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Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: izaias (IP registado)
Data: 16 de March de 2009 19:44

A Paz de Deus!


Citação:
frase do texto do Camilo
Depois da duvidosa proposta de Marcelo Rebelo de Sousa para qualificar o aborto como crime sem pena as intenções de voto no sim subiram.

por favor, o que há claro nesta frase? como temos crime sem pena!?!? como deixar livre quem mata sem que tenha sido em legitima defesa?!?!

se "o preço do pecado é a morte", logo para este caso, um crime deixou de ser pecado?

onde estão sendo firmadas as bases dos nossos conceitos?

Coloco aqui uma frase que já usei mas, parece-me encaixar perfeitamente, pois, devemos ter muito cuidado para não caminharmos por estes caminhos.

"Acredito que, com a perda de Deus, o homem perdeu um tipo de sistema de coordenadas, absoluto e universal, ao qual podia sempre relacionar tudo, principalmente a si mesmo. Seu mundo e sua personalidade começaram a se fragmentar gradualmente. Fragmentos incoerentes e distintos, que correspondem a coordenadas relativas e diferentes."
Vaclav Havel (ex-presidente da República Checa - só para ressaltar, vem de uma cultura que procurou com afinco viver sem Deus).



que Deus nos abençoe e abra os nossos olhos e ouvidos,

Jose Izaias

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 18 de March de 2009 14:59

Cito trecho de um artigo que traz considerações interessantes acerca do assunto:

[www.heitordepaola.com]


ABORTO E EXCOMUNHÃO
________________________________________
HEITOR DE PAOLA

07/03/2009



Não costumo escrever sobre assuntos que estão fazendo furor na mídia porque nestes casos raramente existe algo de racional nas discussões, mas apenas opiniões catárticas.... e muito chute, travestidos de opiniões abalizadas. Principalmente quando envolve a questão do aborto, eutanásia e a Igreja Católica. Porém, após meus últimos artigos sobre o primeiro tema alguns leitores pedem a minha posição sobre o caso da menina que engravidou por ser estuprada pelo padrasto e a excomunhão. Para não deixar meus leitores sem resposta, escreverei brevemente sobre isto agora.



Para uma resposta completa eu deveria entender profundamente de três assuntos: genética, obstetrícia e Direito Canônico. Como não sou especialista em nenhuma delas, considerem que vou emitir opiniões pessoais.



Sobre genética voltei a estudar para escrever aquele artigo que publiquei aqui e outro(s) em andamento. Obstetrícia a última vez que estudei – e por pouco não fiz esta gratificante especialidade - foi no sexto ano médico em 1969! De lá para cá muito pouco. E nunca estudei Direito Canônico.



Mas vamos lá: é surpreendente que esta menina ovule aos 9 anos. Quem leu meu último artigo sabe que a liberação dos oócitos secundários, popularmente chamados óvulos, se dá na puberdade. Será um caso de puberdade precoce? E se for, por quê? Estimulação sexual precoce? Talvez. Ela, portanto, tem condições genéticas para engravidar. Outra coisa são as condições médicas, obstétricas, para parir e daí a precocidade. Se bem me lembro, nesta idade ainda não existe o alargamento necessário da bacia pélvica nem suficiente abertura pubiana para a saída do feto, mormente para um parto gemelar. Como tudo na evolução humana, o corpo da mulher vai se preparando aos poucos para a maternidade, e a menarca (primeira menstruação) só se dá quando o abdômen estiver suficientemente amoldado para acomodar o útero grávido e o púbis pronto para a saída dos fetos. Esta menina já menstruava ou engravidou na primeira ovulação?



