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Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 02 de August de 2004 16:54

O PE. LEPOLDINO MATEUS - 1

À Memória de Alexandrina Maria da Costa



Conheço poucos dados sobre o Pe. Leopoldino. Foi certamente um orador de nomeada e praticou algum jornalismo, designadamente escrevendo sobre a Alexandrina e algumas efemérides poveiras.
Perante a Alexandrina, teve, pelos vistos, um comportamento bastante legalista. Na Casa do Calvário, nunca terá passado duma pessoa respeitada, sem chegar a ser um amigo ou confidente. Em sentido estrito, nunca a dirigiu nem foi seu confessor.
Aquando da comissão nomeada pelo Arcebispo, não se colocou do lado da sua paroquiana; pelo contrário «foi o mais severo e o mais influente na decisão» tão gravosa que então se tomou (Dr. Azevedo).
A sua posição há de ter-se modificado nos derradeiros anos da vida da Alexandrina, como aconteceu com muitos dos seus mais obstinados adversários e como se revela nos escritos, ainda assim escassos, que o Pe. Leopoldino lhe dedicou.
Deixou a paróquia em Outubro de 1956, um ano após Alexandrina ter «voado para o Céu».
Em 1958 (vol. I, n.º 2) e 1959 (vol. II, n.º 1), publicou no Boletim Municipal da Póvoa de Varzim um longo artigo sobre Balasar, onde, de passagem, também evoca a sua antiga ilustre paroquiana.
Hoje vou transcrever um In memoriam que ele fez sair em 22/10/1955, no «Ala Arriba», semana e pouco após a sua morte da Alexandrina, quando todos dela guardavam viva memória mas ainda não havia livros que lhe fixassem a biografia:

Na freguesia de Balasar deste concelho baixou à paz do túmulo Alexandrina Maria da Costa “Vicente”, tão conhecida, pelo menos de nome, em quase todo o País.
Nasceu a 30 de Março de 1904 e faleceu a 13 de Outubro de 1955, isto é, nasceu no ano de Nossa Senhora (ano do 50.º aniversário da definição dogmática da Imaculada Conceição) e faleceu no dia da mesma Senhora, no dia último das suas aparições aos pastorinhos de Fátima.
Recebeu a primeira Comunhão na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição da Póvoa de Varzim e recebeu os ú1timos Sacramentos administrados por um sacerdote poveiro, o seu pároco.
Diz-se de Nosso Senhor no seu Evangelho que passou a vida fazendo bem; da saudosa Alexandrina também se pode garantir que passou a sua vida espalhando benefícios.
De todos os donativos que alguns visitantes lhe deixavam espontaneamente, nada queria para si, distribuía-os pelas igrejas e pelos necessitados e pelas Missões.
É conhecida a história da sua vida; era uma humilde pastorinha do campo quando, qual outra Goretti, perseguida para fins criminosos, não encontrou outro meio de escapar do crime do que lançar-se de uma janela ao quintal, o que lhe ocasionou uma doença que a prendeu ao leito da dor perto de 40 anos e sofrendo com a maior resignação.
Era uma alma de Deus toda entregue ao sacrifício pela conversão dos pecadores, salvação dos moribundos e alívio das almas do Purgatório.
O segredo da sua resignação cristã estava na Vida Eucarística, pois que recebia diariamente o Pão dos Anjos com fervor edificante e piedade singular.
A Sagrada Comunhão já há bastantes anos era a sua única comida, porque não tomava alimento algum. Nas últimas horas de sua vida, já mais do Céu que da terra, quando a sua família chorava e soluçava, assegurava-lhes: «Não chorem, que eu vou para o Céu.»
Sim, Alexandrina contava ir para o Céu, mas como os desígnios de Deus são insondáveis, é bom sufragá-la para lhe apressar o seu triunfo, se carecer de se purificar.
O seu funeral, a que assistiram cerca de 40 sacerdotes – e mais viriam se soubessem ou pudessem – foi um triunfo, uma apoteose. O seu cadáver, inumado por entre lágrimas e suspiros na terra fria, tem ainda a visita de muitos admiradores. É uma romagem constante para sua sepultura, uns a chorar outros a suplicar graças à Sacrificada que já não vêem mas que acreditam estar no Céu.
Aqui deixamos estas linhas à memória daquela que foi modelo da vida cristã.



Re: Beata Alexandrina Maria da Costa / Novo Pároco de Balasar
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 05 de August de 2004 03:53


O Pe. José Barbosa Granja, Pároco de Forjães, acaba de ser nomeado Pároco de Balasar, pelo que deixará brevemente o serviço paroquial que vinha exercendo em Santa Marinha de Forjães (Esposende – Braga).

O anúncio desta nomeação, e consequente saída de Forjães, foi feito pelo Pe. José Granja, que, fiel ao seu estilo pessoal e lealdade aos Paroquianos, quis comunicar esta decisão.

Para o efeito, convocou um conselho pastoral extraordinário, no dia 16 de Julho, dando a notícia posteriormente a toda a comunidade, nas Eucaristias dominicais de 17 e 18 de Julho.

Na sua comunicação frisou que a aceitação do pedido do Sr. Arcebispo (D. Jorge Ortiga) teve como motivo único o seu lema de vida: Disponibilidade total para servir a Igreja em qualquer parte, acreditando que as opções do seu Bispo são um meio da intervenção do Espírito, mesmo que humanamente pouco compreensíveis e dolorosas.

(...)

Esta nomeação insere-se na reestruturação anual, em que o Sr. Arcebispo gere os recursos humanos conforme as necessidades da Arquidiocese.

Nesta dinâmica, pensando ser uma inspiração da Beata Alexandrina, pediu ao Pe. José Granja disponibilidade para ser transferido para Balasar, terra da Serva de Deus, recentemente beatificada, com o intuito de consolidar o que será brevemente um grande centro de peregrinações.

(...)


Para mais notícias sobre o evento, queira ligar aqui...


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 05 de August de 2004 16:59

Amigo José Luís e outros Leitores

Eu estive sem computador uns dias; em breve voltarei à minha rotina.
Um amigo da Beata Alexandrina, o Afonso Rocha, abriu uma página de notícias sobre ela.
Quando tiver novidades, dá-las-ei para lá.
É este o endereço:
[www.paroquias.org]

Um abraço.

José Ferreira


Ensaios sobre a Mística da Beata Alexandrina
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 06 de August de 2004 05:07


ENSAIOS SOBRE A MÍSTICA E SANTIDADE DA BEATA ALEXANDRINA DE BALASAR

Baseados na Biografia: BEATA ALEXANDRINA, de Humberto Pasquale


Preâmbulo, sobre o Prefácio da Biografia:


1.1. A primeira vez que vi a Doentinha de Balasar, deu-me a impressão de um Anjo crucificado. (Monsenhor Mendes do Carmo)

1.1.1. De facto, assim era Alexandrina. Eu próprio tive essa mesma dulcíssima impressão (quando a visitei ainda em vida), embora aparentemente a de um Anjo mais feliz do que crucificado, porquanto escondia, humilde e sabiamente, todo o seu profundo sofrimento com um doce e angelical sorriso permanente, um dos carismas pedidos e satisfeitos prontamente por Jesus, o que, além do mais, seduzia cada vez mais curiosos e pecadores.


1.2. O Livro é uma obra surpreendente, até ao grau máximo, porque nele a afirmação do sobrenatural fulgura das primeiras às últimas páginas.

1.2.1. Quem conhece bem a vida da Bem-aventurada Alexandrina, não pode deixar de ficar simultaneamente abismado e profundamente reconhecido a Deus e à Sua Vítima de Balasar – entre tantos outros Santos –, por ainda nos nossos dias conceder-nos factos espirituais e sobrenaturais maravilhosos e extraordinários, que comprovam em absoluto a existência de Deus, a Sua Revelação, a autenticidade e unicidade da Sua única Igreja, assim como os Seus eternos Desígnios de Salvação para toda a Humanidade, apesar de tão ingrata e pecadora.

1.2.2. Ao recebermos e meditarmos em tais prodígios Divinos, através dos Seus Santos em particular, se o fizermos de recta consciência, quem não tem Fé passará a usufruí-la, como dom de Deus que é, e, quem já a tem, ficará sem sombra de dúvida muito mais rico, pois a Fé, como todas as demais virtudes e carismas, poderá aumentar imenso, para supremo bem das almas e para a maior Glória de Deus.


2. O livro pinta-nos a Alexandrina: Uma criança inteligente, viva, brincalhona, pobrezinha, sorridente, religiosa, piedosa, amiga de Deus e da oração.
Pinta-nos una rapariguinha bela, cativante, heroicamente pura e virginal que, para fugir à violação iminente, salta de uma janela para o quintal – um salto de quatro metros – tendo apenas 14 anos.


2.1. Era uma criança normal, mas já tinha na sua alma toda a semente do bem, a qual, tendo caído em boa terra, toda ela germinou, cresceu, floriu e deu muitos e saborosos frutos, reproduzindo por todo o mundo as suas preciosas sementes espirituais: a conversão dos pecadores e a santificação dos justos, segundo a Divina Providência.

