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Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 11 de March de 2009 08:17

Nos estados em que ainda existe pena de morte os juizes, advogados de acusação e os carrascos são excomungados?

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 11 de March de 2009 09:30

Este caso custa-me a digerir. Engulha-me o estômago, saber que um determinado tipo, é capaz de violar uma criança desde os 6 anos." Ai daquele que se escandalizar com um destes pequeninos" dizia Jesus.

A criança de 9 anos não tem condições fisicas nem emocionais, para ter uma criança. Ninguém pode exigir isso a uma criança. É tolice.
Acho que há aqui fundamentalismo ético-moral, porque a regra, não pode ser aplicada às cegas, senão torna-se legalismo farisaico.



Editado 1 vezes. Última edição em 11/03/2009 09:32 por vitor*.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 11 de March de 2009 19:22

Não se pode exigir de uma criança que ela leve avante uma gravidez, mas se pode exigir que ela aborte? Não foi ela quem decidiu nem por uma coisa nem por outra.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 11 de March de 2009 19:30

Citação:
meira
Não se pode exigir de uma criança que ela leve avante uma gravidez, mas se pode exigir que ela aborte? Não foi ela quem decidiu nem por uma coisa nem por outra.

É lógico qe ela não decidiu nada, nem sequer era esperado que ela decidisse alguma coisa. Tem 9 anos!
A miúda até pensa que foram retirados parasitas intestinais. Se tiverem juízo nem vai saber o que se passou.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 11 de March de 2009 19:49

A propósito: como é possível que uma mãe fique passiva durante anos a fio, enquanto seu companheiro violenta suas filhas? medo? dependência econômica? vontade de manter a união a qualquer custo? É essa mãe omissa que tem o direito de decidir sobre a vida e o corpo de sua filha? É mais que óbvio que o parceiro dela tinha de estar na cadeia há muito tempo, e ela tinha que perder a guarda da filha, e talvez ser também presa por sua omissão.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: izaias (IP registado)
Data: 11 de March de 2009 20:27

que Deus nos abençoe,

Bom pessoal, eu tenho uma filha de dez anos.
posso dizer que algumas que sinti quando recebi esta notícia edionda:

quando vejo que a menina de 9 anos perdeu sua infância, pulando fantasias, emoções e experiencias pertinentes a uma criança desde dos 6 anos;

quando vejo que ela foi abusada, explorada, usada, só para satisfação dos desejos físicos de outrem, o qual era visto, talvez, como pai para ela;

quando vejo uma meninha virar mulher e logo depois mãe;

quando vejo que nós estamos preocupados com o crime das partes (estrupo e aborto - talvez nem ela saiba o que é isso) e esquecemos da criança que morre, pois, foi forçada a ser mulher sem estar preparada para isso;

eu fecho os meus olhos e choro e em oração. clamo a Deus para que Ele ajude a esta criança a "desofrer estes anos de sua vida. que os danos dos pecados que ocorreram na vida dela (não que sejam pecados dela) virem sicatrizes e que se possivel, ela esqueça. que Deus dê a esta menina algo novo, o amor. pois, só o amor é o poder maior que temos para combater toda esta inmundicia.

ninguém, além de Deus, tem como julgar. oremos pela menina e por todos ao seu redor, para que seja feito o melhor possivel a ela. o crime é nosso em julgar, o crime é a violação (física, da inocência, da alegria, infantilidade e a maior de todas a violação do amor). o aborto é uma tentativa de salvar uma vida, ao invés de perder 3; o aborto é, neste caso, uma tentativa de reparar, ou melhor, inibir que mais males ocorram na vida desta criança.

um adendo que vivi e conheci:
eu conheci uma menina que passou por este tipo de situação (sem a gravidez). aos 12 anos ela tinha relação sexual com qualquer homem que aparece-se na frente, era só ele querer. mas, aos 13 anos ela conheceu uma pessoa que cuidou dela, amou ela, conversou com ela, ela aprendeu a amá-lo, pois, ele não queria o seu corpo e ele esperou que ela completa-se 18 anos para casar e só então amá-la com a união do seus corpos.

