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Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de January de 2005 16:29

Mas fico contente porque até o joão 0liveira reconhece que " O uso do preservativo diminui parcialmente as incidências."
Muito bem....
Milagre!!!!!


João Oliveira

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de January de 2005 16:30

Tudo a praticar abstinência e a fazer filhos em laboratório!

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 21 de January de 2005 16:40


JMA:

"Uso generalizado" é uma expressão perfeitamente comum. Se fosse bastante claro, encontrar-se-ia nessa mesma nota pastoral uma exposição "bastante clara" sobre o facto da moral católica supostamente admitir a contracepção como meio lícito e bom. Se fosse "bastante claro", não precisarias de fazer uma citação tão pequena quanto uma palavra ambígua para provares algo tão sério.


catolicapraticante:

Continuas a manipular e a enganar, a ti mesma e aos outros. Rezo por todos os que sofrem e os que os possam ajudar.


Alef:

Estou a falar desta situação em particular "Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo": vejo claramente que não foi nada disso que teve lugar. Aquilo em que tenho certeza e clareza é no Catolicismo e até encontro em mim uma particular rejeição intelectual do dualismo na filosofia cartesiana. Se vais falar mais sobre as tuas considerações a propósito da contracepção, escreve no tópico em que já começámos, Métodos Naturais de Planeamento Familiar, no qual ainda espero escrever muito em breve.


...«Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» ~ Jo 8,31-32

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de January de 2005 16:50

.Segundo a UNAIDS, o organismo da ONU responsável pelo estudo epidemiológico da sida a nível mundial, há cerca de 30 mil seropositivos em Portugal – i.e., pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana –, três vezes mais do que os casos admitidos oficialmente pelas autoridades portuguesas.

A explicação avançada pela UNAIDS para o caso parece risível. «Em 1999, países como Portugal, Espanha, Itália e França ainda não haviam implementado o sistema de notificação do HIV ou este apenas estava a ser aplicado nalgumas regiões», lê-se no documento.

Os novos casos diagnosticados no ano passado dão a Portugal o pior resultado entre os países da União Europeia: 88,3 pessoas doentes em cada milhão de habitantes. A crer nos dados avançados pelo Centro Europeu para a Vigilância Epidemiológica da Sida, estamos na pior posição da União Europeia.

Desde 1983 – ano em que foi notificado o primeiro caso em Portugal – totalizam-se 8105 casos oficiais de sida no nosso país. Mais de metade destes doentes já faleceu.

In Visão



Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de January de 2005 16:53

"Rezo por todos os que sofrem e os que os possam ajudar"
Obrigada pela parte que me toca. Podes ter a certeza que tudo farei ao meu alcance para a jaudar a que não continue a transmissão da SiDA, recorrendo aos dados disponíveis da ciência e combatendo o fanatismo religioso.
quanto aos que são contaminados vítimas da ignorância ou do fanatismo religiosos que defendes é melhor não rezar por eles.

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de January de 2005 16:58

Como nunca viram ninguém a morrer com Sida, estão descansadinhos no sofá , com os seus tercinhos e olhos revirados de comiseração hipócrita!
Como não conhecem nenhum jovem com Sida , atrevem-se a vomitar sentenças de castração para toda a vida...
Como nunca conheceram nenhuma mulher grávida seropositiva, atrevem-se a perorar sobre a castidade...

Não há decência!Andam uns a investir, a prevenir e a tratar e outros a destruír....

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 21 de January de 2005 17:00

Andam uns a tentar pelo menos minorar o sofrimento e fazer prevenção e outros a manipular e a mentir.....

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 21 de January de 2005 17:41

João Oliveira,

A palavra utilizada não é nada ambígua; a frase ainda é menos ambígua.

Citei um documento da Conferência Episcopal, chamando a atenção para um parágrafo relevante numa questão que está a ser aqui discutida.
Dentro desse parágrafo referi particularmente uma palavra fundamental para que esse documento não fosse anti-cristão.

Isto porque afirmar, sem mais, que o uso do preservativo é negado, está errado, do ponto de vista moral, porque não existem actos intrinsecamente maus.

A internet é muito apelativa para leituras (de todos os gostos), mas para discutir a moral seria útil a leitura de Bernard Haring.

João (JMA)



Editado 1 vezes. Última edição em 21/01/2005 17:47 por JMA.

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 22 de January de 2005 16:56

Caros amigos:

1. Um estado de alma: indignação. Começo por dizer que me senti deveras indignado depois de ler algumas mensagens aqui deixadas a propósito do «episódio Martínez Camino». E para que não restem dúvidas, o que mais me indignou foi a «dupla combinada» das mensagens do João Oliveira e do P. João Luís. A catolicapraticante também escreveu alguns excessos (de forma e de conteúdo), mas acabo por dar mais razão a ela que aos dois. Posto isto claro, também gostaria de deixar claro que não me movem polémicas «ad hominem» (não discutimos pessoas), mesmo que alguma coisa do que diga possa ser mais contundente. Não me levem a mal. Mas gostaria de prevenir para um tipo de discurso típico do P. João Luís (a que a catolicapraticante também recorre frequentemente), que é optar por um discurso «contra-factual», querendo tirar conclusões desclassificatórias daquilo que eu não digo.


2. Preâmbulo. Para que não se misturem as coisas, a menos que indique o contrário, tratarei aqui a questão do uso do preservativo no contexto da Prevenção do contágio do HIV e não como método contraceptivo. Creio que são situações bem diferentes, pelo menos na sua abordagem, sob vários aspectos, que agora não vou referir.


3. A caricatura do preservativo. De qualquer forma, é necessário dizer que a questão do preservativo acaba por ser algo anedótica. «Não está suficientemente explicada», diz um bispo, mas parece-me que está também insuficientemente ou incorrectamente compreendida e enquadrada pelos mesmos que a «debitam». Impressiona-me que, como por golpe de magia, quando se passa para questões de moral sexual e familiar se «esquecem» coisas tão elementares como a clássica «doutrina» das «fontes da moralidade», para se falar de alegados «actos intrinsecamente maus» (coisa que não se aplica ao «matar alguém») ou «sempre ilícitos», como se isso tivesse base filosófica indiscutível... Caiu-se num fenomenologismo que impressiona; invoca-se por tudo e por nada a «lei natural», como se fosse um conceito absolutamente universal e inquestionável. O preservativo transformou-se numa «comédia bufa», sem graça, e caricatura barata e fácil de toda a moral católica. E é uma pena, porque a moral católica, mesmo no que diz respeito à sexualidade e à família, tem aspectos de enorme elevação. Com o fundamentalismo reinante em muitos sectores da Igreja leva-se a reacções que deitam fora o bebé com a água de o lavar.


