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Ecumenismo
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 07 de November de 2005 15:46

Citação:
Papa esperançado no avanço do diálogo com os Luteranos
.
Bento XVI mostrou-se hoje esperançado no avanço do diálogo com os Luteranos, afirmando que “devemos intensificar os nossos esforços para compreender mais profundamente o que temos em comum e o que nos divide”.
O Papa recebeu no Vaticano o presidente da Federação Luterana Mundial, Bispo Mark Hanson, acompanhado por uma delegação luterana, em visita oficial a Roma. Na sua intervenção, o chefe da Igreja Católica lembrou que as duas partes promovem, há vários anos, muitos contactos e um “diálogo ecuménico intenso”, considerando essa troca de ideias como “muito produtiva e promissora”.
Um dos resultados mais importantes desse caminho foi a Declaração conjunta sobre a Justificação, datada de 1999, que Bento XVI classificou como “um marco no nosso caminho comum para a plena unidade visível”.
“Para avançar sobre este acontecimento, temos de aceitar as diferenças que permanecem sobre a questão central da Justificação e enfrentá-las, em conjunto com os modos em que a graça de Deus é comunicada na e através da Igreja”, apontou.
Sobre o futuro deste diálogo, o Papa deixou votos de que não se apenas centre em questões “institucionais”, mas também na “verdadeira fonte de todo o ministério na Igreja”. “A missão da Igreja é testemunhar a verdade de Jesus Cristo, a Palavra feita carne: Palavra e testemunho andam juntos”, indicou.
Num momento em que a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial trabalham na redacção de um documento comum sobre a Apostolicidade da Igreja e a sucessão apostólica, Bento XVI lembra que “o nosso diálogo fraterno é desafiado, não só pela necessidade de verificar a recepção destas fórmulas conjuntas de doutrina nas nossas respectivas comunhões, mas também – e cada vez mais, nos nossos dias – pelo clima geral de incerteza no que diz respeito às verdades cristãs e aos princípios éticos que nunca foram questionados antes”.
“O nosso caminho ecuménico em conjunto continuará a encontrar dificuldades e exigirá um diálogo paciente, mas sou muito encorajado pela sólida tradição de estudo sério e de partilha que tem caracterizado as relações Católico-Luteranas ao longo dos anos”, assinalou.
O Papa agradeceu ainda a presença de uma delegação da Federação Luterana Mundial no funeral de João Paulo II e na solene inauguração do seu próprio ministério como Bispo de Roma.
Para o Bispo Mark Hanson, as relações entre as duas Igrejas “devem abrir-se e fundamentar-se, cada vez mais, na confiança”. “Bento XVI sublinhou que o serviço à unidade de toda a Igreja cristã será uma das suas principais prioridades e a Federação Luterana Mundial não vê a hora de dar passos substanciais nesta visão ecuménica”, refere em comunicado.

Agencia Acclesia

Re: Ecumenismo
Escrito por: huguenote (IP registado)
Data: 07 de November de 2005 18:06

Deus está presente na humanidade!Há muitas divergências em coisas que são importantes,mas não são mais importantes que o contacto com Deus!Todos falamos a linguagem de Deus...Mesmo que seja de formas diferentes,de diferentes maneiras de se organizarem!Acredito e vivo que cada vez mais é possivel o ecumenismo!E sem dúvida que o Papa, tanto este, como o anterior!Tem lutado por isso!

Ecumenismo
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 07 de November de 2005 18:16

Para aqueles que gostam mais destes assuntos...

O que pensam da Liturgia de Lima?

Será esta uma possibilidade válida?

Em comunhão

Re: Ecumenismo
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 07 de November de 2005 20:23

obrigado pelo link Tilleul.

é um pouco extenso, mas prometo ler e dar-te uma opinião o mais breve possivel.

Um abraço

Miguel Dias

Re: Ecumenismo
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 22 de November de 2005 15:29

