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Re: Ratzinger papa
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 19:08

A opinião de Leonardo Boff...

Leonardo Boff diz estar perplexo e surpreso com escolha de papa
DIEGO TOLEDO
da BBC Brasil

O teólogo brasileiro Leonardo Boff afirmou nesta terça-feira, em entrevista à BBC Brasil, que recebeu com "perplexidade" a notícia de que o cardeal alemão Joseph Ratzinger foi eleito como novo papa.

"Recebi com perplexidade e surpresa porque uma igreja conservadora chamou o guardião do conservadorismo para o papado", afirmou Boff. "Como cristão, a gente acolhe, a gente respeita, mas ficamos cheios de preocupações pela imagem da igreja no mundo."

Na opinião do ex-sacerdote, o novo papa não só vai repetir o pontificado de João Paulo 2º como também vai radicalizar a doutrina moral da Igreja Católica.

"João Paulo 2º criou muitas feridas: muitos cristãos emigraram da igreja porque não a sentiam mais como lar espiritual", diz o teólogo. "Tememos que esse inverno eclesial continue. A igreja vai conhecer um inverno mais rigoroso."

Teologia da Libertação

Principal ícone da Teologia da Libertação no Brasil, Leonardo Boff sofreu um processo judicial na Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, em 1984. Na época, o organismo da igreja já era dirigido pelo cardeal Ratzinger.

"Fui interrogado por ele durante três horas", conta Boff. "E também fui por ele punido com o silêncio obsequioso, deposição da cátedra e proibição de escrever e falar."

"Depois, por intervenção do próprio papa (João Paulo 2º), que não queria se equiparar aos líderes brasileiros que silenciavam jornalistas, ele permitiu que eu continuasse a falar e escrever", acrescenta o teólogo.

Apesar das duras críticas à escolha do novo papa e da punição sofrida na década de 80, Leonardo Boff descreve Ratzinger como um homem "extremamente gentil" e "fino" e lembra que, quando era estudante, recebeu a ajuda do cardeal alemão.

"Eu o conhecia antes como professor de teologia, extremamente afável e que sempre gastou metade do salário dele de professor para ajudar estudantes do Terceiro Mundo", lembra Boff.

"A mim, ele ajudou a publicar a minha tese doutoral: ajudou, encontrando uma editora, e ajudou financeiramente", diz o brasileiro. "Coisa que eu agradeço até no prefácio do livro."

Bento 16

Em meio às lembranças e opiniões sobre o novo papa, Leonardo Boff diz acreditar que o nome escolhido por Ratzinger como sumo pontífice, Bento 16, indica uma das possíveis preocupações do novo líder máximo da Igreja Católica.

"Acho que ele quer marcar alguma diferença", afirma o teólogo. "Bento 15 era um papa que tentou buscar paz em tempo de guerra. Talvez, ele (Ratzinger) entenda que a missão da igreja é mediar os conflitos mundiais e ajudar na paz. Se for esse o propósito, acho que foi um nome bem escolhido."

De acordo com Boff, no entanto, o novo papa vai manter o controle rígido sobre a igreja e, por isso, o estilo do novo sumo pontífice pode afastar mais fiéis do catolicismo.

"É um papa que tem um perfil de usar o poder para sistematizar e criar ordem na igreja", avalia. "Essa estratégia, no meu modo de ver, vai isolar mais ainda a igreja e vai permitir que mais cristãos a abandonem."

Na opinião do teólogo brasileiro, se quiser evitar a perda de mais fiéis, inclusive no Brasil, o papa Bento 16 terá de fortalecer as igrejas locais e as conferências nacionais de bispos.

No entanto, diz Boff, o novo sumo pontífice vai procurar fazer isso sem deixar de reforçar os laços de "comunhão" com a centralidade do Vaticano.

"Ele dará importância, reforçará as igrejas locais", afirma. "É a única maneira de garantir uma igreja forte na América Latina e limitar a emigração de católicos na direção de outras igrejas evangélicas", afirmou Boff.

Re: Ratzinger papa
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 24 de April de 2005 02:05

Concordando ou não com o conteúdo, vale a pena ler o «post», «E agora, Joseph?», no «Guia dos Perplexos», um blogue por onde passam católicos «livres» (a definição é tirada do «post» em questão). A pôr nos favoritos e a visitar de vez em quando.

Alef

Re: Ratzinger papa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 27 de April de 2005 01:17

Caros amigos.