2.2. Poderá, porventura, haver maior milagre? Maior prova do Amor de Deus? E ainda há quem não acredite em Deus, ou culpe Deus por todos os males deste mundo, como se Ele tivesse alguma coisa a ver com isso!

2.3. E, para cúmulo, muitos deixam de acreditar na real existência de Satanás, e até do próprio Inferno, quando não de Deus, atribuindo assim à humanidade, por si mesma, toda a maldade, inclusivamente a da própria Natureza, a pretexto de que o Inferno é apenas neste mundo!

2.4. E mais: Quase ninguém, mesmo entre "cristãos" e "católicos", respeita minimamente o 6.º e 9.º Mandamentos da Lei de Deus: as santas virtudes da Pureza e da Castidade, tanto fora como até dentro do Matrimónio, tanto por pensamentos e desejos como por palavras e acções; pois, desgraçadamente, está na moda praticar e luxúria, o sexo-livre, o adultério, a devassidão, a promiscuidade, a homossexualidade; enfim, todo o género de depravações sexuais!

2.5. E o que faz a angélica e heróica Alexandrina, quando pressente o perigo iminente sobre a sua pureza e virgindade? Não hesita, inspirada certamente pelo Divino Espírito Santo, em saltar da janela, sujeitando-se assim à morte do corpo, ou a uma grave e dolorosa doença para toda a vida, no mínimo, como efectivamente veio a acontecer!
Mil vezes antes morrer do que pecar! Antes mil sofrimentos neste mundo do que o Inferno na Eternidade!
Tal como fez, por exemplo, Santa Maria Goretti, a grande mártir da Pureza!

(Continua)


José Avlis


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 06 de August de 2004 12:23

O PE. LEPOLDINO MATEUS - 2

Uma carta


No Arquivo de Balasar, encontra-se uma carta do Pe. Leopoldino Mateus que vamos agora ler. É certamente dirigida ao Pe. Humberto e enquadra-se no contexto das decisões tomadas após o exame da comissão de teólogos. Escreveu ele:

Balasar, 15/3/1945.
Rev.mo Senhor,
Saudações em Jesus Cristo.
Em resposta à sua carta, venho informá-lo que por ordem superior V. Rev.cia não pode exercer qualquer função sagrada na minha igreja e freguesia sem apresentar documento que prove ter jurisdição nesta Arquidiocese. Manda quem pode… obedece quem deve…
Uma comissão de teólogos, estudando o caso da Alexandrina, nada lhe encontrou de sobrenatural; por isso devem acabar as visitas dos padres e leigos, para fazer silêncio sobre a mesma.
Se a doente sofre, e creio isso, lá tem o seu Director Espiritual (que não sou eu) para a confortar e animar no sacrifício.
Não devemos meter a nossa fouce em seara alheia.
Agradecendo as suas atenções, subscrevo-me seu in corde Jesu
Lepoldino Rodrigues Mateus (pároco).


Embora aluda ao sacrifício da Alexandrina, o facto de aceitar sem qualquer crítica a decisão da comissão dos teólogos – que também integrou – mostra como estava longe de entender o que com ela se passava.
De resto, o Pe. Leopoldino mantém a afirmação fundamental da comissão: «estudando o caso da Alexandrina, nada lhe encontrou de sobrenatural». E a Alexandrina já entrara no jejum completo (verificado pelos médicos) quase dois anos e meio antes, a consagração do mundo já tinha sido feita, o período em que ela revivia a Paixão com movimentos já ia longe…
Em meu entender, esta conclusão tem bastante a ver com uma outra tomada a respeito da alemã Teresa Neumann cerca de 20 antes. Dela falarei um dia.


Afinal...

Esta reentrada está a correr um bocado mal.
Aqui, houve deslises e a carta de hoje deveria ser a abertura do tema.
Quanto à página do Afonso Rocha, vai ficar sem efeito o que prometi ontem. Explicarei lá porquê.

José Ferreira


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 07 de August de 2004 12:30

Ontem estive em Balasar

Ontem estive em Balasar e não fiz nada do que esperava fazer. Ao contrário, fiz algumas coisas interessantes que não tinha em mente.
Visitei a casa onde nasceu a Alexandrina, em Gresufes, o que nunca tinha feito. Dista da igreja lá para uns dois quilómetros.
Conversando com os actuais donos, sugeriram-me que fosse conhecer uma senhora muito velhinha – noventa anos feitos – que conhecera bem a Alexandrina.
Não o imaginava, mas tratava-se daquela Felismina que aparece aquando da comissão que o Arcebispo bracarense mandou a Balasar.
É uma apaixonada da nova Beata, tem uma memória invejável e fala muito bem. Explicou-me com muita clareza como foi modificada a casa da Alexandrina.


Re: Ensaios sobre a Mística da Beata Alexandrina
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 08 de August de 2004 07:10


ENSAIOS SOBRE A MÍSTICA E SANTIDADE DA BEATA ALEXANDRINA DE BALASAR

Baseados na Biografia: "BEATA ALEXANDRINA", de Humberto Pasquale – Edições Salesianos


PREÂMBULO – Sobre o Prefácio da Biografia


(Continuação)

2 / 3. O livro pinta-nos depois a rapariga doente, vítima da queda, alternando a vida ora em movimento doloroso ora algemada à cama, mas sempre meiga, sorridente, resignada, piedosa, e ainda assaltada por baixos tentadores ou aspirantes a noivos, mas todos sempre repelidos.

* Pinta-nos a rapariga que, aos 21 anos, vítima inocente do amor à virgindade e do salto heróico, com a doença agravada, recolhe à cama, algemada no leito, para não mais se levantar durante os 30 anos que ainda viveu neste mundo.

* Pinta-nos a rapariga mais piedosa, mais recolhida, mais orante, encantando a todos com a sua bondade, com o seu sorriso, com a sua perene suavidade, mesmo nas horas em que a fome bate à porta e entra, e surge o perigo de ficar sem tecto que a abrigue...



3.1. Uma jovem adolescente, vítima de queda aos 14 anos, quase mártir da Pureza, semi-paralítica até aos 21 anos, já com grandes sofrimentos, porém sempre calma, paciente, carinhosa, alegre e piedosa!

3.2. Uma jovem profundamente Cristã, que, aos 21 anos de idade, Vítima de Amor à Castidade, ao Sofrimento e à Vontade de Deus, recolhe, abnegada e definitivamente, ao seu leito de martírio, até à sua morte em 1955!

3.3. Quanto espírito de Sacrifício, de Amor e de Reparação, nesta heróica donzela, que até superava os próprios Anjos; que tanto louvava e glorificava o único Criador da Vida, o supremo Senhor do Céu e da Terra!

3.4. Como a Providência Divina trabalhou e santificou esta alma de eleição, que tão bem sabia amar, servir e adorar o seu Deus, com a principal missão, plenamente conseguida, de converter e salvar milhares de almas, sendo a maioria delas grandes e obstinados pecadores!

3.5. Que grande e admirável exemplo Cristão nos deu a Serva de Deus Alexandrina, ao trocar tudo nesta vida e neste mundo – corajosa e generosamente, espontânea e definitivamente – pela maior Glória de Deus e pela Salvação das almas, embora à custa de enormes e constantes sofrimentos, tribulações, provações e tentações, seguindo, assim e radicalmente, um dos maiores Conselhos Evangélicos: "Se queres ser Meu discípulo, renuncia a ti mesmo, toma a tua cruz e segue-Me"!


2 / 4. O livro pinta-nos a heróica grandeza moral desta Alma já extraordinária no sofrimento, a pedir a Deus o amor ao Sofrimento, e a oferecer-se à Majestade Divina para desagravá-La da massa negra e transbordante dos pecados do mundo, atraindo assim a Misericórdia para os grandes e infelizes pecadores.

* Pinta-nos, finalmente, em páginas ricas de luz e de sentimentos Divinos, a elevação da Alma da Alexandrina à sublime Vida mística, e sobretudo à grande Reparação mística, parecendo-nos que ela ombreia com Santa Catarina de Sena e outras centenas de Heroínas do Amor de Deus e da Reparação, que já estão no Céu e nos Altares.

* Aquela hora em que Jesus diz à Vítima de 20 anos de sofrimento e há 15 anos algemada no leito: “Dá-Me as tuas mãos, que as quero cravar Comigo; dá-Me os teus pés que os quero cravar Comigo; dá-Me a tua cabeça, porque a quero coroar de espinhos, como Me fizeram a Mim; consagra-Me o teu corpo; oferece-te toda a Mim”!



4.1. A grandeza moral e espiritual de uma Alma de intimidade Divina, tem, geral e extraordinariamente, uma assistência e protecção especiais de Jesus, de Maria, dos Anjos e Santos, ou seja, de toda a Corte Celeste, sobretudo quando está sujeita, como no caso da Beata Alexandrina, a certos carismas místicos, como colóquios, êxtases e revelações privadas, que poderão deixar de ser particulares caso haja uma exigência nesse sentido feita pelo próprio Deus, ou pela Santíssima Virgem.

