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Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 23 de August de 2002 12:44

João: acredito que procures o caminho da santidade e que te comprometas a seguir à risca os preceitos da Igreja Católica no que diz respeito à sexualidade, no entanto, tens de ver que, mesmo dentro da Igreja, há pessoas que têm opiniões diversas da tua e que não são menos Igreja que tu.
Se optas por dizer que quem te ouve a ti, ouve à Igreja, estás a mostrar-te um pouco inflexível e intolerante: vícios nada recomendados por Cristo...
A santidade é um longo caminho que envolve dúvidas, esclarecimentos, erros e correcções, e também passa por pensar sobre as posições dos outros quando diferentes das nossas. É que todos aqui no fórum já se deram conta de quais as razões que te levam a pensar como pensas, e compreendêmo-las, mas infelizmente, não vimos da tua parte uma atitude semelhante para connosco...isso deixa-me um pouco triste. Afinal, tanto te queres agarrar a preceitos que esqueces que a vida real é um pouco diferente e que cada pessoa é uma pessoa.


Anna

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 27 de August de 2002 18:58


Como já tivemos a oportunidade de reparar neste fórum, quando ouvimos católicos a falar sobre métodos naturais eles costumam fazê-lo com um sorriso nos lábios, recordando as piadas que já ouviram sobre o assunto, associadas com os exemplos que conhecem, de famílias numerosas PORQUE usavam "métodos naturais" ("ritmos", "calendários", "temperaturas")... Também é curioso que quando se está a aprender com católicos sobre isto, numa simples conversa, num CPM ou numa aula de Biologia, o assunto seja tratado quase levianamente, mais num tom de não clara mas subentendida permissividade em relação a este assunto, com uma certa nostalgia por vivermos tempos tão acelerados.

Isto é particularmente problemático pois na maior parte das vezes, essa foi a ÚNICA oportunidade que tiveram para ouvirem atentamente uma exposição cuidada do assunto, por ser a primeira e logo aí lhes colocarem de parte esta alternativa. Afinal, eles não esperavam nada de mais: apenas as razões legítimas para optar por essa forma de planeamento familiar (e também um estilo de vida)... Assim, já não pensam mais na questão, ainda quando a mesma lhes foi apresentada incorrectamente, e quando lhes vêm falar nisso outra vez, desde logo esboçam os sorrisos que aprenderam... Mas parece que os católicos que procuram instrução nesta área cada vez têm menos sorte. Estes assuntos são tratados como tema para comédia, pelas próprias pessoas que supostamente estão autorizadas pela Igreja a transmitir porquê, afinal, "ainda" se pensa que a contracepção é moralmente inaceitável. Assim, não admira que se venha para aqui fazer uma palhaçada do assunto. E daí também é curioso ver a forma como aqueles que mais apoiam a contracepção são aqueles que mantém uma posição de suspeita em relação a tudo o que a Igreja diz e faz...

Pergunto-me desde logo que ideia têm de santidade, e se é isso que procuram nessa sua posição tão crítica: realmente, não é só crítica mas já está radicada na contestação. Talvez por não terem falado com eles sobre estes assuntos de forma atenta, amorosa e motivadora. Afinal, esta é, tão só, a principal causa de afastamento da Igreja (causa de divórcios e como consequências não só menos participação nos sacramentos, mas menos casamentos e mais sentimento contestatário). Aqueles que permanecem fazem uma certa ginástica desculpabilizante em relação à situação que vivem, habitualmente tendendo a apagar de todo a noção de pecado, pelo menos em relação a este aspecto (mas normalmente existe uma acentuada e generalizada baixa na devoção).

Por isso, agora vamos lá a ver umas boas razões para VIVER O PLANEAMENTO FAMILIAR NATURAL (PFN)! Ultrapassemos lá as dificuldades que não nos permitem encararmos o assunto com objectividade.

O respeito pelo mistério de ser "uma só carne", só por si, dá-nos (se não, deve dar) sérios motivos para nos inquietarmos com o uso da contracepção. Como alguém disse, invocando uma analogia de S. Paulo, "iria Cristo reter algo de si à Igreja, ou estirilizar o seu amor?" (cf. Ef 5,21-33) Podemos compreender que qualquer coisa a menos que uma verdadeira união numa só carne falha na representação da completa auto-entrega de amor de Cristo pela Igreja. Por esta razão devemos acreditar que, quando um homem e uma mulher têm sérias razões para evitar a gravidez, é melhor que se abstenham de relações por uns dias que diminuir o significado e mistério do sexo.

Como coerentemente nos diz João Paulo II, a contracepção não é consistente com uma "cultura da vida" e não tem lugar no casamento cristão. Acontece que a maioria dos católicos (e aliás, de todos os cristãos) nem sequer pensam nisso. Tanto a Bíblia como os pensadores católicos, eclesiásticos ou não, têm muito a ensinar aos casais sobre a vida matrimonial e, na verdade, sobre a própria vida - quer sejam católicos ou não!

Abandonar a contracepção vai contra tudo o que a nossa cultura nos diz sobre sexo e casamento, e por vezes (quase sempre...) os cristãos têm dificuldades em pensar fora das suposições da cultura que os rodeia. Esta cultura diz-nos que o sexo é mesmo só prazer, não uma união e procriação e com lugar somente no matrimónio. Então, por forma a permanecerem culturalmente "relevantes", os cristãos afirmam que foi Deus quem criou o sexo para nos dar prazer. Mas desta legítima premissa inicial, contudo, alguns cristãos acabam por elevar o prazer acima dos aspectos unitivos e procriativos do sexo! Ao fazê-lo, eles inconscientemente sucumbem e participam na busca hedonística do prazer como um fim em si mesmo, que é o que esta cultura promove e nos anestesia a acreditar.