4. «Hierarquia de verdades». E aqui – como noutros âmbitos – é fundamental ter em conta o que realmente é essencial e o que é menos essencial. Também aqui haverá uma «hierarquia de verdades» e o uso do preservativo na luta contra a Sida não estará no primeiro nível. Ou será? De resto, continua por resolver – pelo menos, para mim – o problema teológico da «recepção» e do «sensus fidelium» em vários temas de moral sexual e familiar... Mas parece-me que a defesa da vida está claramente no primeiro nível! Não será disso que se trata na prevenção da infecção do HIV?


5. O difícil quadro teórico: o «mal menor» e outras questões. Valeria a pena abordar ainda outros elementos, como o problema da indefinição e da complicação que é esse «princípio» pouco «oficial» do «mal menor». Pode-se teorizar tal «princípio»?

Em muitos casos, parece-me claro que não. Por exemplo, não é eticamente legítimo matar uma pessoa para salvar cinquenta... Mas mesmo esta formulação levanta problemas complicadíssimos quando tratamos de casos extremos como uma gravidez ectópica (os malabarismos dos hospitais católicos para tratar deste caso são paradigmáticos, não sei até que ponto honestos, para salvar a «tese» do «duplo efeito»).

Noutros casos, pode-se falar em «mal menor». Por exemplo, quando sabemos que alguém está decidido a provocar um mal, podemos tentar dissuadi-lo a optar por algo que cause menos mal: se vejo que alguém está determinado a roubar mil euros a uma pessoa pobre, posso tentar convencer este alguém a não roubar a uma pessoa pobre, mas a uma rica. Não estou a inventar nada, pois isto é já tradição que vem desde os Padres da Igreja. Saber disto evitaria o imbróglio em que se meteu a hierarquia neste episódio.

De qualquer forma, há dificuldades várias. Há alternativas não problemáticas à «teoria» do mal menor? O que é que está realmente em jogo na questão do preservativo como meio de prevenção da Sida? Tem o mesmo enquadramento um programa de prevenção de Sida geral para formação de jovens e para mulheres que se dedicam à prostituição? E no caso da homossexualidade?

Muitas questões, portanto. Mesmo que tenhamos poucas respostas, é necessário ousar pensar e não deixar-se ir por uma qualquer cartilha, sem mais. Nestas questões, o melhor é desconfiar da abundância de «ideias claras e distintas», porque a vida nos coloca constantemente em cheque (a nós e às nossas teorias), se não nos negarmos a «ver».


6. O plano da práxis. Estamos no plano da práxis e não simplesmente no de estabelecimento de princípios gerais ou de questões dogmáticas do âmbito do chamado «Depositum fidei». Por isso se torna imperioso encarar a prática, os casos concretos. Aqui não se trata de mera casuística, porque da «vida real» se trata. Há então que deixar claro algo que me parece de suma importância: o plano da ética não é exactamente o mesmo da doutrina (o que não significa que sejam contraditórios, mas que são planos diferentes). E no plano da ética há que distinguir, entre outras coisas, os princípios (que são como que estrelas que guiam a navegação, mas a que nunca se chega) e as situações concretas. O que se passa é que quando os «doutrinários» se metem no campo da ética tendem a estragar tudo. Mas isto daria muito pano para muitas mangas, não só no campo da teologia, como também no da filosofia. Adiante.


7. O «episódio Martínez Camino»: sintomas, ou a ponta do «iceberg». Começaria por um comentário geral sobre este «episódio Martínez Camino». Devo dizer que até gostei de ver isto. Este episódio veio mais uma vez confirmar uma das minhas grandes preocupações, já abordada no tópico «Moral Católica esquizofrénica?», apesar dos anátemas do João Oliveira. Reitero que não me move nenhuma motivação «liberalóide», nem me encontro em qualquer tipo de «rebelião contra o Magistério», e sempre procuro ver a coerência interna do núcleo da teologia moral, mas acho que, de facto, existe um problema grave na Igreja (problema também teológico!), sobretudo ao nível da linguagem, a tal «esquizofrenia» de que falei. Vejamos:

a) Por um lado, entre a doutrina e a pastoral (alguns, para «resolverem» o problema, eliminam a pastoral, outros esquecem a doutrina);

b) por outro, entre as distintas (demasiado distintas!) formas de tratar as questões pastoralmente.

c) E confirma-se ainda outro aspecto da «esquizofrenia»: também na doutrina, em assuntos que alguns consideram «matéria irreformável», «definitiva» ou ainda «inegociável».


8. O Reino do Medo. Para se «resolver» isto, recorre-se à «lei da moca» e é por medo que muitos bispos não dizem o que realmente pensam. O episódio que comento denota algo subtil: os bispos falam entre si com algum à-vontade e alguma «liberalidade» sobre estes temas «quentes», mas depois não podem «perder a compostura» e têm que fazer declarações redondas, solenes, que não irritem Roma. E se disserem algo daquilo que pensam, «lá vem Roma» e então acusam-se os jornalistas de má interpretação. E muitas vezes os jornalistas fazem más interpretações e buscam o sensacionalismo, mas não foi bem o que aconteceu neste caso. Mais do que «más interpretações» houve, sim, frases que depois Camino disse serem incompletas. Revejam, se puderem, as imagens na televisão.

