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O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 20:49


Este tópico sucede de um diálogo entre mim (João Oliveira) e Luís Gonzaga, no tópico "Igreja Católica - judaíca ou cristã?".

Aproveito as suas palavras, que cito em seguida, para dar início a este outro tópico, que já se afastava daquele.


«Mas de que fidelidade papal te estás a referir em relação aos Padres da Igreja? Acima de tudo, os Padres da Igreja foram fiéis a Jesus Cristo! Não confundas Cristo com o papel do Papa e sucessor de Pedro. Se tomares atenção ao Evangelho, em particular a Act 15, 1-34, verias como os aspectos doutrinais eram decididos no tempos dos apóstolos. Verás que não é Pedro quem decide o que se fazer, mas sim, todos em conjunto.

Por isso, é ridículo quando dizes que o Sto Inácio de Antioquia era romano?!?! Aquilo que te venho a chamar a atenção há já algum tempo é para a Igreja de Cristo (ou Cristã). Se reparares, quando nos referimos aos Padres da Igreja, é simplesmente referido que são "da Igreja" - da Igreja de Cristo.

Pára de seres mais papista que o Papa! Não é por um católico ser mais papista que o Papa que o torna melhor católico. Bem pelo contrário...»




Quanto aos Padres da Igreja, já os estudaste? Ainda não percebeste que ser fiel ao Papa é acima de tudo e consequentemente ser fiel a Jesus Cristo? Qual é a diferença que fazes entre as duas? Ou será que nem sequer és fiel a Cristo porque não queres ser fiel ao Papa?

Quanto ao que dizes sobre Act 15, 1-34, que "ponto doutrinal" é que aí se decide? Aliás, se me pedisses um exemplo de como o primado de Pedro se verifica no estabelecimento doutrinal, eu citar-te-ia os versículos 5-11 do livro dos Actos, sobre o primeiro Concílio! Pois é aí que se vê que Pedro define a matéria doutrinal e o colégio apostólico apenas decide quem enviar e o que fazer, de acordo com essa doutrina. Não é óbvio?? Posso acrescentar também que situações semelhantes ocorreram logo antes e depois do Pentecostes, quando "começou" a Igreja com o poder instituído por Cristo (cf. Actos 1,8) sobre os Apóstolos, onde também Maria estava presente. É Pedro quem se levanta para resolver se ficariam só os Onze Apóstolos ou se deveriam eleger outro, a cuja determinação responde todo o colégio episcopal (cf. Actos 1,15-26). Depois do Pentecostes, Pedro é o primeiro a pregar, determinando desde logo, a verdade sobre Jesus Cristo e a missão da Igreja com as suas palavras (Actos 2; cf. Mateus 16,15-16). A partir desse momento, todos assim acreditaram, até hoje. Assim como a fé de cada Igreja particular (diocese, patriarcado) depende do seu bispo, também os bispos que eram os Apóstolos comungavam da fé de Pedro, que é a cabeça do episcopado, o bispo dos bispos, o Servo dos Servos de Deus, o Papa! Tudo isto para cumprir a Escritura, onde está escrito: "Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16,18). Já não para não falar das "chaves"(cf. Mateus 16,19), o símbolo de autoridade citado de Isaías (22,22) ao Apocalipse (1,17-18; 3,7)...

Ao dizer, como já havias previsto, que todos os Padres da Igreja eram católicos romanos, quis dizer deles o que por essa expressão se entende, hoje. Mas pronto, esqueçamos o "romano". Os Padres da Igreja acreditavam todos no primado de Pedro? Sim. Acreditavam na Presença Real de Cristo na Eucaristia? Sim. Acreditavam na Virgindade Perpétua de Maria? Sim. Cantavam-lhe louvores? Sim. Chamavam-lhe "Mãe de Deus"? Sim. Estas e tantas outras doutrinas, encontramo-las somente nas Igrejas em comunhão com Roma. E é muito interessante ler os textos patrísticos e verificar que eles acreditavam no mesmo em que os católicos acreditam (ou deveriam acreditar, no teu e tantos outros casos) hoje...