No entanto, existe o ponto de vista de uma persistente minoria, que possui uma forte coerência interna. É o ponto de vista dos católicos fiéis, já para não falar dos outros cristãos - e ainda muçulmanos, hindus e budistas -, na forma como alguns deles concordam com tudo o que a Igreja diz sobre as relações humanas, ou pelo menos o encaram como uma alternativa viável embora exigente. É um ponto de vista que deve ser manifestado em todas as ocasiões possíveis, "só" para lembrar às pessoas que é uma opção plausível. Além disso, é um ponto de vista do qual muitos jovens cristãos que escolheram a contracepção (incluindo a grande maioria dos católicos) não querem sequer ouvir falar. Mas, enfim, é uma opção que muitos casais que o experimentam apoiam e promovem religiosamente. E não apenas por razões "religiosas". Desembaraçadamente, com ternura e sã razão, atrai-se qualquer casal interessado em aprender mais sobre porque é que o PFN é uma alternativa válida. Por exemplo, não colocar barreiras no casamento está na própria essência da união matrimonial, permitindo a unidade que todos os casais procuram. Os casais que nos últimos anos passaram "ao natural" falam da sua miríade de melhorias na intimidade (pensem nisso: o marido tem de conhecer a fertilidade da sua mulher), sem pílulas para dar cabo dos ciclos da mulher e do aumento da saúde e boa disposição, só para mencionar algumas.

Um conselheiro matrimonial, Gregory Popcak, pensa e ensina como o PFN pode salvar casamentos:

«Tenho tido a experiência de que casais que usam o PFN são realmente provocados a esforçarem-se mais para terem bons casamentos. São provocados a comunicarem melhor, a superarem as suas fraquezas pessoais mais voluntária e generosamente, e são impelidos a nutrirem mais a sua amizade porque não podem simplesmente "atirar o sexo" aos seus problemas. Por exemplo, testemunhei que centenas de casais que não usavam o PFN não conseguiam dialogar sobre coisas simples do quotidiano, tinham perdido os seus interesses comuns com o passar dos anos, até que já não gostavam mesmo um do outro, ou eram mesmo frontalmente abusadores na forma como se tratavam mutuamente, e depois ficavam completamente surpreendidos quando o seu esposo pedia o divórcio. "Eu pensava que estava tudo óptimo! Afinal, fazíamos amor quase todos os dias!"» (então, AFINAL, não é a "espontaneidade" - que é commumente nada mais que descarregar a nossa sexualidade no outro - que interessa, pois não?)

Certamente que estes argumentos não vão ser abraçados por todos, mas é certo que nos convidam a todos a aprendermos mais sobre a nossa intimidade e partilhar o que aprendemos. Ler, ouvir e ver testemunhos tocantes, fiéis e amorosos acerca da essência do matrimónio e ser capaz de falar sobre as coisas dessa forma, independentemente da religião (surpreendentemente, a Lei Natural é igual para todos e é nela que temos a maior oportunidade de colaboração com todas as tradições religiosas). Claro que, respeitando essa Lei Natural, essa colaboração lógica com os amorosos Mandamentos de Deus, ser-nos-á muito mais facilmente interiorizado o sentido do transcendente e assim, muito mais palpável a presença do Divino e infinitamente Sagrado nas nossas vidas. Ligando-nos a Ele teremos tudo o que precisamos para vivermos felizes, não com uma crença acessória à nossa vida, mas vivendo em profunda comunhão com Aquele que existe eternamente, porque afinal todos temos um "buraco com a forma de Deus" na nossa vida e esse não pode ser plenamente preenchido por nada que não seja Ele mesmo. Deixá-Lo actuar na nossa vida em todas as suas dimensões, incluindo a sexual, é, pura e simplesmente, um desafio à verdadeira felicidade.

Ah! Em particular para aqueles que tiveram aquela "simples conversa, CPM ou aula de Biologia", e muito especialmente para os católicos, é urgente este conselho, esta mudança, esta conversão! ;o)

Já para não falar na manipulação do ser humano que a contracepção promove: primeiro os preservativos, depois as pílulas (parece-me que ninguém aqui sabe das mortes e dos resultados desastrosos com a pílula masculina), a fecundação artificial, a estirilização... Mais tarde, veremos (com certeza, se isto continua assim) a clonagem, a eugenia a seleccionar seres humanos sem a capacidade de procriarem (toda a reprodução será realizada em laboratório e certamente sem recurso a "barrigas de aluguer", dentro de incubadoras ou úteros articiais)... Pensem bem nisso...

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 28 de August de 2002 17:54


Luís, já respondi às questões que colocas, mas acrescentando... Não me parece que estejas a ver a questão correctamente: é um assunto clínico. A "castração" e "mutilação" de que falo não são "sentimentos"! São reais, é o que os contraceptivos realizam, retiram qualquer capacidade de fertilização indo contra a capacidade de gerar vida da mulher e certamente que as pílulas, das diversas formas que actuam são até ABORTIVAS. Vão lá ler os folhetos, a ver se não se indica que é impedida a implantação do óvulo fecundado no útero... A comunidade científica já chegou à conclusão que a vida humana tem início na fecundação (também chamada de concepção), e não na implantação! Essa definição dada ao início da gravidez foi alterada ao longo dos anos por razões políticas... Pois é, muito provavelmente, vocês ou as vossas mulheres já abortaram sem saber... A "pílula do dia seguinte" funciona da mesma forma, por exemplo, impedindo a implantação.

Também não estás ao corrente de que a contracepção provoca infertilidade, pois não? Se estivesses, não dirias o que disseste... Além de que demoram vários meses (chega a ser necessário meio ano ou mais, e depois ainda temos os abortos prematuros, causados em grande parte pelo uso de contraceptivos) até que a situação corrompida do sistema reprodutor da mulher "volte ao sítio"... Deve ser muito confortável aos homens verem a mulher sofrer com todos esses químicos e dispositivos... a mim não! Estou disposto a abdicar de sexo por uns dias de cada mês a hipotecar a saúde da minha esposa. Além disso, a imoralidade do acto em si e o grande aumento da intimidade na relação do casal são bons motivos - a não perder por nenhum católico!

