, contra ou a favor do casamento de homossexuais (que está longe de ser tema de campanha), contra ou a favor de um modelo único de família. Esta perspectiva parece-me tão redutora e até ridícula e condenada a um lugar tão distante como as homilias acerca do lugar da mulher como 'ajudante' do marido ou como 'fada do lar', contra as que usavam calças e queriam ter uma vida independente, homilias de que qualquer pessoa que tenha vivido há 30 anos se recorda bem. E quem, tendo vivido então, não se lembra das homilias violentas contra as leis que permitiram o divórcio civil, que tanto e tanto contribuiram para a exclusão de centenas de pessoas das suas comunidades paroquiais? (Já agora, não entendo como podem os sacerdotes que optam por este tipo de homilias não dizerem também que o voto dos cristãos deve ser nos partidos que defendam a negação do divórcio civil mesmo em caso de casamento na Igreja). Eu não embarco nisso: se esses são critérios importantes, há outros também relevantes que importa ter em conta e que atravessam toda a vida em sociedade, da educação à cultura, do desenvolvimento regional à economia: e, para todos eles, é possível ter uma perspectiva cristã que não vejo aqui tratada.

De resto,
o melhor voto dos cristãos, se a recusa do aborto ou do casamento homossexual fosse o único critério, nem poderia ser em qualquer dos 5 partidos até agora na Assembleia, uma vez que nenhum deles defende o que o Fr. Nuno Serras Pereira afirma: tenham coragem e defendam o PNR (www.partidonacional.org)! (ESTOU A BRINCAR!! Mas deviam ler: tenho a certeza de que muitos padres iriam votar neles e apelar ao voto). Mais a sério: com tais critérios, o melhor seria votar em branco...

Uma pergunta que me anda a fazer confusão: além dos critérios seguintes (ou pelo menos a sua maior aproximação possivel por parte de um partido, concedamos, visto que em nenhum isto aparece de forma clara),

i) defesa da vida desde a concepção;
ii) defesa exclusiva do casamento heterossexual;
iii) defesa de um modelo de família heterossexual;
[acrescento este: iv) negação do divórcio civil aos casamentos "pela Igreja"]


além destes critérios, não há mesmo mais nenhum critério que devesse nortear a escolha de um cristão?
Esta dúvida relaciona-se com outra: para quê, se forem estes os únicos critérios realmente importantes, apresentar extensos programas eleitorais? Não bastaria, na óptica que os cristãos deveriam então assumir, que os partidos se pronunciassem apenas em relação àquelas questões, que no fundo seriam as que realmente importariam e às quais todas as outras se deveriam submeter como secundárias?

Abraço fraterno

Miguel





Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 15:10

Acabo de saber que o Pe. Lereno também falou sobre o divórcio. Ainda bem... só se mostra coerente ;-)... mas as minhas dúvidas mantém-se...

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Joaquim José Galvao (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 16:49

Não me passaria pela cabeça se inscreve-se um filho no Colégio Militar reclamar o direito a não usar a farda do Colégio.
Não me passaria conduzir uma viatura sem a respectiva carta de condução.
Não me passa pela cabeça ser de um determinado clube desportivo e vestir o equipamento do adversário.
Logo não me passa pela cabeça ser católico e contestar as suas linhas de orientação e de conduta.
Mas sou livre
tenho os filhos na escola que queremos
tenho carta de condução de veículos ligeiros e não de moto
sou de um certo clube e não me visto das cores adversárias
não sou divorciado porque assumi a indissolubilidade do matrimónio
Mas sou livre e conscientemente feliz
e vocês?

Joaquim José Galvão

Re: O voto dos Cristãos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 16:51

Caro Miguel (Rmcf),

Obrigado pela tua mensagem. Confesso que não me dei ao trabalho de ler os programas dos partidos sem assento parlamentar. Tenho uma opinião diferente da tua: se os padres soubessem que o único partido que é manifestamente contra qualquer tipo de aborto e está de acordo com a doutrina da Igreja é o Partido Nacional Renovador, decerto que isso faria com que alguns padres reconsiderassem as suas homílias :-)

Luis

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