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Delírios tradicionalistas
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 00:32

Caros amigos,

Há já algum tempo que não iniciava um tópico de discussão neste fórum, mas o motivo assim o justifica.

Como sabem, existem em Portugal algumas pessoas, não diria que é um conjunto pois conseguem-se contar pelos dedos de poucas mãos, que se afirmam "tradicionalistas". Assim muito rapidamente consideram-se "mais papistas que o próprio Papa". Defendem algumas coisas engraçadas como já tivemos oportunidade de ler aqui e aqui no fórum.

Sinto até que o novo programa de humor da RTP - Os Contemporâneos - tem um pouco de inspiração neste conceito de tradicionalistas, ao contrário.

Ora bem, esta semana o nosso amigo e estimado Alef foi vítima da mais recente condenação pelo fictício e delirante Tribunal do Santo Ofício que existe na cabeça da personagem que dá pelo nome de Ascendens, no seu blog.

O Alef teve a amabilidade de partilhar connosco este delírio no tópico dos tiques. Só que isto é muito mais que um tique pelo que movi a sua mensagem para este novo tópico.

Um grande bem-haja ao Alef e que o Espírito Santo ilumine aquela pobre alma que dá pelo nome de Ascendens que bem precisa.

Um abraço em Cristo,
Luís Gonzaga

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de May de 2008 17:07

Nota prévia. Não tinha a certeza da pertinência em publicar o que se segue, mas, dada alguma correspondência durante o dia de hoje, decidi expor uma situação que oscila entre o patético e o preocupante… Mesmo que possa parecer anedótico.


Provavelmente alguns dos foristas mais «antigos» ainda se lembram da diatribe a propósito d’«O Sílabo de Antimises». Pois bem, a minha «saga» na blogosfera tradicionalista tem conhecido episódios bastante caricatos, sobretudo nos últimos dias. Dado que um dos intervenientes expôs a coisa publicamente (já direi como), e porque várias das pessoas que frequentam este fórum já se deram conta de grande parte do problema, aqui vai uma relativamente breve exposição, que se cingirá apenas ao que é do domínio público.


1. Primeiro, uma nota sobre «A Casa de Sarto», provavelmente o blogue tradicionalista português mais conhecido e mais antigo. Nos tempos de «O Sílabo de Antimises» (o Antimises elaborou aquilo que pretendia ser um sílabo das minhas heresias) comentei bastantes vezes n’«A Casa de Sarto». A partir de um dado momento, e sem qualquer aviso ou razão clara, as minhas mensagens deixaram de aparecer publicadas.


2. O Caso «Ascendens». No tópico «Qu’é qu’andas a debater?» dei o exemplo de uma longuíssima discussão sobre o grau de (in)falibilidade da bula «Quo Primum», a bula pela qual o Papa S. Pio V promulgou o missal tridentino. O autor do blogue, que assina como «Ascendens», Pedro de seu nome (como facilmente se vê no seu blogue), defendia que esta bula era infalível e irreformável, pelo que nenhum Papa poderia promulgar um novo missal. Eu rebati essa argumentação, mas, como dizia antes, a conversa deu para o torto, em boa parte porque o Ascendens começou a fazer umas confusões muito estranhas, atribuindo-me posições que não eram as minhas e apresentando-me um «ultimatum» estranhíssimo, que se baseava na atribuição de uma proposição que eu não enunciara, gerando uma confusão total.

Depois de uma «implosão» do blogue, voltou a aparecer eu voltei a comentar, mas então o Ascendens resolveu decretar um «apagão» de todas as minhas mensagens (inicialmente apenas as minhas), ficando as outras «dependuradas» (isto, dialogando com alguém que desapareceu). Depois apagou todos os comentários, isto é, também os de outros comentadores, e acabou por apagar também o tópico inteiro sobre a «Quo Primum». Perante tais arbitrariedades e decisões pouco normais, tomei a decisão de não voltar a comentar em tão estranho «blogue» que tira-põe-altera-apaga «como se le da la gana»…

No meio disto tudo, o Ascendens sempre foi pródigo em epítetos como o de «modernista» e «herege». Reclamei por e-mail, dizendo-lhe, com a citação do Código de Direito Canónico, a) que me mostrasse, citando, qual ou quais verdades que exigem «crer com fé divina eu católica» eu negava pertinazmente (é isto que define a heresia); b) que caso não provasse isso, incorria em calúnia grave.

