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Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 30 de June de 2006 23:19

catolicapraticante Escreveu:
-------------------------------------------------------
> > EScreveste que " também só mulheres é que podem
> ser leigas consagradas". Não é verdaedo hos homesn
> podem ser leigos consagrados.

Pois, se calhar estou errado. Tenho ideia de ter ouvido dizer que só existia para as mulheres ou que tinha sido algo que começou apenas com mulheres. Qualquer coisa assim, agora já não tenho a certeza.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 01 de July de 2006 00:33

A Igreja foi fundada por Jesus Cristo. Deixou aos Apostolos o encargo, a carga, de guiar os seus discipulos. E a Pedro o de confirmar a todos na fé, o de guiar a todos.
Será indispensavel o padre, o bispo e o Papa?
Indispensaveis não são, muitos se salvaram certamente sem ter conhecido nenhum. Mas são uteis e Jesus deixou aos Apostolos a tarefa de guiar a Igreja.
E menosdesprezar aquilo que Jesus nos deixou, por nosso amor, para nossa salvação, é uma insentato, diria mesmo que mostra falta de amor à vontade de Jesus, logo falta de profundo amor a Deus.

Antes da afirmação da religião cristã como religião oficial do imperio romano já a religião cristã era a religião oficial da Armenia (ou o pais que daria origem à actual armenia). A igreja da armenia tem praticamente as mesmas caracteristicas da igreja catolica. Por isso a ligação que implicitamente estás a fazer entre a afirmação da igreja catolica como a religião oficial do imperio romano e a exclusão das mulheres não tem fundamento.
Aliás os romanos tinham sacerdotizas, quem não as tinha era o povo judeu. A exclusão das mulheres como sacerdotizas será mais uma herança da cultura hebraica que da romana.
A criação das ordens religiosas, femininas ou masculinas, é bastante posterior à declaração da religião cristã como religião oficial do imperio romano.

Na igreja não são todos iguais. São Paulo compara a Igreja a um corpo, o corpo Mistico de Cristo. Um corpo tem muitos membros, muitos orgãos, cada um tem uma função diferente e cada um "vive" em função dos outros.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 01 de July de 2006 10:37

Há (sete) sacramentos. Nem todos têm que os receber todos. Para quase todos são 6(seis). Os recebem o sacramento da ordem não recebem o Matrimónio (excepções que Vócês conhecem..viúvos que se ordenam...). E os solteiros que não se ordenam recebem, no máximo 5 (cinco)


Os sacramentos existem e são 7. Mas vocês acham que quem não os recebe todos.. tantos que não recebem a Santa Unção (desastre de mota, atropelamento, ataque cardíaco... etc...) vão em desvantagem para a Eternidade?

A Eternidade depende do nº de sacramentos recebidos? Quem fica viúvo 7 vezes e se casa 8 vezes parte em vantagem?

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 02 de July de 2006 21:18

Mas... SE alguém não pudesse casar, confessar-se, comungar ou ser baptizado apenas por ser mulher seria profundamente injusto...

tal como é profundamente injusto ( e sem fundamentação teológica) alguémm ser proibido de aceder ao sacreamento da ordem apenas porque ser mulher.
Além de ser injusto é ridículo.

E como tal, é uam questão detempo até esta tolice ser ultrapassada.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 02 de July de 2006 23:10

In Fiat Lux:

Vários textos que dizem o porquê da não ordenação de mulheres:

O Decreto Presbyterorum Ordinisi sobre o ministério e a vida dos Sacerdotes do Concílio Vaticano II, refere que "[o]s presbíteros [são] tirados dentre os homens".


Em 30 de Novembro de 1975, o Papa Paulo VI escreve ao Primaz Anglicano explicando-lhe que: "não é admissível ordenar mulheres para o sacerdócio, por razões verdadeiramente fundamentais. Estas razões compreendem: o exemplo - registado na Sagrada Escritura - de Cristo, que escolheu os seus Apóstolos só de entre os homens; a prática constante da Igreja, que imitou Cristo ao escolher só homens; e o seu magistério vivo, o qual coerentemente estabeleceu que a exclusão das mulheres do sacerdócio está em harmonia com o plano de Deus para a sua Igreja" (Fonte).