Mas não pareces saber muito do que estás a falar. O que me faz questionar porque é que, se não sabes bem do que falas, dizes isto e aquilo peremptoriamente sobre assuntos que desconheces... Uma ajuda, em inglês: [www.earlychristianwritings.com]

Afinal, nos primórdios da Igreja, escreveu-se o seguinte:

"Na sua principalidade [da Igreja de Roma], concordam todas as Igrejas do orbe (mundo)" - S. Ireneu de Lião, séc. II

"[O bispo de Roma] preside à universal assembleia da caridade" - S. Inácio de Antioquia, séc. I-II.

"Onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica" - S. Inácio de Antioquia, séc. I-II.

Sobre esta última citação, vê, por exemplo:

[www.earlychristianwritings.com] [n.ºs 55-57]


Afinal, a Igreja de Cristo é a Igreja de Deus: e assim como só há um só Deus, assim também há uma só fé (cf. Efésios 4,5). Desde o primeiro século, essa fé única que se diferenciava das heresias das quais as Escrituras nos advertem era conhecida como "Católica". Aquele registo que acabei de citar, de S. Inácio de Antioquia, é do ano c.107-110. Ao mencioná-lo a uma Igreja das mais antigas demonstra que este nome já era bem conhecido por todos. Por esta época, estavariam ainda a ser escritos alguns livros bíblicos...

Mas se ainda tens dúvidas em relação ao que está escrito dos Padres da Igreja acerca do primado de Pedro, sobretudo em relação aos orientais, a página seguinte esclarecer-te-à inteiramente...

[www.globalserve.net]


Já agora, lê lá os seguintes versículos em sucessão e depois diz-me o que concluis: Mateus 16,15-19; Mateus 26,33-37.69-75; Lucas 22,31-32; João 21,15-19.

O mais incrível é eu estar a ter de me justificar sobre tudo isto com um católico romano!!! Alguma coisa correu terrivelmente mal na tua evangelização, Luís... Enfim, és um entre muitos, eu incluído. Contudo, se eu te exorto a compreenderes melhor a Igreja, removendo todos os preconceitos. Mas porque és tu tão ferrenho da doutrina que pré-concebeste e da qual nem a Escritura nem a Igreja te dão testemunho?

Não há Igreja mais "bíblica" do que a Igreja Católica Apostólica Romana! Isto, por causa de Pedro. E daqui não saímos. É que o papado não é uma doutrina acoplada à Bíblia, mas é intrínseca à própria palavra de Cristo.

Só mais uma coisinha: não sou eu que sou "mais papista que o Papa, és tu que és menos "papista" que Cristo!

Já agora, será que querias dizer com isso que eu defendo mais a infalibilidade papal que o próprio Papa? :o)

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 21:45

Quando se fala em sucessão papal, que dizer daquele periodo da história da Igeja em que houve três papas ao mesmo tempo? Qual deles era o verdadeiro sucessor de Pedro, o que tinha um melhor exército ou mais cash nos cofres? Como pode ser considerado sucessor de Pedro o papa Estevão VI, que mandou desenterrar o corpo do seu antecessor, fazendo julgar o cadáver perante um sínodo? ( o cadáver foi considerado culpado e atirado ao Tibre) A história dos papados é essencialmente política e económica... As teias de poder, jogo e manipulação tecidas á volta deste cargo político, dão-nos uma imagem da sua humanidade...
por isso acho que a minha avó tinha razão - "não se deve ser mais papista que o papa", o que também significa que a flexibilidade e inteligência de cada um não devem tornar-nos autómatos obedientes . Nem sequer de qualquer papa.


ana

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 23:15

Acho sinceramente que o João precisa de estudar mais história... e de enquadrar social e históricamente a sua perspectiva sobre o papel do Papa, tendo em conta que o mesmo já teve diversos enquadramentos ao longo da história e continuará a modificar-se e a evoluir, da forma que o Espírito santo nos inspirar. Porque é importante ter a noção de que a estrutura e a organização da Igreja resulta da forma como os cristãos inspirados pelo Espírito a construiram.

Ao longo da história nem sempre os ouvidos estavam muito atentos ao Espírito Santo.

TZM

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 24 de November de 2002 22:04

" Para se não regressar à esterilizante "idolatria do Papado" e do Santo Ofício, resta-nos a possibilidade de um novo concílio, bem preparado, que acolha, na igreja, as questões de um mundo onde acontecem coisas espantosas, sem sabermos de fcato o que nos está a acontecer" .
Frei Bento Domingues in Público, 14-11-02

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 25 de November de 2002 09:55

Para quem viu ontem o 70x7, teve oportunidade de ouvir essa e outras sugestões para o futuro da Igreja (padres casados, diaconado permanente, papel da mulher na Igreja, ecumenismo, ...). Um discurso realista da situação actual da Igreja, ao bom estilo do Frei Bento Domingues.