Se exagerei, me desculpem, mas, me incomodou muito. foi mais um desabafo, falei o que estava em meu coração.

Em Cristo,

José Izaias.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 12 de March de 2009 00:12

Com bispos assim a Igreja não precisa de inimigos. E parece que o Vaticano ainda veio ajudar.

pontosvista

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 00:57

From: ABORTO – o que você pensa?
To: contato@caiofabio.com
Sent: Friday, March 06, 2009 11:43 AM
Subject: aborto

Grande Amigo e irmão na fé, Caio Fabio.

Abraços e beijos no coração!
Nestes últimos dias um assunto veio em destaque nacionalmente: o estupro de uma criança de nove anos pelo padrasto em Pernambuco.

Os médicos ao examinarem a criança, descobriram a gravidez de gêmeos. Por esta razão, eles orientaram a mãe da criança e aos familiares que deveria fazer-se o aborto por ser uma gravidez de risco; ou seja: este menino poderia vir a óbito em conseqüência da gravidez.

O aborto foi autorizado pela mãe e assim os médicos o fizeram. Logo em seguida, ao tomar conhecimento, o bispo de Olinda, Dom José Sobrinho, excomungou todos (médicos e parentes da criança) com exceção da menina.

Diversas vezes você já se posicionou sobre o assunto, inclusive já comentou sobre o aborto pós-parto, ou seja, crianças abandonadas depois de geradas onde os exemplos estão em ruas, avenidas e praças do nosso País.

Sei que estou sendo um pouco prolixo, mas percebo, Caio, que os evangélicos ainda estão em cima do muro, não dão respostas firmes, decididas e com fundamentos e convicções de fé bíblica.

Gostaria muitíssimo, se possível, você voltasse a falar sobre o assunto, já que este acontecimento vem sendo discutido, principalmente agora, diante deste fato que caiu como uma bomba no meio Católico.

Sei da sua posição, repito, gostaria que você apenas ampliasse o debate ou nos trouxesse mais esclarecimentos, não com o intuito de ti provocar, de maneira nenhuma.



Nele, que é antes da formação de todos os fetos.



Roberval Alves da Silva

Teresina-Piauí


____________________________________



Resposta:





Mano amado: Graça e Paz!



Minha posição eu a expressei aos 28 anos de idade, em um livro intitulado “Abrindo o Jogo Sobre o Aborto”, da Editora Betania.

Praticamente em quase nada mudei em minha posição desde então.

Nunca fiz aborto e nunca ninguém que comigo tenha conversado o fez.

Ao contrário, sou dos que adotam, não dos que abortam.

Creio que quem tenha real consciência do significado da vida e do Evangelho para a vida, esse tal não tem ânimo algum para fazer ou propor um aborto.

E, além disso, sempre que vi alguém que psicologicamente era fraca demais, e que, por isto, humanamente falando, pedia para fazer um aborto, eu mesmo me ofereci para adotar ou encontrei quem o fizesse.

Creio que um aborto sempre seja um atentado contra vida; e nada o fará ser outra coisa.

As bases bíblicas e “teológicas” você as encontrará em meu livro acima citado.

O que digo, não sobre o Aborto, mas sobre o modo como se o trata, é o seguinte:


