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Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: HAL (IP registado)
Data: 30 de April de 2010 00:16

De um e-mail recebido há momentos:

Citação:

VISITA DO PAPA -- PEDIDO DE AJUDA URGENTE


Caros amigos:

Pedem-me, do Patriarcado de Lisboa, que transmita a necessidade urgente de ajuda para apoiar as tarefas de envio de correspondência para os participantes no encontro do Papa com as organizações da Pastoral Social.

Todos quantos possam dispor de algum tempo, de imediato, devem contactar o Eng.º José Luís Andrade para o n.º 934001763 dando a sua disponibilidade (de trabalho em S. Vicente de Fora) e recebendo as necessárias indicações práticas.

Por favor, considerem com generosidade, a vossa disponibilidade. É muito importante e urgente

Um abraço com amizade

Pedro Aguiar Pinto

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 02 de May de 2010 22:40

Citação:
Miriam
Sendo Portugal um país maioritariamente católico – se não o é na prática é-o ao menos na teoria!

E o que é que isso tem a ver?

Citação:
Miriam
não era nada má ideia que deixassem de tratar os católicos como se nos estivessem a fazer um grande favor. Sei de pessoas que não poderão acompanhar a visita papal por causa dos seus empregos.!

Pois realmente grande discriminação de facto em relação aos católicos que não são do sector público e com os não católicos, é discriminação dentro da própria função publica!

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 09:22

Citação:
Jorge Gomes
Pois realmente grande discriminação de facto em relação aos católicos que não são do sector público e com os não católicos, é discriminação dentro da própria função publica!

Sobre os outros patrões, cada um é dono de si. Também tenho pena dos meus não me darem tolerância... Paciência.

Agora sobre os funcionário públicos não católicos, não ouvi dizer que a tolerância fosse concedida contra a apresentação de um comprovativo quem como estiveram na missa ou na recepção do Papa.

Mas, segundo o teu ponto de vista, os funcionários públicos não católicos podem sempre recusar a tolerância de ponto e ficar a trabalhar.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 13:07

olha-me esta a querer brincar com as palavras e a fazer-se de loira lol
Epah já ouvi de um benfiquista que somos 6 milhões e que também queriam ponte ou feriado nacional para a semana, outros gostavam de ver o Lula da Silva ou acenar ao Obama quando ele cá vier, outros quando a selecção jogar no Mundial, epah pontes e feriados para o pessoal.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 13:13

Citação:
Jorge Gomes
olha-me esta a querer brincar com as palavras e a fazer-se de loira lol
Epah já ouvi de um benfiquista que somos 6 milhões e que também queriam ponte ou feriado nacional para a semana, outros gostavam de ver o Lula da Silva ou acenar ao Obama quando ele cá vier, outros quando a selecção jogar no Mundial, epah pontes e feriados para o pessoal.

E quem te diz que não o sou? Loira, claro!

Se houver interesse nacional, qualidades e relevância na pessoa que o justifiquem, terei todo o gosto em subscrever um abaixo assinado na próxima vez que o "bispo" Edir Macedo fizer uma visita a Portugal.

Tudo em prol da não discriminação dos não católicos, claro!



Editado 1 vezes. Última edição em 03/05/2010 13:14 por Cassima.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 13:40

apaguem por favor. Isto de almoçar e ter que entrar daqui a 15 kminutos ao trabalho, e escrever ao mesmo tempo da nisto.



Editado 2 vezes. Última edição em 03/05/2010 13:47 por Jorge Gomes.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 13:43

A proposito adoro loiras brincalhonas!!!
Olha que a comparação até foi muito feliz, estiveste bem! já que entre o papa e o Macedo venha o capeta e escolha. Jesus se tivesse cá na Terra e os apostolos nem pregavam o que o papa prega nem o que o Macedo prega. Não estou a ver Jesus fazer as palhaçadas que se faz na Iurd em seu nome, nem iria pregar sobre preservativos, aborto, casamento gays, muito menos como o papa prega. Jesus não tem nada a ver com este cristianismo, só mesmo com a igreja invisivel, que foi a que Ele fundou e que as portas do inferno não podem prevalecer.



Editado 1 vezes. Última edição em 03/05/2010 13:44 por Jorge Gomes.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 13:45

Apaguem duplicado, também não é nada que não seja hábitual aqui em relação a moi je.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 13:49

Citação:
Jorge Gomes
A proposito adoro loiras brincalhonas!!!
Olha que a comparação até foi muito feliz, estiveste bem! já que entre o papa e o Macedo venha o capeta e escolha. Jesus se tivesse cá na Terra e os apostolos nem pregavam o que o papa prega nem o que o Macedo prega. Não estou a ver Jesus fazer as palhaçadas que se faz na Iurd em seu nome, nem iria pregar sobre preservativos, aborto, casamento gays, muito menos como o papa prega. Jesus não tem nada a ver com este cristianismo, só mesmo com a igreja invisivel, que foi a que Ele fundou e que as portas do inferno não podem prevalecer.