Pois bem, o Ascendens respondeu a este e-mail privado em público, com uma «Declaração pública», onde se lê o seguinte (o negrito e o itálico estão no original):

Citação:
Ascendens
DECLARAÇÃO PÚBLICA


Para que se saiba, para que não haja dúvida, eu afirmei publicamente que o "Alef" era modernista (portanto herege) tendo por base as suas afirmações continuadas. Declaro também que, perante as suas insinuações, dispus-me com ele colaborar para que sujeite esta minha acusação à autoridade eclesiástica, e que haja "inquisitio", defesa, e tudo o mais próprio do julgar oficial.

Caso o "Alef" leia esta declaração, peço-lhe que aquilo que tem a fazer o faça depressa. Faça mesmo por favor.


Para que cesse o mal que o "Alef" espalha em forma de mentiras será publicado no próximo mês um grande artigo que tem por fim denunciar e alertar o público. Este acto é independente do supracitado.

Isto é deveras «notável», de tão absurdo. Além da ignorância demonstrada, e com Latim mal usado, o Ascendens parece prometer aquilo que poderá ser um segundo Sílabo das minhas heresias, para este mês de Maio. Naturalmente, não respondi a este absurdo.

Entretanto, o Ascendens continuou as suas «postagens». Uns dias depois, mais propriamente no dia 30 de Abril, deparei-me com um post sobre o Cardeal Joseph Richard Frings, um dos participantes do Concílio Vaticano II. O referido «post» tinha várias fotografias e dizia o seguinte (as gralhas pertencem ao original):

Citação:
Cardeal Arcebispo de Colónia
Josef Richard Frings


Nasceu: 6 de fevereiro de 1887
Arcebispo de Colónia (Alemanha): 1 de maio de 1942
Cardeal: 18 de 1946 a 10 de fevereiro de 1969
Presidente da Conferência de Bispos Católicos de Fulda: 1945 q 1969
Morte: 17 de dezembro de 197

Foi um dos principais protagonistas da revolução conciliar liderando forças internas do concílio designadas por "aliança europeia". Foi, portanto, um dos principais responsáveis pela normalização da heresia modernista dentro da Igreja.

Por mero acaso, fui ao artigo referente a este cardeal na Wikipedia… E que vejo eu? Que as frases mais problemáticas do artigo eram quase «ipsis verbis» as duas frases que terminam o «post» que acabam de ler!

Ora vejam as duas frases da Wikipedia (as gralhas e erros pertencem ao original):

a) «Foi um dos lideres da "aliança europeia" responsável por uma revolução silenciosa dentro do Concílio Vaticano II que que viera a determinar os resultados do Concílio.»

b) «É uma das principais figuras responsáveis responsáveis pela normalização da heresia modernista dentro da Igreja.»

Mais: vou ao «histórico» das edições do mesmo artigo da Wikipedia e vejo que as duas frases citadas correspondem a duas edições do mesmo artigo e com pouquíssima diferença de tempo em relação ao artigo publicado. Mais: o Googlebot fez uma cópia do «post», quando ainda não constava a última frase e a hora dessa cópia do Googlebot é muito próxima da hora de edição do artigo da Wikipedia. Conclusão óbvia com possibilidade de erro próxima do zero: a mesma pessoa que editou o «post» sobre o Cardeal foi a mesma que editou o artigo da Wikipedia. A repetição do mesmo tipo de erros ortográficos (por exemplo: «ceitas» em vez de «seitas») também é mais uma ajudinha.

Como se isso não bastasse, fui averiguar o «historial» do autor «anónimo» daquela edição da Wikipedia. Ora bem, o autor «anónimo» aparece com IP 217.129.191.146. O panorama é impressionante. Além de edições muito estranhas, há muitos actos de vandalismo e o registo de ter sido admoestado e até bloqueado temporalmente pelos gestores da Wikipedia. Foi o que me levou a escrever a mensagem anterior, neste mesmo tópico. Mas achei que não havia necessidade de relacionar o Ascendens com o referido autor «anónimo» da Wikipedia.