1. Que embora eu mesmo sendo contra o aborto, assim como sou contra o homicídio, o suicídio, o infanticídio, a pedofilia, etc. — creio que a decisão de abortar ou não é de cada pessoa; e creio que não cabe a ninguém fora do âmbito familiar, meter-se na questão, a menos que seja chamado.
2. Que embora eu mesmo sendo contra o aborto, julgo ser um crime contra a consciência individual que a Igreja ou o Estado legislem ou criminalizem quem quer que, pela ignorância ou pelo desespero e desamparo, assim decida fazer.
3. Que embora eu mesmo sendo contra o aborto, acho que tal decisão é sempre dramática para quem tem que fazer com dor e consciência; portanto, é uma coisa de cada um com Deus; e penso que quem não sente nada ao fazer, esse tal com Deus haverá de se entender.
4. Que embora eu mesmo sendo contra o aborto, não creio que Jesus jamais tratasse alguém que tivesse..., ou tenha feito um aborto, conforme o Bispo de Olinda [Ófeia!] o fez.
5. Que embora eu mesmo sendo contra o aborto, reconheço que nos dias de Jesus muitas mulheres faziam abortos, mas que, apesar disso, Ele nunca falou no assunto.
6. Que embora eu mesmo sendo contra o aborto, defendo que todos sejam instruídos sobre o significado da vida e das possíveis conseqüências físicas e psicológicas para a mãe em um aborto —; e que por eu mesmo ser contra o aborto, creio que tal instrução deve ser ensinada nas escolas, nas igrejas, e, sobretudo, como mídia paga pelo governo.
7. Que embora eu mesmo sendo contra o aborto, assevero que tal decisão não tem fórum para além da família e da consciência das pessoas.


Além disso, também creio que parte do problema decorre do falso moralismo que, temendo hipocritamente estimular relações sexuais, não fala dos preservativos e contraceptivos.

Assim, preferem pensar que os meninos e meninas não transam.

Então, como avestruzes, enfiam a cabeça no buraco e pensam: “Nada está acontecendo aqui dentro do buraco!”

Isto para depois perguntarem assustados e surpresos:

“Por que será que meu traseiro está cheio de bala? Lá no meu buraco eu não via nada disso acontecer. Safadeza. Encheram meu rabo de bala enquanto eu estava seguro com a cabeça no buraco”.

Se formos fazer uma estatística, possivelmente verifiquemos que a maior incidência de meninas com gravidez indesejada esteja entre as classes bem pobres e as bem religiosas.

A Religião diz para não abortar, mas não ensina a não engravidar!

Creio que o aborto deveria ser descriminalizado, ao mesmo tempo em que também creio que o Governo e as Instituições que se ocupam da Vida, deveriam investir seus esforços na prevenção da gravidez indesejada, e, também, na instrução acerca das conseqüências psicológicas e, também, das dores de consciência que um aborto provoca em quem ainda tem uma.

Portanto, no caso Pernambucano, o que se deveria era deixar que a família decidisse, e não um Bispo que não sabe nem mesmo o que seja acordar a noite toda para cuidar de gêmeos de um estupro. O Bispo deveria pedir a guarda das crianças. Era o mínimo que ele deveria fazer se é contra o aborto.

Em se tratando de risco de vida para a mãe, creio que não haja o que discutir.

Um principio simples nesse caso é que uma vida existente e jovem é, em uma ética de escolha entre vida e vida, mais importante do que uma vida que ainda não veio a nascer.

É isto que penso!

O mais está lá no meu livreto!


Nele, que nunca abortou ninguém: nem os abortados e nem os que abortaram; posto que veja a todos com misericórdia; pois, quem não aborta como aborto, aborta como raiva, ódio, antipatia e até excomunhão, como foi o caso do aborto múltiplo que o Bispo praticou,



Caio

6 de março de 2009

Lago Norte

Brasília

DF

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 11:46

Ao conversar com pessoas ontem que viveram em áfrica elas disseram-me algo que me deixou a pensar:

-Mas olhe Vitor eu quando estava em áfrica, crianças de 9 10 11 anos tinham filhos e criavam-nos, com toda a naturalidade. Não havia choque para ninguém. A natureza não é assim tão estúpida de dar condições biológicas a uma criança de 9 anos, como o periodo menstrual se ela não tiver condições fisicas para ter a criança.
ao que eu respondi
-Pois pois o problema é o choque cultural. As meninas ciganas mesmo aqui em aveiro casam-se aos 10 11 e 12 anos e tem filhos com essa idade e são criados como se nada fosse. O problema é o choque cultural-repeti eu. Uma menina de 9 anos no Brasil não foi preparada culturalmente para ter filhos, com aquela idade.