A Declaração Inter Insigniores da Congregação para a Doutrina da Fé, datada de 15 de Outubro de 1976, conlui que a Igreja «não se considera autorizada a admitir as mulheres à ordenação sacerdotal». Às 'razões fundamentais' anteriormente aduzdas, o documento junta outras razões teológicas que ilustram a conveniência daquela disposição divina, e mostra claramente como o modo de agir de Cristo não fora ditado por motivos sociológicos ou culturais próprios do seu tempo. Como sucessivamente precisou o Papa Paulo VI, «a verdadeira razão é que Cristo, ao dar à Igreja a Sua fundamental constituição, a sua antropologia teológica, depois sempre seguida pela Tradição da mesma Igreja, assim o estabeleceu».


Na Carta Apostólica Ordination Sacerdotalis sobre a ordenação sacerdota reservada somente aos homens, datata de 22 de Maio de 1994, o Papa João Paulo II DEFINE que "a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja".


Em 22 de Outubro de 1995, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), em resposta a uma dúvida sobre a interpretação da Ordination Sacerdotalis, explicou que a Igreja não pode ordenar mulheres e que este facto tinha sido declarado de forma infalível pelo Magistério universal ordinário e por definição infalível do Papa.

A propósito desta resposta da CDF, o então Cardeal Ratzinger escreveu um texto explicativo sobre esta questão.


Em 2 de Março de 2006, o Papa Bento XVI declarou: "O ministério sacerdotal está, como sabemos, reservado aos homens pelo Senhor".


Em 5 de Junho de 2006, o Cardeal Kasper informou os responsáveis da Igreja Anglicana que a ordenação de uma 'bispa' impediria a restauração da comunhão entre a Igreja e os Anglicanos.
Estará a Igreja a colocar a mulher num papel secundário?

Os vários documentos citados apresentam muitos argumentos que permitem responder de forma negativa a esta questão. Para mim, o argumento essencial que esclarece quaiquer dúvidas que possam restar é o seguinte:
"o facto de Maria Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, não ter recebido a missão própria dos Apóstolos nem o sacerdócio ministerial, mostra claramente que a não admissão das mulheres à ordenação sacerdotal não pode significar uma sua menor dignidade nem uma discriminação a seu respeito, mas a observância fiel de uma disposição que se deve atribuir à sabedoria do Senhor do universo."


artigo completo aqui




eu partilho das opiniões acima descritas, e não aceito o facto das mulheres puderem ser ordenadas

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de July de 2006 01:23

Diogo essa questão já fois aqui discutida no Forum com alguma profundidade. Sequiseres aprender algo sobre o tem apodes fazer essa consulta.

As questões ( políticas) doutrinárias com frágil fundamentação teológica - como é o casõ - acabam por mudar. É uma inevitabilidade.

Tão inevitável como reconhecer que as mulheres têm alma e que o projecto de amor de Deus inclui plenamente as mulheres[/b, que são plenamente iguais oas homesn...

Custou muitas polémicas teológicas esta afirmação tão simples.. demorou largos séculos a ser construída. Mas a Igreja chegou lá.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de July de 2006 18:27

"Tenemos muchas mujeres en los Evangelios con papeles relevantes: La Samaritana, la suegra de Pedro, la mujer estigmatizada porqué tenía pérdidas de sangre y que fue curada, la encorvada que fue enderezada.

En cambio no tenemos ni cojas, ni mudas, ni ciegas, ni leprosas, ni paralíticas. Los símbolos quieren decir muchas cosas.

Tenemos además la escena de la resurrección donde las mujeres, clarísimamente, reciben en primicia la Buena Nueva.

