Caros Cibernautas

Hoje visitei idosos num Lar da Terceira Idade. Eles sentem-se muito sós e ouvi palavras tristes que me comoveram...Aqui deixo algumas palavras que hoje ouvi: "é muito triste chegar a velho e estar nestas casas, sem saber falar."

Para quem goste de visitar idosos, aqui fica a lembrança.

Visitem os velhinhos, Deus agradece, presumo!

"Estava doente e vieste visitar-me."

visitar os doentes, consolar os tristes...

A solidão é nas sociedades ocidentais a maior pobreza.
Agora ampliada para muitos pela ausencia de fé. Sem a alegria da fé em Deus o peso da solidão torna-se verdadeiramente insuportavel.

Também deixo aqui um apelo. Ontem tive de deslocar-me às urgências do Hospital de Santa Maria com a minha mãe.

De vez em quando tenho de lá ir e digamos que já vou conhecendo um pouco daquele ambiente. Não sei por que razão, mas não havia nenhum voluntário. Só vi um papel na sala de espera da triagem a pedir voluntários.


Se alguém poder, adira. Neste ou noutro hospital. Vi pessoas completamente sozinhas.

O que mais me impressionou foi um casal de idosos. O senhor teve um AVC. A esposa, também já de certa idade, andava com uma canadiana e também mal podia andar, mas lá fazia o possível para o ajudar.
Chegou a um ponto que não aguentei e fui ter com eles. Vim a saber que a senhora tentava desesperadamente falar com uma sobrinha, mas não sabia fazer chamadas na cabide e a senhora da secretaria não a tinha ajudado. Tentei ajudá-la, mais duas pessoas, e lá se tentou resolver o problema.

A falta que um voluntário fez naquele momento, nem que fosse apenas para fazer um telefonema! Faço voluntariado e digo-vos, há muita solidão por aí. Há falta de comida e de agasalho, mas o mal maior é a solidão e a exclusão social, que se faz sentir bastante entre os idosos, que leva as pessoas a calarem-se e a viverem com medo.


Ajudem. Seja de que maneira for. Não se esqueçam que essa missão aos olhos de DEus é a mais importante.

Beijos em Cristo

mj

Era bom que todas as paróquias tivessem um grupo de pessoas para visitarem os doentes. E que os padres tivessem um pouco de tempo para levarem conforto aos doentes.

O nosso pároco já está há 1 ano nesta paróquia e nunca foi visitar os idosos a este lar.

Por acaso na minha paróquia temos. Temos um grupo para visitar doentes e ajudá-los no que precisam, temos outro de voluntários (no qual estou) que visita familías em risco que necessitam de ajuda a vários níveis, mas principalmente psicológicos. Brincamos com as crianças, falamos com a família, quem é crente também gosta de rezar... Depois há o grupo de missionários que fazem missão cá dentro e lá fora e os alguns grupos de jovens também costumam ir a lares de idosos e de crianças. Por exemplo, o meu grupo, comprometeu-se com um lar de crianças em risco.

Mas, sem dúvida, que devia haver mais grupos de voluntários. E um maior envolvimento dos padres. Na minha paróquia não sei se costumam fazê-lo frequentemente, mas sei que pelo um deles já andou por bairros degradados a dar uma palavra de conforto.

Mas, às vezes, também é preciso iniciativa. O grupo de voluntariado a que pertenço é muito recente. A ideia partiu de umas pessoas e, tratamos da burocracia que havia a tratar, e já estamos no terreno. Não é fácil comecarmos um grupo de raíz e ainda temos muitas arestas a limar, mas com a ajuda de DEus vamos lá. O importante é que haja pessoas e que se faça apenas aquilo que sabemos fazer. Obviamente que em certas doenças temos de chamar enfermeiros e médicos. Mas, lá está, podemos divulgar que existem pessoas a precisarem deles. O que há mais é enfermeiros e médicos na Igreja.

Seja por acções e/ou palavras, o importante é ajudar.

A propósito desta conversa, e por curiosidade...pelas vossas zonas existem Conferências Vicentinas? Estão a par do trabalho deste movimento?

Sim chuva. Na minha paroquia ha uma conferencia vicentina. Visitam os mais pobres, ajudam-nos etc. Fazem um excelente trabalho. O meu grupo socio caritativo trabalha muito com ela.

Sim, há Conferências Vicentinas em igrejas Canadianas. E há portugueses nesse voluntariado. Vão às casas e vêem do que precisam, comunicam e alguém lhes leva o que necessitam, comidas, mobilias, etc.

Mas nos lares da Terceira Idade, não lhes falta nada. Apenas necessitam de carinho, uma fala em Português, pois muitos idosos nunca aprenderam o inglês.
Estas palavras são tristes; "custa muito chegar a velho" "nem vale a pena trabalhar muito", dizem isto porque os filhos os puseram em Lares!

Realmente é triste.
Quando a minha avó era viva estava num lar de idosos, mas o meu pai ia lá todos os dias. A profissão era inconciliável com o cuidado de um idoso, que no caso da minha avó necessitava de uma enfermeira.
NEsse lar existia (infelizmente também faleceu) um senhor que gostava que as pessoas se sentassem ao pé dele. Não era preciso dizer nada (até porque ele era quase surdo e não falava), mas queria dar a mão às pessoas. E muitas vezes estive com ele, porque via-se que ele precisava de carinho.
No entanto, o trabalho com idosos e doentes pode trazer consequências psicológicas. Não é para todos a possibilidade clínica de trabalhar com estas pessoas.
E os padres só não fazem mais porque não podem. Depois de milhentos assuntos da paróquia, tornam-se padres sacramentalistas, como dizia noutro dia um padre num blog. PErdem todos os motivos que os levaram a ser padre, como a ajuda, etc.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Também, fico triste quando entro nestas casas. Uns ainda novos, outros falam com palavras de solidão e de tristeza.
Ontem quando me despedia de uma senhora, ela disse umas 3 vezes," só Deus lhe pode pagar". Mas mais me agradecem com a palavra de Deus!