Como não sou adivinho como a maioria dos que anda opinando sobre o caso pelos jornais, não posso afirmar sem dúvidas que este parto seria impossível. Seria necessária, provavelmente, uma intervenção cesárea precoce com a retirada de fetos prematuros (nos dois sentidos: temporal e de formação dos órgãos internos). Sobreviveriam? É bem possível que não. Sobreviveria a menina? Talvez sim se a intervenção fosse realizada no tempo certo por profissionais competentes. Mas opino que parto normal, a termo, seria impossível. Então, era necessário o abortamento? É uma questão que não me atrevo a julgar. Creio que a melhor conduta obstétrica seria interná-la numa maternidade de primeira, especializada em gravidez de alto risco, e acompanhar a gravidez hora a hora tomando-se a medida necessária na hora certa. Qual seria esta medida, abortamento de feto inviável por risco de três vidas, ou cesárea de fetos já viáveis? Como já disse, não sou adivinho, é preciso perguntar aos "especialistas" como o iminente (sic) obstetra e “especialista” em Direito Canônico, Dr. Merval Pereira que está cheio de certezas (Estupra, mas Não Mata, O Globo, 07/03/2009. (No caso eminente não se aplica, iminente sim, quem sabe ele começa os cursos de Medicina e Teologia agora?).



Quanto à excomunhão seria também necessário consultar outra "especialista" em Direito Canônico, a jornalista Fernanda de Escóssia que afirma (A Fé e a Intolerância, O Globo, 06/03/2009) ser católica e quer ensinar missa ao vigário ao proferir o absurdo que "acreditar ou não na vida desde a concepção é questão de foro íntimo e a crença de cada um não é debate do interesse da esfera pública". Até aí os meus conhecimentos de Direito Canônico e Doutrina da Igreja chegam: para um católico não é questão de foro íntimo, nem crença pessoal, pois a Doutrina ensina que o ser humano começa na concepção e não admite contestações. Portanto, esta dona Escóssia não é católica, só pensa que é. E também não tem nem idéia do que seja Inquisição e de quando ocorreu. A Inquisição medieval não matou ninguém, dona Escóssia, era exatamente isto: inquirição, discussões intermináveis sobre a boa Doutrina e a filosofia que fizeram do medievo uma das épocas intelectualmente mais férteis da história humana. Esta história de “volta às trevas patrocinadas pela Arquidiocese de Olinda e Recife” indica que esta senhora, além de não-católica, é ignorante em história. Há muito tempo historiadores sérios já demonstraram que esta estória de “Idade das Trevas” é uma balela inventada pelo Iluminismo, que pouco iluminou, muito mais cegou. A Inquisição, que matou muito menos gente do que os totalitarismos do século XX – com a enorme vantagem numérica dos comunistas (ver em [www.hawaii.edu]) – foi a utilizada pelos reis de Espanha, chamados “Reis Católicos”, tão católicos como a Dona Escóssia, Fernando e Isabel. E a patrocinada por uma das personagens mais sinistras e cruéis da história: Catarina de Médicis, mãe dos últimos reis da dinastia Valois e avó, através de sua filha, dos primeiros Bourbons.



Houve participação da Igreja Católica nestes acontecimentos? Sim, mas jamais um projeto de extermínio patrocinado pelo Vaticano, como o Holodomor comunista (ver os artigos sobre o tema na seção com este nome do meu site) e a “solução final da questão judaica” nazista.



Embora eu não seja um especialista em Direito Canônico, como os dois citados, não me parece que para a excomunhão seja necessário um processo Canônico, é automática nos casos previstos, e o abortamento é um deles. Alguns defendem que não depende nem mesmo de um ato de algum prelado, mas do fato em si passível de excomunhão ter sido cometido. É preciso reconhecer que a excomunhão não é um ato humano, mas Divino. Incorre em excomunhão – expulsão do seio dos fiéis - todo católico que comete um pecado cuja pena é esta, independentemente de que qualquer outra pessoa, prelado ou não, tome conhecimento. Esta idéia idiota se refere a uma crença generalizada – cada vez mais! – de que crime é o que é conhecido pela sociedade. O que se passa na calada da noite não!



Outra pérola do “especialista” Merval é que “o chefe da Igreja Católica em Recife a coloca em flagrante distanciamento com o sentimento generalizado da população brasileira, que ela deveria representar”. A ênfase é minha para mostrar o ridículo desta afirmação: a Igreja não é representante dos homens, mas sim de Deus e pouco importa o “sentimento generalizado da população”. A observação de "mestre" Merval não é burrice, é má fé mesmo, pois todo o seu artigo é uma defesa aberta da demonologia da libertação. Finalmente Dom José Cardoso Sobrinho deu a deixa para ser atacado por ter limpado a sua Arquidiocese do lixo demonológico que lhe impôs o “bispo vermelho”, Helder Câmara. A comunalha jamais aceitou sua ação depuradora.