Queda demostrado, por tanto que en el Evangelio no hay ni mejores, ni peores, sino que refleja que para Jesús es una comunidad de iguales.

Continuo preguntándome, ¿cual es el papel que distingue al hombre? Los apóstoles fueron llamados y respondieron a la llamada.

María Magdalena, por ejemplo, fue discípula y apóstol espontáneamente sin haber sido llamada, ni nada se dice de las demás mujeres.

Y mientras discípulos y apóstoles quedan perdidos y desorientados después de la muerte del Maestro, las mujeres permanecen activas y se organizan.

Se hacen con las hierbas aromáticas y van diligentes al sepulcro. Y allí le “ven”. Y con la gran noticia corren a decirlo.

Pero, ¿como iban a creerlas? En aquella sociedad patriarcal solamente contaba el testimonio de los hombres, y ellos nada sabían. Aún no lo habían entendido. Pasó todo el día del Domingo hasta que por la tarde Jesús se les presentó.

Ah! Entonces les pareció que ellos eran los elegidos.

Ya sabemos la historia. Los hombres se han apoderado del poder de Dios, lo han administrado, y han apartado las mujeres, (ahora lo sabemos) con mentiras, descréditos, y violencias, de los lugares del servicio, de la interpretación de los textos, e incluso la historia, tapando, escondiendo, invisibilizando, tergiversando, desacreditando, infantilizando...

¿Con qué autoridad los hombres se atreven a decidir cual ha de ser el papel de las mujeres?

Pienso que el papel del hombre en general ha sido hacerse con la propiedad de la mujer. Y del hombre de la Iglesia controlarle la vida entera y la sexualidad, siempre con el prejuicio y la amenaza del pecado y, de este modo, impedir su libertad. Un papel de árbitros no muy lucido, ciertamente.

Ya es hora de poner al descubierto que, efectivamente, este no es el papel que corresponde al hombre en general, porqué no se basa en el Evangelio."

(Eclesalia Informativo autoriza y recomienda la difusión de sus artículos, indicando su procedencia)."

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 00:05

Caro Diogo.

O assunto da ordenação das mulheres é já algo antigo aqui no fórum. Em tempos tive oportunidade escrever o seguinte:

Citação:
[...]na década de setenta, foi colocada a questão da justificação teológica do sacerdócio das mulheres à Pontifícia Comissão Bíblica. Por unânimidade, considerou-se que não há justificação teológica/bíblica que impeça a ordenação de mulheres! É claro que isto não interessa à hierarquia, e porque não há razões na Sagrada Escritura, têm que ser criadas pelo Magistério, e ninguém melhor que o conservador João Paulo II para o fazer na sua carta apóstolica Ordinatio Sacerdotalis.

É curioso que sempre que se tenta justificar a impossibilidade da ordenação de mulheres se vá buscar a "não-ordenação" de Maria, mãe de Jesus. Pergunto porque é que não se escolhe o exemplo de Maria Madalena e porque é que ninguém ousa explicar ou sequer dar uma interpretação possível da razão de Jesus Cristo ter aparecido em primeiro lugar a Maria Madalena - não a Maria, sua mãe; não aos apóstolos que tinham caminhado com ele - e lhe pediu para ir anunciar aos apóstolos que Jesus Cristo tinha ressuscitado.

Porque é que ninguém nos explica como se fossemos muito burros (como diz o anúncio) porque razão Jesus Cristo escolhe uma mulher - Maria Madalena - para ser testemunho do centro da nossa fé e fundamento de todo o Cristianismo: Jesus Cristo ressuscitou, e a envia a ela para ser ela a anunciar aos apóstolos que tinha visto o Senhor?