Ainda sobre o duplo discurso dos bispos, fique aqui a seguinte «história», de fonte segura (é «off-the-record»!), que me foi contada, em primeira mão, por alguém que esteve lá: no último Sínodo dos Bispos da Europa, em Roma, houve um momento para pequenas comunicações livres sobre temas candentes. Pois, note-se: tratando das dificuldades em atender pastoralmente tanta gente, por falta de ministros ordenados, vários bispos pronunciaram-se favoravelmente sobre a Ordenação das mulheres (!) (tema irreformável, clamaram alguns neste fórum!) e sobre o celibato não obrigatório dos padres (outro!). E sabem como ficou resumido isso para «consumo externo»? Ficou resumido numa frase, que dizia mais ou menos o seguinte: «rezamos para que o Senhor nos envie mais vocações»! E garanto-vos que em matéria de moral sexual vários bispos em privado manifestam-se muito mais abertos que o «discurso oficial». É uma pena que o medo «fale» mais alto, para calar.


9. Um mal menor, para um bem maior. Ah, mas voltando atrás, porque me deixa de alguma forma contente este «episódio Martínez Camino»? Porque ajudará, em primeiro lugar, muitos pastores a perceberem um pouco melhor que ainda existe lugar para o discernimento e para a «cura personalis», que existe menos «monobloquismo» na Igreja (pode ser que algum entre em crise, ou, para a negar, comece a (des)classificar os bispos). Ajudará também a pacificar muitas pessoas que vivem atormentadas pelo escrúpulo. Ajudará ainda – assim espero – a hierarquia a perceber que em tudo isto tem havido mais ideologia que teologia, mais política que caridade e que vai sendo tempo de maior transparência e verdade. E é bom não esquecer os outros «episódios» já por aqui lembrados: Argentina, Brasil, França, etc. Vão-se abrindo fendas na torre de marfim em que vivem certos prelados, alheios a este mundo onde Jesus os enviou e no qual quis encarnar.


10. Frases bombásticas. Vamos então ao comentário de algumas coisas que foram escritas e/ou citadas por aqui. Peguemos em dois grupos de afirmações paradigmáticas do exagero:

- «A utilização do preservativo é a única forma eficaz de impedir a transmissão do HIV» (catolicapraticante);

- «Reafirmo que infalível é realmente a abstinência» (P. João Luís); «a abstinência de relações sexuais indevidas e a fidelidade entre os cônjuges são a única conduta segura generalizada contra o perigo da SIDA. As recomendações dos especialistas em saúde pública coincidem com a doutrina da Igreja neste ponto» (comunicado Martínez Camino, re-citado por cá).

Os dois grupos de frases são falsos, por aquilo que excluem (nisto seguem uma constante de muitas formulações heréticas). Em resposta à segunda das afirmações, a catolicapraticante indica que «há outras formas de transmissão da Sida – como por contaminação através de via sanguínea ou contaminação materno-fetal», mas se isso é verdade – e é –, ela mesma reconhecerá também que nestes casos de pouco servirá usar preservativo! O preservativo não é, de facto, a única forma de impedir a transmissão do HIV. É uma forma de eficácia bastante elevada ao nível de uma das vias de contágio, o contacto sexual. Há muito mais a ter em conta, como o cuidado no uso de utensílios cirúrgicos, o não partilhar seringas, etc.

Cito um exemplo. Há uns dois ou três anos veio na imprensa internacional uma notícia aterradora: em várias aldeias chinesas havia mais de 60% das pessoas infectadas com o HIV, sendo que numa delas o número rondava os 80%. Falta de fidelidade dos cônjuges? Promiscuidade? Nada disso! São pessoas tão pobres, tão pobres, que vendem o seu sangue para ter uns cobres para sobreviver. Sangue que foi recolhido com agulhas usadas e «infectadas» com o HIV!


11. Descer ao povoado. Tentemos, por um momento, «pôr o guizo ao gato», pelo que interpelo directamente o P. João Luís e o João Oliveira: imaginem que tinham como missão ajudar as pessoas de uma destas aldeias, onde nenhuma destas pessoas é católica, e que tinham na vossa mão decidir dar ou não preservativos a estas pessoas, sendo que em vários casais, por enquanto, só um dos cônjuges é portador. Usariam vocês o mesmo discurso de que não aprovariam o uso do preservativo porque é sempre ilícito? Sempre?! Mesmo sabendo que as pessoas não entenderiam o que dizíeis (pelo que vocês já sabem que não se absterão de relações sexuais), manteriam o discurso de que o único meio de prevenir a propagação (total) é a abstinência e a fidelidade? É verdade neste caso que «utilização do preservativo implica uma conduta sexual imoral»? Onde está verdadeiramente a (i-)moralidade?

Prescindamos, por um momento, da falibilidade do preservativo, porque esse não é um argumento realmente honesto: se o preservativo fosse 100% infalível, aqueles que apontam a falibilidade como argumento, não deixariam de o desaprovar. O que está aqui em causa é a licitude do seu uso como método de prevenção da Sida. Já sabemos que não é 100% seguro.

[Já agora, salto por um momento para a questão do planeamento familiar: na mesma aldeia, onde é proibido ter mais de um filho, o recurso ao preservativo é SEMPRE ilícito?]


12. Descer às ruas da cidade. Peguemos agora noutro caso concreto. Várias pessoas e organismos ligados à Igreja trabalham com prostitutas, a vários níveis. Em alguns casos, estas pessoas têm que fazer «fila» entre os clientes das prostitutas, pagar o que pagaria um cliente (proxeneta exige) e aproveitar o tempo disponível para tentar ajudar esta pessoa a sair da situação em que está metida. Pergunto aos mesmos interlocutores de antes: apesar de não conseguir retirar imediatamente esta pessoa da prática da prostituição, devo tentar convencer essa pessoa que se prostitui a não usar o preservativo, porque é moralmente ilícito? Não será, antes, minha obrigação, recomendar-lhe que, já que não pode sair da situação em que está, pelo menos que se proteja, a si e a outros (quantos, directa e indirectamente!), mesmo correndo os riscos inerentes à falibilidade conhecida do preservativo?

Pois bem: muitas destas pessoas (incluindo padres) que trabalham com as pessoas que se prostituem não só lhes recomendam, como inclusivamente lhes dão preservativos. E possivelmente entrarão no Reino antes de nós.

Já agora, mais um caso: ontem estive com alguém ligado à Cáritas (por sinal, um padre), que trabalha num centro de acolhimento e recuperação de toxicodependentes. Abordámos estes temas e ele confirmou-me que também ele se vê na obrigação de dar preservativos aos toxicodependentes que assiste. E é o que faz. Irá algum dos leitores deste fórum denunciar o caso aos bispos? Provavelmente eles já sabem...