Luis

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 25 de November de 2002 21:30


LOL

Mas que palhaçada! Ninguém se refere sequer aos versículos bíblicos?

Ok, vamos lá a ver os preconceitos que se têm edificado nessas cabeças ao longo dos tempos para não terem realmente que enfrentar como gente crescida o facto de que os Papas são, em boa verdade, infalíveis.

A Ana começa por usar aquele episódio do assim chamado "Grande Cisma do Ocidente". Vou ver se leio mais atentamente umas coisas para poder explicar melhor e de forma definitiva... Quanto a vocês, se quiserem criticar em absoluto tudo quanto eu vá expôr, podem ir investigando aquilo que é dito por protestantes, que também citam muito esse episódio para refutar uma sucessão ininterrupta entre João Paulo II e S. Pedro.

Quanto ao episódio ocorrido com Estevão VI (de que não tenho conhecimento), em que é que isso afecta a sucessão papal e a pureza doutrinária do depósito de fé?? Houve muito pecado cometido por muito eclesiástico ao longo da História da Igreja, mas como no-lo demonstram as Escrituras, depois sempre escolheu pecadores para serem os líderes do seu povo, sem este se perder jamais...

Tozé, "estudar mais História"? O que tens para dizer? Não percebi onde quiseste chegar... Em que é que o desenvolvimento do papado ao longo da História retira a infalibilidade em questões doutrinárias definidas como tal, desde S. Pedro até João Paulo II?

Depois, considera-se que o papado é essencialmente algo de "político"... Mas como poderia deixar de ser político? Pois se o Papa tem como missão conduzir o povo de Deus, como pode deixar de intervir na forma como os estados orientam as suas nações? Houve, isso sim, alturas em que a Igreja se identificou demasiado com o poder político, o que foi resolvido da pior forma: a divisão de grupos para passarem a formar igrejas locais e nacionalistas, em acontecimentos que nada tiveram que ver com a Revelação de Deus mas com as ambições meramente humanas. Deus consegue preservar a Igreja por mais pecadores que sejam os seus membros. O que não pode acontecer é formar "outras igrejas" como forma de rejeição de uma subordinação política à Igreja. Haveria que ter, pacientemente, e como o fizeram muitos santos ao longo dos tempos (bastará lembrar S. Francisco de Assis, S. Domingos de Gusmão, S. Inácio de Loiola, S. Catarina de Sena, etc.), reformado a Igreja por dentro e esperar que ela fosse abdicando do muitas vezes desnecessário poder temporal.

Mas ainda se chega ao cúmulo de se considerar honrada a posição de rejeitar o assentimento de fé na obediência ao Papa! Onde isto chegou!! Mas enfim, para não se sentirem em falta, é o que vos resta fazer, claro...

Quanto às expressões do Frei Bento Domingues, eu ando para falar com ele há uns tempos, mas ele anda muito ocupado... Depois farei a minha recensão.

De qualquer forma, não é necessário nem voltarmos a uma «esterilizante "idolatria do Papado" e do Santo Ofício» nem repudiarmos o primado infalível do sucessor de Pedro: o que vai acontecer, nesta Nova Evangelização, é uma recuperação do verdadeiro sentido evangélico de colaboração e obediência ao Papa, nunca visto até aos nossos dias, em que alguns de nós, infelizmente muito poucos, já compreenderam como na verdade é inteiramente benéfico, fértil e libertador o assentimento de fé a tudo quanto é definido pelo Magistério.

Mais uma vez, aprenderemos com os nossos erros, certamente. E certamente, também, a Igreja nunca negará o Magistério infalível que nela foi edificado por Deus.

Continuo à espera da vossa refutação em matéria doutrinal. Curiosamente, apenas fazem uso das modas hodiernas de insubordinação a qualquer autoridade, o que não abona nada em vosso favor.

No vosso entender, é o "Espírito Santo" que vos inspira isso tudo em que acreditam, não?

Que loucura...