Ouçam lá bem: EU NÃO COMECEI POR "SEGUIR À RISCA OS PRECEITOS DA IGREJA"!! Aliás, CONTESTEI-OS, NEM SEQUER PENSANDO NELES, como qualquer jovem faz, e isto por toda a adolescência. Nem sequer é isso que me motiva! O que acontece é que eu comprovo que, por tudo o que vejo à minha volta, não são apresentadas soluções nenhumas! O que é que é vocês estão para aí a dizer? O que a sociedade vos quer fazer acreditar?? Eu estou à procura, que é o que vocês não fizeram, e já descobri que, não cá no país mas no estrangeiro, os métodos naturais têm sido implementados com a maior eficácia, e continuam a melhorar! Além disso, QUERO O MAIOR AMOR que puder viver, e a MEU ver, discernindo sobre O QUE A IGREJA DIZ e aquilo que eu próprio entendo de Deus. Sinceramente, isto não se trata de contestar a autoridade da Igreja para ver se se adapta ao que eu já acredito (como vos vejo fazer), mas tão só um diálogo entre o que a Igreja já assentou e aquilo que eu ainda estou a descobrir. Além de fazer todo o sentido e coerência, a sua perspectiva moral é intensa e profundamente verdadeira, pois se baseia na Lei Natural, que até é comum a diversas tradições religiosas. Eu pergunto-me, isso sim, QUAL É O VOSSO PROBLEMA? Parece que se passa aí qualquer coisa de sinistro nesses corações "católicos": em vez de me perguntarem mais, como e porquê se devem informar sobre os diversos métodos naturais que até hoje AINDA NÃO TIVERAM A OPORTUNIDADE DE CONHECER (vejam lá se ainda não perceberam isso...).

Então, Ana, fazes o favor de me dizer quem é mesmo "mais Igreja"? Ou pelo menos, quem é mais católico, quem está a agir mais autenticamente de acordo com a sua denominação?

Não, quem me ouve não ouve a Igreja... toda! Mas então, "somos todos Igreja" ou não? Eu promovo o que a Igreja ensina e não o contrário, Ana. Isso parece-me óbvio no que digo, e já o mencionei.

Desculpem lá, mas vamos lá a ver "se a gente se entende": VOCÊS AINDA NÃO PERCEBERAM NADA DO QUE EU DISSE! Para já, não sabem afinal DE QUAIS "métodos naturais" eu estou a falar; depois, ficam confundidos quando vos falo em autoridade da Igreja, que deve ser respeitada e com a qual devemos colaborar (tal como eu faço, dialogando e promovendo); finalmente, existe aí qualquer que vos impede descobrirem MAIS sobre este assunto e precisamente repensarem as vossas opiniões.

Estão a fazê-lo? Não me digam que "já me compreendem" porque isso não é verdade... O que acontece é que, se pensarem que já me compreendem e já descobriram que eu "não tenho razão", então NÃO PRECISAM SEQUER DE REPENSAR O QUE ANDAM A FAZER! É ou não é verdade??

Ana, explica-me melhor a razão da tua tristeza, pois eu não vejo motivo para tal. Eu também me entristeço por ver tanta divergência na Igreja, se é a isso que te referes... Principalmente, quando há católicos que pensam que sabem tudo sobre um assunto que pura e simplesmente saltaram com umas quantas conversas. Quem aqui já leu a Humanae Vitae, o Veritatis Splendor ou o Evangelium Vitae? Ninguém? :o) Não me surpreende... Talvez quando o fizeram descubram PORQUE é que a Igreja promove valores para a vida real, uma vida difícil, cristã.

Essa de eu me "agarrar a preceitos" 'tá boa! ;o) Como se eu precisasse disso para viver a minha vidinha de jovem adulto... Ai ai... Abram os olhos, não estão a falar com nenhum "puto"... Eu sei bem (?) o que é a "vida real" e já sou crescidinho o suficiente para AFIRMAR que o que devemos promover são VERDADEIRAS SOLUÇÕES, SUSTENTÁVEIS, em todos os planos da existência humana. Não sou ecologista, não sou pacifista (não-violência activa), não sou socialista (nem social-democrata, nem democrata cristão), não sou "caridoso", não sou voluntário, não sou "defensor do tratamento ético dos animais", não sou "progressista", não sou "conservador", não sou pró-vida, não sou "espiritual", não sou "crente", não sou "cristão", não sou "papista", não sou "mártir"...

Sou sim tudo isso e muito mais, de uma forma diferente, única e completa... Uma forma que me possui a mim e não eu a ela, uma forma que me cativa, que sempre me surpreende e faz descobrir coisas novas... Uma forma, um estilo de vida, um estado de espírito, uma missão...

SOU CATÓLICO!!!! Quero sê-lo sempre mais e melhor! Quero ser inteiramente de Deus!

E vocês, são o quê? (ou, o que é que isso significa para vocês?? - parece que não é o que a Igreja define aquilo em que acreditam, mas aquilo em que vos apetece acreditar... já nem sei... expliquem a vossa "opinião", por favor) Para mim, não faz sentido nenhum dizer que sou algo e depois colocar montes de cláusulas, de mas... Sou católico "mas" não concordo com isto e aquilo e... Então qual é a grande diferença entre a Igreja Católica e as outras, sabem explicar concretamente? É o Magistério...

ATÉ O MAIS PEQUENO HOMEM PODE MUDAR O MUNDO! A História está cheia de exemplos desses e Deus quer fazer de cada um de nós uma dádiva para todas as criaturas, uma existência marcante e construtora, à sua imagem e semelhança...

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 29 de August de 2002 09:55

O facto de termos as nossas próprias ideias não tema ver com o facto de não termos pensado sobre os preceitos da Igreja. Sim, pensámos e reflectimos sobre eles, mas desenvolvemos as nossas opiniões próprias.


Anna

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de August de 2002 16:30


"Opiniões próprias" - contra? Não... Opiniões próprias a FAVOR! Diversidade de carismas e dons para a Igreja!

Podemos ter pequenas coisas que não entendemos, mas antes de as transformarmos em reprovações, devemos esforçar-nos por entender o que a Igreja REALMENTE ensina.

É isso que tenho vindo a fazer e cada vez estou mais de acordo: É TUDO VERDADE!

Mas Ana, tu nunca leste a Humanae Vitae, a Veritatis Splendor nem a Evangelium Vitae, pois não?

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de August de 2002 18:08


Façam este teste para AVALIAR O QUE SABEM ACERCA DA FERTILIDADE:

[www.fertilityuk.org]

Muito interessante...

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de August de 2002 18:35


Já agora, observem este estudo em relação ao que as pessoas, em particular as mulheres, conhecem acerca da sua fertilidade.