Faz hoje uma semana que a frase mais ouvida em todo o mundo foi «Habemus Papam». Felizmente, na véspera tive oportunidade de partilhar convosco a minha opinião sobre o perfil do sucessor de João Paulo II. Digo felizmente e assumo o que escrevi nesse dia.

A escolha de um Papa é sempre uma Graça do Espírito Santo. Desconheço como os fiéis reagiram durante os dois conclaves de 1978. Durante este conclave, sei que muitas pessoas rezaram para que o Espírito Santo iluminasse os cardeais e escolhessem o melhor Papa para a Igreja (outros houve que preferiram rezar para que escolhesse um Papa que fosse ao encontro das suas preferências). Foi o que fiz e como vos disse fez ontem uma semana, não tinha qualquer preferência da pessoa, mas sim do pontificado.

Admito que a eleição de Ratzinger foi uma enorme surpresa, sobretudo porque diz a tradição que os favoritos nunca são escolhidos. Foi também um desapontamento, talvez até um choque. Como ouvi alguém dizer, o cardeal Ratzinger foi uma das caras mais cinzentas e antipáticas da Igreja nos últimos vinte anos. Admito que muito por força do cargo que desempenhou (Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé) e não tanto quanto as suas características pessoais. O próprio cardeal patriarca D. José Policarpo afirmou isso há dias acrescentando que «alguns católicos poderão não se rever na Igreja liderada por Bento XVI. A imagem do cardeal Ratzinger contrasta assim com a do teólogo Ratzinger periti do Concílio Vaticano II, dos poucos teólogos ainda vivos que estiveram presentes no último concílio. Por esta disparidade de imagem, entre a do cardeal e do teólogo, para muitos, o seu pontificado será uma incógnita.

É também uma expectativa. Porque para uma parte dos católicos, a eleição de Ratzinger foi a extâse. Impossível ser melhor e, por esse motivo, faça o que fizer Bento XVI, será sempre bem feito. Para outra parte dos católicos, foi o desalento, um balde de água fria. Impossível ter acontecido isto. Qual salmo de Domingo de Ramos... mas, como alguns esperam tempos negros, como li algures na Internet, também para esses o pontificado de Bento XVI será uma agradável surpresa. Outros há que precisaram de falar com o Espírito Santo. Se rezámos tanto para o Espírito Santo iluminasse os cardeias, agora, chegava a nossa vez de sermos iluminados para que compreendessemos a escolha divina. E não foi preciso muito tempo...

Bastou ouvir a humildade das suas primeiras palavras. Ler a sua primeira mensagem. Ouvir a homília da missa do ínicio do ministério petrino, para perceber que as orações de todos os católicos foram ouvidas, que o Espírito Santo iluminou os cardeais, e que Bento XVI é o melhor Papa que a Igreja poderia ter. Li ou ouvi alguém dizer que iria dar o benefício da dúvida a Bento XVI e um período de estado de graça. Acho que não faz qualquer sentido... O Papa não é um qualquer primeiro-ministro, governante, ou presidente de uma empresa. Acreditamos que o Papa é eleito por um colégio de cardeais iluminados pelo Espírito Santo. Faça o que ele fizer, ele será o sucessor de Pedro, Papa da Igreja Católica, e, como tal, devemos acolhê-lo e rezar por ele, tal como ele nos pede.

Quero ainda aproveitar esta minha mensagem para fazer alguns comentários do que foi aqui escrito.

1) Hugo (mensagem 20 de Abril de 2005 12:37). Existem algumas expressões que têm duplo sentido, e que gostaria de esclarecer. Disse que «rezo a Deus que ilumine os cardeais presentes no Concílio com o seu Espírito Santo, para que eles escolham um bom Papa, capaz de guiar a Igreja a responder da melhor forma aos desafios que se lhe colocam, a abrir-se ao mundo para que no mundo leve a todos os homens e mulheres a Palavra de Deus.». Quando afirmo abrir-se ao mundo refiro-me a que a Igreja não se pode encerrar-se em si própria, anametizar o que lhe é externa, e para combater a nova "ditadura de relativismo" da modernidade é necessário sair da sacristia, do púlpito e da Igreja e Evangelizar o mundo. Porque há muitos homens e mulheres que nunca ouviram falar de Jesus Cristo nem do Evangelho e esses não frequentam as Igrejas (e nem se lembram quando lá foram a última vez). Também não quero com isto dizer que devemos abandonar as Igrejas e deixar de celebrar a Eucaristia...
Ao contrário do que se podia interpretar, não defendo que a doutrina mude ao sabor do vento, e que se deva pautar por referendos ou eleições. Desejo apenas que se concretize aquilo que foi dito no Concílio Vaticano II e se inculturalize o Evangelho. O que funciona pastoralmente bem em Roma, pode não funcionar no resto do mundo. A doutrina é a mesma, a pastoral deve-se adaptar a cultura e sociedade locais.