4.2. Uma Alma de alto nível espiritual e místico, ainda que muito simples e ignorante de cultura humana, geralmente obtém sempre aquilo que anseia, sugere ou roga, pois é frequentemente inspirada pelo Divino Espírito Santo sobre tudo aquilo que deve pensar, dizer e fazer, para a maior Glória de Deus e Salvação das almas, segundo as missões e os carismas confiados, como aliás tem acontecido com outros grandes Místicos, assim como também em várias aparições de Nossa Senhora.

4.3. Todavia, é geralmente através de êxtases e colóquios místicos, de Jesus ou Maria com os seus eleitos, que acontecem diálogos e factos profundamente sobrenaturais e celestiais maravilhosos – como o que é descrito acima com Alexandrina –, que têm sempre determinados objectivos Divinos e humanos, com vista à Vida e Glória Eternas de todos nós, para o que fomos criados e redimidos, mas sempre com o nosso livre-arbítrio, sob pena de eterna condenação. Eis o enorme valor e mediação das Almas Vítimas!

(Continua)


José Avlis


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 08 de August de 2004 19:26

O PE. LEPOLDINO MATEUS – 3

Mais artigos do «Ala-Arriba»


O conhecimento que hoje podemos ter da Beata Alexandrina é diferente do que tiveram os seus contemporâneos. Hoje podemos conhecê-la nos segredos íntimos que ela tão zelosamente queria guardar. Por outro lado, muito nos escapa da sua pessoa. Quando o Pe. Humberto diz que o mais extraordinário que havia nela era a sua bondade, que ela «era a bondade em pessoa», isso não podemos nós experimentá-lo.
Como quer que seja, o Pe. Lepoldino Mateus, seu pároco, que durante dezoito anos lhe levou diariamente a Eucaristia – e sabemos o supremo lugar que a Eucaristia teve no seu percurso de santificação –, que viveu de perto as polémicas que se geraram em seu redor, que lidou com os seus directores espirituais, com os seus familiares, foi dela um observador especialmente colocado. Tinha boas razões para recordar aquela que lhe pusera a paróquia nas bocas do mundo, que ali trouxera tantos milhares de visitantes, alguns bem ilustres; tinha razões para lhe estar grato, mesmo de um ponto de vista inteiramente pessoal. Eis estas palavras do seu artigo de 13/10/56 no «Ala-Arriba»:

Um dia, sentindo que as forças me iam definhando, disse-lhe:
Alexandrina, parece-me que vou deixar-vos, porque me não sinto com alento para o pesado ónus desta longa freguesia.
A doente calou-se, mas, volvidos alguns dias, antes de lhe dar o Pão da Vida, ao abeirar-me do seu leito, diz-me:
“Senhor Abade, não receie perder o vigor para deixar a freguesia; porque pedi a Nosso Senhor que eu morresse antes de V. Rev.cia nos deixar e Ele prometeu-me que sim, e a sua palavra não falta.”
E assim sucedeu.


Os seus artigos foram muitas vezes de teor elogioso. Elogiou a Alexandrina pela sua devoção à Eucaristia, pela sua vida de sofrimento reparador, pela sua caridade para com os carenciados, etc. Ao seguinte achamos um atractivo particular por fazer um aproveitamento jornalístico-litúrgico dos seus escritos. Infelizmente, ele é só a primeira parte de um trabalho que não chegou a ter conclusão. Data de 25/3/56.

Estamos no tempo santo em que a Igreja nos convida a meditar nos sofrimentos de Cristo na Cruz. A Cruz é o instrumento de suplício e o púlpito do Mestre. Nela pronunciou sete palavras e com o clamor violento que levantou antes de exalar o último suspiro, Cristo mostrou que morreu voluntariamente porque tinha forças para viver ainda mais tempo. Pela mesma razão, inclinou primeiro a cabeça e só depois é que exalou o espírito.
A Cruz não é, apenas, o instrumento do suplício – é também a cátedra do ensino de Cristo – diz Santo Agostinho. Foi o que ele revelou à Alexandrina, num dos seus êxtases:
“- Minha filha, aqui estou com o Meu Divino Coração aberto pelos pecadores, aberto com a maldade do Mundo. Este coração não tem, como no Calvário, um só soldado que o abra, que lhe crave a lança; agora são milhares de pecadores que assim Me ferem. Alexandrina, sofre, repara por amor; é Jesus, o teu esposo, que te pede.
- Meu Jesus – responde ela – eu não sei sofrer nem reparar e nada valem os meus sofrimentos. Tudo tenho sofrido por Vosso amor e vejo-Vos sempre ferido. São, com certeza, as minhas maldades!
- Filha – continua Jesus – sossega. Faço isto, mostro-me assim para te fazer compreender que o Mundo me crucifica continuamente; mas não sou Eu que sofro, revesti-me de ti, é Cristo em ti. É o teu coração que é aberto pela lança, é a tua cabeça que é coroada de espinhos, são os teus pés e mãos chagados, é o teu corpo açoitado, és tu a vítima imolada, a vítima do Rei Divino.
Criei-te para a dor, para reparares; criei-te e fiz de ti um instrumento de salvação para as almas. Eu não sofro senão em ti. Sou o teu Guia, prometi-te ser o teu Director, não falto.
Aproxima-se o teu Céu, a tua Pátria divisa-se claramente.
Olha o que é o Paraíso eterno, a alma na posse do seu Deus, embebida no Amor Divino. Que alegria ao veres a grande multidão, milhões e milhões de pecadores que salvaste e com o teu sofrimento levaste ao gozo eterno!”



Re: Beata Alexandrina Maria da Costa / Fiat Lux!
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 10 de August de 2004 06:56


Ilustre José Ferreira

Prezados Leitores e Amigos


Este colóquio místico de Jesus com Alexandrina, supracitado no seu artigo anterior, é um dos que mais me impressiona e fascina – com grande e salutar edificação! –, entre centenas de outros igualmente empolgantes, elucidativos e maravilhosos!

Por isso mesmo, vou tentar comentá-lo à minha maneira, até para explicitar melhor certos detalhes a quem não esteja minimamente preparado, ou então para desfazer quaisquer equívocos a quem o ler como se de um simples mito moral se tratasse...

Não, a Mística cristã nada tem a ver com a mitologia ou fantasia, mas com realidades profundamente espirituais e contemplativas, quer através da íntima oração e meditação, quer através de carismas (dons especiais) confiados por Deus aos seus eleitos, como sendo os contactos espirituais só de voz, só de visão ou de ambos os sentidos, geralmente a nível das potências ou sentidos da alma, ainda que aparentemente através dos sentidos corporais...

A Deus nada é impossível, pelo que tem diversas maneiras de comunicar-Se com a humanidade em geral, e com as almas eleitas em especial, ao ponto de com estas se travarem, por vezes, verdadeiros diálogos íntimos, preciosas confidências e revelações de carácter geral, a fim de serem dadas a conhecer, oportunamente, à humanidade em geral, ou às pessoas a que particularmente dizem respeito...

* No diálogo místico em referência, Jesus mostra à Alexandrina o Seu Coração profundamente chagado e doloroso, tal como aconteceu, através da lança do soldado, pouco antes de Ele morrer na Cruz...
E esclarece Jesus: "O Meu Divino Coração realmente foi aberto pelos pecadores e pela maldade de todo o mundo (e de todos os tempos)"...

* Por isso, todos nós – cada qual à sua maneira – somos culpados de tamanhas maldades, dores e angústias causadas a Jesus, quer através do Seu Sagrado Corpo e Coração, quer através do Seu Divino Espírito e Alma, que continuam a sofrer através do Seu Corpo Místico, ou seja, através de toda a Humanidade em geral e dos Cristãos em particular (como Seus membros, sendo Ele a Cabeça)...

* E assim pede à Alexandrina, Sua Vítima voluntária, para aceitar sofrer e reparar por Amor, tanto quanto lhe for possível; que, só assim, conseguirá, através do sofrimento transferido do mesmo Jesus, converter e salvar o maior número possível de pecadores, que tanto continuam a ofender a Deus, ao próximo e a si mesmos, sob pena de eterna condenação...

* E Jesus explica que, embora o mundo continue a crucificá-Lo constantemente, não é contudo Ele mesmo que agora sofre, mas toda a humanidade por Ele, e neste caso especial sobretudo a própria Alexandrina, por ter-se revestido de Cristo, espiritualmente falando, passando desse modo a viver nela, com todos os poderes inerentes à conversão dos mesmos pecadores, desde que eles se mostrem disponíveis...

* E, a propósito, Jesus esclarece, como grande privilégio da Alexandrina, como se ela fosse agora o próprio Cristo Redentor:
"É o teu coração que é aberto pela lança, é a tua cabeça que é coroada de espinhos, são os teus pés e mãos chagados, é o teu corpo açoitado, és tu a vítima imolada, a vítima do Rei Divino"...

* E acrescenta, como suprema justificação e garantia:
"Criei-te para a dor, para reparares; criei-te e fiz de ti um instrumento de salvação para as almas.
"Eu não sofro senão em ti. Sou o teu Guia, prometi-te ser o teu Director, não falto".


* E, promete-lhe também, como eterna recompensa, a Pátria Celeste, onde será premiada com imensa Glória:
"Aproxima-se o teu Céu, a tua Pátria divisa-se claramente.
Olha o que é o Paraíso eterno, a alma na posse do seu Deus, embebida no Amor Divino".