Claro que sim. Mas receio que não seja recíproco.

A honestidade intelectual das pessoas, passados os ódiozinhos de estimação, podem ler-se pelas comparações que fazem e as analogias sérias que estabelecem. Mesmo discordando do Papa, mesmo não concordando com as posições que ele tomam, só mesmo alguém com ajustes de contas mal resolvidas pode estabelecer.

Coitado!

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 22:40

Tens razão Carissima, essa analogia com o Benfica foi so na brincadeira, não tem a ver, agora a analogia com o Macedo tiveste bem, são optimos representantes deste cristianismo que não tem nada a ver com Cristo como já disse. Só concordo é com o negócio dos estandartes e outros donativos dados pelos católicos (sem ironia) POIS quem deve contribuir são os crentes, não são os impostos do povo, já chegou largos anos aquilo que o Estado pagou. Pelo menos o Macedo para ter mais dizimistas marcava o culto para o fds ou para horário pos laboral, a organização católica também podia fazer o mesmo para as pessoas que trabalham de dia e que quisessem acenar e ouvir o papa, mas pronto isso já não me diz respeito.
Agora é engraçado que estive na polonia no encontro de taize em Dezembro/Janeiro e uma das conversas que tive com o casal jovem simpático e hospitaleiro que me acolheu foi do nº de feriados que eles têm e nos temos, e o nº de pontes que eles têm e nos temos, e são um país católico, eles ficaram de boca aberta. É por isso que é final do mês e para ir para o raio de um cinema no colombo ou vasco da gama não havia onde estacionar na 5ª feira ha noite, carros por todo o lado, a meio do mes depois está tudo de tanga.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 03 de May de 2010 22:49

Citação:
Jorge Gomes
agora a analogia com o Macedo tiveste bem, são optimos representantes

Não me faças dizer agora que o loiro és tu. Uma vez percebe-se, duas já não dá para disfarçar...

Cassima

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 04 de May de 2010 01:20

Não entendi estou há espera que me faças o desenho pah lol, qual é o interesse nacional, o papa vem dar dinheiro, vem contribuir para diminuir o defice do estado ou a divida publica, vem criar mais emprego, vem contribuir para o aumento do pib? Ser recebido com honras de Estado tudo bem, apesar de já se gastar algum em bons almoços e hoteis mas já é da praxe, é um chefe de Estado como qualquer outro, mas nada justifica haver contribuições de impostos para pagar missas, isto já não é a religião do regime, é um Estado laico, se fosse no tempo da outra senhora (não da Ferreira Leite). É repito isso das pontes é uma discriminação até dentro da própria função pública, querem ver o papa ou faltassem ou organizassem para horas mais convenientes para a maioria. E neste país não é dificil justificar as faltas, até no meu trabalho houve quem ficasse "doente" na semana da Páscoa e fosse recuperar por exemplo para o algarve, apareceram felizes da vida com um atestado do amigo dr, quanto mais os funcionarios publicos que sao especialistas nesta arte.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 04 de May de 2010 08:57

Estás com falta de atenção, Jorge?

Deixa estar... Há lugar para todos aqui, mesmo para os que querem fazer provocações à toa...

Cassima

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 04 de May de 2010 13:15

Muito bem muito bem afinal ainda consegue sair um pouquito de simpatia em relação há minha pessoa, estou sensibilizado. Mas continuo sem resposta para o que me interessa, qual é o interesse nacional de que falas, vem melhorar a situação do país?

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 05 de May de 2010 22:34

Acho este tipo de actividades uma vergonha:

claques

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 06 de May de 2010 23:18

Ah grande padre Dário, és grande!!!

Digam o que disserem, adoro os escritos deste sacerdote jesuíta! Nem uma pontinha de ambiguidade; fala em conversão; em inimigos da Igreja – uau! Simplesmente fantástico!!!

Padre Dário, o grande!
Sobre o Santo Padre Bento XVI:
[www.apostoladodaoracao.pt]

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 06 de May de 2010 23:35

Citação:
Lena
Acho este tipo de actividades uma vergonha:
claques

Lena, a empresa já retirou o anúncio e pediu desculpa pelo lapso:

Empresa lamenta "lapso" na redacção de anúncio para "apoiantes" ao Papa
[www.publico.pt]

Obrigado, Luis

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 06 de May de 2010 23:50

17,5 euros, por umas horas extras, ganhar uma t-shirt e bandeirinha deviam estar a ter muitos candidatos.