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 25 de November de 2002 21:40

Provavelmente sim... E a Frei Bento domingues, é, concerteza... :º))

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 25 de November de 2002 22:03


Então, o Espírito Santo está em ti e não em mim, já que ambos entendemos coisas diferentes como sendo inspiradas? E se são inspiradas por Ele, como pode Ele contradizer-Se? Se não pode, alguém de nós está errado...

E não me custa nada acreditar que, olhando para os escritos de tantos santos, seja eu, que aparentemente mais estou em comunhão com a Igreja, tenha discernido melhor...

Mas para ti isto é uma brincadeira, um passatempo, não é? Por isso, não interessa muito conhecer a Verdade, mas sentir-se consolado por "Deus" ou o que quer que seja que nos inspire o sentimento religioso, não é Ana?

Escusas de vir com acusações de narcisismo...

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 25 de November de 2002 22:09

Logo vi, que só tué que podias estar certo, visto que só a ti o Espírito Santo ilumina.... Deus me valha...


ana

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 25 de November de 2002 22:18


Não é a mim: é à comunhão da Igreja. Pensei deixar isso bem claro, já que considerei óbvio que comentasses algo ao estilo do que acabaste de fazer...

Mandem vir os "argumentos bíblicos", já que nos podemos entender nessa base, e depois falamos a sério sobre isto, 'tá...

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 25 de November de 2002 23:52

João,

Não penses que existe muita diferença, nos aspectos doutrinais, entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. As maiores diferenças estão na vivência, fruto sobretudo, da cultura ocidental e oriental em que estão envolvidas.

Posso-te dar um exemplo. Há uns tempos, tive o prazer (sim, foi mesmo um prazer) conhecer um padre ortodoxo português. A dada altura da conversa, quando lhe perguntei o que de facto distinguia as duas Igrejas (pretendia assim saber o ponto de vista de um ortodoxo), ele me respondeu: "umas três linhas no catecismo...". Ele próprio me confirmou que quando chegou a altura dos seus filhos irem para a catequese, os colocou na catequese da Igreja Católica, pois durante a catequese, essas diferenças nem sequer são abordadas.

Ora aqui tens um exemplo magnífico da comunhão que ambas as Igrejas podem ter.

Luis

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 27 de November de 2002 21:32

"POsso encontrar Deus onde quiser"
Inácio de Loiola

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 27 de November de 2002 22:05

Com Sisto IV o Papado fervilhou de intrigas políticas ( a ponto de ter sido acusado em florença do assassínio de dois Médicis). AS necessidades de dinheiro em abundância levou a o extremo a prática de vender cargos eclesiásticos e fazer comércio de indulgências... O seu nepotismo era tão flagrante que os cardeias eletos eram seus familiares ( seis eram seus sobrinhos)... Causou tanto escândalo, mesmo par os padrões da época, que ainda se pensou organizar um concílio par o demitir...
Apesar de tudo, foi um Papa inovador - mandou construir a capela Sistina, condenou os excessos da Inquisição espanhola e foi um mecenas das artes e arquitectura...
O papa Alexandre VI - Rodrigo Bórgia, é outra figura: "o bispo dos bispos, o Servo dos Servos de Deus, o Papa", não passava de um hábil banqueiro, politicamente corrupto. TEve vários filhos ( a mais conhecida é Lucrécia Bórgia), mas isso nem era motivo de escândalo pois era prática habitual... Um bocado escandaloso foi a forma como distribuiu os bens da Igreja pelos vários filhos... Excomungou e ameaçou Savonarola frade pregador muito popular em Florença que acabou por ser condenado à morte e que denunciava nos seus sermões a corrupção da corte papal...


POderia cpontinuar com listagens deste tipo, mas não vale a pena.
Assim, quanto ao magistério infalível, estamos conversados.
Em vários momentos da história da Igreja houve mais que um Papa. ( Em alguns casos, essa situação manteve-se durante quase um século!!!!!!!!
Sobre a questão da ininterrupta sucessão desde Pedro, também estamos conversados.
Os excessos e falta de qualidade moral de alguns Papas foram tão graves, que a partir de certa altura se lançou a ideia da "superioridade" dos Concílios face ao papado, para resolver questões essenciais da Igreja...


Sobre a "idolatria do Papado", recomendo a leitura do artigo de frei Bento Domingues...

