Parece que a popularidade deste Fórum já chegou ao Vaticano ;-) pois, vendo que temos discutido nestes dias questões de Liturgia, “publicaram” um documento sobre a Liturgia, que até responde a algumas questões concretas colocadas por vários intervenientes.
Vamos então ver o que se passa.
Certamente muitos se lembram que em Setembro do ano passado houve grande “sururu” por causa de uma uma suposta primeira versão de um documento muito restritivo sobre a celebração da Eucaristia. Falava-se em 37 proibições, como a dos aplausos, ou da existência de acólitas... Este fórum fez eco disso mesmo no tópico
"Vaticano decreta 37 actos proibidos nas missas".
Na altura não acreditei nos muitos e maus augúrios que apareceram, pois me pareciam demasiado “disparatados”. E, felizmente, a desconfiança saiu “compensada”. Os “fantasmas” não se confirmaram. Acaba de sair a
Instrução “Redemptionis Sacramentum” (
versão espanhola e
outras línguas).
[
Este documento já tinha sido anunciado na Encíclica “Ecclesia de Eucaristia”), publicada há um ano.]
Já li o documento e creio que é um texto muito válido e que deve ser lido com atenção. De certeza não escapará a críticas, sobretudo do continente americano (prevejo, porque muitas questões são claras “respostas” recriminatórias a supostos “abusos” do continente em causa – mas não só! – ), mas em muitos aspectos até o acho muito aberto. Por exemplo, abre bastante as portas à prática da comunhão sob as duas espécies (que é já generalizada nalguns países). Noutros aspectos – muitos – pretende claramente corrigir abusos, assumindo um tom algo negativo ou recriminatório no que diz respeito a algumas práticas. E a verdade é que algumas práticas enunciadas, explícita ou implícitamente, são claramente abusivas. Curioso é que o documento é bastante extenso e, contudo, parece-me que tem algumas omissões, imagino que consentidas.
Recomendo a leitura do documento. Inclui partes mais “teóricas” e outras bastante práticas, de relevância variável, própria de uma Instrução que claramente responde a questões e problemas concretos.
Será uma boa ideia que o queiram ler e comentar. Já é tempo de deixar de parte as “bocas fáceis” e discutir as questões na sua substância e isso faz-se lendo os textos. É sempre uma boa oportunidade de actualização. Afinal, é uma oportunidade particular, sobretudo para os que acusando continuamente a Igreja de falta de actualização não passaram da catequese da Primeira Comunhão feita aos seis ou sete anos de idade... Todos precisamos de contínuo “aggiornamento”!
Alef