13. Obsessões clericais e a obsessão de Deus. Agora talvez se perceba um pouco da minha indignação. É que estes discursos condenatórios que vi por aqui (na verdade, são «espelhos reflectores», porque não pensam por si mesmos) mostram, a meu ver, um enorme desconhecimento da realidade das pessoas (ia a dizer, desprezo, mas não creio que haja má intenção). Com uma vassourada ideológica condenam-se uns quantos como anátemas e até parece que somos os melhores do mundo, porque nós «obedecemos à Bíblia» (ao contrário, de certo(s) bispo(s), adianta o João Oliveira). Pois, será que lendo 1Cor 13 ou Mt 25 não trememos? Será que quando Deus nos perguntar pelo que (não) fizemos pelas vítimas da Sida, responderemos com a acusação de que elas é que não fizeram caso da abstinência? Hoje mesmo lia num livro de um grande filósofo uma frase que ficou a ecoar: «o estóico é o orgulhoso da sua virtude». Nem mais. Creio que este é um problema muito sério numa moral que está obcecada com o sexo. Ora, meus caros, se alguma obsessão há na Bíblia, ela não é com o sexo, mas com a justiça! E podemos ser agentes de injustiça sempre que prescrevemos para os outros, farisaicamente, aquilo que não tocamos ou não nos diz respeito. Isto, sim, deve fazer-nos tremer! «Que fizeste do teu irmão?»

Não é também verdade que o bom é inimigo do óptimo?


14. Ver que há mais «tsunamis». E sobre a realidade, há que ver com olhos de ver os números da Sida do mundo, apresentados pela catolicapraticante. Ficámos impressionados pelo número de vítimas do maremoto na Ásia. Já pensámos que esse é o número de vítimas de Sida cada três semanas? É com pregações mais ou menos preguiçosas sobre os valores da abstinência e da fidelidade que resolvemos o problema? Não nos parecemos com isto a Nero cantando sobre a cidade de Roma em chamas?


15. Cumplicidades mortais. Sobre a acusação à Igreja de Crime contra a Humanidade por recusar o preservativo, não estou de acordo com o tom da catolicapraticante, mas lembro que cada vez há mais pessoas a apontar o dedo à Igreja. Talvez um (bom) sinal dos tempos... O P. João Luís diz: «É pois falaciosa, falsa, maldosa, e cheia de ódio, a expressão de que a Igreja comete crime contra a humanidade. A alternativa não é entre sexo com ou sem preservativo, pois aí sim, a Igreja apontava para o contágio, mas entre sexo sim ou não. Depois, não conheço nenhum padre que proíba o preservativo. Nem tem o direito de o fazer. A Igreja aponta o caminho, diz a sua doutrina. Mas nunca pode obrigar ninguém». Muitos problemas se colocam aqui.

a) Um deles é que, de facto, a Igreja tem uma influência fundamental neste campo. Senão vejamos: se a Igreja defendesse claramente o uso do preservativo, todos os missionários que trabalham na área da saúde seriam uma espécie de «tentáculo inibidor» da pandemia. Mas a tendência, é precisamente o contrário. Ainda há dias alguém contava que em certa missão as pessoas se recusavam a usar preservativos, porque tinham sido convencidas anteriormente que era o uso do preservativo o que causava a infecção por HIV! Mas há excepções, contudo! Na África do Sul, por exemplo, há aldeias dizimadas, cheias de órfãos e sem professores (vítimas da Sida) e os missionários não têm tempo para tantos exercícios mentais sobre «actos intrinsecamente maus». O que é intrinsecamente mau é deixar morrer por irresponsabilidade. E, além de vozes culpadas, pode haver silêncios cúmplices e silêncios que matam.

b) Outro problema tem a ver com a «área de influência». Na nota pastoral da CEP de Novembro de 2001 dizia-se que «a perspectiva cristã da existência não é necessariamente um caminho de facilidades, é uma longa luta, em que o cristão se confronta com a cruz do próprio Senhor Jesus Cristo, que é possível vencer com a força do espírito de Deus». Pergunta-se: teremos nós que impor isso aos não-católicos? Não é isso que, de facto, vai acontecendo? Será que, de facto, a Igreja apenas «aponta o caminho, diz a sua doutrina»?


16. Notas adicionais 1. Referindo-se aos bispos espanhóis, diz o João Oliveira: «E é preciso também lembrar a série de confrontos que enfrentam com o actual Governo Socialista...». Quanto a isto há que dizer: boa parte da culpa está nos bispos, que se colaram vergonhosamente ao anterior governo e ao Partido Popular espanhol. Com algumas declarações públicas absolutamente lamentáveis e desastrosas.


17. Notas adicionais 2. Diz ainda o João Oliveira: «O nosso programa pastoral, na prevenção da SIDA como em tudo o resto, é a santidade». Esta frase constitui uma pérola de demagogia; é daquelas frases redondas, que de tão dourada não se pode contestar, mas que na verdade nada acrescenta, nada diz. Muito eclesiástica, no mau sentido. Peço desculpa, mas parece-me que cai muito mal este tipo de chavões diante de tragédia tão grande.

Alef

PS.: 1. Peço desculpa ter sido tão longo. E muito ficou por dizer... ;-)
2. Catolicapraticante: com isto, atraso-me na resposta ao tópico da confissão, mas creio que comprenderás. Mas não esqueço.

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 22 de January de 2005 17:33



"Catholic church leaders tend to support the distribution of prophylactics when there is an educational program that underlines church teaching on responsible sexuality. Thus, Monsignor Jacques Suaudeau of the Vatican’s Pontifical Council for the Family writes in L’Osservatore Romano, the official Vatican newspaper, that “the use of prophylactics” in some circumstances, “is actually a lesser evil but it cannot be proposed as a model of humanization and development” (April 19, 2000).

The French Bishops Council declared in 1996 that the use of condoms “can be understood in the case of people for whom sexual activity is an ingrained part of their life style and for whom [that activity] represents a serious risk; but it has to be firmly added that such a method does not promote mature sexuality.”

