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Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 29 de November de 2002 21:09

EStes sermões do século V........

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 02 de December de 2002 10:35


Factos, argumentos, doutrina, onde está?

Até agora, à face das evidências, todos vós só podem considerar que, realmente, o Papa tem o primado em toda a Cristandade...

Quanto mais antigos forem os tratados e os sermões, melhor: mais demonstram a antiguidade deste primado, que remonta aos primórdios do Cristianismo.

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 02 de December de 2002 12:21

Não demonstram a antiguidade deste primado - demostram que desde cedo, este primado se tentou impor por todos os meios. Em algumas épocas foi eficaz. Noutras nem por isso.

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 03 de December de 2002 17:40


Mas dizes isso da boca para fora ou tens conhecimento dos factos de que as Igrejas antigas rejeitaram a comunhão com Roma, assumindo essa Igreja o primado?

É claro que não tens: porque isso não foi assim.

Continuas com os preconceitos e não sais daí. Então e as respostas a todos os argumentos já apresentados?

"Quem cala, consente", diz o povo.

Eu acrescentaria: "Quem não cala e mente, está demente"...

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 03 de December de 2002 18:32


Para acabar com outro mito, aqui ficam alguns recursos para compreender o chamado "Grande Cisma do Ocidente". Lembrem-se também que ainda hoje há pelo menos dois "papas": João Paulo II e Pio XIII, este último eleito pelos tradicionalistas e chamado portanto de anti-papa. Acho que não custa muito identificar qual deles é o autêntico...


"Gregório XII (no século, Angelo Correr, papa; nascimento Veneza, ca. 1323 - Recanati, morte em Macerata, 1417) já havia sido patriarca de Constantinopla e cardeal-presbítero de São Marcos antes de ser eleito papa em 1406 para suceder Inocêncio VII, no decorrer do grande cisma do Ocidente, enquanto em Avignon reinava Bento XIII. Para recompor a unidade da Igreja, comprometeu-se a pedir demissão do cargo se seu adversário fizesse o mesmo e aceitasse um encontro. Após o fracasso de tal tentativa, alguns cardeais ligados a ambos os lados reuniram-se em um concílio ecumênico em Pisa e elegeram um terceiro papa, Alexandre V (1409). Essa questão tão complexa e delicada só seria resolvida com o Concílio de Constança (1414), convocado pelo imperador Sigismundo de
Luxemburgo, que depôs tanto Bento como João XXIII que, nesse meio tempo, havia sucedido Alexandre V. Gregório XII tomou a iniciativa de abdicar, no decorrer de uma sessão conciliar (1415), obtendo em troca o título de cardeal-bispo do Porto e legado da Marca de Ancona. Também teve reconhecido o direito de ocupar, na hierarquia eclesiástica, o primeiro lugar depois do papa.


II Concílio de Pisa: tentativa de recompor o cisma do Ocidente.

O II Concílio de Pisa foi convocado na tentativa de pôr fim ao cisma do Ocidente.
Em 5 de junho de 1409, depôs o papa romano Gregório XII e o de Avignon, Bento XIII, declarando-os cismáticos. Para substituí-los, elegeu Alexandre V, que, no entanto, não teve aprovação unânime.


João XXIII (no século, Baldassare Cossa, antipapa; Nápoles, ca. 1370 - Florença, 1419), nomeado cardeal pelo papa Bonifácio IX em 1402 e legado pontifício para a província italiana da Romagna, exerceu uma notável influência política durante o pontificado de Alexandre V, a ponto de ser eleito para sucedê-lo no conclave convocado em Bolonha em 1410. A Igreja atravessava então um período de grave crise. Três papas reivindicavam o poder: Gregório XII (considerado o legítimo papa), Bento XIII (vinculado a Avignon) e João, que se estabeleceu em Roma em 1411. Quando o Concílio de Constança (1414-1418) foi convocado, sobretudo graças ao imperador Sigismundo de Luxemburgo, João participou dele com a esperança de ser reconhecido como o legítimo papa. Contudo, entrou em conflito com os padres conciliares, que o declararam deposto (29-5-1415).
Capturado em Sciaffusa, foi aprisionado em um castelo perto de Mannheim e depois de quatro anos foi resgatado (por 38.000 florins) pelo novo papa Martinho V. Este o nomeou bispo de Frascati (1419), além de reconhecer a validade de sua nomeação anterior para cardeal."