Isto para dizer o quê? Que a minha obediência inquestionável é a Jesus Cristo!

ana

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: Luís Marques (IP registado)
Data: 28 de November de 2002 11:37

"Isto para dizer o quê? Que a minha obediência inquestionável é a Jesus Cristo!"

Olá Fórum!

Raramente participei neste fórum, mas ao ler a resposta da Ana resolvi mais uma vez levantar uma excepção.

Até porque a minha relação com este fórum resume-se a ler alguns dos artigos aqui colocados (alguns muito bons mesmo).

Ana, sem levantar qualquer polémica consigo (porque gosto de evitar discussões e até porque de momento esta será a minha única intervenção aqui) gostaria de lhe colocar frontalmente esta pergunta:

A sua "obediência inquestionável" é a Jesus Cristo Caminho Verdade e Vida ou antes ao Jesus do Evangelho Segundo Ana?

Voçê já leu alguma vez nos Evangelhos o papel que Jesus confiou a Pedro no governo da Igreja?

Voçê já leu alguma vez no Evangelho a promessa de Cristo de que as portas do Inferno jamais prevaleceriam contra a Igreja? (ou seja que ela jamais poderá corromper-se e errar ainda que os Papas sejam os maiores pecadores da história)

Não se esqueça que a Igreja é o corpo místico de Cristo e que tem o próprio Cristo à cabeça. E não se esqueça do que diz no Credo sobre essa mesma Igreja (Creio na Igreja Una Santa Católica e Apostólica)

Voçê já leu o que escreveram os Padres da Igreja sobre a primazia de Pedro e consequentemente a primazia do bispo de Roma (seus sucessores) e da própria Igreja de Roma?

Desculpe-me a franqueza, mas quer o parecer da Sagrada Escritura (que é divinamente inspirada) quer o parecer dos Padres da Igreja valem muito mais que qualquer opinião pessoal nossa.

Voçê sabe a diferença entre infalibilidade e impecabilidade?

Penso que depois de meditar em tudo isto (espero sinceramente que o faça) perceberá muito melhor a questão da primazia de Pedro e seus sucessores (repito: ainda que eles sejam os maiores pecadores da história).

Mais uma vez repito que a minha intenção não foi de maneira alguma ofendê-la mas sim que tente compreender (sem ódios e ideias pré-concebidas) uma doutrina e um fundamento sobre o qual está edificada a Igreja Católica e pelo qual ela ainda permanece unida.

"Pai que todos sejam um como Eu e o Tu somos um"

Cordialmente

Luís Marques

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 28 de November de 2002 14:56

Caro Luis.
espero bem que quando serefere á doutrina e fundamento da Igreja católica não se refira ao Dogma da infalibilidade papal... Concerteza que não.... O cerne e fundamento da Igreja Católica apostólica romana está na fé em Jesus Cristo. E nas pessoas que a ousaram viver, mesmo em periodos de crise e muitas vezes contra a posição oficial da hierarquia.
Concordo consigo - a iGREJA, É MUITO MAIS QUE O CLERO E O PAPA. Por isso tem sobrevivido ao longo de dois mil anos.
Tal como outras igrejas cristâs e outras religiões ainda mais antigas que a nossa....

Saudações.

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de November de 2002 18:59


Luís, "umas três linhas no catecismo..." (e isso está absolutamente errado, a não ser que se escreva telegraficamente aquilo em que se acredita, e mesmo assim não sei se dá) são muito, se nelas estiver contida a infalibilidade papal. É que é essa infalibilidade que dá à Igreja a sua razão de ser...

Ana, não estamos mesmo nada conversados.

Até porque tu não sabes o que é a infalibilidade!!

O que apontaste, tem tudo a ver com pecados. Ora bem, os Papas não são "impecáveis", como é óbvio.

Já deixarei aqui algumas citações do Catecismo em relação a este assunto.

Quanto aos "vários Papas" que apontas como discontinuidades na sucessão papal, pensa de novo! Sempre houveram fações rivais a procurar ter os seus Papas para impôr os seus interesses: mas NUNCA se forçou nada em matéria doutrinal dogmática por causa desses interesses. Aliás, existem certos episódios em que isso aparentemente aconteceu (a questão do "Filioque", por exemplo), mas na verdade tais doutrinas são verificavelmente autênticas...

Quanto aos Concílios serem superiores ao Papa, era essa a questão no Concílio Vaticano I. Nunca foi aceite.