Concepção é um termo religioso para o mais correto fertilização e como expressei no meu último artigo sobre o tema não há discussão possível: a vida não começa, flui, e o novo ser já está presente após a fertilização com o nome de zigoto. A única discussão possível é se dever-se-ia matar dois seres humanos na presunção de que poderiam matar o hospedeiro. Isto sim é questão de foro íntimo para os não-católicos. É claro que a tchurma da campanha a favor do aborto e da eutanásia e contra a Igreja Católica – por estes e qualquer outro motivo! - está deitando e rolando!

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 18 de March de 2009 16:08

Será que eu percebi mal ou Heitor chama de "lixo demonológico" a actuação de D. hélder Câmara?

pontosvista

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 18 de March de 2009 17:16

Esta é a íntegra do artigo. Queria ressalvar que as opiniões políticas são de responsabilidade do autor.
ABORTO E EXCOMUNHÃO

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HEITOR DE PAOLA



07/03/2009







Não costumo escrever sobre assuntos que estão fazendo furor na mídia porque nestes casos raramente existe algo de racional nas discussões, mas apenas opiniões catárticas.... e muito chute, travestidos de opiniões abalizadas. Principalmente quando envolve a questão do aborto, eutanásia e a Igreja Católica. Porém, após meus últimos artigos sobre o primeiro tema alguns leitores pedem a minha posição sobre o caso da menina que engravidou por ser estuprada pelo padrasto e a excomunhão. Para não deixar meus leitores sem resposta, escreverei brevemente sobre isto agora.







Para uma resposta completa eu deveria entender profundamente de três assuntos: genética, obstetrícia e Direito Canônico. Como não sou especialista em nenhuma delas, considerem que vou emitir opiniões pessoais.







Sobre genética voltei a estudar para escrever aquele artigo que publiquei aqui e outro(s) em andamento. Obstetrícia a última vez que estudei – e por pouco não fiz esta gratificante especialidade - foi no sexto ano médico em 1969! De lá para cá muito pouco. E nunca estudei Direito Canônico.







Mas vamos lá: é surpreendente que esta menina ovule aos 9 anos. Quem leu meu último artigo sabe que a liberação dos oócitos secundários, popularmente chamados óvulos, se dá na puberdade. Será um caso de puberdade precoce? E se for, por quê? Estimulação sexual precoce? Talvez. Ela, portanto, tem condições genéticas para engravidar. Outra coisa são as condições médicas, obstétricas, para parir e daí a precocidade. Se bem me lembro, nesta idade ainda não existe o alargamento necessário da bacia pélvica nem suficiente abertura pubiana para a saída do feto, mormente para um parto gemelar. Como tudo na evolução humana, o corpo da mulher vai se preparando aos poucos para a maternidade, e a menarca (primeira menstruação) só se dá quando o abdômen estiver suficientemente amoldado para acomodar o útero grávido e o púbis pronto para a saída dos fetos. Esta menina já menstruava ou engravidou na primeira ovulação?







Como não sou adivinho como a maioria dos que anda opinando sobre o caso pelos jornais, não posso afirmar sem dúvidas que este parto seria impossível. Seria necessária, provavelmente, uma intervenção cesárea precoce com a retirada de fetos prematuros (nos dois sentidos: temporal e de formação dos órgãos internos). Sobreviveriam? É bem possível que não. Sobreviveria a menina? Talvez sim se a intervenção fosse realizada no tempo certo por profissionais competentes. Mas opino que parto normal, a termo, seria impossível. Então, era necessário o abortamento? É uma questão que não me atrevo a julgar. Creio que a melhor conduta obstétrica seria interná-la numa maternidade de primeira, especializada em gravidez de alto risco, e acompanhar a gravidez hora a hora tomando-se a medida necessária na hora certa. Qual seria esta medida, abortamento de feto inviável por risco de três vidas, ou cesárea de fetos já viáveis? Como já disse, não sou adivinho, é preciso perguntar aos "especialistas" como o iminente (sic) obstetra e “especialista” em Direito Canônico, Dr. Merval Pereira que está cheio de certezas (Estupra, mas Não Mata, O Globo, 07/03/2009. (No caso eminente não se aplica, iminente sim, quem sabe ele começa os cursos de Medicina e Teologia agora?).







