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Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 00:58

De volta a Potugal, revigorados na fé depois deste encontro com o Papa.
A experiencia foi de facto unica em todos os sentidos.
1- Fomos acolhidos maravilhosamente num acto de amor imenso. É facil ser ecuménico em taizé. Na vida real do dia a dia é bem mais dificil. Os alemães entenderam o sinal dado pela Igreja Catolica de que esta podia ser uma oportunidade excelente de abrir as portas a Cristo. Protestantes - inclusivé pastores - aderiram à iniciativa, acolheram jovens nas suas casas, vieram rezar connosco. A pequena cidade de Wuppertal estava de repente com as igrejas cheias de jovens que cantavam a alegria de serem testemunhas da ressureição. De repente todos conversavamos uns com os outros como se conhecidos fossemos uns dos outros. Os confessionários da Igreja onde estivemos nunca estiveram sem ninguém.
2- As catequeses dadas por 3 Bispos, de grande profundidade, ajudaram a partilha depois de experiencias. Muitos deram testemunho do que é ser cristão no Brasil, no Chile, Italia etc. As missas foram verdadeiras acções de graças ao Nosso Deus.
3- A Catedral de Colonia - obra prima da humanidade. Como Deus inspirou o homem a fazer uma coisa maravilhosa como aquela.
4- A chegada do Santo Padre. De repente o Rio Reno parecia o Ganges. Não havendo espaço para todos dei por mim dentro de agua com as calças arregaçadas, á espera da Barca de Pedro passar. Unico. Estava farto de ver o Cardeal Ratzinger. Ver o Papa é ver a Igreja toda. Olhar o Bispo de Branco é ver Pedro com as suas fragilidades, mas aquele que apascenta o rebanho.
5- Vigilia em Marienfeld. O Papa não teve medo de apontar o caminho. Lembrou a sede de Deus do homem, as falsas repostas de espiritualidades new age, apontou Cristo como meta.
Simples e conciso.
A Missa foi especial. O Papa passou à minha frente. Quase lhe pude tocar. É um homem como eu. Mas é mais. É a Igreja que eu amo.
7 horas para sair do campo e chegar a casa.
Foi uma experiencia unica de partilha de experiencias de responder sim ao apelo do Papa.
Sidney 2008 vamos lá.....(Deus permita)

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 01:38

Dizer que o Papa é A Igreja roça o equívoco... ele é Igreja, mas não sozinho, nem é ele toda a Igreja... faz-me sempre pensar no L'État c'est moi (ou neste caso c'est Lui) de Luís XIV...

Quanto ao facto de ser fácil ser ecuménico em Taizé, quatro ideias:
1. Foi Taizé a comunidade que colocou e coloca o ecumenismo na ordem do dia incluindo na Alemanha; se tivesses ido, e não foste, a Estugarda, Praga, Viena, Budapeste ou Hamburgo TAMBÉM terias visto essa partilha;
2. Esta ideia das JMJ tem a sua origem na Comunidade de Taizé e nos seus Encontros de Taizé como é sabido e nunca foi escondido pelo papa João Paulo II: foi o Irmão Roger e a Madre Teresa os primeiros 'pregadores' das primeiras JMJ salvo erro em Roma;
3. É injusto dizeres que é fácil ser ecuménico em Taizé quando tu sabes as dificuldades com que, apesar das aparências, a Comunidade se tem deparado por exemplo com as Igrejas Protestantes e Católica em França ou na Suiça...
4. è também fácil ser ecuménico nas JMJ quando há uma máquina empresarial por trás que há 3 anos prepara ininterruptamente (e nem muito bem desta vez, ao que li nos jornais alemães e franceses) o evento e que já se está a mudar para Sidney... O esquema de 'angariação de famílias' é semelhante ao de Taizé... mas aponta-me lá uma catequese dada por um dos bispos protestantes, que mostre esse ecumenismo? Que eu saiba o D. Gilberto de Setúbal ou o D. João Braz de Avis de Brasília são católicos...