Papa envia mensagem de unidade ao Patriarca de Constantinopla
.
Bento XVI renovou o seu desejo de renovar o caminho de unidade com o Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, assumindo a intenção de visitar Istambul.
Numa mensagem dirigida ao Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, o Papa convida a “intensificar todos os esforços para caminhar rumo à plena unidade de todos os discípulos de Cristo”, deixando votos de “encontrar-se pessoalmente, quando Deus quiser”, com o Patriarca ecuménico na sua sede de Constantinopla.
O Papa saúda a acção de Bartolomeu I em “promover o crescimento na opinião pública da compreensão dos valores próprios da criação, obra de Deus, manifestação da sua liberdade, de sua sabedoria e de seu amor”. O Patriarca turco recebeu, em Bolonha, o doutoramento Honoris Causa em Conservação de bens culturais pela universidade local.
O texto foi lido, na cerimónia, pelo Cardeal Roger Etchegaray, presidente emérito do Conselho Pontifício Justiça e Paz.
Bartolomeu I convidou o Papa para uma visita ao seu país, que se esperava poder ter acontecido ainda este ano, a 30 de Novembro - dia da festa litúrgica mais importante para Patriarcado Ortodoxo, a de Santo André, irmão de São Pedro. Posteriormente o chefe de Estado turco, Ahmet Necdet Sezer, convidou Bento XVI para uma visita oficial à Turquia, mas apenas em 2006.
O Patriarca Bartolomeu I é considerado o “primus inter pares” e líder espiritual dos 200 milhões de cristãos ortodoxos, mas não é o “Papa” da Igreja Ortodoxa, dado que nela os bispos têm todos o mesmo lugar e o primado de Constantinopla é apenas de honra, não de jurisdição.
O diálogo teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas, suspenso há vários anos, será retomado em Dezembro com uma reunião em Roma da comissão mista católico-ortodoxa.

In Agencia Ecclesia

Re: Ecumenismo
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 23 de November de 2005 01:22

Tilleul

Dei uma vista de olhos no link que deixaste, desconhecia o assunto. Dei uma vista de olhos. Pareceu-me muito curioso. Queres explicar resumidamente do que se trata…seria uma boa! Já agora quais são as semelhanças entre esta liturgia e as praticadas em Taizé.

Obrigada

Re: Ecumenismo
Escrito por: (IP registado)
Data: 23 de November de 2005 09:18

Uma pequena questão: quando é que o diálogo entre a Igreja Católica e as Igrejas ortodoxas foi suspenso? E porquê?

Ecumenismo
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 23 de November de 2005 13:18

Sendo apenas um curioso e um trabalhador do ecumenismo vou tentar explicar um pouco o que entendi sobre a Liturgia de Lima e também como é vivida a liturgia em Taizé.

A Liturgia de Lima é a tentativa de aproximação das Igrejas do ocidente, isto é, as Igrejas reformadas, protestantes e católica.

A tradição protestante sempre deu muito importância à Palavra e Homilia em quanto os católicos foram tendo uma tendência mais eucarística. Isto também se deve ao facto de a partir de certa altura, devido ao excessivo questionamento e necessidade de afirmação perante a Igreja Católica, a crença e devoção por Cristo Sacramental foi-se desvanecendo.

Só um a parte as diferenças hoje apresentadas entre as Igrejas Reformadas e a Igreja Católica começaram por ser acusações falsas e infundadas. Lutero era um Mariano acérrimo e comungava com bastante regularidade. Isto acabou por levar que estes dois aspectos fossem gradualmente assimilidos num sentido inversamente proporcional por teologias muito rebuscadas e peregrinas tendo como desfecho a quase omissão de Maria na liturgia Reformada e ausência da Presença Real.

Num sentido inverso também aconteceu com os Católicos com a questão Mariana e dos Santos em que num clara necessidade de demarcação de diferença entre as duas Igrejas irmãs se levou a devoção santorial a extremos quase heréticos e muito pouco concordantes com a doutrina.

Mas volto à questão liturgica...

A liturgia de Lima... se repararem no nome do autor vão constatar que é Max Thurian. Max Thurian foi um dos primeiros Irmãos de Taizé que esteve presente juntamente com Ir. Roger durante todas as sessões do Concilio do Vaticano II, trabalhou muito anos no Concelho Mundial das Igrejas contribuindo decisavamente para a sua afirmação e credito de parceiro de diálogo junto do Vaticano e que teve um final de vida bastante polémico. Este no fianl da sua vida converteu-se ao Catolicismo e foi ordenado padre para muita tristeza de muitos dos defensores de um Ecumenismo não aglutinador. Posso dizer-vos que ainda em muitos dos seminários católicos e não só, são usados livros do Irmão Max para abordar a questão eucarística. Por esta razão a liturgia utilizada em Taizé, embora seja a Eucaristia católica, tem claramente uma influência nesta liturgia de Lima com as devidas diferenças.

Se repararem no Kirie da liturgia de Lima há, em relação ao kirie católico, omissão da referência aos Anjos, Santos e Virgem Maria... em Taizé ficou resolvida simplesmente por em vez de se recitar canta-se Kirye Eleison, Christe Eleison, Kirye Eleison.