Contudo, o caso mudou de figura, porque depois de lhe contar por e-mail esta minha «casual» descoberta, ele não negou, apenas insinuou que eu estaria a inventar, mas tomou duas decisões «estranhas»:

a) da página inicial do seu blogue fez desaparecer a «entrada/«link» que dá acesso ao «post» que o «incriminava». Se eu estava/estivesse a inventar, que necessidade havia de esconder essa «entrada» na página principal?

b) No «post» completo, que, contudo, não desapareceu, o Ascendens fez uma coisa inaudita: na caixa dos comentários publicou todos ou quase todos os e-mails privados que lhe enviei!!! Digam-me, meus amigos, isto tem nome?!

[Caso o «post» e seus comentários sejam alterados ou apagados, continuarão visíveis por algum tempo uma cópia do Googlebot. Podem lê-los sem problemas de consciência, pois nada está ali de que me envergonhe. ;-)]

Mas, e desculpem a maçada, isto ainda não acaba aqui. Entretanto, o Ascendens defende uma «solução final», na qual pede que seja exterminada a pessoa do Alef. Ora vejam bem:

Citação:
COMUNICADO E REFORÇO
O CASO "ALEF"

Foi aqui feito um comunicado sobre o modernista "Alef". Venho agora por este meio reforçar o que fora dito.

Não está em causa a possibilidade das legalidades... está em causa valores mais altos que a Igreja ensina pelo seu Magistério como coisa da Revelação Divina e Verdade inabalável.

As ameaças constantes do modernista "Alef", as insinuações, chegaram por ele ao patamar da lei canónica e do julgar.

Depois do anterior comunicado o modernista "Alef" enviou-me um mail, não prosseguindo com seriedade o percurso do julgar canónico, não declinando ou tomando virilmente mão da situação, mas sim para, e estas coisas nele não são novidade, insinuar que saberia coisas a meu respeito (coisas pessoais) e que tais seriam preocupantes, ou denegririam a minha imagem.


Afirmo também que segundo dados bem objectivos, a pessoa do modernista "Alef" serve os interesses de Satanás e, assim sendo, é um mal a exterminar enquanto tal.

Aproveito para alertar a todos que a razão sem a Verdade é erro, e o vício do uso da razão por si só é mero vício de poder. A razão sem a verdade é a forma menos inteligente de agir, é o pensar do anticristo.

Quero ainda, e sempre mais, alertar para que todo o católico é MANDADO por Deus tornar-se santo. Isso implica partimos todos da plataforma do AGORA para a meta da Santidade. Também o modernista "Alef "deve ser santo, e se Deus manda é porque isso é possível. A santidade implica mudar (relativamente ao mal que tem de ser abandonado) e implica aprofundar no bem. Evidentemente que quem é modernista é obrigatório que o deixe primeiro de ser.

A imagem do «post» original também é significativa. Imagem que antecede o antepenúltimo parágrafo, que eu destaquei. Comentários? Creio que são desnecessários.



3. O caso «Vetus Ordo». Outro «site» tradicionalista, com novo caso. Há umas semanas mencionei um debate que estava a ter neste blogue. No dia 29 de Abril este «post» tinha 37 comentários, vários dos quais meus, como se pode ver ainda na cópia do Googlebot. Pois bem, ontem dei-me conta de que o referido tópico tinha sofrido uma «purga», que os meus comentários, juntamente com os de alguns anónimos, tinham sido eliminados, ficando o absurdo de uma mensagem que ficou ser uma resposta a um comentário meu que se «eclipsou». Ou seja, de 37 comentários originais, ficaram apenas 19, como se pode ver aqui.

Brevíssimo comentário: eu aceito de bom grado que os donos dos blogues não aceitem comentários contrários, mas que o digam, explicitamente! Do que aqui se trata é de uma grande deslealdade, para não carregar nas tintas.