Se todos nós queremos mais e melhor educação (mesmo aqueles que ainda promovem os contraceptivos), então o planeamento familiar natural insere-se aí bastante bem.

[www.fertilityuk.org]

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de August de 2002 18:46


Só uma advertência em relação ao site da mensagem anterior...

Fala-se muitas vezes de "contraceptive", contraceptivo, em referência aos métodos naturais mas isso não passa de uma simplificação verbal bastante enganosa, pois podemos cair no erro de pensar que os métodos naturais são também "contraceptivos". Já expliquei isto várias vezes, mas ainda colocarei um texto que estou a preparar, relativamente às diferenças morais entre contracepção e métodos naturais no controle da natalidade.

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 08 de September de 2002 23:59

Em relação ao método Bilings algumas advertências fundamentais - estamos a falar de questões meramente técnicas e que são sobretudo úteis para jovens inexperientes que decidem iniciar a sua vida sexual.

1 - O muco cervival pode ter algumas alterações fisiológicas que tornam difícil a sua leitura ou interpretação de sinais - por exemplo algum tipo de infecções ginecológicas, sem gravidade por vezes assintomáticas mas em que há alterações do muco.
2 - A utilização deste método normalmente não é recomendado isoladamente mas em associação com outros, precisamente pela sua falta de fiabilidade
3 - Alguns estudos relacionam a utilização deste método com uma maior incidência de abortos espontâneos e malformações fetais, precisamente porque podem ocorrer gravidezes não planeadas em que são fecundados óvulos "envelhecidos".
4 - ESte método exige da casal e muito particularmente da mulher um profundo conhecimento do seu corpo, do seu ciclo reprodutivo, numa observação persistente e sistemática . Este autoconhecimento deve ser adquirido paulatinamente e torna-se um pouco difícial de conquistar ou adquirir. Quer dizer que mulheres muito jovens e sexualmente inexperientes podem ter alguma dificuldade inicial em seguir as restrições impostas por este método, o que aumente as possibilidades de gravidez não desejada e aumenta a possibilidade de abortos em adolescentes e jovens.
5 - As relações sexuais durante a menstruação não apresentam nenhum risco particular de infecção ( se os dois parceiros forem saudáveis e não tiverem práticas sadomasoquistas). Mas mesmo durante essa fase uma gravidez pode ocorrer, ao contrário do que se possa pensar. Basta o periodo menstrual ser muito prolongadao ( Por exemplo durante sete ou oito dias, a relação ocorrer numa fase final da menstruação)
6 - ESte métdodo não é seguro na menopausa nem durante a amamentação e nenhum obstreta consciente o recomenda nesta fase do ciclo vital da mulher.
7 - A determinação da data exacta da ovulação é fácil. (Até já há aparelhos electrónicos que o permitem fazer). Difícil é garantir a ausência de fecundação. Isto porque os espermatozóides podem consevar-se vivos no corpo da mulher até cerca de 48horas, o que significa que uma relação sexual ocorrtida dois dias antes da ovulação pode dar origem a um óvulo fecundado. O contrário também é verdadeiro...
8 - O metodo de Bilings pode ser utilizado como metodo contraceptivo - evitar a fecundação de um óvulo - como como método conceptivo - permitir ao casal delimitar o eriodo fértil quando deseja conceber.
è bastante útil nesta última dimensão.

9 - O processo de fecundação é biológicamenbte complexo e uma espécie de "roleta estatística" Isto é a fecundação é um fenómeno biológico raro, estatísticamente falando, o que não deixa de ser fascinante....
19 _ Ha casais para quem este método não é absolutamente recomendável - situações de problemas sexuais, mulheres com disfunção orgástica, por exemplo.
20 - Quando a gravidez implica um risco grave para a saúde da mulher ou do feto, os métodos naturais não são recomendáveis, do ponto de vista estritamente clínico.

Pra terminar quero apenas dizer que não sou contra os métodos naturais, que já os utilizei e sei do que estou a falar, ao contrário dos teóricos.
ana

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 09 de September de 2002 00:05

UM ÚLTIMO PONTO ESSENCIAL - OS MÉTOD NATURAIS NÃO PROTEGEM CONTRA DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS. As mulheres são um grupo de risco , particularnente vulneráveis e devm proteger-se!

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 11 de October de 2002 03:11

Parece que a discussão terminou aqui...........

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 14 de October de 2002 18:10

Se são opiniões próprias, julgo que tanto podem ser contra ou a favor de alguma coisa....

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 15 de October de 2002 18:33


Ana, tem mais razão nuns pontos, menos noutros...

Espero que leia com atenção o que lhe escrevo e ultrapasse as questões meramente "científicas". Aliás, eu poderia argumentar que os métodos naturais são mais eficazes do que a Ana os faz parecer, apesar de não ser esse o fulcro da questão. Para os contraceptivos sim, só a "eficácia" conta. Mas os métodos naturais vão muito mais longe, vão a fundo. Por isso são tão... "difíceis de usar"! Não se trata de um comprimido nem de um plástico que se coloca, mas de uma mudança de coração que nos orienta para uma relação conjugal mais profunda, sensível, terna, e que não se cinge ao genital. Volto a afirmar o que a Igreja ensina: os métodos contraceptivos são sempre uma ofensa a Deus, que nos criou como somos, e à nossa própria dignidade humana, mas com vários graus de culpa: por exemplo, a prática generalizada é um autêntico pecado social mas o uso do preservativo por um seropositivo casado (sabe-se lá onde ele apanhou a doença...) é um pecado muito menos grave e passível de aceitação contingente.

Mas enfim, esta é uma questão moral, mais do que... prática. Claro que não deixo de afirmar que as coisas não são bem como a Ana as colocou: os sinais só são assim tão difíceis de interpretar quando o casal é abandonado à sua sorte, com aplicações generalizadas que decididamente não resultam muito bem. Mas isso é quando não fazem da sua sexualidade algo a ser acompanhado espiritual e médicamente, com um profissional instruído nos métodos naturais, fazendo uso, em vez disso, de uma abordagem de aplicação do método tal qual a que é realizada com os contraceptivos: indicações de cartilha, "eficazes" e "higiénicas".