Quanto à excomunhão seria também necessário consultar outra "especialista" em Direito Canônico, a jornalista Fernanda de Escóssia que afirma (A Fé e a Intolerância, O Globo, 06/03/2009) ser católica e quer ensinar missa ao vigário ao proferir o absurdo que "acreditar ou não na vida desde a concepção é questão de foro íntimo e a crença de cada um não é debate do interesse da esfera pública". Até aí os meus conhecimentos de Direito Canônico e Doutrina da Igreja chegam: para um católico não é questão de foro íntimo, nem crença pessoal, pois a Doutrina ensina que o ser humano começa na concepção e não admite contestações. Portanto, esta dona Escóssia não é católica, só pensa que é. E também não tem nem idéia do que seja Inquisição e de quando ocorreu. A Inquisição medieval não matou ninguém, dona Escóssia, era exatamente isto: inquirição, discussões intermináveis sobre a boa Doutrina e a filosofia que fizeram do medievo uma das épocas intelectualmente mais férteis da história humana. Esta história de “volta às trevas patrocinadas pela Arquidiocese de Olinda e Recife” indica que esta senhora, além de não-católica, é ignorante em história. Há muito tempo historiadores sérios já demonstraram que esta estória de “Idade das Trevas” é uma balela inventada pelo Iluminismo, que pouco iluminou, muito mais cegou. A Inquisição, que matou muito menos gente do que os totalitarismos do século XX – com a enorme vantagem numérica dos comunistas (ver em [www.hawaii.edu]) – foi a utilizada pelos reis de Espanha, chamados “Reis Católicos”, tão católicos como a Dona Escóssia, Fernando e Isabel. E a patrocinada por uma das personagens mais sinistras e cruéis da história: Catarina de Médicis, mãe dos últimos reis da dinastia Valois e avó, através de sua filha, dos primeiros Bourbons.







Houve participação da Igreja Católica nestes acontecimentos? Sim, mas jamais um projeto de extermínio patrocinado pelo Vaticano, como o Holodomor comunista (ver os artigos sobre o tema na seção com este nome do meu site) e a “solução final da questão judaica” nazista.







Embora eu não seja um especialista em Direito Canônico, como os dois citados, não me parece que para a excomunhão seja necessário um processo Canônico, é automática nos casos previstos, e o abortamento é um deles. Alguns defendem que não depende nem mesmo de um ato de algum prelado, mas do fato em si passível de excomunhão ter sido cometido. É preciso reconhecer que a excomunhão não é um ato humano, mas Divino. Incorre em excomunhão – expulsão do seio dos fiéis - todo católico que comete um pecado cuja pena é esta, independentemente de que qualquer outra pessoa, prelado ou não, tome conhecimento. Esta idéia idiota se refere a uma crença generalizada – cada vez mais! – de que crime é o que é conhecido pela sociedade. O que se passa na calada da noite não!







Outra pérola do “especialista” Merval é que “o chefe da Igreja Católica em Recife a coloca em flagrante distanciamento com o sentimento generalizado da população brasileira, que ela deveria representar”. A ênfase é minha para mostrar o ridículo desta afirmação: a Igreja não é representante dos homens, mas sim de Deus e pouco importa o “sentimento generalizado da população”. A observação de "mestre" Merval não é burrice, é má fé mesmo, pois todo o seu artigo é uma defesa aberta da demonologia da libertação. Finalmente Dom José Cardoso Sobrinho deu a deixa para ser atacado por ter limpado a sua Arquidiocese do lixo demonológico que lhe impôs o “bispo vermelho”, Helder Câmara. A comunalha jamais aceitou sua ação depuradora.