4. Uma pequena excepção, na «Tradição Católica», o blogue da Magdalia. Já fiz menção deste blogue, no tópico «Quando ir à missa é pecado». Este é um dos blogues tradicionalistas portugueses com maior espaço de interactividade, porque, embora com «moderação» activada, a sua autora tem publicado as mais variadas mensagens e comentários. Nisto, honra lhe seja feita! E, contudo, pelos comentários dos outros protagonistas, nota-se que o Alef se tornou um problema para eles. Uns, porque recomendam que se não se me responda, outros porque simplesmente acham que os meus comentários deviam ser eliminados. E o problema não está tanto nos comentários contrários. O problema «é» o Alef…


Daqui se podem tirar várias conclusões. A mais séria de todas é que, infelizmente, estes tradicionalistas (refiro-me a estes, não a todos) parecem fazer tudo para corresponder às caricaturas que deles se fazem e a que tenho resistido. Noto aqui mais ideologia que teologia e religião, mais fanatismo que ética, mais despotismo que busca sincera da verdade. Porque parecem falhar no essencial. Quando se chega ao uso de expedientes de baixo nível como os apagões injustificados e a revelação pública de e-mails privados, isto mostra que estamos diante de casos muito sérios, que evidenciam a perda de valores básicos e talvez um desnorte total.

O que é assustador é a «justificação» ideológica, alegadamente tradicional (não é): com o argumento de que não têm «respeitos humanos» e que abominam o «diálogo» tudo é possível, incluindo a agressão pessoal e o pedido de extermínio. Extermine-se a pessoa do Alef!

Nisto sinto-me «obrigado» a concordar inteiramente com o que dizia o Albino O M Soares:

Citação:
Albino
«Denunciar como heresia o quer que seja é apostar no abominável, porque tanto quanto aprendi na história, o pronunciador pretensamente anti-herético não se preocupa com a verdade. O que pretende é simplesmente eliminar física, mental, psicologica e espiritualmente toda e qualquer pessoa que se atreva a questionar de forma incómoda o pensar ou agir predominante num determinado grupo.»

Mas há outras conclusões possíveis, uma das quais é a seguinte: na medida em que continuarem assim, esta é a prova provada de que este Tradicionalismo não subsistirá. Estas atitudes sectárias descredibilizam completamente os seus protagonistas. Esses, que se dizem os verdadeiros e únicos católicos, que apenas querem exterminar todos os «alefs».

Alef



Editado 3 vezes. Última edição em 06/05/2008 21:07 por Alef.

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 06 de May de 2008 17:27

Alef, tens toda a minha solidariedade!

Não compreendo como tens ainda paciência para tentar dialogar com pessoas tais que apelam a um argumento dos mais execráveis: exterminar outrem pelas opiniões que possui! Para mais tu, que és uma pessoa extremamente tolerante e com tanto cuidado em respeitar os outros!

Um grande abraço

Cassima

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 06 de May de 2008 19:59

Alef,

as coisas que tu lês...

João (JMA)

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 00:37

Alef,

mas quais são as tuas heresias afinal?

Acho que essas pessoas são perigosas, e ainda bem que não te conhecem pessoalmente nem sabem onde vives. Gaita!!!

Mas afinal conta lá quais são as razões que ela tem para dizer que tu serves o mafarrico e que tens de ser exterminado. Olha mas que bonito. Desejar matar o irmão. Tem que ser exterminado. Isso não são apenas tiques. São outras coisas mais graves que isso sim, nos afastam de Deus. Este ódio que nos move contra o outro.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 02:10

heresias do Alef?

Saber pensar, nao ter medo e dominar os assuntos.
Perturbador qb

Vou evitar tecer comentários sobre estes especimens pois não consigo ser amável perante tanta... pois.
Mesmo tentando compreender as razões que levam um grupo de pessoas a agarrar-se a uma concepção de Igreja perfeitamente ultrapassada, há azedumes que não se entendem.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 10:03

Citação:
Lena
Mesmo tentando compreender as razões que levam um grupo de pessoas a agarrar-se a uma concepção de Igreja perfeitamente ultrapassada, há azedumes que não se entendem.

Discordo. Não está subjacente a tais afirmações nenhuma concepção de Igreja, nem mesmo a do excomungado Lefebvre.

O que aqui temos presente é uma agenda pseudo-política com uma capa religiosa. Estamos perante uma ideologia pseudo-católica, e não perante questões religiosas. É uma questão de sectarismo, e não de Igreja.
Não estão interessados na evangelização, mas na Propaganda.
Se quiséssemos encontrar um quadro mental e histórico para os colocar, o mais aproximado seria o dos cátaros.

João (JMA)

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 10:49

Caro s7v7n:

Os tradicionalistas que tenho mencionado vivem obcecados pela ideia do modernismo (o «link» vai para uma definição muito breve, e, portanto, pobre; tentarei mais tarde encontrar um bom artigo).