Afinal, os católicos deviam isso sim exigir um direito que é o seu: o acompanhamento médico segundo qualquer método de planeamento familiar que escolham. Certamente que se me casar terei várias vezes de encarar o olhar estupefacto de médicos, ginecologistas e obstetras quando lhes referir que uso os métodos naturais. Nessa altura terei uma oportunidade para os "evangelizar"... :o)

Sim, sou um pouco "teórico" e "filosófico", por enquanto, em relação ao assunto. Mas como poderia ser de outra forma, por agora? Aliás, ainda bem que tenho consciência das implicações dos métodos contraceptivos desde já. Quando chegar (e se chegar, ainda estou a ponderar sobre a minha vocação) a altura de amar sexualmente a minha mulher, estarei preparado para a AMAR e não para ter prazer com ela... Aí, deixarei de ser "teórico", mas saberei que, se não fosse "teórico" desde já, o meu casamento certamente não duraria até ao último dia das nossas vidas.

Mas tenho pena que os "adultos" do meu tempo não tenham exigido ser realmente católicos, colocando a questão dos contraceptivos de lado, como algo que não vale a pena discutir... Pois bem, pensem de novo. De facto, existe uma nova consciência a nascer na Igreja: os jovens, que viram os casamentos dos seus pais a acabarem pelas razões mais estúpidas.

E porquê? As relações sexuais são o principal motivo. Ou porque as tiveram cedo de mais, sem tempo para edificarem o verdadeiro amor, entretendo-se apenas com o sexo e deixando uma ampla comunicação sobre o amor e a sua família de lado, ou porque os contraceptivos tornaram essas relações demasiado perversas e desumanas (pois se o único interesse que tem é o prazer, exploram sem pudores a sua sexualidade... e sem amor, usando-se mutuamente), ou porque a sua rebeldia sexual os levou a negar a Igreja de um modo absoluto, tornando-se pessoas amargas, ou porque a exploração sexual de ambos os levou a basearem a sua relação nisso, ou porque o uso de contraceptivos tornou a relação em algo de pouco natural e espontâneo, ou porque a variedade dos métodos contraceptivos disponíveis gerou sentimentos de vingança entre o casal, etc.. Enfim, existem mais razões mas estas estão, de facto, no âmago do mal-estar conjugal que em muitos casais resulta no divórcio.

Por tudo isto, uma percentuagem cada vez maior dos jovens portugueses vai compreendendo, não sem ambiguidades, que o amor é para ser vivido a sério, para sempre. Ficam desiludidos quando vêm que isso não foi possível com os seus próprios pais. Quando (alguns, poucos!) descobrem que o sexo é a principal razão pela qual a relação conjugal não sobreviveu, por não estar centrada no principal, querem ter todas as precauções para que não desvirtuem, agora, a sua própria família. Assim, a castidade é essencial, saber guardar aquilo que é especial para alturas especiais é mesmo essencial... Quando cada vez mais casais vão sendo cada vez menos católicos, aquilo que sustentaria ainda uma relação contraceptiva vai-se desvanecendo e passa para os próprios filhos, que perdem a fé. Mas ainda assim, existem jovens que amam profundamente a Jesus, que choram com os seus sofrimentos na Cruz, e compreendem que é na liberdade da escolha e da vida autêntica que serão felizes. Isto, porque, de alguma forma, alguém lhes apresentou a Cristo de uma forma real, "pé-no-chão" e... pregada na Cruz. É por isso que daí vem uma grande sabedoria: a vida ganha-se na felicidade arrancada apesar dos sofrimentos. Porque, tal como vimos com os nossos pais, os seus facilitismos, as suas utopias sexuais, só lhes trouxe destruição.

Que liberdade em que vivemos hoje! Ingenuidade, certamente... O capitalismo está por todo o lado, até nas relações humanas.

"Sadomasoquismo"? Queria dizer "sodomia", certamente?

Quanto ao aborto, não feche os olhos, por amor a Deus! Então, são os "métodos naturais" que provocam o aborto? Há-de me dizer qual é a expressão estatística dessa sua teoria... Não vejo em lado algum os métodos naturais a serem realmente ensinados, nem mulheres a afirmar a pés juntos que sabiam concretamente o que estavam a fazer e a interpretação falhou.

De novo lhe afirmo que o propósito "contraceptivo" dos métodos naturais não podem ser, de modo algum, considerados como tal. Podemos chamar-lhe "não-conceptivo", se quiser, mas "contra" é claro que não! "Contra" são as barreiras, os químicos e os dispositivos.

Esta falta de compreensão é comum, e é em boa parte por isso que as pessoas e em particular os católicos, se furtam de debater sobre o assunto, encarando-o sobre a perspectiva moral.

Mas quando alguém vem para aqui dizer que nos deixemos de "ortodoxias" e promovamos o preservativo, só posso esboçar um sorriso entretido com quem, por mais diplomado que seja, falha no senso comum e no amor... No entanto, é uma ideia muito perigosa, a que já me referi sucintamente.

Estou certo de que serão as questões bioéticas as que mais inquietarão as consciências das sociedades futuras. A tecnocracia em que cada vez mais mergulhamos inquieta-nos realmente para valores que não carecem da benevolência dos Estados, mas da verdade de Deus. O interessante nisto é que é possível uma moral sem Deus, mas é impossível uma moral sem que nela se acredite, ou seja... sem fé! :o) Assim, escolhamos a "fé" que mais nos dignifica enquanto seres humanos. Quando alguém diz que quer ter o direito à escolha em relação à vida (e falando no caso particular da vida inocente, no aborto), está a colocar nas mãos de outrém o direito à SUA própria vida. É que podia bem ter sido morto quando ainda estava em gestação no útero da sua mãe... Isso não vos atormenta? Mas enfim, o assunto aqui é outro... E sim, isto também diz respeito aos contraceptivos, tal como diz respeito às filosofias evolucionistas e eugénicas...

Quanto às "opiniões próprias", devemos ter cuidado com elas. Devemos entender de que forma estamos a participar construtivamente com essas ideias. Claro, podemos fazer de "advogado do diabo", por vezes. Mas será que é correcto bater o pé e afirmar que as nossas posições que sejam contrárias às da Igreja são-nos dogmáticas e imutáveis? Nenhum diálogo suporta isso, pois não? Atenção, refiro-me ao "bater do pé" e não às posições dogmáticas. O diálogo serve para as esclarecer.