O papa "lembrou a sede de Deus do homem, as falsas repostas de espiritualidades new age, apontou Cristo como meta". Se tivesse sido diferente, aí sim eu admirava-me... eu achei uma homília sem sabor... lol... mas eu sou suspeito, desculpa... e não leves a mal...

Abraço fraterno caro Moisés

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 02:57

De facto tu és mesmo suspeito. Daí desculpar e não levar a mal.
Quem foi capaz de escrever do Papa João Paulo II o que tu escreveste, confesso que deste não poderia esperar mais de ti.
Talvez se a menina Teresa Toldy fosse eleita papisa ou Hans kung fosse eleito papa....te alegrasse.
Não levas a mal agora tu.
Fraternos abraços



Editado 1 vezes. Última edição em 29/08/2005 03:06 por Moises.

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 10:42

O que eu escrevi aqui sobre o papa João Paulo II não foram só coisas menos boas. Além disso foi publicado em frances com o "imprimatur" do provincial. E sabes bem que é opinião partilhada mesmo dentro da Igreja... não de toda claro...

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 14:05

Depois do que testemunhei em Taizé nos dias 16 e seguintes cada vez tenho menos disponibilidade para ocupar o espírito com pequenas questiunculas.

A questão central é se a igreja deve ser um espaço de acolhimento, de simplicidade, de comunhão, de dom de vida, de autenticidade na forma de viver uma relação com Deus como o irmão Roger bem nos ensinou ou se deve ser uma estrutura de comunicação de massas centrada na promoção da figura do Papa, como alter-ego de Deus.

Sinceremente, o papa pareceu-me muito pouco à vontade no papel de ìcone pop e aguardo serenamente a forma como vai imprimir o seu estilo às próximas JMJ. Acredito que preferiria estar connosco recolhido na Igreja da Reconciliação do que enfrentando a multidão nas margens do Reno.

Ainda falei com poucos jovens que estiveram nas JMJ mas a opinião é que a parte em que estiveram nas famílias foi excelente, mas que não gostaram tanto da segunda parte... não sei, também já não tenho idade para me sensibilizar com os movimentos de massas, perfiro a intimidade.

O Miguel tem razão quando diz que as JMJ forma inspiradas assumidamente pelos Encontros Europeus de Taizé, algo que o Papa João Paulo II sempre afirmou. Estes encontros tiverma sempre a capacidade de, apesar da multidão, encontrar momentos de comunhão e partilha, quase íntima, entre os partcipantes e os que acolhem. Assim as barreiras culturais e confessionais iam-se desmanchando, como testemunhei nos dois encontros de Londres em que estive. Se as JMJ mantiverem esse espírito, óptimo. Se servirem para a afirmação, como me pareceu, do nosso país ou movimento, numa lógica fechada como me pareceu entrever na reportagem sobre a participação das Comunidades Neocatecumenais, então algo está em contradição com a natureza universal da Igreja.

Uma das coisas que me fascina desde sempre nos encontros europeus que Taizé organiza é a ausência de simbologias nacionais ou de grupo nos momentos em que todos estamos juntos, que são básicamente as orações comuns. A verdade é que nos sentimos muito mais igreja assim do que a agitar bandeiras em tom de jogo de futebol...

Desculpem esta visão se calhar demasiado cota!

Tozé


Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 14:48

Parece-me que manifestações de massas do tipo JMJ são o oposto ao esforço ecuménico. Representam uma manifestação de massas muito bem organizada em que a Igreja católica, mediaticamente, demonstra a sua “força” , face a outras religiões.

Como estratégia de marketing, pode ter alguns efeitos, mas o ecumenismo não é concerteza um deles.

Outro aspecto paradoxal neste tipo de organização tipo woodstock, como lhe chamou alguns jornais alemães, é a fragmentação dos vários movimentos da igreja, cada um a fazer as suas próprias jmj, sem diálogo ou pontes entre os vários “movimentos”, alguns com estruturas de seitas.