* E a sua maior glória será sem dúvida, como conclui Jesus, o seguinte:
"Que alegria ao veres a grande multidão, milhões e milhões de pecadores que salvaste, e com o teu sofrimento levaste ao Gozo eterno!"


+++ «MILHÕES E MILHÕES DE PECADORES QUE SALVASTE, E COM O TEU SOFRIMENTO LEVASTE AO GOZO ETERNO!» +++


+ Beata Alexandrina Maria, rogai por nós!


José Avlis


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 10 de August de 2004 11:06

O PE. LEPOLDINO MATEUS – 4

Alexandrina e os homens do mar


No livro do Pe. Humberto que ele intitulara Alexandrina e que foi depois rebaptizado para Venerável Alexandrina e agora para Beata Alexandrina, vem transcrito um artigo do Pe. Leopoldino, publicado em 14/1/56 no «Ala-Arriba», sob o título de «Alexandrina Maria da Costa e os homens do mar». Curiosamente, a versão do livro é bastante diferente da do jornal. Não nas ideias gerais, que são as mesmas, mas na forma, no tratamento do estilo. A alteração não foi certamente devida unicamente à tradução para italiano e à nova tradução para português, se é que as coisas se passaram assim. Parece-me antes que terá resultado de acordo entre o autor do artigo e o autor do livro. Veja-se a versão deste:

Alexandrina, na idade de seis, e Deolinda, na de nove anos, não havendo em Balasar uma escola para meninas, foram postas na pensão de um carpinteiro da Póvoa de Varzim. Quando as tempestades marítimas tornam difícil o desembarque nas nossas praias, a gente do mar, com fortes gritos, invoca os santos da sua devoção para intercederem em seu auxílio sobre os barcos em viagem de volta da pesca.
Os gritos das mulheres e das famílias inteiras de pescadores causam uma dolorosa e inapagável impressão sobre a população inteira, que se dirige para a praia para assistir, demasiadas vezes, a gravíssimas catástrofes.
A nossa Alexandrina, ainda pequena e não habituada àqueles espectáculos, porque oriunda duma aldeia do interior, ficava de tal modo impressionada que não resistia ao pensamento dos sofrimentos em que andavam os homens do mar. Comovia-se com isso, como se se tratasse de pessoas de família.
Por esse motivo quando, então prisioneira do seu leito, era visitada pelos pescadores, sabia dizer-lhes palavras de afecto, de conforto e de encorajamento, que dificilmente saberemos reproduzir.
Nas suas conversas, não deixava nunca de aconselhar-lhes a devoção a Nossa Senhora (à Mãezinha, como costumava dizer), Estrela-do-Mar, Senhora dos Navegantes e de todos aqueles que viajam por mar. Este seu afectuoso interesse pelos homens do mar tornou-se proverbial, a ponto de a maior parte dos pescadores de bacalhau, das praias da Póvoa até Nazaré, não partirem nunca para os longínquos mares do Norte sem irem saudar Alexandrina e recomendarem-se as suas orações.
Faziam a mesma coisa quando regressavam à Pátria.
A peregrinação, então tradicional, não se interrompeu depois da morte da Alexandrina.
Há dias, uma camioneta conduzia a Balasar 43 pessoas, as famílias dos pescadores da Gafanha de Nazaré, que vinham em visita ao túmulo florido e iluminado da Alexandrina.
Ajoelhados sobre essa terra, rezaram em comum o Terço. Apenas acabaram esse acto de devoção, aproximámo-nos do chefe da comitiva, Mateus Casoilo, casado, de 44 anos, residente na Gafanha. Informou-nos ele que, embarcado no navio «Ilhavense», carregado de bacalhau, se encontrava a 15 de Agosto perto da ilha das Flores.
Devido a um curto-circuito ocorrido a bordo, o navio incendiou-se e toda a tripulação foi obrigada a abandonar o barco, apinhando-se nos pequenos salva-vidas. Durante umas 13 horas estiveram em gravíssimo perigo por causa das ondas alterosas.
Naquela tremenda emergência, ele e os companheiros de trabalho recorreram à boa Alexandrina, como eles lhe chamavam, a fim de que os recomendasse a Deus.
Quando menos o esperavam, apareceu, finalmente, um navio americano que os recolheu a todos e os transportou para Bóston, donde uma companhia de aviação os conduziu incólumes até Lisboa.
Aquela piedosa peregrinação queria ser a acção de graças de todos os pescadores e das suas famílias à grande benfeitora.
Hermínio da Silva, também presente, confirmou a narração do primo Mateus e acrescentou que, durante a pesca, havendo-se encontrado em perigo no seu barco com os seus homens, invocaram a Alexandrina e foram todos salvos.
Assim faziam também os Apóstolos quando, no meio das ondas ameaçadoras do lago de Genesaré, invocavam o Divino Mestre, só do qual esperavam a salvação.


Só para verificar a distância que separa os dois textos (o do jornal e o do livro), vejam-se alguns dos períodos originais para comparação:

Quando a maresia altera a nossa costa, dificulta a passagem das embarcações na barra e chama atenção das pessoas da classe piscatória, começam em altos brados a invocar os Santos da sua devoção para acudir aos tripulantes no perigo da travessia.
Os gritos das mulheres e famílias dos pescadores alteram a tranquilidade e serviço de outras pessoas que correm pressurosas ao fieiro ou areal para presenciar aquela cena perigosa e dolorosa que muitas vezes se converte em catástrofe.



Para o José Avlis

Sinceramente, obrigado pelo comentário que fez à citação do Pe. Leopoldino Mateus, porque é um texto muito importante e na altura em que escreveu o artigo não deveria estar ainda publicado nenhum - nenhum - livro sobre a Beata Alexandrina.
Quanto à sua página sobre o feminismo, acredite que estou mais consigo que com a maioria das pessoas que lá escrevem. A dignidade da mulher, como a do homem, não passa tanto por contínuas reivindicações de direitos, mas por uma ascese individual, de cada dia, de cada hora.


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa / Que belo trio!
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 10 de August de 2004 21:37


Amigo José Ferreira

Nada tem a agradecer. Eu é que lhe agradeço toda a preciosa e generosa colaboração prestada nesta página, embora infelizmente tão marginalizada (pelo menos em participações, mas creio bem que não em leituras), sobre a Bem-aventurada Alexandrina Maria da Costa.

Que a Beata Alexandrina lhe dê muita paciência, disponibilidade, coragem e alegria para seguir sempre em frente, ainda que apareçam, por vezes, alguns escolhos, como lamentavelmente já tem aparecido, porquanto Satanás nunca desarma, aliado aos nossos adversários.
Rogo a bênção da Beata de Balasar para si e sua Família, assim como para o antigo e novo Pároco, para todos os paroquianos, devotos e apóstolos da mesma "santa" Alexandrina!

Não imagina como o Demónio e seus comparsas se contorcem de ódio e vingança contra os devotos da nossa querida Beata, como aliás já faziam com a própria Alexandrina, durante quase todos os seus 30 anos de retenção ao seu leito de dor, de reparação, de purificação e de santificação, a cruz do seu Calvário, como que no altar do sacrifício, da conversão e da salvação!

Foi a Divina Providência e a Beata Alexandrina que o trouxeram a esta página sagrada, após uma longa e valente campanha, em Portugal e no Mundo, a favor da divulgação da sua Vida e Obra, dos seus Heroísmo e Santidade místicos e singulares...
Sagrada página esta, porque trata, principalmente, do negócio mais importante e precioso das nossas efémeras vidas terrena, a Salvação das nossas almas, através da vida exemplar da Mãe Espiritual de Balasar, a partir dos amados Jesus, Maria e José, a quem ela tão bem serviu!

A Vítima do Calvário de Balasar é, sem sombra de dúvida, a nossa Mestra, a nossa Guia, a nossa Medianeira, logo depois de Jesus, de Maria e de José.
Que belo trio: Jesus, Maria e Alexandrina!
Nunca esqueçamos, porém, o glorioso Santo (felizmente do nosso nome), o maior Santo logo depois da Santíssima Virgem, Mãe de Deus e Mãe Nossa: São José!
Não é por acaso que ele (S. José) também figura junto ao túmulo da Beata Alexandrina, assim como N.ª Sr.ª de Fátima!

Depois da Mãezinha do Céu, era a São José que ela mais venerava, com profunda e filial devoção!
Era igualmente com S. José que ela tinha mais colóquios íntimos, logo depois de Jesus e de Maria Santíssima.

Como devemos estar gratos, para todo o sempre, a Jesus, a Maria, a José e a Alexandrina! Não esquecendo o nosso Anjo da Guarda!
A todos Eles diariamente rezo, não só para a Glória d'Eles (a de Deus acima de todos), não só pela minha contínua conversão e santificação, mas também pela salvação dos meus familiares e amigos, assim como pela conversão de todos os pecadores, à imitação do que fazia a Beata Alexandrina.