Citam mais vezes o «Syllabus» e a «Pascendi» que a Bíblia ou Sagrada Escritura. O mesmo se diga da «Mortalium animos». Uma leitura descontextualizada e falsamente literal leva-os a encontrar contradições irremediáveis entre estes documentos e os documentos do Concílio Vaticano II e ainda entre os primeiros e o ensino da Igreja desde o Concílio, incluindo o Catecismo da Igreja Católica.


Assim, os tradicionalistas mais acérrimos rejeitam:

- o Concílio Vaticano II (aceitar o Concílio Vaticano II é a minha maior «heresia») (as palavras mais associadas ao Concílio são: «anómalo», «meramente pastoral», «pestilento», etc....);

- a Eucaristia celebrada segundo o «Novus Ordo» (apenas aceitam o missal de S. Pio V) (à Eucaristia celebrada segundo o «Novus Ordo» chamam-lhe: heretizante, protestantizada, mera ceia, etc);

- o Ecumenismo (que associam a «relativismo»; normalmente à palavra «Ecumenismo» antepõem o adjectivo «falso»: «falso Ecumenismo»);

- a colegialidade dos bispos;

- a democracia (muitos dizem-se monárquicos absolutistas);

- a tolerância (porque, dizem, «o erro não tem direitos»);

- o diálogo (porque o diálogo pretende, dizem, chegar a consensos e a verdade não se alcança por consensos);

- a liberdade religiosa (a maior objecção de Msr Lefebvre; não se pode dar liberdade às falsas religiões, dizem);

- a separação Igreja-Estado;

- os direitos humanos (alegam ser fruto da anticatólica revolução francesa, origem de todos os males);

- o diálogo inter-religioso (muitos consideram os Encontros de Assis um acto apóstata de João Paulo II);

- o Catecismo da Igreja Católica (de 1993);

- o Código de Direito Canónico (de 1983) (creio que nem todos dão muita importância a este dado);

- os «mistérios luminosos» propostos pelo Papa João Paulo II, porque, alegam, retiram o lugar de Nossa Senhora e substituem-no por um «ecuménico cristocentrismo» (este é um dos argumentos mais tontos que já vi);

- e um longo etcétera...


Quanto à ordem de extermínio da pessoa do Alef, parece evidente aqui a matéria criminal, mas acredito que isto seja sobretudo um delírio de um mau momento do «Aprendiz de Torquemada» vestido de «Terminator». Pena é constatar o silêncio cúmplice dos seus «compagnons de route», que bem conhecem este «post». Pessoalmente, custa-me ainda mais compreender a revelação pública de e-mails privados... São tudo formas de «terrorismo» nas relações humanas, onde se perderam os valores mais básicos da sã convivência. Contudo, este episódio mostra a cegueira a que pode levar o fanatismo falsamente religioso. Alguém dizia que o fanatismo é uma ideia com uma arma na mão...

Um dos argumentos que mais assusta entre os tradicionalistas é o do «respeito humano», um termo que hoje já não se usa muito na linguagem corrente, em parte substituído por aquilo que hoje se chama o «politicamente correcto». É frequente ouvir/ler de tradicionalistas frases como esta: «Eu não tenho qualquer respeito humano em relação a ti». Às vezes nem usam a palavra «humano».

É verdade que não devemos deixar-nos levar pelos respeitos humanos, isto é, não podemos ser cobardes e, em vez de dizermos o que pensamos e aquilo em que cremos, ficarmos à espera do que o interlocutor quer que digamos. Contudo, frequentemente os tradicionalistas usam este argumento como um enorme «guarda-chuva» que lhes serve de «protecção» para poderem recorrer aos mais variados meios... A invocação arbitrária da ausência de «respeitos humanos» leva facilmente ao uso «justificado» da violência, pelo menos ao nível verbal. Quem conhece a prosa do Orlando Fedeli compreende bastante do que estou a dizer, muito embora ele nem seja dos piores.

Nesta lógica do não ter «respeito humano», os tradicionalistas usam e abusam de termos como «modernista», «herege», «filhos de Satanás», «excomungados», «apóstatas», etc., para «etiquetar» todos os que não concordem com eles. Por exemplo, estes blogues tradicionalistas portugueses que citei tratam frequentemente os bispos portugueses não apenas como modernistas e hereges, mas mesmo como apóstatas. São frequentes as acusações de que os bispos Fulano e Sicrano e os padres Fuão e Beltrão pertencem à maçonaria.