Podemo-nos refugiar na Tradição de vinte séculos. Podemo-nos refugiar em documentos e declarações papais, mas, nesse caso, porque razão, na década de setenta, quando perguntado a 17 católicos especialistas em Bíblia, e nomeados pelo Papa para a Pontificia Comissão Bíblica, se existia algo na Sagrada Escritura que impedisse a ordenação de mulheres, TODOS afirmam que não existe? E se essa resposta é "apenas" colocada na gaveta e não é exigida a demissão em bloco de todos os "supostos" especialistas (pois quem afirma uma coisa dessas só pode ser um pobre herege blasfemo!?!?!) porque razão, continuamos hoje como se nada acontecesse?

Posto isto, é importante esclarecer que não sou a favor nem contra a ordenação de mulheres! Sei apenas que não existe impedimento teólogico ou bíblico que impeça a ordenação de mulheres. Não significa que não haja outros impedimentos, nomeadamente o cultural. Por exemplo, se num determinado contexto sócio-cultural, a ordenação de mulheres causasse rotura entre a comunidade e a Igreja, a ordenação não deveria acontecer.

Há cerca de dois ou três anos, estava a ver uns livros numa livraria cristã em Londres e entrou uma mulher vestida de preto com colarinho branco (deduzo que se tratava de uma mulher ordenada). Não me causou qualquer choque ou repulsa. Pensei que se nesse dia fosse à missa e estivesse ela a celebrar (e caso isso já fosse aceite pela Igreja Católica), não é por ser uma mulher que eu perderia a minha fé, ou que eu considerasse esse missa menos "válida" que uma celebrada por um homem (repito, se tal ordenação fosse aceite pela Igreja Católica).

Bem sei que tudo isto soa a heresia para quem ainda teima em se agarrar com unhas e dentes ao missal em latim, porque o português é obra do Demo, dos liberais maçons e da modernidade... Mas aqui, como diz o meu amigo, estamos a discutir "trocos". O essencial do essencial fica sempre à margem: o Amor de Deus pelos homens e mulheres deste mundo.

Sobre este assunto, lembro-me do que diz outro amigo meu: "se aquilo que distingue [fisicamente] um homem de uma mulher é um pénis e um útero e se para se ser padre não se usa nem uma coisa nem outra, porque razão as mulheres não pode ser ordenadas?".

Luís Gonzaga

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 00:16

Luís Gonzaga

Pergunto-te: como tens a certeza do que afirmas?:

"Sei apenas que não existe impedimento teólogico ou bíblico que impeça a ordenação de mulheres."

Penso que o que afirmas não está provado teologicamente.

Mª José

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 00:28

lembro que Jesus também apareceu a muitos discipulos que não foram apostolos.
Esse argumento de que Jesus apareceu a Maria MAdalena como justificação para as mulheres poderem sacerdotizas parece-me totalmente irrelevante e despropositado.

Os apostolos já tinham sido escolhidos por Jesus antes da sua ressurreição.
Argumentar que depois da ressurreição, os homens tomaram o poder, obviamente à revelia da vontade de Jesus, e afastaram as mulheres é uma falacia demagogica.

O argumento pessoal do Luis Gonzaga de que a ele não lhe importaria ver uma mulher-padre é tambem bastante irrelevante. Aos homens melhor formados, mais convictos na sua fé, mais empenhados não afastaria uma mulher-padre como até não afastaria um padre indigno (não estou com isto a dizer que as mulher sejam mais ou menos dignas do que os homens).

O problema é que a maioria dos homens que frequenta a igreja não tem formação nem empenho (nem quer ter). Para esses homens, cristãos não só da europa mas tambem da america latina, da africa e da asia, uma mulher-padre não seria aceite.
O problema é que actualmente os ortodoxos são tão tradicionalistas que os tradicionalistas de S. Pio X. E o dialogo ecumenico que tem hipoteses de produzir uma plena união é com eles, não com os desvanecentes protestantes abertos ao ecumenismo.