Tudo é igual quer em Taizé quer à Liturgia Latina com uma excepção... em Taizé não há homilia. Esta é substituida por um periodo de silêncio de 10 minutos sensivelmente.

Como tenho dito em anteriores ocasiões, o credo é exactamente o mesmo, letra por letra porque todos acreditamos no mesmo credo, todos fazemos a mesma profissão de fé.

Tudo o resto é igual nas 3 liturgias até mesmo a referência aos santos, mártires e à Virgem Maria.

E agora chega a grande questão que parecendo um nada, quase um esquecimento e que à primeira vista niniguém nota e que tantas vezes é ignorado por nós católicos e como mais um pró forma... O celebrante não faz a profissão de fé "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do Mundo". Aqui reside a grande divisão... nós católicos acreditamos que ali, naquela Hóstia está o cordeiro imolado para a nossa salvação. E este momento tão solene de contemplação, que, novamente repito, é ignorado, temos diante de nós Cristo Sacramentado... assim professamos nós. E mais a resposta que damos deveria ser pensada, reflectida e dita como uma renovação da nossa Fé e esparança na Salvação "Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo". Porque este afirmar que Deus permanece em nós através daquele pedacinho de Pão e aquele golinho de Vinho é uma loucura que consegue justificar muita coisa... qunado entendi isto percebi o porquê da confissão. Quando recebemos alguém em nossa casa gostamos de a ter limpa e arrumadinha...

Em Taizé, há esta proclamção de Fé... e queriam fazer o Ir. Roger católico... para quê se ele com toda a sua alma e com toda a sua fé, partilhava já desta comunhão?

Dizer-vos só que em Taizé durante a distribuição da comunhão é feita em duas espécies e que há também à disposição de todos os que não podem comungar (quer os católicos que não se sintam em graça quer para os não católicos) pão benzido durante a eucaristia. Este forma de partilha de um momento tão importante, foi recuperado de forma a integrar e acolher todos os participantes da eucaristia.

Isto é a minha interpretação e experiência por isso dêm também a vossa.

Em comunhão


Re: Ecumenismo
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 24 de November de 2005 03:07

Obrigada pelas explicações

Re: Ecumenismo
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 24 de November de 2005 09:23


Olá! Devo admitir que não conhecia a Liturgia de Lima e que nunca tinha pensado bem nesta questão, apesar de ser muito a favor do ecumenismo.

É complicado... Não sei bem o que pensar. Por acaso, acho que muitos de nós católicos vão à missa e nem têm noção do que está a acontecer, seja por falta de conhecimento e formação ou desinteresse ... Não sei. Também acho que a Igreja deveria apostar mais na formação das pessoas...

Quanto ao receber a comunhão, acho que o importante é que as pessoas tenham noção de que estão a receber o Corpo e Sangue de Jesus e que a casa esteja arrumada.

Mas, já agora, gostaria de ouvir mais opiniões, porque de facto estou confusa quanto à questão e não esqueçamos que estamos a falar do Corpo e Sangue de Jesus.

Beijos em Cristo,

Maria João

Re: Ecumenismo
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 24 de November de 2005 15:40

Caro Zé

A raiz do problema é anterior ao próprio cristianismo, mais propriamente quando o Império Romano foi dividido em dois: o império romano do Ocidente e o império romano do Oriente. Mais tarde, com a queda de Roma em 471 d.C. existe uma quebra política efectiva entre Oriente e Ocidente, que se agravou a partir do século VIII quando Roma tentou superar politica e religiosamente Constantinopla.

No fundo foi um cisma político e não tanto doutrinário. A ruptura acontece quando o papa tenta controlar politicamente os patriarcas orientais.

Mas podes ler mais detalhadamente:

"Cisma Ocidente-Oriente foi o cisma entre a igreja oriental (Ortodoxa) e a ocidental (Romana), que tornou-se definitivo em 1054.

As tensões entre as duas igrejas datam no mínimo da divisão do Império Romano em oriental e ocidental, e a transferência da capital da cidade de Roma para Constantinopla, no século IV. Uma diferença crescente de pontos de vista entre as duas igrejas resultou da ocupação do oeste pelos outrora invasores bárbaros, enquanto o leste permaneceu herdeiro do mundo clássico. Isto foi exacerbado quando os papas passaram a apoiar o Sacro Império Romano no oeste, em detrimento do Império Bizantino no leste, especialmente no tempo de Carlos Magno. Havia também disputas doutrinárias e acordos sobre a natureza da autoridade papal. O assunto chegou a um ponto crítico em 1054, quando as igrejas, através de seus representantes oficiais, excomungaram e anatematizaram (denunciaram formalmente) uma à outra. A ruptura foi aprofundada em 1204, quando a quarta Cruzada desviou-se para Constantinopla e saqueou a cidade, e o Império Latino (Ocidental) manteve-se lá por algum tempo. Houve várias tentativas de reunificação, principalmente nos conselhos eclesiásticos de Lyon (1274) e Florença (1439), mas as reuniões mostraram-se efêmeras. Estas tentativas acabaram efetivamente quando os turcos otomanos capturaram Constantinopla, em 1453, e ocuparam quase todo o antigo Império Bizantino por muitos séculos. Somente recentemente o diálogo entre as duas igrejas, a fim de sanar o cisma, foi efetivamente retomado."