Concepção é um termo religioso para o mais correto fertilização e como expressei no meu último artigo sobre o tema não há discussão possível: a vida não começa, flui, e o novo ser já está presente após a fertilização com o nome de zigoto. A única discussão possível é se dever-se-ia matar dois seres humanos na presunção de que poderiam matar o hospedeiro. Isto sim é questão de foro íntimo para os não-católicos. É claro que a tchurma da campanha a favor do aborto e da eutanásia e contra a Igreja Católica – por estes e qualquer outro motivo! - está deitando e rolando! Até Sua Eminência Ignorântica, São Luis Ignácio, Doutor Ignóris Causa em tudo, meteu a sua colher de ‘especialista” em Teologia e Medicina, afirmando do alto de sua bendita insapiência que “a medicina está mais correta do que a Igreja”.







Os meus milhões (!) de leitores sabem que não sou católico, mas me identifico com a Igreja em função da minha profissão, pasmem, pois sendo psicanalista deveria atacar as religiões porque segundo Freud, um Mestre na clínica dos distúrbios mentais, mas que também tinha sua empáfia de se meter em tudo, disse que a religião é apenas uma neurose obssessivo-compulsiva coletiva e “provou” que Moisés não era judeu, mas egípcio. Minha identificação com a Igreja é porque também sou considerado um dinossauro por continuar fazendo psicanálise e não esta mixórdia em que se transformou minha Especialidade – com E maiúsculo mesmo e sem aspas – em função da “modernidade”. Recuso-me a aceitar esta falácia de que o homem mudou com os tempos. A mente humana continua exatamente a mesma desde o início dos tempos. A maioria dos que se denominam psicanalistas, incluindo as instituições formadoras, estão destruindo a psicanálise, tal com a demonologia da libertação está destruindo a Igreja Católica.







_____________________________________________







Ver também o depoimento do pároco de Alagoinha, Pe. Edson Rodrigues, que acompanhou todo o processo, GRÁVIDA DE GÊMEOS EM ALAGOINHA, aqui. A coisa é muito mais escabrosa do que saiu na imprensa oficial.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 18 de March de 2009 17:19

A propósito, gostaria de alertar que D. Hélder Câmara, ao contrário de muito de seus admiradores hodiernos, era terminantemente contrário a todo e qualquer método contraceptivo, conforme se pode verificar lendo o livro de autoria dele, "A Revolução Dentro da Paz". Depois vou achar tempo para transcrever a citação.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 00:35

Meira

Do que ouvi dizer de D. Hélder Câmara, referir-se à sua actuação como "lixo demonológico" é suficiente para eu não levar muito a sério todo o texto do Heitor.

Quanto às opiniões de D. Hélder sobre a contracepção, não me preocupam nada. Acho que é um assunto em que podemos todos ter opiniões diferentes e D. Hélder não tinha sequer que tomar uma decisão pessoal de usar ou não contraceptivos.

pontosvista

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 08:59

Num assomo de dignidade e discernimento e muito provavelmente por pressão de muitos católicos médicos, o Vaticano vem oficialmente reconhecer que o aborto em certos casos, como no da menina brasileira não deve dar azo a excomunhão por se tratar do imperativo ético de salvar uma vida humana inocente.
Foram textualmente as palavras do o Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Salvatore Rino Fisichella: "Antes de pensar em excomunhões seria necessário e urgente salvaguardar a sua vida inocente". Esta afirmação pública questiona directamente a posição de fundamentalistas radicais, como o Bispo de Olinda.
Trata-se de uma posição pública do Vaticano - em primeiro lugar porque foi uma afirmação pública proferida ao mais alto nível pela hiperconservadora estrutura pontifícia, em segundo lugar porque foi publicada no L'OSSERVATORE ROMANO, o jornal "oficioso" do vaticano.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 09:00

-

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 15:51

Finalmente uma boa notícia vinda do Vaticano!