Estas são formas de despersonalização e diabolização do adversário que mais facilmente lhes permite justificar a sua violência, verbal e outra. Isto pode levar a formas mais ou menos «soft» de talibanismo.

Esta é uma lógica absolutista de quem se sente dono absoluto da verdade. E, se, como repetem, «o erro não tem direitos», facilmente se sentem autorizados a fazer o que quer que seja contra o «erro». Esquecendo que, mesmo que o erro não tenha direitos, a pessoa tem sempre direitos, mesmo quando está errada. Não esqueçamos que vários tradicionalistas defendem o retorno da Inquisição, com fogueira e tudo. Porque, insistem, não podemos falar mal dela, porque muitos santos também a defenderam (dão frequentemente o exemplo de S. Domingos de Gusmão, um dado não aceite por toda gente).

Sim, a maior parte da energia dos blogues e restantes sites tradicionalistas move-se por motivações negativas, destilando muita raiva e muito ódio. Não estou a exagerar. Eles próprios o dizem.

Outro problema são as motivações de ordem política. Mas esse é um campo demasiado «minado», no qual não me vou meter agora. Quando em certos blogues,como n'«A Casa de Sarto», se apresenta o ditador Franco como modelo de governante cristão...

Contudo, haja uma ressalva importante. Aqui vieram ao de cima os comportamentos mais deploráveis. Não significa que todos sejam assim. Não são. Por exemplo, mesmo que o dono d'«A Casa de Sarto» tenha deixado de publicar os meus comentários, sem me avisar (e isso não posso louvar), não tenho nada de relevante a apontar em matéria de deslealdade ou violência.

Pena é que estes episódios sejam tão «vistosos» e os tradicionalistas não se dêem conta de que isto contribui cada vez mais para o seu descrédito. Mas isto já o disse antes e não tenho que o repetir.

Alef



Editado 2 vezes. Última edição em 07/05/2008 11:17 por Alef.

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 11:08

João
"Nim" :)

Eles têm uma imagem de Igreja que podes não considerar sequer válida ou minimamente estruturante, mas para eles é, daí falarem com tanto despeito dos "modernistas".
Os modernistas que lhes roubaram um ideal de Igreja que para eles existiu e deve ser retomado.
Quem é de psicologia/psiquiatria que diga - há distúrbios em que o doente está verdadeiramente convencido que as suas visões são reais e age como tal. Para ele são facto, para nós apenas delírios.
Para um politeísta todos aqueles deuses existem, são reais e tu estás errado ao acreditar apenas num. Se lhe negas a possibilidade de cultuar os seus deuses sente-se ameaçado e reage.
Os cristãos em regra não gostam dos regimes autoritários comunistas pois era-lhes vedado a livre expressão das suas crenças.

Para mim o paralelo (nas reacções) é evidente.
Será sempre assim? errrr.... nãooo

Que há neste caso particular uma linha política até concordo. O uso do termo "exterminar" é bastante revelador.
Religião e política nestes extremos são impossíveis de separar. O que nasceu primeiro neles? Não faço ideia. só sei que o resultado não é nada saudável.
O problema não está tanto naquilo em que acreditam mas no discurso de vítima (muito semelhante aos lidos em blogs de extrema direita) que amplifica uma suposta vingança, que se transforma numa enorme vontade de exterminar quem se opõe às suas ideias.
Sentem-se presas silenciadas mas anseiam por ser caçadores sanguinários. Isto não é normal, nem nada o justifica. É algo só possível em mentes profundamente perturbadas. Até pq ninguém os proibe sequer de respirar, eles é q se pudessem nos "decapitavam" a todos na hora.

O mais triste é que depois os inimigos do catolicismo vão pegar exactamente nestes casos anómalos e usá-los para divulgar um discurso oposto na ideologia mas em tudo igual na forma.

É caso para perguntar.... E não se pode exterminá-los?
hehehe

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 13:46

Lena,
mas o que sucede é que não têm nenhuma noção de Igreja.

A noção que tu referes como sendo de "Igreja" não é mais que um monolitismo pagão com um modelo de identidade total e completa entre o "religioso", o "político" e a "moral".