Em relação ao artigo do Frei Bento, ainda não tive a possibilidade de o ler. Se quiseres fazer o favor de o transcrever, na íntegra, agradecia...

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de November de 2002 19:11


Ó Ana, falar contigo é quase impossível!!

Vamos lá a ver o que tu respondeste à exposição (bastante clara e concisa) do Luís:

- Ele não se referiu "À doutrina A UMA doutrina e um fundamento sobre o qual está edificada a Igreja Católica e pelo qual ela ainda permanece unida.[/b]

- Onde é que ele diz que "a Igreja é muito mais que o clero ou o Papa", ainda por cima no sentido (muito obscuro) em que tu o entendes?

- Qual é o teu argumento ao dizeres que é nos leigos que a Igreja sobrevive e não no clero?

- Falas em igrejas cristãs que sobrevivem até hoje??? Falemos naquilo em que elas acreditam para vermos o que é que delas permanece, desde que foram criadas.

- "O cerne e fundamento da Igreja Católica apostólica romana está na fé em Jesus Cristo" - QUAL DELAS? A DE QUAL IGREJA CRISTÃ E A DE QUAL RELIGIÃO?


Além de claramente ignorante e de muita má-fé na forma como encaras este assunto, nem compreendes a coerência dos argumentos de quem fala contigo, nem lhes respondes, além de fugires à conversa com argumentos que não queres nem podes (porque são mentira) provar...

Faz o favor de responder ponto por ponto ao que te foi exposto: é o que Jesus Cristo disse - está na Bíblia e tudo! E se Jesus OROU por Pedro para que confirmasse os seus irmãos na fé (Lucas 22,31-32), que raio de coisa é essa de ter "fé em Cristo, mas não no que Ele disse"??

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de November de 2002 19:14


Leia-se:

"- Ele não se referiu "À doutrina", mas A UMA doutrina e UM fundamento sobre o qual está edificada a Igreja Católica e pelo qual ela ainda permanece unida."

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de November de 2002 20:21

Vejamos um pouco de Patrística...


.Segunda Leitura do Ofício (Liturgia das Horas) do Dia de S. Pio V, Papa - 30 de Abril

Dos Tratados de S. Agostinho, bispo, sobre o Evangelho de S. João (Séc. V)
(Tr. 124,5: CCL 36,684-685)

A Igreja está fundada sobre a Pedra, que foi objecto da profissão de fé de Pedro


"Além doutras consolações, que Deus não cessa de prodigalizar ao pobre género humano, chegada a plenitude dos tempos, isto é, o momento de realizar o que Ele tinha determinado, enviou o seu Filho Unigénito, por meio do qual tinha criado todas as coisas, a fim de que, sem deixar de ser Deus, Se fizesse homem e Se tornasse o Mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus.

Os que n'Ele acreditassem e pelo Baptismo se purificassem dos seus pecados ficariam livres da condenação eterna. Viveriam na fé, na esperança e na caridade, atravessando como peregrinos este mundo, cheio de graves e difíceis provações, e, ajudados pelas consolações divinas, materiais e espirituais, chegariam à presença de Deus seguindo a Cristo, que para eles Se fez caminho.

Mas porque nem sequer os que seguem este caminho estão isentos de pecados - consequência da fragilidade humana - deu-lhes o remédio salutar da esmola, para garantir a eficácia das suas orações, como Ele nos ensinou a dizer: Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

Esta é a obra da Igreja, feliz na sua esperança, enquanto vive entre as misérias desta vida; é a obra da Igreja universal que o apóstolo Pedro representava figurativamente pela primazia do seu apostolado.

Consideradas as suas propriedades pessoais, era por natureza um só homem, por graça um só cristão, e por graça mais abundante um apóstolo, o primeiro dos Apóstolos. Mas Cristo disse a Pedro: Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus; tudo o que ligares sobre a terra será ligado nos Céus e tudo o que desligares sobre a terra será desligado nos Céus. Em virtude destas palavras, Pedro ficou a representar a Igreja universal, que neste mundo é açoitada por todo o género de provações, como se fossem aguaceiros, raios e tempestades que investem contra ela, mas não desaba porque se funda sobre a Pedra, que deu o nome a Pedro.