Alguns links:

[www.ku.edu]

[campus.northpark.edu]

<[campus.northpark.edu]; (Cronologia)

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 17 de December de 2002 22:41

João,

Pelo facto de um leigo católico pensar que existem coisas dentro da Igreja Católica que não estão correctas, faz dele um protestante. Aliás, basta termos sentido crítico, para aceitarmos isso com naturalidade. Se achas que tudo o que a Igreja, e a sua hierarquia, faz está correcto e é perfeito, então será difícil discutir o que quer que seja contigo: ou se aceita o que dizes, ou não se aceita. E nesse caso, a Igreja é uma instituição apenas divina, e não divina-humana, pois só Deus é perfeito.

Não raras vezes me tens acusado de protestante! Confesso que vindo de ti o recebo como elogio! Para além de que, não é pelo facto de me considerares como tal, que me sinto mais ou menos católico. Sinto que tenho um sentido crítico. E esse sentido crítico permite-me crescer na fé. Porém, não me é legítimo escolher dentro da doutrina, o que me serve ou o que não me serve e ter uma doutrina "self-service". Nada disso.

Agora temos de analisar as coisas como elas são e como se chegaram até elas.

Luis

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 18 de December de 2002 15:40

João,
Mas onde é que foste desencantar esse tal Pio XIII?

Luís,
"Pelo facto de um leigo católico pensar que existem coisas dentro da Igreja Católica que não estão correctas, faz dele um protestante"
Para além do mais era chato considerar que no bilião de católicos havia uma maioria protestante. :o)
Mas se ele te começar a chamar liberal, não te queixes...

João (JMA)

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 18 de December de 2002 17:47

JMA,

Não me posso queixar, pois também me considero (relativamente) liberal. Entenda-se o liberal como o oposto do "ortodoxo", e não associado ao conceito de libertinagem.

Luis

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de January de 2003 19:26


Não sei mesmo o que se passa nessas cabeças...

É claro que um cristão deve exigir sempre da Igreja que nela se manifeste o que ela propõe a si mesma, desde sempre, que é ser o Corpo de Cristo em caminho de santidade, dando testemunho autêntico da verdade da Encarnação e da Boa-Nova.

Luís, quando te referes ao sentido crítico, eu digo-te que o deves evangelizar... Eu tenho sentido crítico! Vê lá, até sou contra os contraceptivos! Há coisa menos criticada que isso?? Que jovem radical em Cristo que eu sou! E assim também a Igreja.

Nós, leigos, não temos nada para "ensinar". Em quase 2.000 anos, já está quase tudo dito e feito. A Igreja só tem de ser aquilo que se propõe a si mesma e é aí que entramos todos. O Cristianismo é a humildade de aceitar o que Deus revelou. É aceitar a Salvação que nos vem do Redentor. E Deus também nos deixou uma Igreja infalível para que todos O possam conhecer. Porquê é que isto é tão difícil de compreender?

Para a Igreja ser aquilo que deve ser, só o pode realizar em comunhão com o Bispo de Roma, que é o sucessor ininterrupto de S. Pedro. Para os mais distraídos na catequese (ou para aqueles a quem isto nunca foi dito, ou que sempre se quiseram convencer do contrário), a comunhão da Cristandade só se reúne em plenitude sob esse sucessor. Por mais difícil que vos seja acreditar nisto...

Quanto ao Pio XIII, existe mesmo. Conhece-o em [www.truecatholic.org] . Sabes, a nossa Igreja está perdida. Desde João XXIII que temos vindo a ter uma sucessão de anti-papas (como aqueles do Grande Cisma do Ocidente). João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, são todos anti-papas. E quem é o sucessor do último Papa autêntico, Pio XII? É o Pio XIII! Finalmente, 40 anos após a Cátedra de Pedro estar vaga, temos Papa! Pelo menos, é nisso que acreditam os "Verdadeiros Católicos"...

E vocês, acreditam em quê?