in: wikipedia

e podes ainda consultar os links:

1) o grande cisma da Igreja

2) entrevista a Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla

Espero ter ajudado um pouco, mas se quiseres aprofundar ainda mais é só fazeres uma pesquisa por "Cisma" ou "Cisma Igreja Oriente" num qualquer servidor para obteres um sem números de páginas sobre este tema.

Um abraço

Miguel Dias

Re: Ecumenismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 24 de November de 2005 15:55

Caro Miguel Dias:

Dizes que «A raiz do problema é anterior ao próprio cristianismo, mais propriamente quando o Império Romano foi dividido em dois: o império romano do Ocidente e o império romano do Oriente».

Creio que há aqui uma imprecisão: a divisão do Império Romano dá-se bastante tempo depois do início do Cristianismo e não antes.

Alef

Re: Ecumenismo
Escrito por: (IP registado)
Data: 24 de November de 2005 15:59

Obrigado, Miguel!

Re: Ecumenismo
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 24 de November de 2005 19:24

Caro Alef

tens toda a razão em me ter chamado à atenção, pois o que eu queria ter escrito era:

«A raiz do problema é anterior ao próprio cristianismo se tornar a única religão

ofical do império
, mais propriamente quando o Império Romano foi dividido em dois:

o império romano do Ocidente e o império romano do Oriente.»
em vez do que

escrevi: «A raiz do problema é anterior ao próprio cristianismo, mais propriamente

quando o Império Romano foi dividido em dois: o império romano do Ocidente e o império

romano do Oriente.»


A divisão do Império em duas partes (oriental e ocidental), por forma a facilitar a sua administração, ocorre durante o principado de Diocleciano. O Cristianismo passa a ser religião tolerada, mais tarde com o Édito de Milão proclamado por Constantino (313 d.C.) e passa a ser a única religião oficial do império durante o principado de Teodósio (379-395 d.C.).

Foi um lapso da minha parte por "deformação" profissional... Porque geralmente só se fala em cristianismo a partir do Édito de Milão ou do principado de Teodósio, quando estamos a falar da história do império romano. Não foi por mal, mas efectivamente foi um lapso da minha parte.

Um abraço fraterno

Miguel Dias

Re: Ecumenismo
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 24 de November de 2005 20:16

Mas se bem me lembro o imperio só foi realmente dividido depois de Constantino.

Ecumenismo
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 24 de January de 2006 20:20

