Caminho do Tejo nem sempre usado pelos peregrinos de Fátima
In: Eclesia

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O Caminho do Tejo é um dos percursos usados pelos peregrinos para chegar a Fátima. Ou melhor, deveria ser. Porque eles preferem vir pela nacional em vez de seguir o caminho assinalado.
Todos os caminhos vão dar a Fátima. São milhares aqueles que se encontram a caminho de Fátima vindos de diversos pontos do país, para participar nas cerimónias de 12 e 13 de Maio.
Pela Giesteira passam muitos peregrinos em direcção ao Santuário de Fátima. “Grupos de 20 a 30 pessoas, de gente nova”, explica Manuel António Sebastião, nascido e criado em Giesteira, um dos locais por onde passa o Caminho do Tejo.
O grande grosso dos peregrinos que passa por ali, faz o percurso pela estrada nacional em direcção a Fátima. Isso mesmo confirma Manuel Sebastião: “Nunca passamos por ali (Caminho do Tejo). Vamos pela principal (estrada)”.
Rui Vieira, habitante de Minde tem feito por diversas vezes o caminho que liga a Fátima. De bicicleta ou de jipe porque “a pé é duríssimo”. E adianta: “Para peregrinos que já vêm cansados, não acho que seja caminho que se aconselhe”. São 13 quilómetros “ no meio do mato. Sem nada”.
O percurso do Caminho do Tejo cruza-se com o habitual trajecto percorrido por muitos peregrinos em Minde. Mas quase ninguém escolhe o primeiro percurso. O segundo, apesar de mais perigoso, porque é sempre à beira da estrada, oferece mais apoio das mais diversas entidades.
Segundo alguns testemunhos de pessoas que já efectuaram o Caminho do Tejo, este acaba por ser mais longo. Curiosamente, já na recta final, em Giesteira, a apenas dois quilómetros de Fátima, o Caminho do Tejo leva os caminhantes a percorrerem dois quilómetros em direcção a Moita do Martinho para depois se dirigirem a Fátima, mais dois quilómetros.
Os responsáveis do Centro Nacional de Cultura (CNC) falam no sucesso deste percurso. Serão "mais de mil" os que usam este percurso para chegar a pé a Fátima, fugindo às estradas saturadas de trânsito, ruído e poluição. "Se não pensássemos que o caminho tem virtualidade, não o teríamos feito”, afirmou Lourenço Almeida, do CNC.
O Caminho do Tejo foi inaugurado em 1999, um projecto do Centro Nacional de Cultura que liga Lisboa, desde a Pala Siza Vieira, no Parque das Nações ao Santuário de Fátima. O objectivo era dotar o país de redes de caminhos pedestres de forma a permitir aos peregrinos apreciar o património cultural e natural. Cinco jornadas, com 20 a 30 quilómetros, cada.