Não sei, nem quero viver doutra maneira, nem me interessam os bens materiais, excepto na exacta medida em que servem/beneficiam os bens espirituais, segundo a vontade de Deus.
E seria a pior traição e loucura, absolutamente, se trocasse o Céu pela terra, Deus pelo mundo, a Eternidade por este vale-de-lágrimas, a ascese espiritual pelos prazeres corporais, a virtude pelo pecado, os Anjos pelos Demónios, a Glória Eterna pelo suplício eterno, o Paraíso pelo Inferno!

Dizia e ensinava, muito a propósito, a minha santa Mãe natural (que Deus tenha em Sua eterna Glória!):
Gosto imenso de vós (referindo-se a mim e aos meus cinco irmãos), e por vós daria sem hesitar a minha vida, mas preferia ver-vos mortos (fisicamente) do que saber que cometestes um só pecado mortal (como ofensa gravíssima a Deus, que, por isso mesmo, vos pudesse levar ao Inferno)...

Mais vale uma vida inteira de sofrimento, do que um só ano de Purgatório.
Mais vale mil vidas de caridade, angústia, dor e reparação, do que, após todos os prazeres e vaidades deste mundo, condenar-nos eternamente às terríveis penas do Inferno, por nossa própria culpa.


+ Jesus Cristo, tende piedade de nós!
+ Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós!
+ São José, rogai por nós!
+ Beata Alexandrina, rogai por nós!



José Avlis


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 12 de August de 2004 11:00

O PE. LEPOLDINO MATEUS – 5

O Pe. José Cascão


Sob o título de «Bodas de Oiro», publicou o Pe. Leopoldino em 24/7/48, na «Idea Nova», um artigo de homenagem ao Pe. José Cascão, aquele que reuniu a notável biblioteca que se guarda no Centro paroquial do Mons. Pires Quesado, na Póvoa de Varzim.
Há nessa biblioteca muitos e bons livros, alguns certamente raros. O seu dono mostra-se-nos um sacerdote zeloso e de largas vistas. Autor de alguns livros e tradutor de vários outros (franceses, espanhóis e italianos), foi este capelão da Senhora das Dores que um dia enviou a Beata Alexandrina pedir à Aguçadoura. Ela que sentia já nesses tempos uma atracção especial pela Mãe das Dores.
A biblioteca do Pe. José Cascão muito ajuda a perceber o contexto religioso e cultural em que a Alexandrina cresceu e que se reflecte na sua vida e obra.
Nas Bodas de Ouro referidas, esteve presente uma particular amiga da Alexandrina, a professora Angelina Ferreira, que então proferiu uma elogiosa alocução em honra do homenageado.
Veja-se o artigo do Pe. Leopoldino:

Beiriz, que, na opinião do saudoso jornalista Cândido Landolt, é a freguesia mais rica do nosso concelho, onde a vegetação brota luxuriante a ponto de, junto ao produto dos seus trabalhos na Póvoa, apresentar prédios bem construídos e guardar fortunas bem sólidas, viu no dia 11 de Dezembro de 1874 nascer, no lugar de Paredes, um dos seus filhos que muito a havia de ilustrar. Esse menino recebeu o nome de José no baptismo que lhe foi ministrado pelo Sr. Joaquim Lopes Ferreira, de saudosa memória. Seus pais, Manuel Gonçalves Cascão e Maria Rita Ferreira Cascão, depois de confiar seu filho ao professor de ensino particular Sr. Francisco Rodrigues Maio (o Maneta), com escola na rua da Madre de Deus desta vila, transferiram-no mais tarde para a Escola Azevedo de Beiriz, então regida pelo professor oficial Sr. José Joaquim Rodrigues dos Santos, que o habilitou para o exame de Ensino Primário Elementar, que nesse tempo se fazia nas Salas da Câmara Municipal.
Entendendo que o filho tinha a instrução suficiente para ser um bom lavrador, seus pais tiraram-no da escola para o entregar à cultura da terra, mas José Cascão, sentindo-se nesse mister como o peixe fora da água, nada dava na agricultura, o que levou os seus progenitores a mandá-lo estudar: eis a razão por que só aos 14 anos fez exame de instrução primária no liceu de Braga. Frequentou os primeiros anos de preparatórios no nosso Instituto Municipal, indo terminá-los no Seminário de Braga. Concluímos os preparatórios ao mesmo tempo — Outubro de 1895, ele fazendo exame de Filosofia e eu de Literatura, mas como eu tinha apenas 16 anos de idade, ele entrou para o curso teológico e eu fiquei à espera de poder ser admitido, o que consegui no ano seguinte, com dispensa da idade, concedida pelo saudoso Prelado D. António José de Freitas Honorato.
José Gonçalves Cascão de Araújo foi sempre um estudante aplicado, motivo por que, terminado o curso de teologia, foi ordenado de Presbítero m 31 de Julho de 1898. Celebrou a sua Missa nova em Santa Maria de Terroso, terra da sua mãe, sendo presbítero assistente seu Venerando tio Pe. Lino Ferreira de Araújo, para, logo no 3.º Domingo de Agosto, tomar posse da capelania da Confraria da Senhora das Dores.
Já lá vão 50 anos dos acontecimentos que acabamos de narrar e, por isso, a Mesa da Confraria e alguns antigos dedicados vão festejar-lhe as suas bodas de oiro. De tudo é digno o homenageado, porque tem sabido impor-se no nosso meio religioso e social. Quando S. Rev. tomou posse da capela das Dores, esta era um deserto onde não havia missa nem exercício de piedade ao domingo. O novo capelão, pelo seu zelo sacerdotal e devoção à Mãe Dolorosa, começou a chamar o povo ao templo abandonado, com a celebração da Santa Missa e recitação da Coroa. A fim de aumentar a frequência dos fiéis, estabeleceu canonicamente, no dia 8 de Setembro de 1900, a Pia União das Filhas de Maria, sendo no dia 5 de Dezembro do mesmo ano, agregada à Pia União das Filhas de Maria, estabelecida na igreja de Santa Inês em Roma, pelo que foi nomeado seu director pelo Sr. Arcebispo D. Manuel Baptista da Cunha. A sua acção sacerdotal foi tão valiosa que conseguiu fazer da devoção da Senhora das Dores, a primeira da Póvoa de Varzim.
Justa é, pois, a homenagem que a Mesa da Confraria lhe vai prestar. Os saudosos pais de José Cascão quiseram fazer dele um lavrador, mas ele, aspirando a outra cultura, nada deu no serviço das terras. O jovem estudante teve a sorte de encontrar bons professores no Instituto — Dr. João Faria (português e francês); Pe. Afonso dos Santos Soares (geografia e história); Albino Gonçalves de Oliveira (aritmética e geometria); Joaquim Dias de Azevedo (latim); e no Seminário de Braga — Pe. Francisco José Duarte de Macedo (latinidade); Dr. Messias Fragoso (filosofia); Dr. Alves de Moura (literatura),
Dedicando-se ao estudo, traduziu do francês e do italiano várias obras, possui talvez a primeira biblioteca particular da Póvoa, foi explicador particular em línguas e, como jornalista, colaborador na Estrela Povoense. É um homem culto. Prestou bons serviços nas Confrarias do Coração de Jesus, Senhora das Dores e Senhora do Rosário, como Juiz, e na Comissão de devotos da Senhora da Conceição da Matriz, sendo seu presidente 4 anos, e como organizador dos programas das melhores procissões realizadas na vila. Sacerdote erudito, os seus sermões (era diácono quando principiou pregar) revelavam grandes conhecimentos de teologia.
Homem social, foi presidente da Associação dos Bombeiros (2 anos) e capelão da mesma humanitária Instituição (20 anos); presidente da Associação de Caridade «A Beneficente» (2 anos); da Associação de Socorros Mútuos «A Povoense» (2 anos); do Sindicato Agrícola (2 anos).
Homem popular e sem vaidade, trata a todas as pessoas, sem distinção de classes, com urbanidade e respeito, motivo por que é muito querido pelos seus amigos, particularmente aqueles que o acompanharam nas sua viagens ao estrangeiro. Alguns desses velhos amigos, associando-se à Mesa da Senhora das Dores, vão lhe prestar a sua homenagem na passagem da celebração das suas bodas de oiro sacerdotais. Também, como velho amigo do Pe. José Cascão de Araújo, não posso deixar no olvido este momento, unindo-me espiritualmente aos seus amigos e admiradores e pedindo ao Bom Deus a conservação da sua preciosa vida.
Ad multos annos!»



Re: Beata Alexandrina Maria da Costa / Apologia da Santa de Balasar
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 13 de August de 2004 11:37


APOLOGIA DA BEATA ALEXANDRINA – I


O próprio Mestre Jesus, Supremo Rei e Senhor do Céu e da Terra, fez da Alma da Beata Alexandrina um autêntico Tabernáculo, e nele passou a morar permanentemente, como habitando simultaneamente na Sua Corte Celestial, rodeado de todas as Legiões de Anjos, Arcanjos, Querubins e Serafins, os quais, em constante louvor e adoração, Serviço e Dedicação, cantarão a una só voz:

LOUVOR, ADORAÇÃO, HONRA E GLÓRIA, AO REI DOS REIS, AO SENHOR DOS SENHORES, AO CRIADOR DOS CRIADORES, AO REDENTOR E SALVADOR DE TODA A HUMANIDADE, AGORA E PARA SEMPRE, POR TODOS OS SÉCULOS DOS SÉCULOS, AMEM!