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 13 de January de 2003 17:39

João,

Não te abespinhes.

"Nós, leigos, não temos nada para "ensinar". "
Recomendo-te a leitura da Gaudium et spes nº 44: "Ela [a Igreja] verifica, com gratidão, que, tanto no seu conjunto como em cada um dos seus filhos, recebe variadas ajudas dos homens de todas as classes e condições."

"Em quase 2.000 anos, já está quase tudo dito e feito."
Infelizmente, não me parece que esteja.
A missão da Igreja continua, e muito mais terá de ser dito e feito. Como tem vindo a ser feito principalmente desde o Concílio Vaticano II.
Aliás o Papa (quero dizer o anti-papa João Paulo II :o)) ) tem sido particularmente "produtivo" em termos de documentos para a Igreja. Parecem-te redundantes?

Para a próxima pergunta peço alguma benevolência (sou um dos mais distraídos na catequese): parece-me contraditório que digas "Para a Igreja ser aquilo que deve ser, só o pode realizar em comunhão com o Bispo de Roma" para depois afirmares "a comunhão da Cristandade só se reúne em plenitude sob esse sucessor".
Não estarás a transpor para a Igreja uma noção política de presidência?

João (JMA)

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 13 de January de 2003 22:57

A propósito do "Pio XIII":o))

agradeço o link que rapidamente juntei à mais interessante pasta nos meus favoritos: "tangas-diversas".

ficou colocado entre os grão-mestres templários e os países virtuais, e não muito afastado da página dos taliban.

achei a forma de recrutamento muito interessamente: preenches um formulário, envias e, se tiveres sorte, deixam-te entrar. (se tiveres azar continuas na ignorância)

para além do papa (entronizado num salão de baile) e do cardeal (texano, obviamente) têm 6 paróquias, com 135 membros.

Estranhei que as páginas não estivessem em latim, particularmente o pedido de donativos.

Se tiveres mais páginas como esta, partilha connosco. :o))

João (JMA)

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 14 de January de 2003 00:23


João, acho que não me fiz entender.

Jesus está vivo! O Cristianismo não é uma religião. Cristo veio para que a humanidade pudesse conhecer a Deus verdadeiramente, e por meio da Igreja colocar-se em Aliança com Ele. Isso não é uma religião/espiritualidade: é a Verdade!

Sendo assim, tudo está feito e tudo está por realizar. Há que actualizar, tornar presente novamente aquele único sacrifício, mas nada pode em verdade ser adicionado.

O que disseste em relação ao laicado e ao Papa é que apenas produzem novas vivências e explicações, tal como o faz a cultura secular/ateia, para aprofundar o conhecimento humano sobre Aquele que é sumamente inalcançável por nós. Nada se acrescenta, como disse.

Há que compreender que a Igreja é uma comunhão familiar/monárquica/divina. Não sei se isto soa lá muito bem, mas o que quero dizer é que a possivelmente evidente componente "política" tem apenas que ver com a realização da vontade de Deus pelos homens: que S. Pedro seja realmente o nosso pastor como Cristo lhe disse e por isso orou.

É acima de tudo uma sucessão apostólica, um ministério revestido de um carisma extraordinário. As questões políticas têm que ver com a administração da vida humana segundo a ordem que Deus criou, que são a nossa verdadeira felicidade, apesar de tanto fugirmos dela.

A comunhão com o Bispo de Roma é a nossa própria comunhão com o Cristo total. Negar o Papa é negar a Cristo. Nunca nenhum Papa cometeu a loucura de contradizer formalmente aquilo que tinha sido assumido como verdadeiro pelos Papas anteriores. Hoje, atentos que estamos, não há mesmo nada a recear, devendo seguir TUDO quanto o Papa nos indicar! Deus está a realizar coisas maravilhosas. Iremos viver, nos próximos 20 anos, um período crítico na História da Humanidade, essencialmente em questões bioéticas. A Igreja vai vencer, como sempre, mas teremos que dar a vida por tão nobre missão.

Em relação às "tangas-diversas", mete lá estes: [www.clonaid.com] e [www.rael.org] !! LOL

Assim vai o mundo! Deus nos salve!