Como diz a Agencia Ecclesia:


“Não é previsível que a JMJ possa fazer com que se dêem passos ecuménicos. O Papa não o pode fazer aqui, pelo que são precisos outros níveis, outros procedimentos, mas não há dúvida que a causa ecuménica é uma das suas prioridades”, disse o Cardeal Karl Lehmann, presidente da Conferência Episcopal alemã.
O próprio Bento XVI, na primeira entrevista do seu pontificado, fez questão de separar os planos entre a JMJ e o diálogo ecuménico, explicando que este último, como tal, “não está na ordem do dia em Colónia, porque Colónia é substancialmente um encontro entre jovens católicos do mundo inteiro e também com aqueles jovens que não são católicos, mas que querem saber se junto de nós podem encontrar uma resposta às suas perguntas”.

Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 15:52

Antes de tudo, espero que as férias tenham sido boas C.P.

Quanto ao tópico, penso que os Encontros e as Jornadas servem objectivos distintos mas com o mesmo fim, Louvar a Deus... as Jornadas são para consumo interno do Catolicismo e que são de extrema importância. Com show off, com marketing ou não o que interessa é por as pessoas a rezar e levá-las a conhecer a Deus. Não acredito que os jovens vão só para o turismo e também não quero acreditar que sejam encontros de grupinhos... mas quem sou eu para falar se tal acontecesse quando muitas vezes é malta de Taizé que se põe tantas vezes à parte?

As críticas que se fazem às JMJ são as mesmas que se fazem a quem vai aos encontros europeus e a Taizé.

Realmente as Jornadas Mundiais da Juventude provém dos Encontros de Taizé, mas como dizia Jean Vanier, "que a Igreja seja lugar de festa e comunhão" ou como dizia o próprio Cristo, "quando 2 ou mais se juntarem em Meu nome, Eu estarei lá!" e afinal não estamos a trabalhar para o mesmo Senhor?

Que se dê uma face alegre da Igreja, Ele é Deus dos vivos e activos e não dos mortos e amorfos. Como dizia S. Paulo que haja caridade em tudo e isso é o importante.

p.s- Benvindos aos que estiveram em Taizé e em Colónia.

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 16:32

Não conheço a "malta de taizé", por isso não posso ajuizar se essa malta "se põe tantas vezes á parte".
Mas claramente que uma semana passada em taizé assim como os Encontros europeus, não são ""para consumo interno do Catolicismo ", nem sequer são para consumo....

Nesta semana faziam parte do meu grupo bíblico dois ortodoxos da europa de leste, um luterano, dois alemães protestantes, dois catalães católicos e uma jovem anglicana em plena crise vocacional que buscava resposta ao apelo que deus lhe fazia a seguir o sacerdócio.
Diálogo ecuménico é isto.

Tozé ( a usar o computador alheio)





Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 16:56

Óbrigado pelas vossas intervenções...

Gostei bastante do que todos disseram... É evidente que as JMJ não têm o ecumenismo na agenda... seria ridículo pensar isso, ainda para mais na Alemanha... e não sou eu que o digo... O cardeal Lehman afirma-o também... Quanto ao lugar do papa neste encontro, só posso reproduzir o que eu próprio li e as palavras de um irmão francês que esteve lá... não se enquadrou... aquele era um lugar criado por e para o anterior papa... este com todas as qualidades que tem, não é um homem de massas... e isso, para mim, é mais bom do que mau... querer fazer das JMJ um encontro onde o ecumenismo foi algo importante é querer obedecer a uma agenda que não tem sentido... Mais uma vez... apontem-me bispos ou pastores não católicos que tenham tomado a palavra nas catequeses... de facto, estiveram presentes, porque precisaram deles para acolherem os jovens... mas não mais do que isso...

Concordo com o Tilleul... todos estamos aqui para o mesmo... o louvor a Deus é universal... não nego a importância das JMJ, mesmo se não me identifico... qualquer forma de louvar a Deus é sempre importante... e nas JMJ ou nos Encontros de Taizé ou em quaisquer outros as críticas são semelhantes... mas dizer que este louvor é uma manifestação de força e pujança dos jovens na Igreja não é totalmente verdadeiro... e o pior é que todos sabem isso... basta ver as celebrações um pouco por toda a Europa, pelo menos...