E acrescento agora:
Mas isso não impede que esteja fisicamente apta, como estão as crianças ciganas e africanas.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 12:22

vitor*

a opinião dos médicos comprova que ela não estava apta.

Muito cuidado com declarações taxativas. Embora a maturidade sexual possa iniciar-se mais cedo em certas populações isso está longe de se estender a um continente inteiro ou a um povo.

Mas tenta falar com uma enfermeira ou médico da área da sexualidade.
Por favor, faz isso.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 19:19

Lena,

a maturidade sexual atinge-se nas variadas culturas. Não é por numa determinada cultura se incutir desde tenra idade a ideia de que vão casar e ter filhos com idades entre os 10, 11 e 12, que isso as faz biologicamente serem mais aptas para a procriação, que uma criança no Brasil. Repara os ciganos vivem entre nós, no mundo ocidental. Têm habitos de alimentação iguais aos nossos ou similares.
Mentalmente e culturalmente as ciganas são mais aptas, mas biologicamente não creio.
A cultura não influencia desse modo o nosso sistema biológico, mesmo levando em conta o sistema evolutivo Darwiniano.

Não vou falar dos médicos, nem vou traçar hipóteses. Acredito que tenham agido de boa fé.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 13 de March de 2009 20:27

Não acredito que alguém com 9 ou 12 anos esteja preparado para ter filhos, aqui, no Brasil, na China ou noutra parte qualquer do mundo.
Ser mãe é muito mais que parir.

Acho inadmissível que alguém defenda o dever de levar uma gravidez até ao fim quando o preço biológico é elevado ou quando a grávida nem entende o que é isso de estar grávida.

Por isso lanço uma nova questão:

Se em vez da menina de 9 fosse a irmã de 14, deficiente, a estar grávida... alguém aqui condenaria esse aborto?

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 14 de March de 2009 13:38

Foi tudo um fato muito triste e lamentável. Consta que ela e sua irmã, também menor, eram violentadas já há anos pelo padrasto, sem que a mãe, aparentemente, nada tenha feito para impedir, não sei se por medo, ignorância ou vontade de preservar a união à custa do sofrimento das filhas. O que mais choca quando a gente vê notícias ou comentários na internet a respeito é a naturalidade com que "bons católicos" aceitam esse aborto, com o argumento de que "não se pode exigir que uma criança leve adiante uma gravidez". Até alguns anos, mesmo os adeptos da teologia da libertação se opunham ao aborto: D. Samuel Ruiz, bispo mexicano que era considerado principal expoente da TdL, condenava abertamente o aborto e ameaçava de excomunhão quem defendesse tal prática. Hoje para muitos autoproclamados "bons católicos" está tudo bem´. Conseguimos transformar nossa indeferença e nosso egoísmo em virtude: não queremos ajudar os outros, nem compartilhar de seu sofrimento, e ainda nos julgamos bons cristãos. Com isso, e com nossas idéias modernas de que religião não tem que se meter com saúde, com política, com tudo o mais, transformamos a religião em uma coisa que não serve para nada. Ou serve para quê, para "nos sentirmos bem, na Igreja"? Podemos nos sentir bem em qualquer outro lugar. Richard Dawkins é mais coerente que os católicos liberais.
Deus nos ajude e nos ilumine.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 14 de March de 2009 13:45