Podem não existir argumentos teologicos consistentes afastar as mulheres do sacerdocio (embora alguns argumentos que aqui apresentaram para justificar essa possibilidade sejam ainda mais inconsistentes) mas existem para já argumentos pastorais relevantes.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 00:50

A propósito da não aceitação de mulheres padres pelo povo , um discurso na primeira pessoa e o testemunho de uma mulher pastora anglicana :


"Algumas pessoas têm-me perguntado como é que comunidades rurais encaram o facto de poderem vir a ter uma mulher pastora. Pois encaram o facto lindamente, e sem o mais pequeno problema. Entre 2003 e 2004 estive a fazer estágio pastoral em 3 Igrejas: uma era na cidade da Figueira da Foz com uma população claramente citadina, outra era a Comunidade da Cova e Gala, uma aldeia de pescadores nos arredores da Figueira e outra era Portomar uma comunidade mais rural... e em todas elas o facto de eu ser mulher não afectou minimamente o meu trabalho.
O ano passado estive durante o mês de Agosto a substituir o pastor da área de Abrantes e em todas as comunidades duas delas em aldeias me aceitaram de braços abertos.
Uma senhora até me disse: "Acho muito bem menina... que falar com Deus sempre fui uma coisa mais de mulheres... os homens ficavam sempre à porta da missa, só apareciam para pôr a capa da irmandade para levar os mortos ao cemitério ou a santa ao altar... rezar que era rezar era sempre connosco..."
Numa outra igreja, outra senhora olhou para mim toda contente e comentou: "Pois uma pastora é o que nós precisamos... antigamente nós éramos muito castigadas... os meus irmãos para trabalhar no campo tinham botas, eu como era mulher ia para o ribeiro lavar, os pés dentro daquela água gelada e ia descalça... olhe para os meus pés, (olhei para uns pés deformados de artroses e de trabalho) isto foi o resultado de tantos e tantos dias com os pés metidos dentro de água a lavar a roupa e a encaminhar a água para as terras e nem umas botas velhas havia para mim!"

Sinto que o problema de aceitar ou não uma mulher não tem a ver com os crentes sim com os líderes que formatam o seu rebalho e não os deixam livres para pensar...Estas preocupação são muito mais da pequena burguesia urbana do que do povo.

As mulheres do povo sempre trabalharam. Não havia tempo nem dinheiro para se ser Fada do Lar...havia que trabalhar no campo, na fábrica, na casa dos senhores... só a classe média enfiava a suas mulheres em casa...
As mulheres de classe alta sempre tiveram muita mais liberdade, na Bíblia, em Provérbios 31:10-31, vemos um retrato de uma mulher de classe alta, empreendedora e decidida que dirige os negócios da sua propriedade, sem nunhum traço de submissividade ou subserviência...

Cada vez acho mais, que estes preconceitos são fruto de uma classe média que tem muito medo de ir contra o status quo religioso, aliás a burguesia sempre foi muito mais preconceituosa que o povo ou a classe alta...
Como diria Miguel Esteves Cardoso: "o povo ocupa-se e a burguesia preocupa-se"...
EM [mulheresestejamcaladas.blogspot.com]

Já agora, O Camilo diz que os homens que nunca aceitariam ter mulheres padres...E por ssio a ordenação de mulheres deve ser proibida...

Parece-me um preconceito sem sentido, até porque também há alguns homesn que não aceitam mulheres Magistradas, Médicas, POlícias, Aviadoras, Ministras, etc, etc...... e nem por isso elas deixam de exercer essas missões com inteligência , plenitude e eficácia..

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 01:08

1 - não consta que a aceitação da autoridade de uma mulher policia ou de uma juiza seja um acto voluntario. A aceitação da igreja e do padre (ou da hipotetica mulher-padre) é voluntaria.