De momento tenho escrito pouco porque o meu PC está avariado. Tinha começado a escrever outras mensagens sobre a questão moral e sobre a autoridade da Igreja, mas ficou tudo lá dentro e estou à espera de o arranjar... A coisa está difícil... :o)

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 15 de October de 2002 21:54


Quanto ao apoio médico, é de salientar que nos Estados Unidos da América existem não poucos que se dedicam EXCLUSIVAMENTE à recomendação e apoio para com os métodos naturais. Recusam-se a promover ou aconselhar a contracepção, o aborto e a estirilização.

Porque é que não temos disto em Portugal? Bem, talvez a pergunta a ser feita é esta: não será que é por não termos disto em Portugal que as pessoas ainda pensam assim em relação aos métodos naturais? Claro, uma não vem sem a outra. Sem a compreensão de que os contraceptivos, o aborto e a estirilização estão todos moralmente errados, ninguém se vai sentir motivado a uma inteira dedicação aos métodos naturais, jamais.

Mas aqui fica um "abre-olhos" para todos vós que ainda acham que a posição da Igreja para com a sexualidade é errada, desajustada, retrógrada, etc.. O problema é que ainda não sabem realmente o que a Igreja ensina sobre isso.

Aqui está um directório nacional dos médicos (que aceitaram serem listados) que só praticam e recomendam os métodos naturais nos EUA:

[www.omsoul.com]

Não são poucos mas vão sendo cada vez mais...

Amem a vida!
João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 15:20

Vamos fazer uma bocado de interpretação psicológica.
Para o João os casamentos terminam por causa do sexo ( e eu que pensava que começavam por causa do mesmo!LOL)
"ou porque os contraceptivos tornaram essas relações demasiado perversas e desumanas (pois se o único interesse que tem é o prazer, exploram sem pudores a sua sexualidade... e sem amor, usando-se mutuamente), "!!!!!!!!!!!!!!!Desde quando é que os contraceptivos tornam as relações sexuais perversas?????
Acto que o joão é uym bocadinho TS
"ou porque o uso de contraceptivos tornou a relação em algo de pouco natural e espontâneo, ou porque a variedade dos métodos contraceptivos disponíveis gerou sentimentos de vingança entre o casal, etc.. "

Há um livro muito giro sobre as causas de divórcio em Portugal que resulta de investigação sociológica - a autora é , se não me falha a memória Anália Torres. è um estudo interessantíssimo - mas o uso de contraceptivos não é, de modo algum , factor indicativo ou preditivo de divórcio... Se não a percentagem de divórcios era de mais de 98%!!!!!!!!

Compreendo que o divórcio dos pais afecte de tal maneira certos jovens que os leve a ter uma visão deturpada do amor e da sexualidade... Deviam procurar ajuda, em vez de se escudarem em mecanismos de negação e rejeição.


ana

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 16:40


Oh Ana, por favor, poupe-me... :o)

Um pouco mais de realidade juvenil e já não comentaria assim...

Os contraceptivos não fomentam em nada as relações amorosas e é por isso que, com essa falha na área da sexualidade humana, os casais tendem a desvirtuar a sua relação. É que, como já disse, os contraceptivos não fazem sentido num casamento cristão... Se há por aí católicos a usarem-nos, estão a corromper apenas em parte essa relação, e é por isso que se vão aguentando.

A Ana ainda não percebeu que, em Portugal, os contraceptivos até são coisa recente. Mas se der ouvidos ao que se passa em países mais "liberais", teria mais cuidado (espero eu, que, infelizmente, também não tenho a sensatez da Ana em grande estima) em não o apontar como causa circustancial por detrás de muitos divórcios.

Afinal, os casamentos não têm de acabar em divórcios porque não foram "os melhores casamentos do mundo". Mas até chegar aí vai um bom bocado, e é precisamente aí, num estilo de vida católico que orienta o casal para a mais profunda das relações, que as exigências dos métodos naturais são absolutamente vitais.

Não Ana, não sou TS (!), mas quando já não se pode ver um bocado de televisão, nem falar no IRC em canais generalistas (entre tantas outras actividades) sem qualquer tipo de insinuações sexuais, preocupo-me em preservar a minha intimidade, a minha santidade (?), a minha liberdade e de facto a minha própria sanidade mental, bem como o futuro dos meus possíveis filhos. Este cuidado manifesta-se no respeito da castidade como método de planeamento familiar (é preciso acabar com essa trata de que também são "anticonceptivos"!), ou por outras palavras, o uso da minha intimidade sexual apenas no casamento e em amor, nunca como mais uma fonte de prazer. É terrível pensar que posso usar o corpo de quem mais amo só para ter prazer. Existe uma linha ténue entre as duas vivências sexuais. E eu quero estar bem atento a isso, é só. Uma maior abstinência, ainda que seja só para respeitar a nossa fertilidade de modo a planearmos a família, permite discernir melhor sobre o amor na relação, e não usar o sexo para resolver os problemas. De facto, analizando bem, é esse o problema em cada vez mais relações. Mas, mais uma vez, a questão essencial aqui é moral. Peço que tenham paciência enquanto não tenho acesso aquele ficheiro.

É esta a interpretação psicológica que deveria ter sido feita...

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de December de 2002 20:05


Tendo passado a tribulação inicial, vamos ver se me faço entender...

Existe uma certa ideia de que, quando se fala em métodos naturais, ou a pessoa não sabe do que está a falar, logo, é ingénua, ou então tem umas ideias "machistas" e antiquadas (bem, já que a libertinagem está na moda, podemos mesmo dizer que a maioria espera que a castidade e a fidelidade sejam coisas do passado...) sobre o sexo, ou que é um ricaço com uma visão eclética da relação sexual, alguém que pode ter quantos filhos quiser, ou então alguém que teve uma má experiência sexual e pretende agora, através de uma "pureza" desmedida, recuperar o seu valor e auto-estima.

Nenhuma dessas posições é válida no meu caso.