Abraço fraterno

Miguel

Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 18:02

Tozé,

A crítica mais apontada ao pessoal que vai a Taizé é que depois não participa nas paróquias e não se insere... claro que o inverso também acontece, a paróquia não aceitar um carisma diferente, mas por isso mesmo é que os irmãos de Taizé nunca quiseram um movimento em torno da comunidade.

Quanto à questão do consumo de uma semana em Taizé ou dos encontros... deixo-te apenas dois ponto de reflexão, quantas pessoas pensas tu que estão por tras de tudo aquilo que vistes? E achas que não há máquina que funciona à precisão em Taizé?

Quanto ao teu grupo bíblico, é fantástico que tivesses tanta diversidade mas também te digo desde já que tiveste sorte em ficar num grupo tão distinto. Há semanas que estão apinhadas só de uma nacionalidade, outras que só há uma confissão, mas pronto.

O importante é rezar... em Taizé, em Colónia, na Mariápolis, em casa, no caminho para o trabalho, no duche... que Ele esteja sempre na nossa mente e que O vejamos em tudo que o fazemos. Por isso gostei tanto do slogan da JMJ, "Viemos adorá-lO!" Que fixe!

Que cada um siga o carisma que mais se identifique... um amigo meu que é ortodoxo disse-me que os católicos tem os movimentos, os protestantes as igrejas (segundo os últimos dados nascem 5 novas igrejas evangélicas a cada dia) e que bonito é esta diversidade católica na unicidade da mesma Igreja.

Em comunhão


Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 19:26

"A crítica mais apontada ao pessoal que vai a Taizé é que depois não participa nas paróquias e não se insere"..

Que estranho.... os 55 jovens que acompanhámos em taizé estão inseridos em várias paróquias, participam em vários grupos, escuteiros, grupos de jovens, catequese de crianças e adolescentes e até alguns movimentos dentro da Igreja...

Parece-me bizarra esta observação, até porque taizé não é nenhum movimento, mas um lugar de encontro para que depois os jovens regressem ás suas comunidades e aí cresçam.

Por acaso há alguns movimentos que funcionam á prte dentro das par´quias, como missas interditas oas outros ecelebrações pascais fechadas....



Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 19:33

para reflectir

[www.dw-world.de]

toze

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 20:01


CP

Em todo o lado o negócio move, para cobrir algumas despesas!

O mesmo acontece com o Museu Judaico de Belmonte (*_-) Uma terra que 99% são Judeus. Os Judeus acreditam que Deus ainda não nasceu, certo?

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de August de 2005 20:54

Eu sou de Belmonte e não percebi onde a Ana quer chegar... não é verdade que 99% dos nossos conterrâneos sejam judeus, mas é verdade que ha uma comunidade residual de cripto-judeus , pobre e miserável, sobrevivente das perseguições ocorridas ao longo dos séculos que só com o 25 de Abril se foi assumindo publicamente.

A câmara criou um museu belissimo em memória das vítimas.

Espero não estar a inferir nesse comentário nenhuma insinuação anti-semita que não me parece tolerável num cristão... sugiro alguma leitura de história e teologia para esclarecer essa ideia mirabolante de que os judeus acrdeitam que Deus não nasceu! Quem escreveu o antigo Testamento? qual era a nação de Jesus Crsito?

Valha me Deus!!

Tozé

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 30 de August de 2005 00:13

Caro Moisés,

Ainda bem que gostaste das jornadas e que estas te marcaram de forma positiva. São experiências como estas que nos animam e dão força nos momentos de fraqueza.

Porém, a tua mensagem começa de uma forma que confirma algumas das minhas suspeitas. O que levou milhares de jovens a Colónia: um encontro com o Papa, ou um encontro com Cristo, com Deus? A tua mensagem responde-me a esta questão logo na primeira frase. E os outros jovens, com quem se foram eles encontrar?

Como alguém disse, não sei se neste fórum, esta tipo de jornadas eram a cara de João Paulo II, mas que pouco ou nada têm a ver com Bento XVI, e compreende-se porquê. Mas é importante corrigir os excessos da papolatria e dizer-se aos jovens que o encontro é com Deus, com Cristo Ressuscitado. Aliás, Bento XVI não se cansou de o dizer, de colocar Cristo Ressuscitado no meio da sua mensagem (já tinha saudades...).