2)Catolicapraticante (mensagem 25 de Abril de 2005 06:11). No Evangelho de há três semanas, Jesus diz a Tomé «não sejas incrédulo, mas crente». É um convite que é feito na pessoa de Tomé, mas se estende a todos nós.


Para terminar, a eleição de um Papa não deve ser arma de arremesso entre os católicos, nem motivo de orgulho pela escolha como se da vitória de um clube de futebol se tratasse. A eleição de um Papa deve ser motivo sim de união de toda a Igreja. É nessa união que Bento XVI assume como compromisso primário de trabalhar sem poupar energias na reconstituição da plena e visível unidade de todos os seguidores de Cristo.

Luis Gonzaga

Re: Ratzinger papa
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 27 de April de 2005 02:10

Caro Luís


As suas palavras foram um bálsamo para o meu espírito. Em tanta coisa dita sobre Ratzinger e Bento XVI, nada houve até agora como as palavras de S.Tomé, que aqui fez questão de nos relembrar «não sejas incrédulo, mas crente».

Eu fui uma, entre muitas pessoas, que viram na eleição de Ratzinger, apenas o homem, esquecendo que somos instrumentos nas mãos do Senhor, pois os seus caminhos são insondáveis, misteriosos e sempre surpreendentes.

Confesso que desde o falecimento de João Paulo II até à eleição de Bento XVI, vivi momentos de grande ansiedade. Depois da sua eleição vivi momentos de fúria. Tal não é minha pouca Fé! Não estou a fazer um acto de contrição, mas sim a partilhar convosco, o quanto foi importante ouvir estas palavras: «não sejas incrédulo, mas crente», palavras simples de conteúdo profundo, que hoje, foram para mim, como sinos a repicar, todos ao mesmo tempo, em centenas de igrejas numa só cidade.

Afinal de contas, “as coisas de Deus são simples”!


(tenho aprendido muito neste fórum. Obrigada pelas vossas intervenções).

Re: Ratzinger papa
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 28 de April de 2005 13:04

Deixo aqui um artigo de Frei Bento Domingues. Introduzi algumas linhas em branco para facilitar a leitura. Note-se ainda que este artigo foi escrito ainda antes da Missa de inauguração do Pontificado de Bento XVI.

Alef



Que Bento XVI seja católico


1. No momento em que escrevo sei que já "temos Papa" e que foi eleito o cardeal alemão Joseph Ratzinger. Escolheu para o seu pontificado o nome de Bento XVI, um nome de paz no meio de um mundo em guerra. Ao aparecer no balcão da fachada da Basílica de S. Pedro, para dar a bênção apostólica, Urbi et Orbi - que acolhi com muita devoção -, esclareceu que vinha como "um humilde trabalhador na vinha do Senhor". E muito mais não disse. Desejo e espero que Bento XVI seja católico no desempenho do ministério de Bispo de Roma e de Papa, isto é, que mostre no comportamento e nas obras que a Igreja, para ser católica, tem de ser una e plural.

Segundo alguns observadores, J. Ratzinger, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, foi muito pouco católico. Julgou o contributo dos outros teólogos seus colegas - alguns dos quais com uma obra considerada muito mais significativa do que a sua - a partir de critérios estabelecidos só por ele. Dava a entender que teologia aceitável era só aquela que coincidia com a sua. Na prática, a missão reconhecida aos teólogos quase se esgotava na de funcionários do Magistério eclesiástico.

É evidente que generalizações destas podem ser injustas. Mas um dia vai ser preciso "purificar a memória" desses anos de sofrimento causado a grandes investigadores dos caminhos da fé cristã. É de esperar que o Papa Bento XVI tenha a grandeza moral de promover a revisão desses processos.