The German Bishops Conference issued a document in 1993 which affirmed that “human conscience constitutes the decisive authority in personal ethics.” They add that “consideration must be given to the high number of abortions among single mothers and the spread of suffering even if the underlying behavior cannot be condoned in many cases . . . .”

Ranking church leaders, in individual statements, support the use of contraceptives in the context of responsible sexuality and prevention of AIDS.

The Cardinal Archbishop of Paris, Jean-Marie Lustiger, declared in 1989 that love and chastity were essential values in sexual maturity but that if a person is “HIV positive” and “cannot live in chastity” that such a person “should use the means that have been proposed” to prevent infection of others.

Bishop Eugenio Rixen of Goias, Brazil, adds that the principle of the lesser of two evils makes the “use of condoms less serious, morally speaking, than getting infected or infecting other people with the AIDS virus” (June, 2000).

Most people would be astonished to hear that ninety percent of the theologians on the papal birth control commission, at the conclusion of the Second Vatican Council, maintained that artificial birth control is not intrinsically evil and that official teaching against contraception could be changed.



The consistent thinking of the Catholic church has affirmed the lesser of two evils.
This approach reasons that the ambiguity of choices sometimes makes it necessary to prefer one evil in order to prevent a greater evil.
Thus, a pregnant woman may choose the removal of a cancerous uterus even if it entails the death of the fetus because the intention is the preservation of her life. It accepts the “evil” of the termination of prenatal life as a lesser evil, not intended directly.

A terminally ill patient may choose to forego all surgery and life support systems and permit death long before its biological inevitability as the lesser of evils. The “evil” of choosing one’s own death is seen as the lesser of evils when the alternative is prolonged, painful, and pointless continuation of life, achieved only through extraordinary methods.

The AIDS crisis claims more human lives than Plague or nuclear weapons took in their history. The crisis has the potential to destabilize world financial systems, with consequent malnourishment and the death of millions not infected with AIDS. The economic crisis is as severe as the usury crisis of former centuries. Yet contraception is not condemned in the Bible; usury was explicitly forbidden there. If a biblical prohibition can be set aside when conditions change substantially, a non-biblical prohibition can even more readily be reversed when the consequences of human lives and the lesser evil are weighed in the balance.

The Catholic church cannot and will not promote a “culture of death” if the lives of tens of millions of people can be saved through the moral choices open to the Catholic tradition.

We have reached a point with contraception and AIDS where the intent is no longer the prevention of pregnancy but the prevention of death. Contraception in the context we are considering is not aimed at controlling population but at avoiding a holocaust.



(..)
In the light of the magnitude of death before us, in the context of entire nations of orphan children and indeed of cultures whose young people are substantially absent, a new approach is imperative. Catholicism can find in its resources and in its commitment to life the resiliency to allow and recommend condom use to prevent a sexual plague more catastrophic than the bubonic death which almost destroyed European civilization.

The world does not always allow us to live in it in an ideal environment and according to our preferred wishes. It does demand of us, however, that we do live in the world and that we do so responsibly and generously. To stop AIDS is a life decision, a responsible choice, a generous action. When all efforts to promote mature sexuality are in place, we must also factor in the reality that all people are not mature. The realism of the Catholic tradition knows this and provides for this in other instances. Condoms to prevent AIDS can be a step on the way of teaching sexual maturity and responsibility. In the light of this, there is sufficient evidence that Catholics at large and leaders in increasing numbers affirm life over death and the protection of the innocent from the plague of AIDS.

Anthony T. Padovano
Catholic Theologian
June, 2001



Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 22 de January de 2005 18:25

Muito bem Alef. Aplaudo a tua coragem e os teus conhecimentos.

Só quem nunca passou pelas missões em África é que pode achar que as missões não aconselham o uso do preservativo. Não direi todas, mas aquelas de que tenho notícias seguras, fazem-no... é a opção pela VIDA que a isso obriga...
a SIDA não deve ser tratada com ligeireza e confesso que a mim também me chocam um pouco as mensagens do João Oliveira e do João Luís. Uma vez mais, a necessidade extrema de defender a letra da Lei contra tudo e todos parece que faz esquecer que há pessoas e que a cada uma Deus ama de igualíssimo modo...

Eu não sei se falaria de "Reino de Medo". Mas é óbvio que há inúmeras pressões e não apenas do Vaticano, mas também de outras organizações mais ou menos integristas dentro da Igreja...

É preciso manter o optimismo: são muitos os bispos/e pelo menos alguns os cardeais que anseiam também por mudanças a este como a outros níveis, mas que nem por isso abdicam da fidelidade à Igreja... as coisas vão lá... com calma... eram também muitos os que diziam, antes do Vaticano II, que nada iria mudar e que, para dar um exemplo, NUNCA haveria missa senão em Latim... está à vista...

Agora ando com tendência para os suspiros e os desabafos: mas quando é que será que perceberão que no conservar irracional do que existe, na defesa de que são os únicos com capacidade para ouvir o Espírito e até mesmo os únicos a quem o Espírito fala (ou está autorizado a falar), na recusa em ouvir os outros, não se constrói nada de bom?? Foi isso que João XXIII percebeu... não disse que estava tudo errado na Igreja, claro, mas predispôs-se, até em termos filosóficos, a conceder que nem sempre nós somos os únicos certos... que nas opiniões e nas ideias dos outros também se move, nem que seja às vezes, o Espírito.

Ah! E percebeu que na fé, não serão/nem será desejável que sejam muitas as coisas às quais possamos associar os advérbios 'sempre' ou 'nunca'...

Por fim, concordo e repito o conselho do Alef: a moral cristã, com toda a sua tradição de pensamento e a riqueza da sua reflexão não se limita ao tema batido do preservativo (que me parece um topico relativamente menor e até ridículo)... se perguntarem, até mesmo aos católicos ditos praticantes, eles próprios tendem a resumir a moral católica ao uso do preservativo ou ao divórcio e a recusa do sexo antes do casamento... tudo pela negativa, numa espécie de moral proibicionista, tout court... e de quem é culpa?? Mea culpa....

Abraço fraterno

Miguel



Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 22 de January de 2005 18:43

Aliás, o cnadá tem políticas bastante liberais, permitindo o casamento de gays e lésbicas, mesmo em bases militares, como atesta esta notícia Report from the Canadian Press :

Thu. Jan. 20 2005 11:24 AM ET
Canada's military to allow gay weddings on bases
CTV.ca News Staff

Canada's armed forces will allow their gay and lesbian members to get married on military bases.