A MENINA DE
ALAGOINHA, E NÓS
Nem sabemos o nome “da menina de Alagoinha”..., que aos nove anos ficou grávida após ter sido
abusada pelo padrasto e fez um aborto, e muitos, nesses dias, nem se preocuparam em pensar que
ela é a primeira que, nestes tempos tristes, precisaria de uma carícia, da carícia do Nazareno.
A menina de Alagoinha e nós – que estamos nas fábricas, nos escritórios, nas escolas, no
planalto ou escrevendo nos jornais – precisamos de uma ternura tal que nos envolva até despertar
uma afeição por nós mesmos. Porque sem isso, o sentimento que prevalece é somente o cansaço:
basta que as dificuldades do viver, ou melhor, o mistério por meio do qual a vida nos desafia,
seja um pouquinho maior do que a nossa medida, e nos sentimos esmagados. E, então, nos
defendemos, tornando evidente a nossa resistência, ou mesmo o nosso escândalo, diante de algo
que não entendemos.
Mas diante de um fato tão dramático, essas palavras parecem inúteis. Será que a vida é um
engano? Podemos dar sentido à vida quando nos encontramos diante de fatos como esse? Podemos
suportar tal sofrimento? Sozinhos não conseguimos. É preciso que nos deparemos com a presença
de alguém que faça a experiência de uma plenitude na vida, de modo que possamos ver e recuperar
a esperança de que tudo não acaba em um vazio devastador.
Nem Cristo foi poupado da angústia diante da dor e do mal, até a morte. Mas o que fez a diferença
n’Ele? Ter sido uma pessoa mais valente do que nós? Não! Tanto que no momento mais terrível de
provação, Ele pediu que a cruz lhe fosse poupada. Em Cristo, foi derrotada a suspeita de que a vida,
em última instância, seria um fracasso: o que venceu foi o seu vínculo com o Pai.
Bento XVI lembrou-nos que “a verdadeira resposta consiste em dar testemunho do amor que
ajuda a enfrentar a dor e a agonia de modo humano. Estejamos certos disto: nenhuma lágrima, nem
de quem sofre, nem de quem lhe está próximo, se perderá diante de Deus” (Angelus, 1.fev.09).
Por isso, estamos com a menina de Alagoinha, e com a Igreja, que não se cansa de nos indicar,
dentro dos acontecimentos da história, que não se pode pagar o mal com o mal. Entendemos o
aborto como uma segunda agressão à menina. Um gesto assim deixa marcas profundas por toda
a vida, e uma menina que já havia sofrido tanto não merecia receber mais esta violência. A vida é
dom de Deus, e em nome de quem o homem decide quando ela será dada ou retirada?
A presença de Cristo é o único fato que pode dar sentido à dor e à injustiça. Reconhecer a
positividade que vence qualquer solidão e qualquer violência só é possível graças ao encontro
com pessoas que testemunham que a vida vale mais do que a doença e a morte. Como aconteceu
com Vicky, retratada no documentário vencedor de Cannes de 2008: uma mulher soropositivo da
Uganda, que aceitou este olhar sobre si, redescobriu a própria dignidade e, hoje, ajuda centenas de
outras pessoas em uma ONG do seu país. Esta é a vida nova como todos nós esperamos, mesmo
diante do mal do mundo e nosso. Esta é a vida que a menina de Alagoinha espera agora.
Movimento Católico Comunhão e Libertação
(www.cl.org.br)

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 14 de March de 2009 14:34

meira

eu não seria tão rápida a apontar o dedo à mãe sobre o que se passou.

Aquilo que para cada uma de nós pode ser o nível de cuidado mínimo que uma mãe tem para com os filhos pode ser considerado exagero por muitas outras mães.

Acredito que se trata de uma família miserável, vetada à exclusão, condenada a uma ignorância que a muitos ainda interessa. Não sabemos em que realidade cresceu aquela mãe, que ambiente ela considera suportável e inevitável.
Apenas sabemos que se trata de uma analfabeta...

Quanto a não sabermos sequer o nome da menina, acho óptimo. Que se dê a hipótese dela crescer e esquecer tudo aquilo por que passou.

Como podem considerar que o aborto foi mais uma violência?
Violência seria ainda obriga-la a suportar mais este sacrifício que lhe custaria a vida. Como se pode desejar isso a alguém? Como se ousa sequer pedir isso a alguém?
Continuo abismada com a crueldade, com a desumanidade de algumas mensagens que dizem defender a vida.
Imaginar que os autores destas mensagens influenciam o modo de vida de alguém arrepia-me (no mínimo).