2. Na missa pela "eleição do romano pontífice", na manhã de segunda-feira passada, o decano do Colégio Cardinalício fez uma homilia notável. Tentou caracterizar o mundo no qual a Igreja tem de viver o testemunho da fé. Ao comentar a Carta aos Efésios (4,14), desenhou o panorama cultural de hoje:

"Quantos ventos de doutrina conhecemos nestas últimas décadas, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento. A pequena barca do pensamento de muitos cristãos ficou, com frequência, agitada pelas ondas levadas de um extremo a outro: do marxismo ao liberalismo, até ao libertinismo; do colectivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo, etc. Cada dia nascem novas seitas e se realiza o que diz S. Paulo sobre o engano dos homens, sobre a astúcia que tende a induzir no erro (Cf. Efésios 4,14). Ter uma fé clara, segundo o credo da Igreja, é etiquetado com frequência como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, ou seja, o deixar-se levar "guiados por qualquer vento de doutrina", parece ser a única atitude que está na moda. Vai-se construindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que só deixa como última medida o próprio eu e as suas vontades. "Nós temos outra medida: a do Filho de Deus, o verdadeiro homem. Ele é a medida do verdadeiro humanismo."

É verdade que um dos fenómenos típicos da modernidade é o do indivíduo ocupado com o projecto do seu próprio eu, numa sociedade do prazer momentâneo e onde tudo é descartável. Gostei, também por isso, dos traços fortes desse quadro. Mas no modelo do pêndulo que vai de um extremo ao outro - eu prefiro o modelo construtivo do tear - o único perigo não é a ditadura do relativismo denunciado pelo cardeal Ratzinger. A ditadura das chamadas "verdades definitivas" não é menos nefasta.

O ser humano tem muitas dimensões e por todas elas repassa um desejo de infinito, de ruptura com os limites. Mas os cristãos confessam que é o próprio infinito que se fez fragilidade humana: Jesus Cristo. É nos limites das formas plurais e provisórias, históricas e relativas da confissão e da celebração da fé cristã, que atingimos e convivemos com o inabdicável mistério da juventude eterna de Deus. A fé teologal não tem o seu terminal nos "artigos da fé" - seria idolatria - mas em Deus. As formulações da fé cristã têm história e nem sempre são tão irreformáveis como se pretende. (S. Th., II-II, q.1, a. 2).


3. Sem constituir ainda um programa de pontificado, Bento XVI já deve ter amortecido um pouco as reacções negativas à eleição do cardeal Ratzinger para sucessor de João Paulo II. Até agora, os aspectos lamentáveis do pontificado do Papa polaco recaíam sobre o prefeito da congregação para a Doutrina da Fé. As dimensões gloriosas recaíam todas sobre o Papa das grandes viagens.

Na primeira mensagem aos cardeais, da passada quarta-feira, escrita em latim, Bento XVI apresentou-se como um "João Paulo III" ou um "João Paulo II melhorado"... Tocou bem as notas musicais do Concílio Vaticano II, da colegialidade dos bispos em torno do sucessor de S. Pedro, do diálogo inter-religioso e com todos os homens de boa vontade, um diálogo de civilizações, uma convocatória de todos os católicos para a cooperação no desenvolvimento social, a continuação do ano da Eucaristia e o encontro com os jovens na próxima Jornada Mundial da Juventude, em Colónia, etc...

Mas a parte mais enfática da mensagem foi consagrada à questão ecuménica. Neste ponto, João Paulo II não foi só melhorado. Abriu o caminho para aquilo que temos direito a esperar de Bento XVI:

"O actual sucessor de Pedro deixa-se interpelar na primeira pessoa por esta questão e está disposto a fazer tudo o que estiver em seu poder para promover a causa fundamental do ecumenismo. Sobre os passos dos seus predecessores, ele está plenamente determinado a cultivar qualquer iniciativa que possa parecer oportuna para promover os contactos e o encontro com representantes das diversas igrejas e comunidades eclesiais."

Acerca de tudo o que foi mais polémico no pontificado de João Paulo II, nem uma palavra.

Frei Bento Domingues, O.P.
«Público», 2005-04-24

Re: Ratzinger papa
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 28 de April de 2005 14:26

"Acerca de tudo o que foi mais polémico no pontificado de João Paulo II, nem uma palavra. "

Marketing político. ...

Re: Ratzinger papa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 28 de April de 2005 21:59

Revela alguma ingenuidade alguém pensar que o sucessor de João Paulo II, fosse ele quem fosse, iria levantar logo os assuntos mais polémicos assim que tomasse posse. :-) Como o povo diz, estaria a arranjar lenha para se queimar.