Rodeado de toda a Sua Corte Celeste, entre o Divino Pai e o Divino Espírito Santo, entre a Sua Mãe Maria Santíssima e o Seu Pai Adoptivo S. José, entre toda uma plêiade de grandes Santos: Patriarcas e Profetas, Apóstolos e Discípulos, Papas, Cardeais e Bispos, Presbíteros e Diáconos, Virgens e Mártires, Confessores e Doutores da Igreja, Pregadores e Missionários, Místicos e Contemplativos, Missionários e Catequistas, Religiosos e Leigos; enfim, de todos os gloriosos membros da Igreja Triunfante, que gozarão do máximo de Glória, de Paz e de Felicidade por toda a Eternidade!

E a Bem-aventurada Alexandrina de Balasar, lá está também, desde 1955, como sendo realmente uma das maiores Santas do Céu, que tanto bem fez na Terra no meio de tão longos e atrozes sofrimentos, de tantas provações e tribulações, e que por isso tanta Glória e Louvor deu a Deus e à Mãezinha, que tanto reparou e desagravou Jesus nos Sacrários de todo o mundo, o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, tão ultrajado, profanado e desprezado, a começar pelo Templo vivo da Alma e Coração da Beata Alexandrina!

E assim, pelas suas excelsas Virtudes, Orações e profundos Sofrimentos, de constante Amor, Dedicação e Reparação, e tudo plenamente de acordo com a Santíssima Vontade de Deus, conseguiu converter, santificar e salvar milhares e milhares de Almas, as quais, por serem geralmente grandes pecadoras, de outro modo jamais conseguiriam a Glória Eterna!!

E o próprio Jesus prometeu-lhe que salvaria, sobretudo a partir do Céu, muitíssimas mais ainda, milhões de pecadores!!
Ao contrário de muitos políticos tiranos e diabólicos terroristas, que assassinaram e massacraram milhões de pessoas!!!
Ao contrário de imensas mulheres feministas e hedonistas, malvadas e falsas mães, que matam criminosamente muitas dezenas de milhões de Nascituros por ano, dentro do seu próprio ventre, em satânica carnificina uterina!!!

E confidencia-lhe, uma vez mais, o seu dulcíssimo Jesus, em 10-12-54:
«As verdadeiras Grandezas, a Minha Obra, o Meu Trabalho Divino em ti..., só depois da tua morte, e verdadeiramente à luz da Eternidade, serão vistas e compreendidas tantas maravilhas, tantos prodígios!...
Isto, com a tua correspondência e fidelidade...
O mundo, o mundo, como te está devedor! E como te está devedor Portugal!»


E, nesse mesmo ano, Jesus ainda exorta-a:
«Lança às praias, sobre os casinos e sobre os cinemas, sobre todas as cidades provocadoras e pecaminosas, as tuas redes ensanguentas, as tuas redes de tormentos indizíveis e sem igual...
Oh, como a terra dentro em pouco receberá do Céu chuvas e orvalhos celestes mandados por ti!
A tua missão! A tua missão continuará no Paraíso, continuará triunfante!»


«LANÇA AS TUA REDES, LANÇA AS TUA REDES, LANÇA AS TUAS REDES AOS SACERDOTES, AOS SACERDOTES, AOS SACERDOTES!...»


Atenciosa e dedicadamente,

José Avlis


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: carlos (IP registado)
Data: 13 de August de 2004 23:11

quanta idolatria só Deus para ter misericordia!!

Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 14 de August de 2004 11:26

O PE. LEPOLDINO MATEUS – 6

A Fé dos Poveiros


Para aquecer os ânimos para o II Congresso Eucarístico da Arquidiocese de Braga que teve lugar Póvoa de Varzim, publicou-se então um opúsculo, que era uma espécie de número único duma revista. Já se viu que o Dr. Abílio de Carvalho colaborou; também colaborou o então coadjutor da Póvoa de Varzim, o Pe. Leopoldino Mateus, que era da Lapa. É com este seu escrito, intitulado «A Fé dos Poveiros», que agora se vai ler, que vou terminar esta notícia sobre o Pe. Leopoldino:

Mais uma vez, a religiosa vila da Póvoa de Varzim, por ocasião do Congresso Eucarístico, vai mostrar a Portugal inteiro que a sua fé em Jesus é viva e fervorosa e que os seus corações consagram a Jesus-Hóstia a mais sincera das dedicações.
Como a maior parte da população pertence à classe piscatória, são os filhos do mar, os humildes poveiros, que vão tomar parte activa nas grandes solenidades que se realizam por essa ocasião.
Não é de hoje a fé dos poveiros a Jesus Sacramentado; herdaram esses sentimentos dos seus maiores, que tiveram sempre o cuidado de, com o seu exemplo e com os seus conselhos, incutir no ânimo dos filhos a sua crença em Jesus e a sua devoção à Virgem da Assunção.
Na capela da Lapa, erigida pelos valentes pescadores em honra da sua augusta padroeira, Maria Santíssima, conservam o SS. Sacramento, a quem não deixam de prestar homenagens da sua piedade e amor filial.
Alguns anos houve até que, na segunda-feira de Páscoa, era promovida uma festa em acção de graças ao Senhor Sacramentado pelos benefícios concedidos durante o ano.
Na Quinta-Feira Santa, o Sagrado Laus Perene da capela da Lapa era o mais sumptuoso e brilhante que se realizava, primando sempre os nossos poveiros em apresentar as melhores decorações e o maior número de lumes para que Jesus-Hóstia estivesse exposto aos fiéis no meio da maior grandeza e sumptuosidade.
Porém, onde os nossos poveiros manifestavam a sua maior fé a Jesus-Eucaristia era em acompanhar o viático. Mal o sino da Lapa dava a primeira badalada a tocar ao Senhor fora, quer estivessem na praça, quer em casa trabalhando, quer comendo, deixavam tudo, indo em carreira vertiginosa à capela para tomar as primeiras insígnias.
Era tal o empenho que os nossos poveiros tinham em acompanhar o nosso Pai aos enfermos que a Mesa da Irmandade na necessidade de mandar fazer um pálio para que pudessem ser mais os contemplados com as insígnias.
Depois que tudo estava preparado e o sacerdote levantava a voz para entoar o «Bendito», com que fé e entusiasmo os poveiros cantavam em honra de Jesus Sacramentado! De noite, como as mulheres não podiam acompanhar o Senhor, os pescadores dividiam-se em grupos, uns cantando o «Bendito» e outros a resposta. As casas por onde passava o Senhor estavam iluminadas e o povo, esperando à porta a passagem do seu Rei e Senhor, rezava fervorosamente pelas melhoras do doente e prosperidades da sua casa! Como isto era belo e edificante!
Depois, como no actual regime fosse proibido levar o Sagrado Viático aos doentes, parece que tinha esmorecido a fé dos poveiros a Jesus-Hóstia, mas não! Veio a Arquiconfraria dos Pajens do SS. Sacramento arregimentar as criancinhas, para, aproximando-as do seu Criador, haurirem nessa fonte salutar graças copiosíssimas e bênçãos salutares.
Como Jesus deve estar contente com esses humildes poveirinhos que, de tão pouca idade, amam já o seu Jesus, recebem-No com frequência e adoram-No com afecto.
Como Jesus deve estar alegre, porque nessa capela muitas vezes, pela ausência de fiéis, entregues às lides domésticas, o Manso Cordeiro estava só, tendo frio, apesar de ter formado o Sol, porque lhe faltava o calor dos corações; padecia sede, apesar de ter feito aparecer todas as águas, porque estava sequioso do bem das almas; sentia necessidade, sendo seus todos os alimentos e todas as riquezas, porque lhe escasseavam as almas que o recebessem dignamente e onde pudesse viver e reinar.
Agora, procurado e rodeado de crianças que o amam e louvam, recebem e adoram, como Jesus deve estar bem, como Jesus deve estar satisfeito! Já tem quem O siga, já tem quem O conheça! E, que não têm sido infrutíferos os trabalhos desata Arquiconfraria, bem o mostram essas festas sumptuosas, essas apoteoses brilhantíssimas a Jesus-Eucaristia que têm agitado tantos corações e movido tantas almas a aproximarem-se de Jesus, recebendo-O com, fé, adorando-O com entusiasmo e amando-O com afecto.
Outrora, eram os pais que ensinavam os filhos, com o seu exemplo e com as suas lições, a amar, conhecer e respeitar o Pai do Céu; hoje, são os filhos que com o seu procedimento ensinam aos pais que não basta, para amar Jesus, ter fé, é necessário ter o coração puro – «Felizes os corações puros, porque eles verão a Deus!» –, recebê-Lo com frequência e defendê-Lo com ardor.
É por isso que não podíamos deixar de nos associar a esta homenagem das criancinhas a Nosso Senhor Sacramentado por ocasião do Congresso Eucarístico, fazendo votos pela conservação desta piedosa associação que tanto bem faz às almas e pelo bom êxito das festas Eucarísticas para que se acenda cada vez mais a fé dos poveiros e traga ao aprisco do Senhor tantas ovelhas cegas e ingratas de dele vivem afastadas.
Pe. Leopoldino Mateus, Coadjutor da Póvoa de Varzim.