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 14 de March de 2009 15:36

Será que alguém esquece uma situação dessa, só porque abortou?

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 14 de March de 2009 15:39

Certamente que o trauma de um estupro deve perdurar pela vida inteira, ainda mais na condição e no meio em que essas pessoas vivem. E não vai ser com prozac e similares que se vai esquecer.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: meira (IP registado)
Data: 14 de March de 2009 15:43

Estupro, Aborto e Valores Distorcidos
Têm sido espantosas as reações à declaração de dom Cardoso, arcebispo de Olinda e Recife, acerca das excomunhões dos responsáveis pelo aborto das duas crianças geradas no estupro de uma menina de nove anos de idade. O que ele fez foi apenas o seu dever: comunicar ter ocorrido a excomunhão automática dos responsáveis pela morte de duas crianças inocentes. Quem lesse as reações à comunicação, contudo, teria a impressão de que havia uma vida apenas em risco, e esta seria a vida da mãe das crianças. Não é o caso. A vida dela estava, sim, em um certo grau de risco, não maior nem menor que o de muitas mulheres grávidas com alguma complicação. Casos muito piores já chegaram a um final feliz.

Neste caso, contudo, aproveitando-se de uma falsa brecha legal – o fato de o Direito brasileiro não prever punição para o aborto de crianças geradas por estupro ou em caso de risco de vida para a mãe, exatamente como não prevê punição para o furto cometido por um filho contra o pai – grupos de pressão interessados na legalização do aborto apressaram-se, contra a vontade da mãe e de seus responsáveis legais, a matar o quanto antes as crianças que cometeram o crime de terem sido concebidas no transcurso de um repulsivo estupro. Os filhos são punidos com pena de morte pelo crime do pai.

A violência das reações à declaração de dom Cardoso, contudo, mostra claramente o alcance – em alguns setores bastante vocais da classe média urbana – de uma pseudoética apavorante. As crianças mortas simplesmente não entram na equação, não são consideradas. O próprio estupro só é mencionado de passagem. O risco de vida para a mãe é transformado em uma certeza de sua morte. São saudados como heróis salvadores os carniceiros que arrancaram do ventre da mãe duas crianças perfeitamente saudáveis e atiraram os cadáveres em uma cesta de lixo, onde provavelmente estava uma cópia mofada do juramento de Hipócrates que fizeram quando se formaram médicos.

Isto ocorre por ter sido perdida a noção do valor da vida. A vida, em si, para os defensores do aborto, não vale nada. Ao invés dela, o que teria valor seria o resultado final de uma equação que tem como componentes o bem-estar da pessoa e sua utilidade para a sociedade. As crianças abortadas não têm valor para a sociedade, logo podem ser mortas. Mais ainda, não merecem menção. A única criança digna de menção é a mãe, e olhe lá.

Ela mesma, a mãe das crianças abortadas, tem seu sofrimento deixado de lado. Uma menina de nove anos de idade que sofreu a violência de um estupro, provavelmente reiteradas vezes; uma criança ela mesma, vivendo mais que provavelmente em condições miseráveis (sabe-se que sua mãe não sabe ler e escrever, o que serviu bem aos que simplesmente mandaram que apusesse a impressão do polegar aos papéis que, como depois ela veio a saber, eram a sentença de morte de seus netos), foi levada de um lugar para o outro, teve os filhos que ela desejava manter arrancados de seu ventre e mortos, sendo tratada apenas como excelente exemplo de portadora biológica de material a abortar.

É de crer que provavelmente os defensores do aborto teriam de bom grado preferido que ela também tivesse sido abortada: o resultado da equação de utilidade social e bem-estar que usam para valorizar uma vida dificilmente seria alto o suficiente no caso dela para garantir-lhe a sobrevivência.