pontosvista

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 16:23

Aqui vai a citação de D. Helder "Revolução Dentro da Paz, Ed. Sabiá, págs. 174/175), vocês que podem não querer saber (mesmo sendo admiradores dele), mas escrevo mesmo assim:
"Comecemos por demonstrar a inanidade da pílula. Ela é raciocínio de desenvolvido que desconhece a psicologia do subdesenvolvido. Para um casal desenvolvido, filho é despesa desde o período pré-nupcial. Quando parece que chega o filho, há exames ara verificação da gravidez; há seguimento da mãe grávida por ginecologistas; há tratamento especial para evitar varizes e outras enfermidades decorrentes da gravidez. o nascimento se dá em casa de saúde. Começa o trabalho dos pediatras. E vem alimentação apropriada. E vem brinquedos. E roupinhas. Logo após, a escola maternal e o jardim de infância. E colégio particular, sempre mais caro. E universidade. Filho, para desenvolvido, pesa gravemente no orçamento doméstico.
Filho, para subdesenvolvido, não chega a ser pesdo da mesma gravidade. É aperto a mais. Não, nem pode haver: nem exame pré-nupcial, nem verificação de gravidez, nem seguimento por ginecologistas, nem casa de saíde, nem pediatras, nem alimentação apropriada, nem brinquedos, nem roupinhas, nem escola maternal, nem jardim de infância, nem colégio, nem universidade...
Aqui e ali, alguma pequena sobra.
Filho, para subdesenvolvido, começa a trabalhar cedo e trabalha até casar. Depois do casamento, a nora que chega é mais uma enxada com que se conta.
(...).
Quando o governo recebe a visita de um filho de rei, há todo um protocolo complicado para honrar-se o príncipe. Que será demais como reconhecimento efetivo de dignidade para quem não é apenas filho de rei, mas filho do próprio Deus?"

Queria completar dizendo que minha intenção original era cortar o texto do Heitor de Paola, para apresentar só a parte que traz argumentos científicos (como a questão da ovulação precoce da menina, decorrente provavelmente do histórico de abusos e a questão da possibilidade de prosseguimento da gestação), e deixar de lado seus preconceitos políticos, expressos no fim. Mas por pressa e descuido cortei menos do qu queria. Mas pelo menos assim descobri que argumentos técnicos podem ser descartados, quando vem de alguem que tem opinião política reacionária, usando-se o argumentum ad hominen.
Voltando ao D. Helder, acho o argumento dele um primor, inclusive por que não recorre a questões morais, nem a textos canônicos, nem mesmo à Bíblia. Apenas denuncia objetivamente a desumanidade por trás dos métodos contraceptivos.
Só não gosto quando o velho arcebispo chama os pobres de "subdesenvolvidos" ou
pior, como faz em outras partes do livro de "infra-humanos". Pobre não é infra-humano, menos que humano. Pelo contrário, todo pobre, por viver menos preso ao Status e mais perto do essencial da vida, é muito mais humano que os ricos. Qualquer africano faminto, por exemplo, é muito mais humano que toda a população branca da europa, cheia de racismo e de falsa bondade para com os pobres do mundo. A juventude da europa que só quer saber de tomar ecstasy, e fazer abortos e culpar os imigrantes africanos pelo seu desemprego é que é infra-humana.
A propósito, vez por outra vejo gente preocupada com a "islamização da europa." Não vejo motivo para preocupaçao. Os islamitas saberão cuidar da europa muito melhor que os pseudo-cristãos cheios de amor da boca pra fora pelos pobres, mas que não querem eles nasçam e, se nascerem, fiquem a milhares de quilômetros de distância.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 16:36

O texto de D. Fisichella não diz que os médicos de Recife estavam certos e o atual arcebispo errado. Diz que o arcebispo não devia ter dado publicidade à excomunhão, que se dá de forma automática nesses casos. No fundo o Osservattore Romano teve uma atitude politiqueira, e como tal, deplorável.
[www.oecumene.radiovaticana.org]

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 17:09

Citação:
meira
(...)toda a população branca da europa, cheia de racismo e de falsa bondade para com os pobres do mundo.

Citação:
meira
A juventude da europa que só quer saber de tomar ecstasy, e fazer abortos e culpar os imigrantes africanos pelo seu desemprego é que é infra-humana.

