Estes dias a revista «Time» publicou a
lista das 100 pessoas mais influentes do mundo (
aqui, a lista com todos os nomes, com os respectivos «links»).
Para surpresa de muita gente,
o Papa Bento XVI não aparece nessa lista (embora
estivesse entre
os candidatos), enquanto aparecem pessoas do mundo da religião como o
Dalai Lama (nº1 do «ranking» ou
Bartolomeu I, Patriarca Ecuménico de Constantinopla).
E levantaram-se várias questões e alguma polémica: a idoneidade do trabalho ou justeza de critérios, a importância real desta lista, etc., etc.
As reacções começam a fazer-se notar nos «media» e agências internacionais (por ex.,
Reuters, particularmente nos jornais italianos (por ex.,
La Repubblica). Disso nos dá conta, de forma abreviada, a «Ecclesia», cuja
notícia transcrevo:
Citação:Ecclesia
Vaticano satisfeito com ausência de Bento XVI entre os «100 mais influentes do mundo»
A ausência de Bento XVI entre as personalidades mais influentes do mundo, de acordo com a revista norte-americana “Time”, não deixou desiludido o Vaticano, de acordo com o director dos serviços de informação da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.
Segundo este responsável, a lista dos 100 mais influentes é “bizarra e extravagente”, pelo que a ausência do Papa o deixou “contente”.
O Pe. Lombardi considera que os critérios da “Time” não levavam em linha de conta a autoridade moral e espiritual do Papa.
Em primeiro está o líder tibetano Dalai Lama, seguido por Vladimir Putin (Rússia), Barack Obama (EUA), John McCain (EUA) e Hu Jintao (China).
Isto não deixa, no entanto de levantar algumas questões interessantes. Se, por um lado, no Novo Testamento Jesus se refere ao grupo dos seus discípulos com imagens humildes como
«pequenino rebanho», são, por outro lado, imagens «potentes», de «influência», tendentes a transformar o «meio», como vemos nas imagens do
«fermento», do
«sal», da
«luz»...
Ao longo da história, nunca a Igreja hierárquica renunciou a exercer uma influência visível. Muito pelo contrário, buscou-a e lutou por ela, às vezes com meios que hoje julgamos pouco recomendáveis... E, tendo renunciado a certos meios de outros tempos, continua a reivindicar uma influência real na sociedade humana, nomeadamente no que diz respeito à criação de leis que regulam a vida das pessoas, sejam elas católicas, crentes ou não. Do que se queixa a Igreja é precisamente daqueles que pretendem que tal influência seja minimizada... A lista da «Time» é o reflexo desta «agenda» minimazadora? Dir-se-ia que a inclusão de Bartolomeu I em detrimento do Papa parece confirmar essa suspeita...
Não faltam cristãos que pensam que a influência do Cristianismo deve ser «humilde» e não vistosa. Assim, todos estes dados poderão dar lugar a muitas leituras, talvez todas elas provisórias... Ou porque a Igreja está a perder visibilidade, ou então, porque a influência do Cristianismo não cessou, mas é mais evangélica,
mais «fermento» e menos «chantilly»... Que pensam sobre isto?
Alef
Editado 1 vezes. Última edição em 02/05/2008 17:53 por Alef.