The military has drafted a policy calling for its chaplains to formally bless same-sex weddings.

"Members of the Canadian forces are also Canadian citizens, and we must also follow the laws of the land, and the laws of the province in which we reside," chaplain Col. Stan Johnstone, who helped draft the policy, told Canada AM Thursday morning.

"Certainly we have our own military regulations but all of them work together in concert and we have a very socially accepting armed forces."

The new interim guidelines allow military chaplains to marry gay couples in the Canadian armed forces.

A permanent policy will not be in place until the federal government passes a law redefining marriage.

Col. Johnstone says the guidelines reflect the primary role of ministering to all armed forces members and their families, adding that they're "essentially a statement of the way the law is going."

Ceremonies will be permitted on military bases across the country, but chaplains will not have to perform the service if it conflicts with their religious beliefs.

They would, however, have to find a colleague to conduct the ceremony.

"Each denomination has its own theological and social perspective on that, no chaplain is required to go against the teachings of their church," Col. Johnstone said.

The policy is reflective of a changing Canada, he said.

"I think our people understand that the country has changed a lot and it will continue to change, and the armed forces will reflect that," Col. Johnstone said.




Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 22 de January de 2005 23:51

Alef

Respondo apenas ao que me diz respeito, porque quanto ao resto levaria horas para rebater tudo isto.
Ao longo dos séculos, milhares de pessoas dizem ter ouvido dizer coisas nos bastidores do Vaticano. Qualquer um pode alegar milhentas coisas que os senhores bispos possam tar dito. Daí à verdade...de modo que essas pretensas coisas ditas por bispos acerca da falta de vocações.... não me entra muito na ideia.
Aconselho a reler a Enciclica "O Explendor da Verdade" que expoe a doutrina do Magistério em relação à Moral. A sua má recepção por parte dos moralistas Haring, Vidal etc, não a invalida. Depois de estudar esses temas de base, opto pela Veritatis Splendor, que está mais em conformidade com o Evangelho. Não considero porém o assunto definitivamente arrumado.
Para já é assim.
Depois, a doutrina moral da Igreja, é para os catolicos, não para os ateus, não para os Ortodoxos, e como tal a Igreja não pode arrogar-se ao direito de impor a sua moral a quem dela não faz parte. Muitos frutos de santidade tem dado....
Perguntas se aconselhava o uso de preservativos em Africa, certamente que não.
Que não os proibia, nem em Africa nem aqui. Não tenho esse direito. Publicitá-los, claro que não. Jamais violaria a minha consciencia.
Não sei qual é mais esquisofrenica, se a moral catolica, se a de alguns moralistas. Eu sou padre, da Igreja. Tal como empresto a minha humanidade a Cristo para que através de mim possa santificar pelos sacramentos, o ensino que faço é o da Igreja. Não o que eu penso, porque isso não interessa a ninguém.
Volto a insistir, na questão de base. O preservativo jamais será a unica forma de evitar a propagação da Sida. E isso é que tem de ser dito e não a mentira abominavel de que o é.
E há que o afirmar em todo o lado - como o faço - de que o preservativo não é de modo algum a unica forma e infalivel.
O que ele provoca é o sexo pelo sexo entre adolescentes, que com acesso facilitado, aos 15, 16 anos tem uma vida sexual activissima.
É para isso que querem educar?????
Eu recuso-me a tal.

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2005 10:16

Ah! Não os proibia! Portanto, aceita a sua utilização. Chama-se a isto um comportamento permissivivo. Permission. Não os proibe, logo não considera a sua utilização intolerável ou imoral. Tem razãonuma coisa - NÂO tem esse direito.

Dizer que o preservativo "provoca sexo entre adolescentes" só revela ignorância relativamente ao desenvolvimento psicosexual, em segundo lugar um desconhecimento completo da sexualidade, particularmente na adolescência.

Pelo contrário, o forista reconhece que os adolescentes com 15 ou 16 anos têm uma vida sexual activa. ( Pelas estatísticas recentes em Portugal, relativamente ao comportamento sexual, é esta a idade média de iniciação sexual dos rapazes, e as raparigas iniciam a vida sexual mais tardiamente.)

Diz o forista que o comportamento de actividade sexual "é causado pelo preservativo"!!!!
Devemos então deduzir que todas as gerações anteriores á destes adolescentes, em que o preservativo não estava tão divulgado, não tinham actividade sexual na adolescência.... Basta indagar os pais e os avós destes rapazes, (que provavelmente iniciaram sua vida sexual com a mesma idade , emtre os 14 e os 19, e muito provavelmente, os seus avós, com prostitutas pagas ) se no tempo deles, com esta idade não tinham uma vida sexual activa...
Claro que tinham.... ( apesar do pecado e do inferno...)

O grande problema dos adolescentes e jovens portugueses é precisamente que têm uma vida sexual activa SEREM USAREM PRESERVATIVO.!!!! A questão não é "eles fazem sexo porque têm preservativos".
Pelo contrário, grande questão é que eles fazem sexo sem usarem preservativo, colocando-se em situações de risco para a sua saúde.
Há um estudo que indica que uma percentagem significativa das jovens portuguesas NÃO UTILIZOU PRESERVATIVO na sua primeira relação sexual ! ( Mais uma vez, quanto maior a escolaridade das raparigas, menos comportamentos de risco têm, exigindo dos seus parceiros a utilização do preservativo)


Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2005 10:31

Mas claro que a educação sexual e ainformação deve ser realizada em programas estruturados e com pessoas com formação para o fazer. Há muita gente que não tem essa formação, infelizmente.