2 - Os anglicanos em Portugal são uma minoria inexpressiva. Nos grupos religiosos ultra-minoritarios a adesão individual é muito mais forte, se assim não fosse eram rapidamente absorvidos pela grande maioria. Se os catolicos portugueses tivessem a adesão individual à fé que têm os cristãos de grupos ultra-minoritarios a equiparação seria pertinente. Mas a igreja é catolica. Não existirá uma regra para portugal e outra para a Papua-nova-Guiné. Como reagiriam os cristãos africanos e asiaticos? E esse é apenas um dos argumentos, o outro é o dialogo ecumenico com os ortodoxos. Neste momento a ordenação de mulheres mataria esse dialogo por uma ou duas gerações.

3 - eu não disse que os homens (todos os homens) não aceitariam as mulheres-padre. Disse que muitos deles (os de adesão à fé mais fraca e preconceitos mais fortes) se afastariam. A fé é, muitas vezes, uma caminhada, antes de ser forte costuma ser fraca.

4 - sim, as mulheres do povo sempre trabalharam. A autora julga que descobriu a polvora mas bastava falar com as minhas avós para saber isso.

Por falar nas minhas avós, na terra delas existia em tempos uma procissão na quaresma em que só iam os homens. Um padre achando a procissão exemplar abriu a procissão às mulheres e incentivou-as a tambem participarem. Aos poucos (uma dezena de anos) os homens deixaram de ir e pouco depois a procissão acabou.

Exemplos particulares encontram-se para todos os gostos.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 01:17

Ai... a mania das grandezas...
O povo ...sim...o povo tem sabedoria...o povo sabe muito mais do que pessoas que se consideram intelectuais...

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 02:15

"Podem não existir argumentos teologicos consistentes afastar as mulheres do sacerdocio (embora alguns argumentos que aqui apresentaram para justificar essa possibilidade sejam ainda mais inconsistentes) mas existem para já argumentos pastorais relevantes".


E esses são tão mas tão tristes...

Abraço fraterno,

Miguel

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 02:18

"Esse argumento de que Jesus apareceu a Maria MAdalena como justificação para as mulheres poderem sacerdotizas parece-me totalmente irrelevante e despropositado".

Fiquei sem perceber o porquê do "totalmente"... esta gente cheia de certezas...

Abraço fraterno,

Miguel

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 10:11

Jesus apareceu a 500 pessoas depois da sua ressurreição. Será que todas eram consideradas apostolos e apostolas? Na igreja todos os que anunciavam eram apostolos? era Santo Estevão considerado um apostolo?

É mau ter certezas? É melhor semear duvidas atras de duvidas? Será que é a duvida sistematica que fortalece a fé das pessoas ou pelo contrario favorece o relativismo religioso?

Os argumentos pastorais que me levam a parecer imprudente e inoportuna a ordenação de mulheres são realmente tristes, bastante trstes mesmo. Mas é a realidade, posso não gostar dela, não gosto, mas não posso fazer de conta que não existe.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 11:08

"Mas é a realidade, posso não gostar dela, não gosto, mas não posso fazer de conta que não existe".

Concordo. Mesmo... Mas não deixa de ser triste aceitar e favorecer a descriminação para manter na Igreja quem quer que seja...

Quanto à questão dos apóstolos... MAria Madalena não era apenas mais uma... foi a escolhida para anunciar a Ressurreição aos Apóstolos. E, se o anúncio da Ressurreição não é importante, então não sei o que é importante no Cristianismo... só me chocou achares isso totalmente irrelevalante. Eu não acho nada completamente irrelevante. Acho que é um dado a ter em conta numa discussão.

Quanto ao mim, não conheço nenhuma boa razão teológica para manter afastadas as mulheres da ordenação sacerdotal:
- a questão da masculinidade dos apóstolos parece-me acessória perante o Reino que habita já entre nós (onde não há judeu nem grego, escravo nem homem livre, homem nem mulher);

- a defesa da masculinidade do sacerdócio é cultural, típica das sociedades semitas e das concepções antropológicas indo-europeias, mas não comporta em si qualquer dimensão teológica séria;