Uma vez fui a um Lar da Terceira Idade, vi lá uma senhora mais ou menos da minha idade, ainda nova:) fiquei tão triste que cheguei a casa e disse aos meus filhos; se eu morrer não chorem por mim, prefiro morrer do que estar num lar numa cama acamada.

Na minha paróquia também temos os vicentinos e têm um papel importante na ajuda a quem mais precisa.

Concordo com o Diogo. Este trabalho não é para todas as pessoas, por isso é que eu dizia que devemos ajudar conforme as nossas possibilidades e capacidades.

Fico contente por saber que existem conferências vicentinas pelas vossas paróquias. Curiosamente até há pouco tempo não tinha grande conhecimento do trabalho desses movimentos. Contactei (profissionalmente) com elementos ligados ás conferências de um concelho vizinho...infelizmente pela minha zona não existem. São grupos completamente desconhecidos pela população. Mas aprendi que eles também além da ajuda material, procuram dar uma ajudazinha no apagar da solidão das pessoas...e que preciso que é.

Olhem, estou a mandar o vosso correio para portugueses que estão em Lares da Terceira Idade. Selecciono algum correio e envio. Será que posso? Vocês autorizam-me a fazer tal?:)

Ana

Quanto ao que escrevo podes mandar. Até agradeço que o faças caso consideres ser bom para as pessoas...para ajudá-las a viver.
Podes fazer-me um favor? se achares conveniente pergunta se querem que eu lhes escreva directamente.
Aguardo a tua resposta. Se quiseres mandar-me Mensagem Privada com os e-mails...acho que seria o modo mais fácil.

Adeus

HOMENAGEM AOS AVÓS

Obrigado, queridos velhinhos! É a nossa voz de carinho.

Foste a semente na juventude para nos dar a vida. Regaste com salário de sour a primeira semente dos vossos filhos. Gastaste carnes e ossos sempre a olhar o futuro. Destes tudo no altar de um amor sacrificado e hoje apoiais-vos lentamente no que fica dos vossos anos. Às vezes, vejo-vos sozinhos, rostos sofredores do Senhor, com sinais de dor no olhar e lábios apagados em triste ocaso e sem amor. De casa em casa, com o sorriso morto nos lábios, olhando solidões em horas infinitas de silêncio. Por vezes, com a cruz aos ombros, a caminho de um asilo. Como é triste a cultura de morte da nossa sociedade! Como são cruéis os filhos, ricos de ciência e de dinheiro e de casas confortáveis...que vêem em vós um estorvo e compram mãos que vistam a sua orfandade!
Obrigado, queridos velhinhos! O vosso rosto é o de Cristo a caminho da Páscoa. Em vós já amanhece a vida e a ressurreição.

POr mim podes fazê-lo, Ana. Não tenho qualquer problema.
E já agora também posso escrever-lhes directamente. Uma óptima ideia Maria José.


Maria João

Este fim-de-semana uma senhora que se encontra no hospital, em recuperação, telefonou-me e disse que já não tinha roupa para vestir, se lhe podia lavar a roupa. Desloquei-me a 50 km da cidade de onde vivo, para ir buscar a roupa da senhora. O filho, a nora e uma neta vivem na cidade e nunca foram ver a mãe ao hospital. Disseram ao filho que a mãe fez a seguinte operação, ele responde: "não foi grande operação"!!!

O que é que os filhos querem da mãe? Que ela morra?

Ontem fui buscar a tal dita senhora ao hospital. Era para sair na quinta-feira como não tinha ninguém para a ir buscar teve que estar no hospital até sábado. Fui fazer-lhe compras e comprar remédios. Pensei no Camilo:) sou eu e tu Camilo a tentar fazer o bem, será que Deus aprecie o nosso trabalho?

Esteve esta semana um padre a jantar na minha casa. Falamos em muita coisa; quando chegamos a idosos, diz o padre; É Deus que se mete para ajudar os idosos. Será?

A solidão podemos vê-la em Jesus Cristo; quando na Cruz, num grito nos diz «Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?» (Mt 27, 46); ou quando está no Getsémani numa grande agonia a orar ao Pai e os seus companheiros dormem? Ou quando troçam e zombam dele a caminho do Calvário? Ou quando O vemos a ser abandonado por muitos dos Seus discípulos, pois nada compreenderam? Jesus está só: até os Seus Apóstolos não O entenderam.
Quando vejo muita gente abandonada, só, encho-me de tristeza. Três dos meus avós faleceram no hospital: como eles muitos hoje estão. Só lhes resta a esperança de se encontrarem com Jesus e se configurarem a Ele, numa solidão "partilhada" com Ele. Os homens podem abandonar-nos, mas Deus nunca, pois desde o ventre da nossa mãe já nos conhece, ainda que a mãe se esqueça dos seus filhos, Eu nunca vos abandonarei.
Cunha

Hoje aqui, aí foi ontem levantei-me às 5:00 horas da manhã para fazer sopa fresca para essa senhora que os filhos a abandonaram, pois às 10:00 tinha de estar no meu trabalho. Ela queria-me pagar; eu disse-lhe que lhe oferecia a sopa pela alma dos meus pais. Agarrei na roupa que tinha para lavar e trouxe-a para a minha casa e aqui vou lavar e passar a ferro.
Farei algo de bem? Será que Deus aceite isto pela alma dos meus pais?