Terminámos aqui esta recolha de informação sobre o Pe. Leopoldino Mateus. Creio bem que se justifica, dado o lugar que apesar de tudo ele teve junto da Alexandrina.


Notícias

Anteontem encontrei-me em Balasar com o Afonso Rocha, aquele que tem na França, em Reims, o Site d’Alexandrina: [alexandrina.balasar.free.fr] . Falámos durante mais duma hora. Creio que no futuro a nossa colaboração vai ser ainda mais proveitosa. Informou-me ele que vai reformar profundamente o site em termos de visual e de conteúdo.
Ontem recebi uma carta da Itália, da Profª. Eugénia Signorile, que é sem dúvida a maior especialista viva da Beata Alexandrina. Agradecia a minha colaboração na divulgação «della nostra Alexandrina» e enviou-me um belíssima pagela da «Pastorela che conduce le pecore al Cuore di Gesù». Na frente, vê-se a Alexandrina em pose de pastora sobre um fundo onde está um grande coração. Envolve o coração e a Alexandrina uma espécie de coroa de espinhos. Mas a composição, insisto, é belíssima. No verso tem o hino aos sacrários sob o título de «Cantico d’Amore».
É já amanhã que na catedral irlandesa de Cavan se celebra uma grande festa da Beatificação da Alexandrina.


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 16 de August de 2004 10:47

A CASA DE GRESUFES E A D. ANA COSTA

Quando se fala da Casa da Alexandrina, entende-se a Casa do Calvário, onde ela viveu o mais do tempo da sua vida e donde «voou para o Céu». Mas há uma outra, também em Balasar, no lugar de Gresufes; foi aí que ela nasceu.
Soube pelos actuais donos que os pais da D. Ana Costa – a mãe da Alexandrina – eram gente com posses, pois eram proprietários não só dessa casa mas também da que lhe fica em frente, do outro lado do caminho, com as respectivas áreas agrícolas.
Disse-me a D. Alice que as irmãs da D. Ana eram ricas, isto é, que casaram para casas abastadas. A mãe da Alexandrina terá sido simplesmente deserdada (a Casa do Calvário foi-lhe dada por uma sua tia de que ela cuidou).
O ter nascido em meio de razoáveis posses explica que tenha conhecido nas Termas do Gerês o pai das suas filhas, que percebesse que a educação escolar lhes podia ser útil, que tivesse conhecimentos na Póvoa para as alojar lá…
Por outro lado, dá-nos melhor a medida do fundo de dolorosa amargura que há de ter remoído ao longo da vida. A maldade masculina que lhe paralisou a filha mais nova já antes a golpeara a ela.
Ainda não esclareci como é que o tio Joaquim arruinou a Casa de Gresufes, quase levando na onda a pequena habitação do Calvário. Em que gastou ele, que era casado, o dinheiro? Porque veio pedir socorro à irmã deserdada e não às que estavam bem instaladas? Por ser solteira e na sua casa só haver mulheres? Por ser o padrinho da Alexandrina?
Da casa original de Gresufes resta quase intacta a cozinha, onde, segundo a Figlia del Dolore, Madre di Amore, a Alexandrina nasceu sobre uma enxerga. A mais significativa parte das restantes paredes caiu e levantou-se no lugar uma nova construção.


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 18 de August de 2004 17:02

A CASA DE GRESUFES E A D. ANA COSTA - conclusão

O trecho da Autobiografia que se segue remete para os tempos que a pequena Alexandrina passou em Gresufes:

Pelos quatro anos e meio de idade, punha-me a contemplar o céu (abóbada celeste) e perguntava aos meus se poderia chegar-lhe se pudesse colocar umas sobre as outras todas as árvores, casas, linhas dos carrinhos, cordas, etc., etc. Como me dissessem que nem assim chegaria, ficava descontente e saudosa, porque não sei o que me atraía para lá.
Lembro-me de que, nesta idade, tinha em casa uma tia doente, que morreu de cancro, e chamava-me para ir embalar um filho, primeiro fruto do seu matrimónio, serviço que fazia com toda a prontidão, quer de dia quer de noite.
Já nesta idade amava muito a oração, pois lembra-me que minha tia pedia-me para rezar com ela a fim de obter a sua cura.


A mãe de Alexandrina morre em 24 de Janeiro de 1961. Depois da sua dolorosa experiência juvenil, manteve sempre uma conduta irrepreensível. Deolinda declarou ao P.e Humberto Pascoal quanto segue:

Minha mãe ensinou-nos a trabalhar desde pequenas. A sua caridade era conhecida de todos, tanto que o pároco de então (o Pe. Leopoldino?) disse:
- Quando esta senhora morrer, toda a paróquia o sentirá.
De facto não havia doente da freguesia que ela não socorresse. Vinham a chamá-la até de noite e ela acorria porque sentia pena deles. Assistia os moribundos; recitava as orações da agonia; vestia os mortos. E mais, sendo uma boa cozinheira, era chamada para os almoços nos baptismos e nos casamentos, como também para a residência em ocasião de pregações.


No que respeita à sua vida espiritual, leia-se a deposição feita ao P.e Humberto Pasquale pela D. Maria da Conceição Leite Reis Proença, professora em Balasar desde 1932 e que era afectuosamente chamada pelo diminutivo de Çãozinha; foi íntima amiga de Alexandrina: desde 1932 visitou-a quase diariamente e recebeu muitos dos ditados dos Diários:

A mãe de Alexandrina reparou de modo edificante os erros da sua juventude. Ou antes, com a caridade para todas as pessoas, que a conheciam como senhora de grande coração; depois, com uma vida de intensa piedade. Levantava-se cedíssimo. Todos os dias pelas 5 da manhã ia à igreja, de que tinha a chave. Quando começava a S. Missa, ela já há duas horas estava de joelhos frente ao Santíssimo. Assim fez até que as forças lho consentiram.

Essa vida edificante mereceu estas palavras que Jesus dirigiu, em 2/12/1949, à Alexandrina:

Prometo-te, quando chamar a Mim a tua mãe, levá-la direitinha para Céu, para a Minha glória.


Re: Beata Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: Pescador (IP registado)
Data: 22 de August de 2004 14:27

Reims, 22 de Agosto de 2004
Retorno de férias...
Caros amigos,
Acabo de voltar a França, depois de ter passado algumas semanas de férias em Portugal...
Mas quem sou eu? ― a vossa pergunta seria justificada...

Chamo-me Afonso Rocha (Alphonse Rocha porque estou naturalizado francês ― por motivos laborais, entenda-se!). Sou açoreano ― nasci na ilha Terceira em 1947.
Fiz os meus estudos no Seminário de Angra do Heroísmo e, aos 18 anos vim para França com um dos meus irmãos que já cá vivia há muito.
Ocupei diversos postos de trabalho, até poder entrar (e daí a naturalização) como funcionário na Câmara Municipal de Reims (cidade francesa de 200.000 habitantes), onde ocupo o cargo de conservador do património.
Escrevi já alguns trabalhos sobre a historia local e igualmente alguns artigos para revistas religiosas.
Sou membro da Academia de Reims e para esta escrevi um documento intitulado: “Dois arcebispos no Concilio de Trento: Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo de Braga e Charles de Lorraine, Arcebispo de Reims; documento onde procuro demonstrar as intervenções destes dois famosos Arcebispos no dito Concilio e da amizade que nasceu entre eles.
Traduzi em francês ― como jà o disse o meu amigo Prof. José Ferreira ― uma das biografias escritas pelo Padre Humberto Pasquale e traduzi igualmente uma parte da volumosa obra antológica que o mesmo escreveu: “Gésu in Alexandrina” ― tradizido até ao ano 1946.
Sou casado ; tenho 3 filhas e 5 netos (em breve 6 !)
Como dizia acima, acabo de chegar de férias.
Estive em Portugal (no Porto) e fui visitar Balasar, como o faço cada vez que volto ao País ― a Beata Alexandrina é a «Madrinha » da minha filha mais nova, que também se chama portanto Alexandrina e foi batizada em Balasar em Agosto de 1988.
Também terei o prazer de “contar” como conheci a Beata Alexandrina de Balasar ― num périodo em que estava quase completamente afastado da Igreja ―, mas isso será para uma próxima vez se Deus quiser.
Quando da minha ida “à terra marcada pela Cruz”, tive o prazer de aí encontrar o nosso comum amigo (é impossível que assim não seja, quando se conhece a pessoa) e fizemos mesmo alguns projetos para um futuro próximo, projetos que pretendem, tanto quanto estiver ao nosso alcance, tornar mais conhecida a “pérola” de Balasar.
Penso que há muito ainda por fazer; que numerosos documentos são ciosamente detidos, o que atrasa, claro está, um melhor conhecimento dos escritos da nossa querida Alexandrina.
Por ter traduzido centenas de páginas do livro acima referido, posso afirmar que os seus escritos podem ser comprados com os escritos dos grandes místicos, tais como Santa Teresa de Ávila, S João da Cruz, Santa Catarina de Sena, Santa Maria Madalena de Pazzi, Santa Angela de Foligno, para não citar que estes. Por isso mesmo, penso que um estudo dos textos (Sentimentos da Alma, Autobiografia e Cartas) e uma comparação metódica com os textos dos místicos citados se impõe, sobretudo se, como já foi alegado, algures alguém pense pedir que a nossa compatriota seja elevada ao grau de Doutora da Igreja ― eu penso que ela o merece largamente!
Por aqui ficam por hoje, a minha apresentação e o “relatório” das minhas “viagens na minha terra”.
Um abraço a todos.