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 15 de January de 2003 00:12

Nem sei por onde começar... é o que dá estar uns dias sem cá vir ;)

Penso que o JMA já disse muito do que eu poderia dizer. Claro que os Leigos têm muito para dar à Igreja. Mas há quem continue a confundir a Igreja com a sua hierarquia. Claro que há imenso para descobrir! Deus revela-se-nos a cada dia, pois a Revelação é dinâmica e nada estática no tempo. Doutra forma, para que é que o Papa se levantava todos os dias tão cedo, e escreveria de vez em quando umas Cartas Apóstolicas, e coisas afins?

Se já estivesse tudo dito e feito, para que é que nós continuamos a ir à missa? Porque a cada dia que passa, Deus me fala de forma particular.


Ao ler o tópico desde o início, algo me saltou à vista: «Não há Igreja mais "bíblica" do que a Igreja Católica Apostólica Romana...». Então João, como é que explicas que entre o Concílio de Trento e o I Concílio do Vaticano (mais de três séculos), a Igreja nada tenha dito ou publicado sobre a Bíblia?

Já agora, quando dizes que «O Cristianismo não é uma religião» corres o risco de alguém acreditar nisso ;)

Luis

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 16 de January de 2003 19:01

João,

Todas as religiões dizem: "A minha é a verdadeira", pelo que nada adiantas para a discussão com tais afirmações.

Claro que o Catolicismo é uma religião, na medida em que é uma forma estruturada das pessoas se encontrarem com Deus.

O que temos de discutir é a verdade do catolicismo em transmitir a mensagem de Deus, Revelada, mas que é sempre necessária de redescobrir e de reinterpretar, não só para a adequar ao momento actual, mas para lhe descobrir mais intimamente o sentido intrínseco.
Para isso é que Deus nos deu a cabeça, não para usar chapéu.
Por essa razão tanto se continua a escrever sobre todas estas matérias.

Penso que confundes plenitude da Revelação em Cristo, com imobilismo na sua interpretação.

Quanto à interpretação política de presidência, penso que é exactamente a que tens, mas eu não a entendo assim. Vou citar João Paulo I (atenção: primeiro) na 1ª audiência pública:
"À minha direita e à minha esquerda encontram-se Cardeais e Bispos. São meus irmãos no episcopado. Eu não sou mais que o seu irmão mais velho. Saúdo-os afectuosamente, assim como os fiéis das suas dioceses".
Não encontro aqui essa noção política que lhe dás.

João (JMA)

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 16 de January de 2003 19:08

Luís,

Sejas bem reaparecido.

De facto o século XX foi na Igreja Católica o da renovação dos estudos bíblicos e dos padres da Igreja.

Aliás influência muito sentida nos próprios textos do Concílio Vaticano II.

Quer em referências directas e indirectas quer sobretudo na forma e estilo em que foram usadas.

As duas últimas conferências da UCP versaram exactamente estes temas.

João (JMA)

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de January de 2003 22:08

JMA,

Apenas uma pequena opinião: pessoalmente, não considero o Catolicismo uma religião em si, embora entenda que quando se fala de Catolicismo se esteja a referir os cristãos que estão em comunhão com o Bispo de Roma - o Papa - e à Igreja Católica Romana. Isto, para que quando falarmos de Catolicismo e Cristianismo não se pensar que estamos a falar de duas religiões distintas. Daí que prefiro referir que o Cristianismo é a religião, e a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa e as Igrejas Reformadas (ou Protestantes) fazem todas elas parte do Cristianismo.

Poderei oportunamente aprofundar mais esta questão. Aproveito para sugerir um livro muito bom sobre o fenómeno religioso e a história das religiões: As Grandes Religiões do Mundo, sob a direcção de Jean Delumeau, Editorial Presença.

Luis

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de January de 2003 01:16


LOL

Como vai o "Catolicismo" desta gente... Não é uma "forma estruturada"... É a realização da família de Deus da Nova Aliança, que n'Ele tem, eucaristicamente, uma comunhão plena. Não acreditas que tens em ti o próprio Deus, transubstanciado, todas as semanas? Diz o nosso Cardeal Patriarca, "salvemos a Eucaristia e salvaremos a Igreja".