Longe de ser a Igreja, o Papa faz parte dela, sem dúvida, mas não a esgosta de forma alguma. Se não, como nós poderíamos fazer parte dela se muitos de nós passamos anos sem ver o Papa, outros há que nunca o viram?

Este é um equívoco de muitos. Alguns até ilustres. Ouvi noutro dia uma infeliz afirmação de uma jornalista conhecida da nossa praça que é exemplo disso, ao referir-se a João Paulo II como Ecce homo. Ora, como todos sabemos esta afirmação refere-se a Jesus Cristo, tendo sido proferida por Pôncio Pilatos ao apresenta-l'O ao povo, durante a paixão: "Aqui está o homem!".

Depois, é preciso não ter ilusões do que representam estas massas de jovens reunidos. Teria sido muito interessante perguntar-se aos jovens presentes em Colónia quantos concordam com a condenação das relações sexuais pré-matrimoniais. Ou com a contracepção. Ou com a ordenação de homens casados, já para não falar da ordenação de mulheres. Sim, podes-me dizer que aqueles que foram contigo estão 100% de acordo com o que diz o Papa. Eu acredito em ti. E os outros milhares que lá estavam, também pensam assim?

Um abraço,
Luis

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 30 de August de 2005 00:53

Subscrevo inteiramente o que o Luís diz...

Julgo que é preciso dizer que as JMJ são positivas. Muito positivas mesmo... Como não? Centenas de milhares de jovens reunidos em nome de uma fé... contudo, estas jornadas estão muito marcadas pela figura papal. Atenção, e para que não fiquem dúvidas: eu não sou contra o papa ou a sua figura... mas sou contra a imagem que querem fazer dele. Sou contra quererem reduzir a Igreja a figura do papa ou querer resumir a Igreja ao que o Papa diz ou pensa... NUNCA assim foi... nem Paulo concordou inteiramente com Pedro (basta ler os Gálatas), e nem por isso deixou de pertenecer à Igreja.
Há evidentemente uma papolatria que me incomoda nas jornadas. E não é preciso negar... por amor de Deus... eu sei que quando se esperava a subida do Papa pelo Reno, bastou aparecer uma figura de branco, para as pessoas entrarem em delírio... e nem era o papa; e sei que foi de delírio, de 'loucura' como me dizia um jovem, quando ele apareceu...
Ora esta pop-satrização do papa parece-me excessiva e em última instância não-cristã. Deus está no Papa, ok; como no Padre que se atira à agua em histeria; como no jovem que chora quando o vê... mas quantos o viram nos marginalizados? Ou nos mais necessitados? Ou nos que tinham fome em Colónia? etc etc etc... O que me parece é que nestes encontros há uma descentralização do essencial para focar na figura do papa como clímax do encontro... ora o clímax do encontro é com Jesus Cristo... que o papa representa mas que não em exclusivo... Depois são uma manifestação para "parecer que somos muitos" e para "mostrar ao mundo a Igreja jovem"... nem uma coisa nem outra são necessárias: nem o Cristianismo precisa de mostrar a sua força numérica (não O abandonaram todos no fim?... não é de facto o número que conta...), quando todos o sabem com dificuldades evidentes no dito 1º mundo... E todos os padres sabem que a pressão numérica era importante, para que as Jornadas não fossem consideradas um fiasco...
Nem o Cristianismo tem de se mostrar jovem... tem de SER e isso não se consegue nas JMJ mas nas paróquias e grupos locais... O Luís coloca bem o dedo na ferida, na espécie de esquizofernia dos Jovens católicos nos nossos dias e nem vale a pena dizer que na paróquia X não é assim... hoje os jovens até podem ser muito cristaos e gritarem vivas ao Papa... mas não aceitam toda a sua mensagem sobretudo ao nível moral... e não estou a falar apenas de alguns... estou a falar, ao que julgo, da maioria dos jovens católicos...