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2005 10:54

AEm qualquer programa estruturado de Preevção de DST , incluindo a SIDA, se coloca sempre a questão da abstinência como opção.
Deixo aqui alguns esxtractos de Informação da APF em portugal, sobre a prevenção da SIDA e a forma como so apis podem informar os seus filhos:


RELATIVAMENTE À ABSTINÊNCIA

Abster-se de ter relações sexuais é a única forma 100% garantida de evitar a gravidez e o contágio de IST como o VIH/SIDA. Que tipo de mensagens pode você dar aos seus filhos acerca do adiar as relações sexuais, sem que seja maçador ? Aqui vão algumas sugestões:

Algumas definições de termos.
Qualquer pessoa pode escolher abster-se de ter relações sexuais. E só porque alguém já teve relações sexuais, não quer dizer que não possa escolher adiar ter de novo relações. Quando se escolhe a abstinência das relações sexuais durante alguns períodos da vida, isso designa-se por abstinência periódica. Quando se escolhe a abstinência das relações sexuais por toda a vida, tal designa-se por abstinência contínua. Embora a média de idade da primeira relação sexual seja os 17 anos, muitas pessoas esperam ultrapassar a adolescência para terem a sua primeira relação sexual. Alguns esperam até estarem casados, outros não.


"Toda a gente o faz" é uma velha táctica de pressionar que se aplica tanto a experimentar drogas e álcool, como a experimentar o sexo. Encoraje os seus filhos a não se deixarem levar. Os adolescentes dizem ter relações pela primeira vez por curiosidade. A comunicação aberta sobre sexualidade nas famílias pode tornar o comportamento sexual menos misterioso.

Dizer "Não" pode não ser fácil. Mas é possível! A maioria dos pais espera que os seus adolescentes aguardem até ter actividade sexual. É importante que os pais sejam capazes de construir esta esperança com um bom balanço de regras de saúde, valores e aturada informação sobre a saúde sexual e as suas consequências. Embora possamos encorajar os adolescentes a adiar as relações sexuais, o facto é que, a maioria dos jovens torna-se sexualmente activa quando se sente preparada. Por isto devem estar preparados para se protegerem quando decidirem parar a abstinência. A informação sobre a prevenção da gravidez e das DSTs é vital para ajudar os jovens a tomar decisões informadas.

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍEIS

Normalmente, quando os miúdos ouvem falar acerca de doenças sexualmente transmissíveis (DST) pensam em VIH/SIDA exclusivamente. Existem actualmente mais de 30 DSTs. O que é que o seu filho precisa de saber acerca delas?

As DSTs são transmissíveis através das relações vaginais, orais e anais, ou de outros contactos íntimos.
As DSTs podem provocar danos permanentes na saúde dos indivíduos sem mostrarem qualquer sintoma. Ninguém está imune.
As DSTs podem ter consequências perigosas e exigir cuidados médicos. A maioria, no entanto, pode ser tratada e curada com medicação. Certas DSTs podem ser passadas da mulher para o seu feto durante a gravidez e o nascimento.
O VIH/SIDA pode ser um assunto particularmente sensível para os jovens. Eles ouvem muita informação e muita dela é assustadora e ameaçadora. Os jovens precisam de saber o que é a SIDA e como a evitar. Aqui seguem alguns factos básicos que pode partilhar com os seus filhos:

A SIDA, o Síndroma da Imunodeficiência Adquirida é o ultimo estádio da doença provocada pelo VIH.
A SIDA é fatal. Não existe cura.
O VIH é difícil de apanhar. É transmitido através da troca de sangue, sémen ou de secreções vaginais, como nestas situações:
relações sexuais sem protecção
troca de agulhas ou outros materiais para a introdução de drogas
ser exposto a sangue de um portador ...
ter nascido com ele. Também pode ser transmitido a uma criança através da amamentação
Apanhar VIH de uma transfusão ou através de alguns procedimentos médicos é muito improvável e a hipótese de apanhar VIH de outros quaisquer procedimentos é menor do que um para 10 milhões.
Não pode apanhar VIH através de abraços, beijos, toques, tampos de sanita ou água da piscina.
A forma mais segura de evitar o VIH é não ter sexo anal, vaginal ou oral e não usar drogas intravenosas. Se for sexualmente activo, praticar "sexo seguro" reduz o seu risco de infecção de VIH.
A maioria das pessoas com VIH não sabe que o tem. Pode demorar 10 anos antes que os sintomas se manifestem.

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 23 de January de 2005 14:36

Uma correcção:
Não aceito a utilização do preservativo. Chama-se a isto um comportamento não permissivivo. Não os proibe porque não tenho o poder de o fazer, logo considero a sua utilização intolerável ou imoral tal como os documentos do Magistério Ordinário da Igreja ensina.

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2005 18:36

Acho bem. Afinal, um padre só pode praticar a abstinência e mais nada...

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 23 de January de 2005 18:52

A saga continua...

Alef




El portavoz episcopal vuelve a admitir el condón como última opción contra el sida
Martínez Camino reconoce que Roma le llamó 
para responder "conjuntamente" a la polémica
El portavoz y secretario de la Conferencia Episcopal, Juan Antonio Martínez Camino, volvió ayer a defender los preservativos para prevenir el sida en casos excepcionales y como última opción. "El preservativo debería usarse en personas que no son capaces de tener una relación estable y sabiendo que así no se protege absolutamente", declaró a la Cope. Con estas palabras, Martínez Camino intentaba aclarar el revuelo creado el martes cuando dijo que el preservativo tenía "su contexto en una prevención integral y global del sida" y que tuvo que rectificar al día siguiente tras la intervención del Vaticano y de varios obispos españoles, que recordaron que la doctrina católica no admite el preservativo.

Las declaraciones que levantaron la polémica fueron hechas por Martínez Camino a la salida de una reunión que mantuvo el martes a petición propia con la ministra de Sanidad, Elena Salgado. El encuentro había sido pedido para aclarar los malentendidos que se habían producido cuando Martínez Camino criticó la última campaña de Sanidad contra el sida, en diciembre del año pasado.
Tras la reunión, el portavoz episcopal dijo que los preservativos forman parte "de una estrategia integral contra el sida", la llamada abc, siglas inglesas de abstinencia, fidelidad y condones, que 150 expertos han avalado en la revista The Lancet.
Ayer sostuvo ante la Cope que la Iglesia coincide "no plenamente, pero sustancialmente" con esta política. "Repetí a los periodistas" que se trataba "de una estrategia", declaró ayer Martínez Camino, para indicar que ésa no era la que la Iglesia defendía. El secretario de la Conferencia Episcopal reconoció que sus declaraciones al término del encuentro habían sido "incompletas" por no haber matizado que del abc la Iglesia sólo apoya el ab.
La parte que no acepta el Vaticano es el uso de los condones. Martínez Camino afirmó que estos no son seguros, pero reconoció que había excepciones que podían recomendar su utilización. "Si está usted ya para allá" puede usarlo, sabiendo que "no se trata de sexo seguro", sino de "sexo menos inseguro", recalcó. "Si usted anda jugando a ponerse el preservativo, ahí es donde está usted corriendo riesgos", insistió.