"Como é que explico que entre o Concílio de Trento e o I Concílio do Vaticano (mais de três séculos), a Igreja nada tenha dito ou publicado sobre a Bíblia?" Então, Luís! Tenho sérias dúvidas em relação a essa afirmação do "publicar algo sobre a Bíblia"... A Igreja não "publica", promulga. E dizer, está sempre a dizer, naquilo de que é já realização da Palavra de Deus escrita. Alguém tinha dúvidas sobre o que acreditar acerca da Bíblia durante todo esse tempo? Não, o Magistério sempre foi soberano. O pior é que, querendo saber, se diz que este e aquele estão errados. Aí começa a divisão e sempre, como seu fundamento, o afastamento do Magistério.

Uma pergunta rápida: quem "fundou" o Cristianismo? Jesus Cristo? Então, foi Deus, certo? Ora, se Deus em pessoa "funda" "uma" "religião", parece-me que é ESSA a verdadeira. No entanto, facilmente poderia argumentar que o Cristianismo é fundado por Deus em Pedro, o que é precisamente o fundamento para a união dos cristãos. Todos se revêm na fé de Pedro, tal como na do seu sucessor. Se por vezes houve Papas que não dignificaram essa missão (o que é sempre impossível, apenas se faz o melhor que se pode)

Caros amigos, hão-de me explicar em que é que eu promovi o "imobilismo" da interpretação. Acho que são vocês quem não está a entender... A Igreja não precisa de explicações, mas faz parte da sua natureza a evangelização e a necessidade de dar respostas adequadas aos tempos.

Em relação ao João Paulo I, é mesmo isso. O Papa é o primeiro entre os seus pares. Mas nem por isso deixa de ser o PRIMEIRO. Uma questão de organização familiar, não política, mas instituída por Deus. Se tiveres dúvidas, pergunta-Lhe... :o)

Uma correcção (a mim próprio também): a Igreja não se deve chamar de "Igreja Católica Romana", mas somente de "Católica". Isso é uma redundância, e um erro pois por "romano" queremos dizer "latino", e assim estamos a excluir os católicos orientais em comunhão com a Sé Apostólica. Além disso, a Igreja primitiva era chamada "Católica" devido à sua comunhão com o Bispo de Roma, que tem as chaves do Reino dos Céus. Foi Jesus que o disse, não fui eu, desculpem lá...

Quando falamos em Catolicismo falamos no Cristianismo verdadeiramente "reformado" e "ortodoxo". Se as igrejas orientais são realmente nossas "irmãs" devido à manutenção de um episcopado válido e de uma Eucaristia válida, não deixam de ser cismáticas (com alguns aspectos doutrinários heréticos -- hoje "discutíveis"), e as outras são apenas "seitas" no verdadeiro sentido da palavra, fundadas por homens e levadas ao sabor das suas doutrinas. Que raio de verdade divina há nisso?

Estudem a História da Igreja primitiva, principalmente os Padres Apostólicos e os Apologistas (Inácio de Antioquia e Ireneu de Lião são deliciosos!!), e verão lá escrito com todas as letras que é a Igreja Católica que de Roma preside a toda a Cristandade. E se Cristo é Deus, assunto arrumado. Aí está a TODA a verdade, no sacrário de cada paróquia. Incrível...

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 17 de January de 2003 12:04

João,

Publicar ou Promulgar... Então qual é o termo correcto para a "divulgação" de uma carta apostólica do Papa? Publicar? Promulgar? Emitir? Divulgar? Então eu reescrevo a frase: A Igreja Católica não escreveu nenhum novo documento sobre a Bíblia durante cerca de três séculos. Caso duvides, o que é perfeitamente legítimo, peço-te que me digas quais foram os documentos e em que datas, para que assim possamos ficar todos esclarecidos.

Talvez temos (o JMA e eu) esta opinão da Igreja por termos estudado a sua história. Mas como também dizes que estudaste, talvez fosse mais produtivo explicar explicitamente quais os escritos dos Padres da Igreja que fazem referência a esse sentido presidencial do Bispo de Roma.