Re: Beata Alexandrina Maria da Costa / Associações
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 26 de April de 2005 03:58

ASSOCIAÇÕES QUE DIVULGAM A BEATA ALEXANDRINA

São muitas as associações que divulgam a Beata Alexandrina. É bem provável que de algumas, acaso importantes, eu nem tenha qualquer conhecimento.
Mas veja-se esta pequena lista:
Alexandrina Society, Siervas de los Corazones Traspasados de Jesús y de María, Salesianos de D. Bosco, Cooperadores Salesianos, Apostolado da Oração, Amici di Gesù, Lampade Viventi, LIAM, Tabernacoli Viventi, Sotto il Manto di Maria Regina della Pace, Ewtn, etc.

A inclusão na lista assenta em critérios um pouco vagos, quer em termos de definição do que se entende por associação, quer em termos de exigência de obra realizada. Apesar de tudo, ela serve como base de trabalho.


Alexandrina Society

A Alexandrina Society é um caso especial, pois é a única associação que deve a sua existência exclusivamente à Beata Alexandrina e tem por objectivo primeiro divulgá-la. Nasceu em 1993 e o seu fundador foi Francis Reynolds (na fotografia, é o do extremo direito).

Segundo a Jocie McEvoy, que é uma apaixonada da Beata Alexandrina e membro activo da Alexandrina Society, no primeiro encontro, estiveram presentes cerca de 30 pessoas; actualmente, os seus membros são lá para 1000 ou mais.

Não são todos muito activos, mas existe um maravilhoso «hard core», que nunca perde a oportunidade de fazer conhecer a Beata Alexandrina. Há membros em quase toda a parte da Irlanda, um bom número na Grã-Bretanha e um forte ramo na Escócia.

Há também membros na Austrália, em Timor-Leste, Filipinas, Singapura, Quénia, Portugal, Canadá e Estados Unidos. Aos associados é enviado quadrimestralmente um boletim.

No dia da Beatificação, veio a Balasar uma delegação e foi a Roma um significativo grupo. Para os que vieram a Balasar, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim disponibilizou um carro e uma tradutora.

Dum dossier enviado pela citada Jocie McEvoy, vou transcrever alguns parágrafos duma palestra em que um dia Francis Reynolds desenvolveu o tema «Alexandrina e a importância da Santa Eucaristia nas nossas vidas»:

«Em 1992 eu tive o privilégio de me ser dada pelo Espírito Santo a missão de fazer conhecida no mundo a maravilhosa vida espiritual de uma extraordinária mulher – Alexandrina Maria da Costa – e o seu grande amor e união com Deus, a quem ela ofereceu a vida de sofrimento pela conversão dos pecadores (1).

Parecia-me uma missão gigantesca, mas Deus não me deixou só.

Enviou-me algumas pessoas maravilhosas para se juntarem a mim e com a sua ajuda pessoas de todo o mundo estão a ouvir o nome e a conhecer a vida de Alexandrina Maria da Costa».

Para celebrar o aniversário do nascimento da Beata Alexandrina, a Alexandrina Society promove vinte e quatro horas ininterruptas de oração, o que também faz este ano.


Siervas de los Corazones Traspassados de Jesús y de María

Um segundo caso especial de divulgadores da Beata Alexandrina é o da jovem comunidade feminina de Miami, USA, Servas dos Corações Trespassados de Jesus y de María.

O espaço que o seu Centro de Evangelização Corazones.org lhe dedica é dos mais antigos na Internet e a sua activa fundadora já esteve em Balasar.

Contudo, como a Alexandrina Society, também esta comunidade padece de défice de informação sobre a antiga Doente do Calvário, o que só mostra a urgência de publicar e traduzir a sua obra. Aliás, a espiritualidade das Servas dos Corações está muito próxima do que encontrámos nos colóquios da Beata Alexandrina.

Segundo consta no Corazones.org, «as Siervas de los Corazones Traspasados de Jesús y María são uma comunidade religiosa fundada pela Irmã Adela Galindo. Os seus primeiros passos foram dados em 1986.

Em 1990 foi estabelecida como uma Associação Pública de Fiéis na Arquidiocese de Miami, Florida. É uma comunidade contemplativa com projecção apostólica. É uma comunidade Eucarística, Mariana, Carismática e fiel ao Magistério da Igreja.

O seu carisma espiritual é contemplar, conhecer, amar, consolar, imitar, reparar e servir aos Corações de Jesus e Maria, e o seu carisma apostólico é utilizar todos os meios de evangelização para promover: a sólida devoção, espiritualidade e reinado dos dois Corações nos corações de todos os homens, e os ensinamentos do Magistério da Igreja».

Umas das iniciativas em que a comunidade se vem empenhando é o Regnum Mariae ou Reino Mariano. A Beata Alexandrina foi colocada à frente da Campanha do Regnum Mariae na Guatemala, como padroeira.

*** *** ***

[1] Veja-se a citação do original inglês neste parágrafo:
«In 1992 it was my privilege to be given a mission by the Holy Spirit, to make known to the world the wonderful spiritual life of an extraordinary woman: Alexandrina Maria da Costa (…)».

A newsletter número 44 da «Blessed Alexandrina Society» é mais precisa sobre o que se passou em 1992.
Aí se escreve: «One morning when coming back from Mass, he (Francis Reynolds) found a few Religious leaflets and publications in his hallway. One of them had an extraordinary effect on him. When he picked it up, he felt a great Spiritual power coming from the picture and he began to feel very holy. Francis felt oblivious to his surroundings.
It was a picture of a young woman called Alexandrina Maria da Costa. At this point Francis had never even heard of her but he instantly knew she was his. This may seem strange but it was how he felt at the time».


[30/03/2005] [José Ferreira]

Adaptação ao fórum (para eventuais comentários) por:
José Avlis

Re: Beata Alexandrina Maria da Costa / 1.º Aniversário da Beatificação
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 26 de April de 2005 04:40

Beata Alexandrina "convida" a viver da Eucaristia

Passou hoje o Primeiro Aniversário da sua Beatificação

Assinalou-se hoje (dia 25 de Abril), na arquidiocese de Braga, o primeiro aniversário da Beatificação de Alexandrina Maria da Costa – Alexandrina de Balasar.

À celebração mais solene, em Balasar, presidiu o Bispo auxiliar D. Antonino Dias, que sublinhou, na homilia, a dimensão eucarística da vida da Beata:
«Ela vivia da Eucaristia e para a Eucaristia», afirmou o Prelado. Consequentemente, D. Antonino Dias defendeu que Balasar seja um centro de irradiação e cultura Eucarística, «um lugar onde também as pessoas possam experimentar o silêncio, a serenidade e a paz interior no encontro e diálogo com Cristo Senhor e os irmãos que vivem e testemunham a mesma Fé».

Para o Bispo Auxiliar de Braga, pressupõe-se que visitar à terra da Beata Alexandrina não pode ser um mero gesto turístico:
«Vir a Balasar – disse – é vir fazer uma experiência de Oração e de Fé. É partir com o desejo de transformar a vida pessoal e familiar. É partir com o propósito de ajudar a transformar as comunidades paroquiais, através do amor à Eucaristia, fonte de Evangelização, com iniciativas concretas devidamente combinadas, em que todos se envolvam, sensibilizem e comprometam».

Apelando – a partir da vida de Alexandrina – para a centralidade da Eucaristia, D. Antonino Dias socorreu-se também de um pedido do Papa Bento XVI:
«Peço a todos que intensifiquem nos próximos meses o amor e a devoção a Jesus Eucaristia e que exprimam de modo corajoso e claro a Fé na Presença real do Senhor, sobretudo através da solenidade e da beleza nas celebrações».

Valorizando Balasar como centro de irradiação Eucarística, é naquela Paróquia que a Arquidiocese de Braga vai encerrar, em 15 de Outubro – dia litúrgico da Beata Alexandrina – o Ano Eucarístico.

Para o efeito – anunciou D. Antonino Dias – realizar-se-á, nesse dia, a partir das 15h30, um colóquio sob o tema “Viver a Eucaristia / Viver para a Igreja”. Trata-se de uma iniciativa que envolve a Arquidiocese, a Faculdade de Teologia de Braga e a Paróquia.

No colóquio, a decorrer durante a tarde, serão apresentados os elementos biográficos mais significativos sobre a Beata Alexandrina. Segue-se uma conferência sobre “Os Simples e o Reino dos Céus”; e uma outra intitulada “Eucaristia, Fonte de Vida Cristã”.

A terminar a tarde de reflexão, o Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, preside a uma Concelebração.


Diário do Minho | 25/04/2005

Adaptação ao fórum, para eventuais comentários, por:
José Avlis

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