Ou seja, uma concepção de uma "verdade global" em que nada existe para além daquele quadro de referências.

Já existiram casos desses na história: daí o eu ter citado o quadro mais aproximado que é dos cátaros e o dos albigenses.

Mas se o quiseres podemos transportá-lo para o século XX e aí estas posições têm paralelo nas Religiões Políticas do século XX: o comunismo e o nazismo.

Regimes que não se confundem com o destes "tradicionalistas", mas que estão perfeitamente na mesma onda.

Se lhes quisermos dar uma qualificação mais do ponto de vista da história das religiões, teremos de os considerar seitas fundamentalistas.

Nota: é bom que fique bem caro que a noção de Igreja que aqui estou a qualificar não é a noção do excomungado Lefebvre, nem a de nenhum dos bispos que ele consagrou (e igualmente excomungados), ou a noção de Igreja da maioria dos tradicionalistas.
O que aqui estamos a tratar são casos patológicos com um pano de fundo tradicionalista.

Tracionalistas, no sentido próprio do termo, são estes.

João (JMA)

Re: "Tiques" tradicionalistas
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 17:18

Citação:
Ascendens
DECLARAÇÃO PÚBLICA


Para que se saiba, para que não haja dúvida, eu afirmei publicamente que o "Alef" era modernista (portanto herege) tendo por base as suas afirmações continuadas. Declaro também que, perante as suas insinuações, dispus-me com ele colaborar para que sujeite esta minha acusação à autoridade eclesiástica, e que haja "inquisitio", defesa, e tudo o mais próprio do julgar oficial.

Caso o "Alef" leia esta declaração, peço-lhe que aquilo que tem a fazer o faça depressa. Faça mesmo por favor.


Para que cesse o mal que o "Alef" espalha em forma de mentiras será publicado no próximo mês um grande artigo que tem por fim denunciar e alertar o público. Este acto é independente do supracitado.

Ah, que nostalgia que me traz este comunicado.

Estilo claramente Pepponiano.

Não sei se estão recordados do Peppone, aquele romântico lider comunista dos livros do D. Camilo. Que escrevia tal e qualmente clarissimamente bem e gramatical.

Se o resto for deste quilate, tenho de lá ir ler.

João (JMA)

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 19:55

É evidente a tendência dos humanos para se agruparem em correntes de pensamento. De modo que é melhor não pretender que um tradicionalista pense da forma que pensa um modernista. Para além de uns e de outros existe a realidade da mudança à qual ninguém escapa.

*=?.0

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 20:56

Alef,

não entendo estas pessoas. Então até o Catecismo rejeitam? Isso é uma novidade. O que é que não rejeitam? O seu umbigo? Estas pessoas parecem seguir apenas as suas vontades quebram esta comunhão com a Igreja. E são estas pessoas que se podessem mandar, se a Igreja recuperasse o poder, estaria novamente o caldo entornado.
Todas os outros temas que apontaste são totalmente legítimos. E não há razão para odiarmos os outros por estarem em comunhão com a Igreja. Visto que todos estes temas são coisa actual e aprovada pelo Vaticano, e que a meu ver promovem diálogo, quebram com o poder que essas pessoas tanto querem, e nos aproximam mais de Deus. Não vou dizer que estará tudo certo. Nunca está tudo certo. Para isso é que as pessoas vão conversando. Sem diálogo e apenas com opressão não se consegue nada! E é isto que estas pessoas parecem querer.

Detesto fanatismos, e olha, tens o meu total apoio, e podes contar comigo para os contradizer lá nos comentários do blog. Então não é que a dita senhora agora diz que:
Citação:
Exterminar? Guerras? Defendeu-se aqui o extermínio de pessoas?
Aqui apenas se defende a salva ção de todos. Isso qe afirmou é mentira da groça.

Vc é católicos por acaso?

Vocês também veêm os comentários cheios de sîmbolos como eu postei aqui? É uma seca ler as coisas assim. Anyway, afinal ela agora diz que não teceu comentários dessa espécie? E ainda pergunta se somos católicos. É piadinha não é? Isto é lamentável e deixa-me muito triste que se use o nome de Deus para fazer estas guerras.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 21:14

Desdramatizando um pouco a situação...

Esta frase é um luxo:
"Caso o "Alef" leia esta declaração, peço-lhe que aquilo que tem a fazer o faça depressa. Faça mesmo por favor."