Disse o Senhor: Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Era a resposta a Pedro que afirmara: Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo. Quer Jesus significar: Sobre a pedra, que foi objecto da tua profissão de fé, edificarei Eu a minha Igreja. Aquela pedra era Cristo. Sobre este fundamento foi também edificado Pedro. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além daquele que está posto, isto é, Jesus Cristo.

Portanto, a Igreja, que tem por fundamento a Cristo, d'Ele recebeu na pessoa de Pedro as chaves do reino dos Céus, quer dizer, o poder de ligar e desligar os pecados. Esta Igreja é livre de todos os males, porque ama e segue a Cristo. Mas segue a Cristo mais de perto na pessoa daqueles que lutam pela verdade até à morte."



Como estamos a falar sobre a natureza do papado e na consequente refutação da "Sola Scriptura", sendo isso complicado de ser aceite pelos protestantes (aceitando uma autoridade infalível extra-bíblica), vou expôr mais um pouco da doutrina.

Nós, católicos, estamos assentes na confissão de fé de Pedro, em Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, que é em Quem reside o fundamento da fé de toda a Igreja (e também acreditam nele inúmeras religiões e seitas de forma parcial e herética...), na Verdade que é Deus e que, por isso, torna a sua Igreja na "coluna e sustentáculo da verdade" (1 Timóteo 3,15), através da qual toda a Humanidade chega ao conhecimento pleno de Deus. De que outro modo seria comunicada a Revelação à Humanidade se não houvesse quem pregasse (Romanos 10,14), e de forma que não se "corresse em vão" (Gálatas 2,2)?

Parece-me que os protestantes fazem assim uma confusão: pensando que a "pedra" é uma mera confissão de fé em Jesus Cristo (o que não é senão a verdade, mas graças a Deus por quem o reconhece), julgam que têm "em si mesmos" a Igreja, com Cristo como fundamento. Certamente, todos os cristãos têm a Cristo como fundamento! Acontece que os católicos acreditam na plenitude da fé, porque temos ao sucessor de Pedro como nosso sumo pontífice (de "pons-facere" - o que faz a ponte: entre todos os cristãos e Deus; Jesus Cristo é o sumo sacerdote) e pastor (João 21,15-17), aquele por quem Cristo orou e que por Ele mesmo foi encarregue de nos confirmar e fortalecer na fé (Lucas 22,32). E o que é confirmar e fortalecer senão encorajar com a sua palavra ou presença, e dar respostas firmes às questões que se levantam (comparar Lucas 22,31 / Amós 9,9)?

Será que Jesus não tinha previsto que todos os Apóstolos iriam morrer? Ou que não haveriam novas heresias a que fosse necessário dar resposta, quanto mais não seja logo naqueles anos depois da morte do último Apóstolo? É só considerar a História e ver como foram violentamente agitados os sécs. III e IV... Por essa altura, já os Apóstolos haviam falecido há décadas. Quem teria autoridade para afirmar a fé verdadeira? Por exemplo, hoje o dogma da "Santíssima Trindade" é absolutamente aceite por todas as igrejas cristãs consideradas autênticas (partilhando assim da fé católica). Mas, se os sabelianos, ou modalistas, não tivessem sido arduamente combatidos pela correcção da Igreja Católica, nunca se teria a Trindade como certa. Aliás, onde está escrito "Trindade" na Escritura? Eis uma clara doutrina "oral" e uma incoerência da parte de quem nega a Tradição como intrínseca à Escritura e portanto essencial para nos orientar à salvação. Enfim, ainda também andam por aí muitos maniqueus e donatistas... Assim como há Testemunhas de Jeová, entre outros: e a diferença está apenas nas heresias em que os fundadores de tais cultos caíram, afastando-se da unidade total em Cristo.

Acontece que os discípulos que acompanharam os Apóstolos entenderam que, como os Apóstolos haviam ordenado bispos de entre eles, que da fé e ordenação apostólica derivavam sua autoridade, assim também haveria entre os bispos da Igreja universal um que fosse sucessor de Pedro e que presidisse à "universal assembleia da caridade" (Inácio de Antioquia, séc. I-II) e, tendo Pedro sido glorificado com o martírio em Roma, com essa Igreja, "na sua principalidade, concordam todas as Igrejas do mundo" (Ireneu de Lião, séc. III). Todos sabemos que se a nossa fé não for apostólica, não conta. Mas se os próprios sucessores dos Apóstolos, e particularmente os Padres da Igreja antiga, os defensores da fé desde o início do Cristianismo, acreditavam nisso, como se poderá argumentar contra, dizendo que estavam errados nesse ponto fundamental, já que todos eram unanimemente fiéis ao bispo de Roma, pertencendo à Igreja que desde logo se chamou "Católica"??