História
A Igreja, depois da experiência da ressurreição, ficou por Jerusalém, depois passou à Samaria e em seguida Antioquia. Alguns Apóstolos acabaram por fundar as suas Igrejas, particularmente São Paulo, e depois São Pedro, que esteve em algumas comunidades.
A partir do séc. II o Cristianismo vai tendo uma certa implantação e, como tudo o que é humano, começou a conhecer problemáticas. Perante essas situações, alguns Padres de Igreja, como Inácio de Antioquia, Ireneu e Tertuliano manifestam a sua admiração para com a comunidade de Roma e aconselhavam a consulta às comunidades fundadas pelos Apóstolos.
Já no fim do séc. II temos Igrejas de fundação apostólica com dignidade equiparável. Posteriormente, a comunidade de Roma ganha um lugar de relevo porque era a capital do Império e pela presença dos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo. Vamos encontrar Bispos de Roma, nesta época, que tentaram introduzir algumas normas e orientações para outras comunidades, como Vítor (questão das datas da Celebração da Páscoa no Ocidente e no Oriente) e Estêvão (disputas com São Cipriano de Cartago). É Estêvão que assume o título de sucessor de Pedro como sinónimo de autoridade suprema, com direito de orientar outras comunidades eclesiais.
A aceitação não é imediata, mas a comunidade de Roma sempre foi tida em grande apreço. Os Concílios ecuménicos de Niceia, Éfeso e Calcedónia serviram para reforçar o papel do Bispo de Roma na defesa da Ortodoxia, o qual acabou por gozar de uma preeminência em relação aos outros Bispos, quer do Oriente, quer do Ocidente.
Com o Bispo Dâmaso, no séc. IV, e com São Leão Magno, no séc. V, a Igreja de Roma passa a ser considerada a sede da Igreja Católica.
É evidente que aqui temos de fazer uma pequena distinção: enquanto que na Igreja do Ocidente, se aceitou com agrado a orientação romana, na Igreja do Oriente, bastante fragmentada por meio das sedes metropolitanas e patriarcais, sempre houve alguma dificuldade em aceitar orientações de Roma.
Nos Concílios foi sempre visível que os Orientais entendiam que a Ortodoxia passava pelo exercício da sinodalidade, a Igreja do Ocidente entendia que a ratificação final do conteúdo da fé devia ter a chancela do Bispo de Roma.
O título de Papa, nos primeiros séculos da Igreja, era atribuído praticamente a todos os grandes Bispos. Os fiéis exprimiam facilmente o seu carinho para com o seu Bispo ou, nos grandes mosteiros, em relação ao Abade.
Do plural chegou-se depois ao singular. O primeiro documento em que encontramos referência a um Bispo de Roma que assume para si esse título é do ano 302, de Marcelino II, no monumento fúnebre que mandou erigir para um dos seus diáconos.
No séc. V, aos poucos, as pessoas começam a chamar Papa apenas ao Bispo de Roma. No Oriente, a partir do séc. VI, acaba-se por fazer o mesmo, embora ainda encontremos um ou outro Bispo que chama para si esse mesmo título.
Gregório VII, no séc. XI, através do “Dictatus Papae”, afirma na proposição XI que o título de Papa deve ser usado única e exclusivamente para o Bispo de Roma.

In Agencia Ecclesia

Re: Ecumenismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de January de 2006 00:41

Caros Amigos:

Tive esta noite uma experiência de oração e comunidade que me deu ainda mais esperança, por contraste com outras realidades tristes que, como católicos de vez em quando enfrentamos..


Tratou-se de uma Oração Ecuménica pela Unidade dos cristãos [/i.

Foi uam exeperiência profunda e irmã, numa belíssima Igreja de raizes medievais _ juntámo-nos Católicos, Ortodoxos e Protestantes, unidos na mesma fé.
Rezámos o memso credo, o mesmo pai Nosso, e os respectivos padres e pastor fizeram uma homilia de rflexão sobre os textos do evengelho ( que todos partilhamos...
A celebração teve várias vozes e várias línguas - com apresença dos nossos irmãos ortodoxos da Ucrãnia e Rússia...

Foi um momento belíssimo que nos fez acreditar nas palavras do irmão Roger...

A Unidade dos cristãos[i] já existe
. Há que descobri-la, com autenticidade e indo ao encontro uns dos outrso.


Re: Ecumenismo
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 26 de January de 2006 11:23

muito bem CP. excelente exemplo.

Re: Ecumenismo
Escrito por: Fausto (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 02:32

Gostaria de aproveitar e sugerir nesta discussão mais alguns temas:

- Estamos conscientes da fronteira de separação entre ecumenismo e sincretismo?

- Devemos abdicar gradualmente de elementos de nosso credo, em benefício do ecumenismo? Por exemplo, em relação à última mensagem (catolicapraticante), parece que não se rezou a Ave-Maria, naturalmente pela presença de representantes de seitas protestantes. Contudo, não creio que alguma igreja protestante esteja colocando imagens de barro em seus cultos, também em sinal de aproximação ecumênica.

- Com toda a sinceridade, me respondam: será que o ecumenismo trará bons frutos? Para ajudar neste questionamento, sugiro que todos proponham um cenário no futuro de como seria o inter-relacionamento religioso. Seria que todas as religiões se tornariam uma só (uma super-religião)?


Re: Ecumenismo
Escrito por: João (IP registado)
Data: 30 de January de 2006 05:05

O ecumenismo cristão só pode trazer bons frutos porque seria um voltar às origens. O cristianismo já foi um só, e realmente é pena que esteja tão fraccionado hoje em dia. Todos os cristãos acreditam essencialmente no mesmo, não vejo porque não possamos capitalizar isso e unir as igrejas cristãs. Com certeza que será um caminho longo, mas não será proveitoso e não valerá a pena?

Em relação à questão do medo do sincretismo, a minha pergunta seria: é mais importante ser católico/protestante/ortodoxo ou Cristão?

«Amai-vos uns aos outros como eu vos amei a vós»

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