Para terminar, hoje quando se menciona a "Igreja Católica", praticamente todas as pessoas sabes que se está a referir à Igreja Católica Romana (e nem compreendo como fazes essa objecção quando simultaneamente defendes o primado/presidência do Bispo de Roma). Mas como outras Igrejas para além da Católica Romana têm o Credo de Niceia-Constatinopla como o seu credo, também elas são "una, santa, católica, apostólica". Daí que a referência correcta (e completa) seja Igreja Católica Romana e Igreja Ortodoxa Grega.

Luis

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 18 de January de 2003 00:32


Acho que é apenas "dar". O Papa dá-nos a sua palavra de pastor único da Igreja universal. "Promulgar" é o termo que se usa e que indica que o Papa oficializou determinado documento.

Mas que coisa é essa de apresentar como argumento que a Igreja não escreveu nada sobre a Bíblia durante séculos?? Os protestantes em poucos séculos criaram um pandemónio e ninguém o que é realmente a Bíblia; seria esse o teu extremo favorito? Então, a Igreja não subsiste pela quantidade de teologia que se confirma, mas pela verdade que ela contém e mantém. A Igreja Católica mantém toda a doutrina biblica, porque a própria Bíblia é infalível devido à autoridade da mesma Igreja, e não de qualquer outra.

Ah... Luís, já leste este tópico do fórum e as várias mensagens que aqui coloquei com citações dos próprios Padres da Igreja? Além de que comecei precisamente este tópico com várias citações nesse sentido. Acho que é uma certa falta de respeito tua não leres o que escrevo e contra-argumentares à toa.

Luís, professar um credo não é o mesmo que acreditar nele completamente. Ninguém pode dizer-se "católico" por dizer que está "espalhado pelo mundo todo". Não é esse o sentido. É estar em comunhão com o Papa que é ser católico. Quem estabeleceu o Credo foi a autoridade da Igreja Católica, autoridade que todos querem para si. Porque sabem de onde vem a verdade.

Uns vivem uma "reforma", outros vivem uma "ortodoxia". Ninguém vive tanto a catolicidade, a verdade plena do Evangelho, quanto os católicos.

O que é uma tremenda responsabilidade para quem se assume como tal.

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 18 de January de 2003 01:07


Encontrei uma página muito boa, que será mesmo ideal para colocar aqui. É uma citação de Santo Ireneu de Lião, do séc. II. Faz uma referência muito importante a Clemente I, Papa. Fica explícita a autoridade soberana da Igreja Católica sediada em Roma sobre toda a Cristandade, desde o primeiro século.


St. Irenaeus of Lyons (c. 130-202)
Adversus haereses (inter A.D. 180/199)
Book III
Chapter 3

A refutation of the heretics, from the fact that, in the various churches, a perpetual succession of bishops was kept up

1. It is within the power of all, therefore, in every Church, who may wish to see the truth, to contemplate clearly the tradition of the apostles manifested throughout the whole world; and we are in a position to reckon up those who were by the apostles instituted bishops in the Churches, and [to demonstrate] the succession of these men to our own times; those who neither taught nor knew of anything like what these [heretics] rave about. For if the apostles had known hidden mysteries, which they were in the habit of imparting to "the perfect" apart and privily from the rest, they would have delivered them especially to those to whom they were also committing the Churches themselves. For they were desirous that these men should be very perfect and blameless in all things, whom also they were leaving behind as their successors, delivering up their own place of government to these men; which men, if they discharged their functions honestly, would be a great boon [to the Church], but if they should fall away, the direst calamity.

2. Since, however, it would be very tedious, in such a volume as this, to reckon up the successions of all the Churches, we do put to confusion all those who, in whatever manner, whether by an evil self-pleasing, by vainglory, or by blindness and perverse opinion, assemble in unauthorized meetings; [we do this, I say,] by indicating that tradition derived from the apostles, of the very great, the very ancient, and universally known Church founded and organized at Rome by the two most glorious apostles, Peter and Paul; as also [by pointing out] the faith preached to men, which comes down to our time by means of the successions of the bishops. For it is a matter of necessity that every Church should agree with this Church, on account of its preeminent authority -- that is, the faithful everywhere -- inasmuch as the Apostolic Tradition has been preserved continuously by those who are everywhere. [Ad hanc enim eoclesiam propter potentiorem principalitatem necesse est omnem convenire ecclesiam, hoc est eos qui sunt undique fideles, in qua semper ab his qui sunt undique, conservata est ea quâ est ab apostolis traditio].