Martínez Camino no quiso desvelar el contenido de su conversación con Salgado, en la que ésta le insistió en que la Iglesia cejara en su oposición a los condones. Pero volvió a criticar la última campaña de Sanidad contra sida y la nota emitida tras la reunión en la que se defendía el uso del condón. "Consideran [los responsables del Ministerio] que no es su obligación ir a las causas últimas de las conductas de riesgo sanitario", que Martínez Camino cifró en la conducta desordenada, lejos de la abstinencia y la fidelidad.

El portavoz de la Conferencia episcopal también negó que la nota que el miércoles emitió su oficina, calificando todo uso del preservativo de "inmoral", fuera una imposición del Vaticano o que no creyera en ello. Pero reconoció que ese día le llamó dos veces el cardenal Alfonso López Trujillo para ver cómo respondían "conjuntamente" al revuelo causado por la "interpretación extremista" que los medios habían dado de sus declaraciones del día anterior.
Las afirmaciones de Martínez Camino no fueron los únicos coletazos de sus manifestaciones del martes. La ministra de Sanidad, Elena Salgado, rompió su silencio para lamentar la postura de la Iglesia. "Yo me siento, como creo que la mayoría de la sociedad, un poco decepcionada de que no se haya utilizado esta oportunidad para dar un paso adelante en esta lucha contra el sida con la que la Iglesia dice estar tan comprometida", aseguró durante una visita a Barcelona.
La ministra quitó validez científica a la opinión de la Iglesia contra los condones. Esta "se circunscribe en el ámbito de la consideración moral" y "no puede sustituir las recomendaciones de la Organización Mundial de la Salud (OMS) que se establecen sobre una base científica", afirmó.

E. DE B., Madrid
Fonte: El Pais, 2005.01.21, p. 30.



Editado 2 vezes. Última edição em 23/01/2005 18:53 por Alef.

Re: Espanha: Conferência episcopal anuncia - Bispos defendem uso do preservativo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2005 19:25

Unas tesis sobre el condón


JAVIER MORÁN



1. En el principio fue «The Lancet», revista médica según la cual un combinado de abstinencia, fidelidad y condones ha aminorado el pavoroso avance del sida en naciones africanas.

2. Tal prescripción cayó como una bendición en algunos sectores católicos, por ejemplo, en líderes de opinión del Opus Dei, que elogiaban la recomendación científica de castidad y pareja estable, pero esquinaban el profiláctico.

3. Apelando a la doctrina «Lancet», el secretario de la Conferencia Episcopal, el asturiano de Marcenado (Siero), de 52 años, Juan Martínez Camino, jesuita y teólogo, pronunció, después de una reunión con la ministra Salgado una frase impensable -e imperdonable, según algunos-: «Los preservativos tienen su contexto en una lucha integral y global contra el sida».

4. La onda expansiva de esas catorce palabras barrió medio mundo. Abierta involuntariamente la espita, se precipitan inmediatamente declaraciones de asentimiento. Felipe Arizmendi, obispo de San Cristóbal de las Casas (México), declaró que la Iglesia tolera el condón como «mal menor». El portavoz del Arzobispado de Buenos Aires, Guillermo Marcó, calificó de «acto prudencial», las manifestaciones de Camino. La Conferencia Episcopal de Colombia anunció que debatirá la cuestión en unos días, según su secretario general, Fabián Marulanda.

6. El debate sobre el uso terapéutico del preservativo demuestra ser una olla a presión. Los obispos franceses se manifestaron al respecto en 1996 y fueron fraternalmente reconducidos por Roma. Hasta el cardenal Godfried Danneels, de Bruselas, solicitó hace una semanas que no se ponga «en el mismo nivel el preservativo como instrumento de control de nacimientos o como instrumento de defensa contra el virus del sida; en este caso es un mal menor».

7. Sin embargo, el uso terapéutico del condón permanece en el mismo plano moral que el control de la natalidad, una circunstancia que la Iglesia aborda con preocupación a lo largo del siglo XX. Alguien poco sospechoso como el doctor Gregorio Marañón mostraba en sus «Ensayos sobre la vida sexual» (1951) su pavor por la mortalidad infantil en la posguerra española, que según sus datos alcanzaba el cincuenta por ciento y superaba a las «multíparas pobres» de Francia, Italia y Rusia. «No me citen líricos», decía Marañón cuando le hablaban de la heroicidad de las familias españolas.



(...) muchos católicos usan condones en su vida matrimonial. De hecho, los referidos métodos naturales resultan complicados y falibles, circunstancia poco estudiada, aun cuando miembros de la Iglesia se concentran en demostrar a toda costa la ineficacia del condón contra el sida, apelando a extravagantes razonamientos moleculares.

11. La referida disociación entre Magisterio y sectores del catolicismo se ha incrementado en el caso del sida y en el uso preventivo del condón. El Papa Juan Pablo II la ha recordado en sus encíclicas «Familiaris consortio» y «Evangelium vitae» la doctrina de la «Humanae vitae» y recomienda la castidad y fidelidad como baluartes frente al sida.

12. Siendo tan clara la doctrina católica, el deslizamiento de Martínez Camino por la pendiente de la tolerancia hacia el preservativo fue inmediatamente rectificada. ¿Cómo pudo producirse el desliz del secretario y portavoz de la Conferencia Episcopal? Aparte del efecto «Lancet», le atribuyen fallos informativos o, mejor dicho, fragilidad comunicativa. En el lado contrario, preguntado después del revuelo Joaquín Navarro Valls -con 20 años en el pescante de la oficina de prensa de la Santa Sede-, despejó el condón a córner al afirmar que «ese artilugio me interesa poco; prefiero hablar de la antropología de la sexualidad humana». No obstante, llamarlo «artilugio» no hará desaparecer el problema.


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