Quero apenas autenticidade e plenitude no amor e como é óbvio não posso excluir Deus, em Quem se encontra o amor por inteiro. Ao compreender as origens, o desenvolvimento e os frutos da mentalidade contraceptiva, tenho toda a motivação para me afastar dela e procurar alternativas. Por isso me dou ao trabalho de compreender melhor os métodos naturais.

E surpreendo-me! Que terrível ignorância e má-vontade as de que eles são alvos! Afinal, os contraceptivos são produzidos e vendidos em quantidades massivas: porque é que os envolvidos em todo esse negócio deixariam divulgar métodos que fossem centenas de vezes mais baratos, como é o caso? Já para não falar nos limites impostos pelos métodos de abstinência sexual, prevenindo-nos da submissão à erotização pornográfica e luxuriosa a que as sociedades ditas "(pós-)modernas" nos emergem, que conduz ao uso mais frequente de contraceptivos como agentes higiénicos para algo que não pode ter mais resultados que o prazer (e quanto mais melhor, pois é isso que interessa, afinal). Realiza-se então uma campanha de descrédito dirigida à pretensa "falibilidade" dos métodos naturais, para que de imediato o público se afaste de métodos que não resultam para o fim pragmático em causa...

Considera-se que a contracepção é uma das melhores coisas que se inventaram até hoje! É considerada como um grande desenvolvimento técnico, científico, hoje acessível a todos, colocada ao lado de grandes desenvolvimentos como a anestesia epidural. Logo, nada tem de moralmente diferente em relação a outras práticas médicas que visam corrigir de certa forma o que em nós é pouco saudável ou causa sofrimento. Para as feministas (radicais...), tal progresso (é apenas a versão moderna de métodos usados ao longo da História da humanidade, não são nenhuma novidade) é ainda aquilo que crucialmente possibilitou a sua "libertação", a sua "revolução sexual". Foi essa contracepção e estirilização que tornou possível uma adequação física e social da mulher aos empregos dantes reservados apenas a homens. Não só porque assim se livravam da imposição social de terem de ficar a cuidar dos filhos que acabavam por ter, mas porque já aí o machismo das sociedades as motivou a procurarem os contraceptivos e a estirilização para prevenirem a gravidez e assim se poderem ocupar profissionalmente. Hoje já conquistaram o seu lugar, mas ainda se mantém a mentalidade contraceptiva. Avaliando a situação hodierna, devemos descartar essa mentalidade da História da Humanidade o mais rapidamente possível. Principalmente se formos cristãos! As mulheres já não precisam de se castrar para puderem viver: os seus maridos saberão amá-las e discernirão em conjunto sobre a sua relação.

Mas vejamos um ponto essencial dos que pelos quais é tão má a mentalidade contraceptiva... Considera-se então a contracepção como um medicamento. Como algo que é bom e saudável, do qual precisamos para vivermos melhor. Acontece que este "viver melhor" é, na sociedade capitalista, o egoísmo de ter muito para poucos, o que implica que poucos nasçam para que cada um possa viver na maior abundância possível. Tal e qual: é disto e somente disto que se trata! É apenas por isso que tanta gente continua a morrer à fome em África: não se partilha a riqueza, logo no momento da decisão de ter filhos, ao ponto de muitos serem explorados até à morte pela fome, pelos mesmos que matam os seus filhos para continuarem a engordar! E depois ainda lhe chamam "qualidade de vida"... Para quem deixa de nascer, ou que é morto logo após a concepção, isso não faz grande diferença.

Encarando assim, se, por exemplo, um pólipo resulta num cancro, tal como uma fecundação resulta num bebé, não estamos então a encarar a vida em desenvolvimento como uma excrescência indesejável e doentia? Um subproduto de acto de diversão meramente lúdica cuja a nossa atitude higiénica não eliminou? Não é assim que encaramos o pavor de engravidar quando o devíamos encarar como uma benção?

O médico Dr. José Paiva Boleo fez, em tempos, o seguinte comentário:

«Quando o filho é um encargo, uma família numerosa uma anomalia ou uma calamidade, a contracepção e o aborto aparecem como uma libertação. Tudo se encadeia. Quebrado o primeiro elo da lei moral, é uma ascensão contínua para a destruição da vida. Que importa que haja mulheres doentes, traumatizadas, filhos que, se pudessem gritar dos incineradores ou dos esgotos, diriam: 'Ó mãe, por que não me deixaram viver?'».

É verdade... Perguntemo-nos: O QUE IMPORTA ISSO QUANDO VIVEMOS DE BARRIGA CHEIA?? Ou quando o fazemos para poder encher a barriga...

Estar aberto à vida não significa necessariamente ter mais filhos: implica apenas estar santa e tranquilamente pronto para servir mais vidas, o que é uma missão absolutamente cristã. Sejam as nossas crianças, sejam as de outros, sejam todos os outros, o que importa é servir a vida com liberdade de coração encontrada em Deus, num desprendimento radicado na pobreza evangélica. Seremos capazes disso num mundo que nos oferece tão tentadores confortos?

E isto nem sequer é dizer que fazer um uso natural da nossa fecundidade (e não auto-provocando o nosso adoecimento) seja mais ineficaz em relação às nossas intenções de planeamento familiar. Significa que estamos abertos à vida e que, em boa parte dos casos, os casais que usam os métodos naturais querem ter mais filhos.

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 17 de December de 2002 22:44

Ufa!
Caro João : Compreendo que queiras regressar á idade média - já o expressaste aqui várias vezes no forum, relativamente ao papel da mulher nasociedade hodierna. Para ti, as mulheres não deveriam controlar a sua saúde reprodutiva ( coisa que é feita pelas mulheres desde o princípio da humanidade, só que com menos eficácia). AS mulheres devem ter o maior número de filhos possível ( visto que só podem usar "metodos naturais")e ficar em casa a cuidar das crianças... Já agora, também, para quê terem acesso ao ensino? Para cuidar de bebés e adultos homens nem é preciso andar na universidade.... SE morrerem novas de parto, não é problema - afinal trata-se apenas de mulheres - na tua concepção, de úteros ambulantes.... E se a mortalidade infantil aumentar drásticamente. também não faz mal - mais uns anjinhos para o altar do senhor..... Eu até acho que essa modernice do direito ao voto não se dvia aplicar ás mulheres... Afinal, podem ter mais que fazer nesses dias ( aspirar a casa e limpar rabos de miiiiiudo) em vez de preencher boletins de voto.....
Essa tua mentalidade espanta-me sobretudo pela tua idade - afinal só tens vinte anos... Mas depois, integrando-a na tua experiência e desenvolvimento pessoal, é compreensível... Entre o romantismo exacerbado e a misogenia, construiste um mundo de valores interessante... mas um bocado perigoso, porque muito radical. De certa forma é a tua muralha d de defesa perante a realidade - uma forma de manteres a tua sexualidade controlada, uma forma de não te expores perante o que te assusta - as mulheres.... OK, dá para perceber...