O estupro, mais ainda, o estupro reiterado e contumaz de uma criança indefesa é um crime asqueroso, que poderia em justiça merecer a pena de morte (não percebi, aliás, em nenhuma das numerosas e estridentes reações pró-aborto à declaração de dom Cardoso, alguém pedindo que fosse estendida ao estuprador a pena de morte que sofreram seus filhos). Quem o comete vê em sua vítima apenas um orifício cercado por forma humana, um receptáculo fraco e indefeso, logo acessível a suas taras. É já uma negação da humanidade da vítima: ela não merece, crê o estuprador, ter direito de opinião sobre o que é feito com seu corpo.

A mesma negação feita pelo estuprador contra sua vítima foi reiterada sobre seus filhos: ela foi estuprada; eles foram mortos. Desumanizada pela primeira vez pelo estuprador, ela o foi novamente, juntamente com seus próprios filhos – a flor de esperança e de vida que poderia ter saído do lodo da violência – pelos que não consideram que a vida tenha, por ser vida humana, algum valor. Agora, esperam eles, esgotado seu valor de propaganda, ela pode rastejar de volta à miséria de seu barraco e deixá-los tocar em paz a campanha pró-aborto.

Carlos Ramalhete é professor e filósofo. carlosgazeta@hsjonline.com

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 14 de March de 2009 16:21

Citação:
meira
Será que alguém esquece uma situação dessa, só porque abortou?

Bem, estamos a falar de um caso concreto.
A miúda nem sabe que abortou, pois nem sabia que estava grávida.
Logo a questão aborto não vai fazer parte das memorias.

Quanto à violência de que foi alvo, não creio que ela entenda muito o que se passou. Mais que recalcar a experiência traumatizante será necessário fazer um acompanhamento psicológico específico de modo a permitir uma sublimação dos acontecimentos respeitando o seu ritmo de desenvolvimento.
Se o acompanhamento for bem sucedido a memória será ténue e difusa e poderá ter uma vida sexual normal no futuro, sem fantasmas.
Para tal a preservação do anonimato desta criança é fundamental.
Obviamente que o anonimato não deve ser sinónimo de esquecimento por parte das estruturas de apoio social.

É urgente repensar as politicas de apoio social, de educação, de natalidade, de apoio às franjas mais desfavorecidas da sociedade. Não bastam subsídios, há muito mais trabalho de fundo a ser feito.
Caso tudo fique na mesma os escandalizados de hoje não passarão de hipócritas. Desde governantes a cidadãos todos têm responsabilidade. E que ninguém venha dizer que não fazia ideia que casos assim existiam....

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 14/03/2009 16:24 por Lena.

Re: Aborto é crime mais grave que violação
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 14 de March de 2009 16:54

O estuprador não é excomungado. Vai, ajoelha-se na frente de um confessionário, diz qualquer coisa, e depois entra na fila da comunhão, com as bençãos da igreja. O estuprador humilha a vítima, degrada, arrasa com a vida dela. Mas depois, ajoelha-se na frente de um confessionário, diz qualquer coisa, e está quite com a igreja. É que o evangelho manda perdoar, dizem. O estuprador estava "taradão", não tem tanta culpa, depois que passa o tesão se arrepende e então fica tudo bem.

Já com a vítima é outra história. Ela não estava "taradona" qdo escolheu abortar. Provavelmente estava desesperada, mas desesperar tb é pecado. Talvez estivesse com medo. Um "bom cristão" vai lembrar que Jesus morreu na cruz, e aconselhar à vítima que aceite ser pregada na cruz, sem direito a reclamação. Qualquer coisa diferente disso não tem perdão, o "bom cristão" é que sabe e julga as coisas. O "bom cristão" vai lembrar que abortar é pecado. Não vai lembrar é que estuprar tb é.

Amanhã, se o estuprador atacar de novo, pode contar com o perdão da igreja. Perdoar 70 vezes 7. A vitima do estuprador já não preocupará mais. Ela estará fora da igreja.

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