Bem ao estilo do Octávio Machado e as suas teorias da conspiração.

Por outro lado, e o Alef que me desculpe a brejeirice, parece que o Alef está numa casa de banho e do outro lado da porta está este senhor a pedir-lhe:
"Que aquilo que tem a fazer o faça depressa. Faça mesmo por favor."

Oh Alef, não esteja a brincar com coisas sérias faça mesmo!

E bom, deviamos convidar este senhor Ascends para substituir o Badaró ou então bem que ele poderia fazer uma perninha com o Manuel Matos e "bomitar uns monelhos de cabelo":

Vale sempre a pena rever.

Em comunhão

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 08 de May de 2008 13:27

O terror nunca foi cristão. A ameaça nunca foi cristã. O ódio nunca foi cristão. A condenação nunca foi cristã. A desonestidade nunca foi cristã.

"se a fé mover montanhas, mas se não tivermos amor, nada somos".

O mais triste é que esse "ascendens" (pobre designação para tão fraco latim, como de costume) não faz a menor, a menor, ideia do que é ser cristão. Caros amigos, só o Amor salva. Que o nosso olhar, mesmo sobre quem nos agride ou ofende seja de amor. É só essa a nossa 'arma'.

Abraço fraterno,

Miguel

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: cristina dinis saraiva (IP registado)
Data: 08 de May de 2008 19:33

Haja bom senso

O movimento tradicionalista nada tem a ver com sectores sectários e fanáticos que polulam por aí.

Tenho plena consciencia que o facto destes putativos "defensores da tradição", muito prejudica.

Sites que se querem sérios como o paroquias têm de saber separar as águas.

Por tudo no mesmo saco é desonestidade intelectual

Cristina

ps - Este senhor está doente e devemos rezar por ele

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de May de 2008 23:41

Cristina.

Infelizmente, todos os casos que conheci até hoje caiem nestes estereótipos, com maior ou menor fanatismo, mais explícito ou mais discreto.

Sem dúvida que este foi um dos casos mais extremos que me lembro.

Pretendemos ser um projecto sério de Evangelização, mas casos como estes têm de ser desmascarados. Já no passado desmascarámos outras iniciativas que, a meu ver, nada tinham a ver com os ditos "tradicionalistas", pelo que não nos move qualquer sentimento "anti" o que quer que seja, nem é nosso propósito fazer guerra com ninguém.

Aliás, nem precisamos de ter muito trabalho a debater este tipo de intervenções. Basta dar-lhes tempo e deixá-los falar para que todos percebam muito facilmente o ódio, rancor, violência, etc., que brotam daquelas palavras. Nada disto pode vir de Deus, nem ser testemunho do Seu Amor.

Obrigado,
Luís Gonzaga

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 09 de May de 2008 00:49

Caros amigos:

Na sua enorme bondade, parece que o Ascendens me concede agora uma espécie de indulto qualquer... Modificou a sentença de extermínio! ;-)

Recordemos como estava o original:

Citação:
Ascendens
«Afirmo também que segundo dados bem objectivos, a pessoa do modernista "Alef" serve os interesses de Satanás e, assim sendo, é um mal a exterminar enquanto tal.»

E agora vejamos a versão «indultada», num Português de «luxo»:

Citação:
Ascendens
«Afirmo também que segundo dados bem objectivos, a pessoa do modernista "Alef" serve os interesses de Satanás e, assim sendo, é um alvo à conversão, passando pelo extermínio do seu papel erróneo

Agora quer exterminar-me o papel... :-s

Antes queria fazer-me a folha; agora quer exterminar-me o papel...

Entretanto, continua patente a revelação dos e-mails privados... A deslealdade em todo o seu esplendor...

Alef

PS.: E já recomeçou a purga dos comentários... Eu avisei... :-p



Editado 1 vezes. Última edição em 09/05/2008 01:08 por Alef.

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 09 de May de 2008 09:15

Ahah, ela chamou-me de mentiroso porque não defendeu o extermínio de ninguém e depois não publicou a minha mensagem de resposta. Lindo!

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Delírios tradicionalistas
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 09 de May de 2008 10:21

Cristina, ninguém está a meter todos no mesmo saco. Desde o início que o Alef e outros, têm vincado a diferença.

Cassima

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