Volto onde comecei: as Jornadas são positivas e devem continuar... Por que não? A Igreja não tem de ser monolítica, já aqui o disse mais do que uma vez... Mas não podem, não podem mesmo, basear-se em princípios de quantidade nem muito menos na figura únicas do papa... Mas, à parte isso, continuem...

Abraço fraterno

Miguel



Editado 1 vezes. Última edição em 30/08/2005 01:02 por rmcf.

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 30 de August de 2005 00:57

Os problemas da Igreja estão longe de se reduzirem ao ecumenismo. Ainda que fosse esse o problema mais importante, uma vez mais, Taizé não é a resposta final daquilo que a Igreja tem de ser. Nem Taizé nem a Opus Dei. Ambas são sopros do Espirito Santo.
Por este motivo não entendo o porque comparar o que não é comparavel.
As Jornadas Mundiais são um encontro de Jovens Catolicos, que vão fazer uma experiencia fortissima eclesial de descoberta de outras culturas, outras formas de viver a fé catolica. De uma semana em Colonia vi o Papa 3 vezes. E não foram os momentos mais marcantes.
O que me parece um pouco absurdo é "caminho" que este topico tem levado, parecendo que a comunidade ecuménica de Taizé é uma parabola do que será a Igreja do futuro, e que é nesse caminho que temos de ir.
A comunidade ecuménica de taizé, que eu frequentei durante muitos verões, é um carisma, fruto do Espirito Santo, mas um caminho. Apenas isso.
Ajuda a conhecermo-nos melhor, a aprofundar aquilo que nos une, a viver com o indispensável. Algo muito bonito, mas apenas um caminho dos muitos possiveis que o Espirito nos vai dando.
Discordo desta dicotomia do Luis opondo o Papa a Cristo. As pessoas foram á procura de Jesus. Isso eu posso testemunhar pelo grupo que foi comigo. O papa é o sucessor de Pedro. E sobre esta rocha Jesus edificou a Igreja. Fomos ter com aquele que nos confirma na fé.
Se vamos por ai, eu posso citar a quantidade de camionetas que vão cheias de portugueses que vão para Taizé para conhecerem polacas etc. Posso falar dos preservativos encontrados nas trazeiras das camaratas etc.
Tudo o que mete homens mete bom e mau. Acho que se deve valorizar o bom, e desvalorizar o mau.
Quanto à tendencia protestantizante na Igreja, apagando o papa, o ministério ordenado entre tantas outras coisas, não vou debater aqui.
Conhecendo ambas as experiencias, apenas posso dizer que são diferentes. Taizé está longe de ser melhor que as JMJ e as JMJ estão longe de eliminar as JMJ.
Sao coisas diferentes, o Espirito é o mesmo.

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 30 de August de 2005 01:06

Boa resposta caro Moisés,

mas aqui a primeira pessoa a comparar as JMJ com Taizé foste tu, ao que julgo... mas no essencial concordo contigo...

Abraço fraterno,

Miguel


PS: julgas que dos 800.000 jovens de Colónia nenhuns foram conhecer polacas? E julgas que não se encontraram preservativos? Lololol...

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 30 de August de 2005 02:20

lolololol
Espero que não................mas olha que não foi por falta de publicidade. A Poderosissima industria farmaceutica alemã que ganha milhões com os preservativos encheu a cidade de cartazes com eles de varias cores......
Sem falar da papelada dos grupos de lesbicas e gays de colonia, mais umas mulheres de alva e estola a passear dizendo-se sacerdotisas da deusa....
Uma fauna bonita e colorida.

Re: Jornadas Mundiais da Juventude - Colonia 2005
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de August de 2005 10:18

Pois,... os alemães ( e as alemãs) são ciosos da saúde pública ... Daí que tenha ahavido campanhas pra distribuir preservativos.
Já sobre as polacas, romenas, alemãs e outras e outros , em colónia, haveria tanto a dizer...

Se os jovens não usaram preservativos em colónia ( e noutros festivais onde se juntam milhares de jovens com as hormonas a saltitar) , aumentou concerteza a sida e as gravidezes indesejadas ( e prováveis abortos) á conta das JMJ....

O que não deixaria de ser patético.


ToZé

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