Citação:
meira
Os islamitas saberão cuidar da europa muito melhor que os pseudo-cristãos cheios de amor da boca pra fora pelos pobres, mas que não querem eles nasçam e, se nascerem, fiquem a milhares de quilômetros de distância.

Só nos saem duques...

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 17:19

Vocês só leem o que lhes convém, não é? Do resto, ninguém fala. Há uma hipocrisia tremenda no discurso "bondosista" dos defensores do aborto.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 17:26

Citação:
meira
Vocês só leem o que lhes convém, não é? Do resto, ninguém fala. Há uma hipocrisia tremenda no discurso "bondosista" dos defensores do aborto.

Sobre a menina brasileira já me pronunciei que chegue.

Sobre D. Hélder Câmara, não o conheço bem, não quero entrar nesse diálogo.

Sobre os "defensores do aborto", só posso dizer que andas distraído, na melhor das hipóteses.

Agora quanto àquelas tuas afirmações redondas, elas falam por si!! Não preciso de dizer mais nada!

Cassima

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 17:51

O Cardeal Tettamanzi havia dito há alguns anos que uma criança africana com SIDA contava mais que o mundo todo. Ninguém, exceto talvez Berlusconi, pretendeu distorcer suas palavras para nelas enxergar preconceito ou ódio.
todo miserável, todo sofredor, todo aquele que padece por conta das injustiças do mundo é como Cristo que padeceu pelas injustiças do mundo.
Pode ser que alguém ache que racistas ou toxicomanos valham mais que os miseráveis do mundo. Eu não acho.
Os defensores do aborto, no fim das contas, acabam por negar a dignidade do ser humano. O próprio Bernhard Haering, citado sempre em defesa do direito ao aborto, reconhecia que a ênfase na questão das gestações "indesejadas" acaba por rebaixar os filhos. Pois estes dependem do "desejo" alheio.
Todo ser humano deve ter direito à vida desde o primeiro momento. O ser humano é não objeto para ser desejado.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 18:02

Citação:
meira
Pode ser que alguém ache que racistas ou toxicomanos valham mais que os miseráveis do mundo. Eu não acho.

Aaahh! Agora são só os "racistas ou toxicomanos". Suponho que independentemente da cor, idade ou religião.

Há pouco era TODA a população BRANCA que era racista, a juventude europeia que SÓ queria saber de ectasy, e os islamitas que só por serem islamitas seriam muito melhores que os cristãos europeus (apelidados de pseudo).

Estás a ver o perigo da generalização?

Cassima

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 18:17

Citação:
meira
Aqui vai a citação de D. Helder "Revolução Dentro da Paz, Ed. Sabiá, págs. 174/175), vocês que podem não querer saber (mesmo sendo admiradores dele), mas escrevo mesmo assim:

Primeiramente, obrigado por ter trazido esse texto para cá. Confesso que não o conhecia e fiquei curioso de o ler. Sim, sou admirador de D.Helder, conheço algo do trabalho que ele fez. Saiba, entretanto, que a admiração não me obriga a concordar com todas as opiniões dele, pelo que penso que está escusada a insinuação que fez.

Mas tudo bem, parece que os ânimos ficam exaltados qdo se toca no calcanhar de Aquiles da doutrina católica, a saber, a sua moral sexual caduca. Aqui vale um esclarecimento. Não acredito que seja boa coisa tratar (ou melhor, não tratar) desse assunto como tabu. Sexualidade. Ao colocar interdito nessa área, o Vaticano, ao invés de proteger a posição católica nesse assunto, conseguiu acentuar bastante o efeito contrário: desacreditar a moral sexual católica e afastá-la da vida das pessoas. Isso já se dá inclusive entre os católicos, e é cada vez maior o número de pessoas a quem o discurso católico nessa área pouco ou nada diz: já até se fala de "cisma branco", referindo-se ao desinteresse pelo que o Vaticano tem a dizer qdo o assunto é a sexualidade. Seria muito melhor permitir aos teólogos e aos outros estudiosos católicos, pois felizmente temos muitos capazes, estudar sobre o tema. Isso não seria o mesmo que decretar um fim da moral vigente para tentar levantar outras das cinzas - um pensamento nesse sentido seria ridículo -; mas, e isto sim, agir as claras, dialogar, ensinar. O autoritarismo clerical não é um bom exemplo para o mundo, isso não educa, isso não funciona. Isso não funciona mais.