- a manutenção dó sacerdócio masculino assenta sobre uma distinção antropológica baseada na superioridade efectiva do homem sobre a mulher e no pressuposto ou de que o próprio Deus é masculino ou de que o masculino é mais querido ou acede de forma mais perfeita ao divino do que o feminino, conceito que era dominante, mesmo nas sociedades indo-europeias que admitiam algum tipo de sacerdotisa;

- a masculinidade do sacerdócio tem ainda uma dimensão política e social, desde as sociedades semitas e indo-europeias onde o Cristianismo nasceu: o sacerdócio era, nessas sociedades, também uma magistratura da cidade, e estas eram na sua larga maioria reservadas aos homens, os únicos cidadãos plenos. De facto, o fechamento das mulheres ao sacerdócio é na prática uma sobrevivência de um conceito de cidadania religiosa, em que apenas os homens têm a plenitude dos direitos políticos e religiosos.

Por isso, repito que é triste que a descriminação seja considerada aceitável...

Abraço fraterno,

Miguel



Editado 1 vezes. Última edição em 04/07/2006 11:09 por rmcf.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 11:12

"É melhor semear duvidas atras de duvidas?" Claro que não... mas é muito melhor ensinar a pensar por si, do que apresentar tudo como se fossem certezas... Algumas sê-lo-ão; mas este assunto, não me parece...

ABraço fraterno,

Miguel

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 11:33

não deixa de ser triste aceitar e favorecer a descriminação para manter na Igreja quem quer que seja

Não foi isso que fez Jesus? Para favorecer a aceitação do anuncio do Evangelho evitou escolher mulheres como apostolas. Certamente não por falta de capacidade das mulheres mas sim porque se assim fizesse certamente o anuncio do Evangelho seria mal recebido.
Adaptar-se a quem escuta foi o que Jesus fez. Os apostolos assim o imitaram. São Paulo diz que se fez grego com os gregos, judeus com os judeus.
O Reino de Deus é como o fermento que leveda a massa.
Ordenar agora mulheres parece-me uma precipitação de efeitos negativos.

A exclusividade sacerdotal masculina está longe de ser apenas tipica das sociedades indo-europeias. Aliás creio existirem sociedades muito mais machistas que as indo-europeias.

No budismo durante muito tempo foi geralmente aceite que apenas os homens atingiam a iluminação e o "sacerdocio" ou vida religiosa consagrada foi totalmente vedada às mulheres. Ainda há grupos aonde essa proibição e visão religiosa, muito mais restritiva que a catolica e ortodoxa, existe.

As razões antropologicas e historicas (da historia das culturas) têm certamente o seu peso. No fundo é um herança do antigo sacerdocio hebraico. Mas não podemos menosprezar as razões psicologicas.

Re: O papel das mulheres, na igreja católica.
Escrito por: (IP registado)
Data: 04 de July de 2006 11:59

"3 - eu não disse que os homens (todos os homens) não aceitariam as mulheres-padre. Disse que muitos deles (os de adesão à fé mais fraca e preconceitos mais fortes) se afastariam. A fé é, muitas vezes, uma caminhada, antes de ser forte costuma ser fraca."

A mim escandaliza-me que se impeçam mulheres de aceder ao sacerdócio por preconceito. Acho impressionante, mesmo... Quase não tenho palavras.

Quantas pessoas (de fé porventura até não tão fraca) não se afastarão de uma Igreja preconceituosa? Ou que pactua com preconceitos. Como se a diferença fosse muita.

Jesus vivia no tempo dele, e revolucionou completamente a forma de ver as mulheres. Quanto muito, terá feito a revolução possível. Então, porque é que a Igreja agora, em vez de fazer a revolução possível, faz contra-revolução?

O que me impressiona mais é como se defende uma "real politik" em coisas como a ordenação das mulheres e uma defesa total e radical dos valores (que se julgam ser) do cristianismo noutras.

Para a ordenação das mulheres, há que ser hiper-realista.
Para o uso dos preservativos, há que ser coerente.

Ora bolas.

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