Quanto á mortalidade em àfrica, devias ter vergonha quando falas assim desse horror. Há uma clara relação entre a demografia e o processo de desenvolvimento e recursos de cada país. só um ignorante pode afirmar o contrário..
A contracepção eficaz evita os abortos. Não venhas com tretas!!
Sim, algumas gravidezes são vividas pelas mulheres como um "cancro" - um objecto estranho invade o seu corpo até as destruir... as mulheres não engravidam só no útero - engravidam no coração e no cérebro - quer dizer que a gestação é um processo de construção de um novo ser que não engloba apenas um útero e uma placenta mas um processo emocional, inconsciente de criação de um bébé imaginário até á sua aceitação realista e altruista... Só nascemos quando somos amados. E isto é verdade para o embrião, do ponto de vista físico, emocional, psicológico, metafísico... Por isso o primeiro direito além do direito á vida é o direito a ser querido, a ser desejado, a ser acolhido com amor...
Não compreender o horror de uma gravidez não desejada é típico de algum tipo de homens - neste caso de um adolescente..... Lamento dizer-te mas nunca saberás o que é gerar e parir.... Nunca vais conseguir isso...

Claro que os casais que usam métodos naturais querem mais filho... Pois se estão a usar um método puco eficaz, sabem que a todo o momesnto pode ocorrer uma gravidez......


ana

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de January de 2003 19:45


Ana, lá vens tu com os teus preconceitos por forma a descredibilizares a posição da Igreja.

Eu compreendo que é fácil para ti enquadrares esta visão dessa forma, que não te apetece pensar sobre isso porque estás segura de que tens toda a razão, mas uma leitura atenta do que tenho escrito revelará que estás a mentir sobre mim, e nenhuma das tuas invenções é menos desonesta por causa dessa forma de facilitares a tua refutação.

Assim que caíres no real e passares a tratar-me com respeito e (vê lá se é pedir muito!) imparcialidade, talvez possamos dialogar como adultos.

Até lá, virás sempre com estas tuas ideias feitas em relação a quem defende uma posição diferente da tua, sem lhes dares a devida atenção, sem as encarares com honestidade, mas apenas papagueando continuamente o mesmo discurso populista e superficial. É que, pura e simplesmente, não percebeste nada do que eu disse e falaste sobre coisas que eu não tinha na ideia... Posso defender coisas como maior liberdade e apoio para os pais terem mais filhos e um deles, por opção (e quando falei disso deixei claro que seria o pai ou a mãe), ficar em casa, mas nada do que defendo se assemelha às barbaridades que proferiste.

Por alguma razão que desconheço, pões-te a falar de uma forma muito pouco caridosa e até amplamente despropositada quando se trata destes assuntos. Será um feminismo (não de alguém que é feminina, mas feminISTA) inveterado e mal resolvido? Isto não é ofensa nenhuma; só quero compreender porque é que tão depressa te chega a mostarda ao nariz e te pões a falar sobre coisas em relação às quais não me referi da forma como as queres refutar...

Está descansada que eu gosto muito de mulheres. E por acaso também acho que têm alma... :o) Por isso é que lhes quero tanto bem.

João

Re: Métodos Naturais de Planeamento Familiar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 12 de January de 2003 02:26


E vejo que continuas a insistir no mito de que os métodos naturais são ineficazes, já depois da própria Organização Mundial de Saúde, que não tem problemas em recomendar o aborto, ter reconhecido no mínimo uma eficácia de 97.8% para o Billings e de 99.6% para o Sinto-térmico, e para cima disso. De facto, recentemente essa eficácia tem subido e subido. Até há dez anos era menos 1-2% para cada método, por exemplo, e mesmo esses resultados eram negligenciados. Não se esqueçam de que vender preservativos, pílulas, injecções e tudo o mais faz muito dinheiro, mesmo.

Aliás, tanto quanto sei, os métodos naturais têm sido cada vez mais saudados pela comunidade científica imparcial como a alternativa de planeamento familiar preferível, por ser a mais natural, saudável e segura, bem como fomenta a intimidade conjugal. Pelo menos é a que tem melhores resultados, a nível de saúde e a nível familiar (de 50% de divórcio em casais contraceptivos para 1-2% em casais "naturais"). É claro que boa parte dos casais não estão para aí virados. Mas cada vez mais os filhos aprendem com os erros dos pais.

Não estará na altura de te actualizares? Quanto a mim, não percebo de Ciências pois não é essa a minha área; mas negar o óbvio e atacar de forma quase blasfema tudo quanto seja doutrina da Igreja é demasiado para eu te levar a sério nesses assuntos (e creio que não sou o único).

Aqui ficam outros sítios...

O primeiro, nada católico, como poderão verificar pelos links, indica uma eficácia de mais de 98% para o Billings e mais de 99% para o sinto-térmico (reparei que alguns banners contém imagens que podem ferir susceptibilidades, portanto ficam avisados!!):

[www.sexinfo101.com]
[www.sexinfo101.com]


O segundo, uma análise sobre o planeamento familiar natural contra os anticoncepcionais:

[www.acidigital.com]

Este acaba com uma frase muito interessante, que sempre temos oportunidade de testemunhar nas tuas opiniões:

"Lamentavelmente, as campanhas de descrédito dos métodos naturais respondem não a bases científicas mas a preconceitos ideológicos e interesses econômicos."

E daqui não saímos...

(Ah! Não te esqueças de ver os outros sítios que já tinha indicado, mormente os [www.ccli.org] e [www.ccli.org] , que são informações de quem realmente ensina os métodos)

João

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