Bento XVI é um homem inteligente e sabe que a sua eleição causou alguma desilução inicial entre alguns católicos (não tão poucos quanto isso), pelo que a primeira tarefa seria sempre unir os católicos, e não levantar os assuntos polémicos.

Luis

Re: Ratzinger papa
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de May de 2005 13:19

Cardeal Sodano é o novo Decano do Colégio Cardinalício .

Tal como se esperava, a Opus Dei reforça o seu poder.



Re: Ratzinger papa
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 05 de May de 2005 13:56

Pela enésima vez: «o» Opus Dei e não «a» Opus Dei!

[Era o que faltava o feminino! ;-) Alguém se esqueceu da estupenda campanha do (ou contra o) Banco Com Preconceitos?]

Apesar de tudo, no «Opus Dei» vai havendo gente com uma certa formação teológica (embora eu continue a achar essa coisa da «prelatura pessoal» um erro teológico de todo o tamanho, um contra-senso eclesiológico, mas isso ficará para outra altura). Mais complicados são novos movimentos que estão a afirmar-se cada vez mais, muitos deles com escassa formação e muita ideologia: «kikos» («Neo-catecumenais»), «Legionários de Cristo» e, talvez um pouco menos, «Comunhão e Libertação».

De qualquer maneira, não nos esqueçamos que nem o Papa nem a Cúria Romana substituem a nossa fé. Algo tão simples, mas que às vezes parece ser esquecido.

«E la nave va...»

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 05/05/2005 14:00 por Alef.

Re: Ratzinger papa
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 05 de May de 2005 17:28

Subscrevo por completo o que o Alef salienta.
Para não falar de outros movimentos marginais tipo "Nós somos Igreja"

Re: Ratzinger papa
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de May de 2005 19:16

Hum... que radical! !
Queria só informar os foristas que o Moviemnto Nós sosmos igreja ( a que nâo pertenço) não controla o Vaticano nem gere o banco do Vaticano... è um pequenina gernde diferença...diferença, oa contrário dos outros referidos...
Já agora Opus não quer dizer "obra"? E Obra é feminino, daí a tendebcia para feminizar a sigla do movimento Opus Dei ( Há quem prefira Kopus night, por ser mais másculo...)

Re: Ratzinger papa
Escrito por: Hugo (IP registado)
Data: 05 de May de 2005 21:56


Luís Gonzaga,

Quando falei dos que esperavam mudanças radicais não me referia à tua mensagem, com a qual concordo na sua generalidade... falava de outros que anseiam por mudanças de "posição" no respeitante à contracepção, ao uso do preservativo, à homossexualidade... etc...

Aliás, tu próprio, na mensagem que colocas mais tarde, acabas por afirmar que só pode ser ingénuo quem esperava mudanças radicais de qualquer Papa.

Acrescentando ao que disse há dias, chateia-me um bocado ver gente que não quer saber da Igreja para nada (que já não queria quando o Papa era João Paulo II) a dar grandes entrevistas e a tecer a sua opinião sobre este Papa... Com que autoridade, com que conhecimento de causa, com que verdade? Uma coisa é a tia Maria da esquina dar uma "boca"... Outra coisa é um Mário Soares ou um Cavaco Silva virem dissertar e armar-se em consultores acerca de uma coisa que não sabem... porque não querem saber... É falta de responsabilidade e, a figura, essa fica triste...

hhuuggoo


Re: Ratzinger papa
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 05 de May de 2005 23:58

Gostava que a forunauta CP apresentassse provas concretas dessas afirmações do dominio do Opus Dei na Curia Romana. Cientificas como convem. Ou então são apenas suposições maldosas.
Bento XVI será o Papa que o Espirito Santo quiser, porque é ele quem conduz a Igreja.
É natural que rapidamente se procure fazer analises, e concordo com o Hugo quando critica politicos senis, laicos como Mario Soares de tecer tristissimas considerações ácerca do Santo Padre.
Há que dar tempo. Há que esperar a primeira Enciclica programática. Até lá rezemos pelo Papa Bento XVI, para que seja instrumento do Espirito Santo.

Re: Ratzinger papa
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de May de 2005 07:20

Que pena estar tão mal informdao...
Quanto à referÊnciaverdadeiro católico paraticante memso sendo padre, não devia insultar os outros, emboar alguns tenham esse hábito/batina.