Editado 1 vezes. Última edição em 06/05/2010 23:54 por Jorge Gomes.

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 07 de May de 2010 11:41

O Santo Padre não precisa disso. Terá muita gente a apoiá-lo sem precisarmos de recorrer a esses expedientes pouco honestos. É incrível como, na sociedade em que vivemos, toda a gente quer passar por cima uns dos outros, usar os outros como trampolim e ganhar algum à custa dos outros...

Re: Visita do Papa Bento XVI
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 07 de May de 2010 14:06

A visão de José Manuel Fernandes(jornalista e senão me engano ainda director do Público. Também ateu confesso como diz no final da crónica)

O Papa não fala só para os crentes, pois ao defender os valores da civilização europeia está a defender um mundo melhor

Na altura em que Bento XVI foi eleito, em Abril de 2005, previ que "dificilmente" o seu papado seria o de um mero continuador de João Paulo II. Cinco anos depois, e quando se prepara para visitar pela primeira vez Portugal como chefe da Igreja de Roma, é claro para todos que o Papa alemão não procurou ser o que não era - um líder carismático, à imagem do seu antecessor -, antes não descurou a reorganização da Igreja, centrando-a nos combates mais importantes da actual pós-modernidade.

Horas antes de se iniciar o Conclave que o escolheria como sucessor de Pedro, o então cardeal Ratzinger proferiu, como decano do Colégio dos Cardeais, uma homília que se tem vindo a revelar todo um programa. "Possuir uma fé clara, seguir os ensinamentos da Igreja, é classificado com frequência como fundamentalismo", disse então, perante os 115 cardeais eleitores. "Em contrapartida, o relativismo, isto é, o deixar-se levar "para aqui ou para ali por qualquer vento ou doutrina" parece a única atitude aceitável nos tempos que correm. Toma corpo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que deixa tudo ao critério do próprio ego e dos seus desejos".

Ao definir o relativismo moderno como o maior adversário contemporâneo do humanismo cristão, lembrou que "ser-se "adulto" significa ter uma fé que não segue atrás das ondas das modas de hoje ou das últimas novidades". E por isso, apesar das mudanças que tem vindo a introduzir na Igreja - nomeadamente na dolorosa e delicada frente da denúncia e prevenção dos casos de pedofilia, onde tem sido de uma grande pro-actividade -, Bento XVI nunca se deixou levar pelo vento que, a espaços, foi soprando mais forte em diferentes direcções.

Ora o relativismo moderno não é apenas adversário do humanismo cristão - coloca também enormes desafios ao tipo de sociedades em que vivemos, livres e abertas porque baseadas num contrato de confiança entre todos os cidadãos que partilham um corpo de valores civilizacionais. Tal sucede porque o relativismo moderno dissolve esses valores sem deixar qualquer alternativa no seu lugar.

Quando Bento XVI critica, por exemplo, o niilismo ou o multiculturalismo, fá-lo a partir de um terreno que partilha com todos os que se preocupam com o deslaçamento e a inumanidade prevalecentes em muitos aspectos das sociedades contemporâneas.

O multiculturalismo não é uma forma de tornar as nossas sociedades mais plurais, pois não parte da necessária base comum a qualquer convivialidade, antes do esbatimento dos valores preexistentes. Por isso, ao criar um lugar vazio e sem referências, o multiculturalismo nunca poderá ser um ponto de encontro, antes de desencontros e mal-entendidos. E o niilismo anda naturalmente de braço dado com o multiculturalismo, sobretudo se pensarmos que este corresponde, de acordo com a definição de Leo Strauss, a não querer nada, não valorizar nada.

A crítica de Ratzinguer/Bento XVI tanto ao multiculturalismo como ao niilismo, onde as referências teológicas não impedem o recurso a grandes pensadores da liberdade e das sociedades abertas, como Karl Popper ou Isaiah Berlin, centra-se no que designa como a diminuição da "energia moral" nas nossas sociedades. "A segurança, de que necessitamos como pressuposto da nossa liberdade e da nossa dignidade, não pode vir, em última análise, de sistemas técnicos de controlo, mas apenas da força moral do homem: onde esta faltar, ou não for suficiente, o poder que o homem possui cada vez mais se transformará num poder de destruição", pode ler-se num dos seus textos.