Se aos protestantes custa acreditarem na infalibilidade papal, comecem por compreender o sentido simbólico do sucessor de Pedro, que hoje serve a Igreja como serviu o Apóstolo e é o factor visível da união de toda a Igreja universal. Quanto mais não seja, vejam se compreendem o quão essencial é guardar a fé dos Apóstolos e, por causa disso, aceitar ao Papa como sucessor de Pedro. Não é tão coerente?

E a quantidade de ideologia protestante na mente de tantos católicos?

João

Re: O Primado de Pedro e a Igreja Católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de November de 2002 20:30


Mais uma citação patrística, de um Papa que também é Padre da Igreja... Quero ver se encontro traduzida a Carta aos Coríntios, de S. Clemente I, datada de 96-98 - o mais antigo escrito patrístico, talvez o mais antigo dos extra-bíblicos, sendo isso discutido com a Didaké -, onde claramente se dá testemunho das origens do Primado Romano.


.Segunda Leitura do Ofício (Liturgia das Horas) da Festa da Cadeira de S. Pedro, Apóstolo - 22 de Fevereiro

A festa da Cadeira de S. Pedro era já celebrada neste dia em Roma no século IV, para significar a unidade da Igreja, fundada sobre o Príncipe dos Apóstolos.

Dos Sermões de S. Leão Magno, papa (Séc. V)
(Sermão 4 sobre o aniversário da sua ordenação, 2-3: PL 54,149-151)

A Igreja de Cristo ergue-se sobre a firmeza da fé de Pedro


"De entre os homens de todo o mundo é Pedro o único escolhido para ser posto à frente de todos os povos chamados à fé, para ser posto à frente de todos os Apóstolos e de todos os Padres da Igreja; e assim, embora haja no povo de Deus muitos sacerdotes e muitos pastores, Pedro é o verdadeiro guia de todos aqueles que têm Cristo como chefe supremo. Dignou-Se Deus conceder a este homem, caríssimos irmãos, uma grande e admirável participação no seu poder; e, se Ele quis que os outros chefes da Igreja tivessem com Pedro algo de comum, foi por intermédio de Pedro que isso lhes foi concedido.

A todos os Apóstolos pergunta o Senhor o que pensam os homens acerca d'Ele; e a resposta de todos revela de modo unânime as hesitações da humana ignorância.

Mas quando procura saber o pensamento dos discípulos, o primeiro na confissão do Senhor é o primeiro na dignidade apostólica. Tendo ele dito: Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus respondeu-lhe: És feliz, Simão Bar-Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus; ou seja, és feliz, porque o meu Pai te ensinou, e não foste enganado pela opinião da terra, mas instruído pela inspiração do Céu; e não foram a carne nem o sangue que to revelaram, mas sim Aquele de quem sou o Filho Unigénito.

E Eu te digo, acrescentou; ou seja, assim como o meu Pai te manifestou a minha divindade, assim Eu te revelo a tua dignidade: Tu és Pedro, isto é: Eu sou a pedra inquebrantável, Eu sou a pedra angular que de dois povos faz um só, Eu sou o fundamento que ninguém pode substituir; todavia também tu és pedra, porque solidário com a minha força e, desse modo, o poder que Me é próprio por prerrogativa pessoal ser-te-á comunicado pela participação comigo.

E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Sobre esta fortaleza construirei um templo eterno, e as alturas da minha Igreja, que hão-de penetrar no Céu, erguer-se-ão sobre a firmeza da fé de Pedro.

As portas do Inferno não poderão impedir esta confissão, não a ligarão os vínculos da morte: porque esta palavra é a palavra da vida. E assim como conduz ao Céu os que a confessam, precipita no inferno os que a negam.

Por isso foi dito a São Pedro: Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus. Tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus.

Passou sem dúvida também para os outros Apóstolos o direito deste poder, e a constituição deste decreto atingiu todos os príncipes da Igreja; mas não é sem razão que é confiado a um o que é imposto a todos. O poder é concedido de modo singular a Pedro, porque foi posto à frente de todos os que têm de governar a Igreja."


João

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