Dewpois, é muito feio Atirar pedras quando se tem telhados de vidro...

Aqui vai alguma informação sobre A Opus Dei para os foristas.

[www.mond.at]

[www.geocities.com]

[www.geocities.com]

[www.opuslibros.org]

[www.monde-diplomatique.fr]

[religiousmovements.lib.virginia.edu]





Re: Ratzinger papa
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de May de 2005 07:29

Aconselho a leitura atenta dos testemunhos dos que "conseguiram fugir", no site espanhol.

Existem mais alguns milhares de sites deste tipo, com testemunhos de pessoais e análises políticas sobre esta organização tentacular de imenso poder económico e político.

È um facto histórico que foi a Opus que salvou o banco do Vaticano da falencia técnica , injectando os milhões necessários. Na altura, o responsável do banco suicidou-se.

Atenção que sobre a MCl a estrutura de funcionamento e as aspirações políticas são as mesmas,só que sem tanto poder....

Como disse o dirigente da CML em portugal "gostavam de ser como a Opus dei".

Mas ainda não são.

Boas leituras

Re: Ratzinger papa
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de May de 2005 07:34

Para as vítimas :

[www.odan.org]

Re: Ratzinger papa
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 06 de May de 2005 07:55

Emilio J. Corbière, autor do livro “Opus Dei. El totalitarismo católico” (Editorial Sudamericana, 2002) definiu a organização Opus Dei como sendo “a mais forte manifestação integralista de poder na Igreja”. Segundo Corbière, o Opus Dei esteve intimamente ligado com o regime de Franco, na Espanha, ocupando altos cargos no governo, em bancos, em editoras, revistas e outras publicações.

No Vaticano, a influência política do grupo teria crescido aquando da quebra do Banco Ambrosiano e da consequente insolvência do Instituto de Obras Religiosas (IOR), instituição financeira da Santa Sé que mantinha negócios com o banco.

Quando aconteceu o escândalo do Banco Ambrosiano-IOR (Banco do Vaticano), em 1982, com o desaparecimento/burla de 1,4 bilhão de dólares ouve uma série de estranhos "suicídios". Entre essas vítimas estavam o Presidente do Ambrosiano, Roberto Calvi, cujo apelido era "Banqueiro de Deus", o qual cometeu "suicídio" . [news.bbc.co.uk]
.Também sua secretária suíça, Graziella Corrocher, e outro alto funcionário do Ambrosiano, Giuseppe Della Ca, se suicidaram(?) e yum outro alto funcionário foi condenado a prisão.

O único personagem – que saiu ileso da trama, foi o Arcebispo Marcinkus, Presidente do Banco do Vaticano, um cardeal americano de origem eslava, amigo íntimo do papa João Paulo II

A Opus Dei auxiliou financeiramente o Vaticano, evitando a ruptura financeira do Banco.

Na Itália, o Opus Dei também esteve envolvida num escândalo político quando o semanário L’Expresso publicou, em 1986, alguns dos 479 artigos de um suposto regulamento secreto da organização, que teria estado em vigor até 1982, data em que ela foi elevada à categoria de prelazia pelo papa João Paulo II.

Parlamentares italianos solicitaram a instauração de um inquérito, pois, confirmada a veracidade das regras, o Opus Dei cairia no estatuto de sociedade secreta, proibida pela legislação italiana. A investigação não foi levada adiante.

A Opus deis está ligada ao controle da alta finança e de muitos grupos bancários. portugal não é excepção.

Re: Ratzinger papa
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 06 de May de 2005 17:41

So apresenta citações da Comunicação Social. Não me parece que tenha grande credibilidade quando toda a gente sabe que a comunicação social adora escandalos, inventa teorias no sentido de vender mais. Escandalos que metam a Igreja sempre deram que vender como essa teoria do Banco do Vaticano estar falido. Até já houve quem escrevesse um livro a dizer que João Paulo I foi assassinado.
Esse Livro espanhol que cita, faz -me hoje lembrar o Codigo da Vinci..... romances....
Como não consegue provar nada do que afirma do Opus Dei, não difame as pessoas. É uma atitude pouco Caridosa para um cristão.

Re: Ratzinger papa
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 06 de May de 2005 18:47

CatolicaPraticante, Amiga!!!!!!