É até provável que algumas posições "impopulares" continuassem, mesmo num ambiente de diálogo, mas então os valores seriam defendidos pelas pessoas, interiorizados, conhecidos, e não impostos de cima para baixo. (Adianto que não considero uma boa defesa um "argumento" do tipo "faço porque foi mandado".)

Continuando:

"Comecemos por demonstrar a inanidade da pílula. Ela é raciocínio de desenvolvido que desconhece a psicologia do subdesenvolvido. Para um casal desenvolvido, filho é despesa desde o período pré-nupcial. Quando parece que chega o filho, há exames ara verificação da gravidez; há seguimento da mãe grávida por ginecologistas; há tratamento especial para evitar varizes e outras enfermidades decorrentes da gravidez. o nascimento se dá em casa de saúde. Começa o trabalho dos pediatras. E vem alimentação apropriada. E vem brinquedos. E roupinhas. Logo após, a escola maternal e o jardim de infância. E colégio particular, sempre mais caro. E universidade. Filho, para desenvolvido, pesa gravemente no orçamento doméstico.
Filho, para subdesenvolvido, não chega a ser pesdo da mesma gravidade. É aperto a mais. Não, nem pode haver: nem exame pré-nupcial, nem verificação de gravidez, nem seguimento por ginecologistas, nem casa de saíde, nem pediatras, nem alimentação apropriada, nem brinquedos, nem roupinhas, nem escola maternal, nem jardim de infância, nem colégio, nem universidade...
Aqui e ali, alguma pequena sobra.
Filho, para subdesenvolvido, começa a trabalhar cedo e trabalha até casar. Depois do casamento, a nora que chega é mais uma enxada com que se conta.


É interessante esse testemunho de D.Helder, pq realmente se imagina que aumento da prole nas camadas mais pobres seja sempre sinônimo de aumento da pobreza. Mas mesmo respeitando essa opinião do D.Helder, acho que agora aqui está sendo feita uma generalização que não procede. Esse tipo de argumentação estaria ótimo contra um governo que quisesse estabelecer algum tipo de controle de natalidade como norma estatal, mas não me parece que o uso de contraceptivo possa hoje se encaixar nesse caso. O fato de um casal querer ter filhos não implica que todos queiram ou que todos precisam ter. A igreja mesmo o reconhece ao aceitar (e até sugerir) o uso da tabelinha como forma de controle, mas não fica claro pq o uso de outro método seria forçosamente errado.

Citação:
meira
Voltando ao D. Helder, acho o argumento dele um primor, inclusive por que não recorre a questões morais, nem a textos canônicos, nem mesmo à Bíblia. Apenas denuncia objetivamente a desumanidade por trás dos métodos contraceptivos.

Uma "desumanidade" que não fica nada clara, diga-se de passagem, uma vez que os métodos em questão não são impostos. O fato de um casal "desenvolvido" não querer ter mais filhos não significa, de nenhum modo, que estejam "oprimindo" os casais "sub-desenvolvidos" por isso. Não conheço todo o texto de D.Helder, mas imagino que a argumentação dele fosse noutro sentido e que não tenha insinuado esse.

Citação:
meira
Só não gosto quando o velho arcebispo chama os pobres de "subdesenvolvidos" ou pior, como faz em outras partes do livro de "infra-humanos".

É evidente que esse não era o pensamento dele. Estava fazendo uma crítica, referindo-se a outros que agem com esse tipo de mentalidade.

Paz e Bem.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 18:17

Discordo, todo o filho deve ser desejado e concebido num acto igualmente desejado.

Quanto às considerações xenófobas relativas aos europeus nem comento, não vale o esforço.

Só nos saem duques... [2]

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 18:21

Só nos saem duques... [3]

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 19 de March de 2009 19:17

Mas a citação de D. Hélder é apenas uma introdução. Não tem qualquer argumento. Não se percebe sequer o que é que tem a ver com a moralidade do uso da pílula.

pontosvista

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