Homem que conheceu, na sua Alemanha, o horror de um despotismo ateu - o nazismo - e que enfrentou, na universidade onde ensinou, os excessos do idealismo político dos anos 60 e 70 - que por vezes desembocaram no terrorismo -, Bento XVI defende que o moralismo político contemporâneo é "um moralismo de sentido errado, porque privado de uma serena racionalidade" e porque coloca com frequência "a utopia política acima da dignidade de cada homem".

Depois da derrota das ideologias que proclamavam a existência de um moralismo político absoluto e insusceptível de contestação, a nova fronteira do debate transferiu-se para estes terrenos que, se muitos proclamam vazios e sem referências, são na realidade um terreno propício às ambições políticas mais desenfreadas. Ambições que, como se viu com o nazismo, como se viu com o comunismo, lidam muito mal com uma qualquer autoridade exterior à área da política e do poder. Do "seu" poder.

Uma forma moderna dessa intolerância é o laicismo radical, "adversarial", isto é, aquela forma de olhar para a separação entre o Estado e a Igreja que não é neutra em relação aos diferentes credos, antes procura ocupar o seu espaço e, por isso, os combate. É um laicismo que, tal como sucedeu durante a I República com a Lei da Separação, não visa separar o que é de César do que é de Deus, antes submeter o que é de Deus aos desígnios de César.

Naturalmente que a originalidade radical do Cristianismo face a outras religiões monoteístas é incorporar essa separação desde a sua origem e, no caso do catolicismo, de manter um autoridade única, central e separada, capaz de ler os sinais dos tempos sem ser escrava das modas, o que é insuportável para os que cultivam o racionalismo sem concessões. No caso concreto de Bento XVI, as suas encíclicas e a notável lição preparada para ser lida na Universidade de Roma La Sapienza incomodam ainda mais por nelas se defender não só a pacífica coabitação entre fé e razão como - e cito Giorgio Israel, professor de História da Matemática - que "a fé não cresce a partir do ressentimento e da recusa da modernidade". Mais: por se defender que "o perigo do mundo ocidental é que o homem, obcecado pela grandeza do seu saber e do seu poder, esqueça o problema da verdade. E isto significa que a razão, no fim do dia, acabará por vergar-se às pressões dos interesses e do utilitarismo, perdendo a capacidade de reconhecer a verdade como critério único".

Por isso, como notou Ernesto Galli della Loggia no Corriere de la Sera, o gesto dos professores que impediram a ida de Bento XVI à La Sapienza, tal como o dos nossos furiosos "laicos", traduz sobretudo "uma laicidade oportunista, alimentada por um cientismo patético, arrogante na sua radicalidade cega".

O tímido Cardeal Ratzinger, que tímido não deixou de ser depois de ser eleito Papa, não se desviou da linha que, lida à distância, a sua homília pré-conclave traçava. Talvez também por isso, apesar de lidar melhor com as ideias diferentes do que o próprio João Paulo II, não tenha conseguido escapar ao estereótipo que, antes do mais, visa dar dele uma imagem caricatural e preconceituosa. Até porque o que Bento XVI diz incomoda mesmo os teólogos destas "novas" verdades reveladas, pois poucos, num lugar de poder como o dele, diriam humildemente que mesmo um Papa em Roma não existe para "impor a Fé de cima, pois esta é antes do mais um dom da liberdade".

E não há dúvida que é.

Talvez por isso mesmo eu, que não tenho fé, termine lembrando que, pouco tempo antes da morte de João Paulo II, numa conferência na Escola de Cultura Católica de Santa Croce, em Bassano, o ainda cardeal Ratzinger propôs a inversão do axioma dos iluministas de acordo com o qual era possível definir as normas morais essenciais etsi Deus non daretur, como se Deus não existisse, para passar a propor que "mesmo aqueles que não conseguem encontrar o caminho da aceitação de Deus deveriam procurar viver e orientar a sua vida veluti si Deus daretus, como se Deus existisse". Lembrou então que esse fora o conselho de Pascal aos seus amigos não-crentes, considerando que, assim, "ninguém fica limitado na sua liberdade, mas todas as nossas coisas encontram o apoio e o critério de que têm urgente necessidade".

Como alguém que se reconhece nos valores de uma Europa que, como Bento XVI correctamente defende, não é apenas um lugar geográfico mas o produto de uma civilização, e que a matriz dessa civilização é o Cristianismo (sem o qual não teria sido sequer possível o Iluminismo), aceito este desafio. Mais: nesse desafio marco encontro com Bento XVI e com a sua luta civilizacional, que é também minha. Jornalista

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