Obrigada pelos links. É sempre bom estarmos informados. Passei os olhos por alguns dos endereços, e vi algumas informações de que andava à procura.

Mais uma vez obrigada!

Para os mais cépticos, é sempre bom lembrar que onde há fumo há fogo!!!!!

Caríssimo Sr. Padre João Luís

Não me parece que a nossa amiga CP ou tão pouco alguns dos links que vi, tenham de difamado alguém. As pessoas têm todo o direito de pertencerem às organizações que melhor se adaptam às suas necessidades e interesses, mas também têm o dever de ser responsáveis, dar a cara e assumir as consequências dos seus actos. Sinceramente acho que há pessoas que estão convictas de que o/a (como quiserem) Opus Dei, está ao serviço de Deus. Pessoalmente também o considero, tanto Opus Dei, como tantas outras correntes, seitas e afins, o que deve ser questionado são os meios utilizados para determinados fins.

Opus Dei é como sabemos o braço armado politico e económico da Igreja Católica Apostólica Romana. Nada disto estaria errado se não fossem os meios utilizados, e que pelo que não se sabe, deduz-se que sejam muito pouco transparentes. E é nisto que reside a coerência ou a falta dela. Neste ponto é importante diferenciar o sujeito da instituição, pois são duas coisas distintas.

Imagine que Jesus quando estava no Horto das Oliveiras, tivesse fugido, não se tivesse deixado prender, Ele próprio sentiu que estava a ser abandonado por Deus, teve medo...imagine se tivesse fugido à sua prisão, às chicotadas, à coroa de espinhos, à cruz...todos os seus ensinamentos teriam caído por terra, e a sua mensagem de paz, amor, fraternidade e expiação de pecados teria sido inútil e nós hoje não O teríamos como referência, nem tão pouco seríamos Cristãos.

Na realidade é disto que se trata, este é para mim o cerne da questão. Quando se fala em Cristãos na política, é preciso ter isto em linha de conta. É preciso ser coerente e saber que os nossos métodos têm de ser os de Cristo e não outros. Mas sobre este assunto escreverei sobre a minha experiência no tópico devido.
Ainda sobre OD, acho que deve vir tudo a lume, para que se separe o trigo do joio. Por isso Católica amiga, “The force be with you”.

E como falou no Código Da Vinci, deixe-me dizer-lhe que independentemente da opinião que se possa ter, o livro provocou algo de extraordinário: - Massa Critica!

As pessoas ficaram curiosas, compram mais livros sobre religião, falam de religião abertamente no autocarro, nos cafés, nos jantares e isso é extraordinário. O Código Da Vinci, veio ocupar um lugar vago na nossa sociedade em matéria de religião e ainda bem. Se o livro em causa tem espaço a culpa é dos responsáveis pela Igreja que não sabem dar resposta às verdadeiras questões do HOMEM, já não vivemos na idade média, já fomos à lua, descobrimos o genoma humano. Cada vez mais a nossa sociedade está sequiosa por se Re-ligare a DEUS. Será que não ouvem? Não sabem ler estes sinais? A Igreja faria melhor em responder positivamente aos homens, mulheres e crianças do nosso tempo, do que recriminar o "tal livro".....até porque quanto pior se fala dele, maior é a curiosidade em lê-lo. Eu pessoalmente gostei muito de ler Código Da Vinci e até aprendi umas coisas e identifiquei-me nesta questão da Opus Dei, pois com já disse, acho que é uma luta a ser travada.

Bom resto de dia!



Re: Ratzinger papa
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 07 de May de 2005 00:03

Cara Tony

Apenas gostava que me provasse com dados provados e crediveis que o Opus Dei é o Braço armado politico e económico da Igreja - e note-se que eu nao pertenço nem nunca pertenci a tal prelatura.
É que os elementos que aqui me forneceram, são de jornalistas sedentos de esacandalos, ao ponto de os inventar.
Discordo que o Codigo tenha levado as pessoas a falar de religião. Apenas levou as pessoas a falarem mal da Igreja. Apenas isso. O livro não é religioso. Apenas procura tocar em aspectos que ja tinham sido refutados nos primeiros seculos do cristianismo com as seitas gnósticas e evangelhos apócrifos.
Sempre que se diz mal da Ireja a coisa vende-se.....
Só isso.
E é lamentavel, porque quando dizem mal da Igreja dizem mal de mim, e de cada um de nós, porque nós é que somos Igreja.

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Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

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