3. The blessed apostles, then, having founded and built up the Church, committed into the hands of Linus the office of the episcopate. Of this Linus, Paul makes mention in the Epistles to Timothy. To him succeeded Anacletus; and after him, in the third place from the apostles, Clement was allotted the bishopric. This man, as he had seen the blessed apostles, and had been conversant with them, might be said to have the preaching of the apostles still echoing [in his ears], and their traditions before his eyes. Nor was he alone [in this], for there were many still remaining who had received instructions from the apostles. In the time of this Clement, no small dissension having occurred among the brethren at Corinth, the Church in Rome despatched a most powerful letter to the Corinthians, exhorting them to peace, renewing their faith, and declaring the tradition which it had lately received from the apostles, proclaiming the one God, omnipotent, the Maker of heaven and earth, the Creator of man, who brought on the deluge, and called Abraham, who led the people from the land of Egypt, spake with Moses, set forth the law, sent the prophets, and who has prepared fire for the devil and his angels. From this document, whosoever chooses to do so, may learn that He, the Father of our Lord Jesus Christ, was preached by the Churches, and may also understand the apostolical tradition of the Church, since this Epistle is of older date than these men who are now propagating falsehood, and who conjure into existence another god beyond the Creator and the Maker of all existing things. To this Clement there succeeded Evaristus. Alexander followed Evaristus; then, sixth from the apostles, Sixtus was appointed; after him, Telephorus, who was gloriously martyred; then Hyginus; after him, Pius; then after him, Anicetus. Sorer having succeeded Anicetus, Eleutherius does now, in the twelfth place from the apostles, hold the inheritance of the episcopate. In this order, and by this succession, the ecclesiastical tradition from the apostles, and the preaching of the truth, have come down to us. And this is most abundant proof that there is one and the same vivifying faith, which has been preserved in the Church from the apostles until now, and handed down in truth.

4. But Polycarp also was not only instructed by apostles, and conversed with many who had seen Christ, but was also, by apostles in Asia, appointed bishop of the Church in Smyrna, whom I also saw in my early youth, for he tarried [on earth] a very long time, and, when a very old man, gloriously and most nobly suffering martyrdom, departed this life, having always taught the things which he had learned from the apostles, and which the Church has handed down, and which alone are true. To these things all the Asiatic Churches testify, as do also those men who have succeeded Polycarp down to the present time -- a man who was of much greater weight, and a more stedfast witness of truth, than Valentinus, and Marcion, and the rest of the heretics. He it was who, coming to Rome in the time of Anicetus caused many to turn away from the aforesaid heretics to the Church of God, proclaiming that he had received this one and sole truth from the apostles -- that, namely, which is handed down by the Church. There are also those who heard from him that John, the disciple of the Lord, going to bathe at Ephesus, and perceiving Cerinthus within, rushed out of the bath-house without bathing, exclaiming, "Let us fly, lest even the bath-house fall down, because Cerinthus, the enemy of the truth, is within." And Polycarp himself replied to Marcion, who met him on one occasion, and said, "Dost thou know me?" "I do know thee, the first-born of Satan." Such was the horror which the apostles and their disciples had against holding even verbal communication with any corrupters of the truth; as Paul also says, "A man that is an heretic, after the first and second admonition, reject; knowing that he that is such is subverted, and sinneth, being condemned of himself." There is also a very powerful Epistle of Polycarp written to the Philippians, from which those who choose to do so, and are anxious about their salvation, can learn the character of his faith, and the preaching of the truth. Then, again, the Church in Ephesus, founded by Paul, and having John remaining among them permanently until the times of Trajan, is a true witness of the tradition of the apostles.

Translated by the Rev. Alexander Roberts and James Donaldson. Excerpted from Volume I of The Ante-Nicene Fathers (Rev. Alexander Roberts and James Donaldson, editors); American Edition copyright © 1885. Electronic version copyright © 1996 by New Advent, Inc.

[www.newadvent.org]

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