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Novos pobres?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 10:33

via [eu-estou-aki.blogspot.com]

Banco Alimentar - "Há médicos e professores a pedirem-nos ajuda para dar de comer aos filhos"

Jornal Expresso - Raquel Moleiro, com Isabel Vicente, 1/12/2007

"A denúncia parte de Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar. São os 'novos pobres': a classe média sobreendividada

Manuela, 33 anos, hesitou antes de escrever aquele «e-mail» para o Banco Alimentar Contra a Fome (BACF). E mesmo enquanto o redigia, não tinha ainda a certeza de, no fim, ter coragem de carregar no botão de enviar. Ela, bacharel em Relações Internacionais, quadro de um ministério, casada com um professor de educação física ex-atleta olímpico. Ela, mãe de uma bebé com cinco meses, tinha agora de pedir ajuda para alimentar a família. O marido que ficou sem emprego, um salário de €2000 que desapareceu no mês em que festejaram a gravidez, a renda da casa que foi falhando vezes de mais, o cartão de crédito gasto até ao limite, o apartamento trocado por um quarto, e nem assim a comida chegava à mesa . "No dia em que enviei o «e-mail» faltavam três semanas para receber e só tinha €80", explica. "Havia para a bebé, mas nós íamos passar fome".

O caso tem um mês. Ana Vara, assistente social do BACF, ligou a Manuela mal leu o pedido. E disse-lhe o que tanto tem repetido ultimamente: não tenha vergonha, não é a única. " Nos últimos quatro meses, mais que duplicaram os pedidos directos ao banco alimentar. E há cada vez mais casos de classe média", garante Isabel Jonet. A directora do BACF chama-lhes " os novos pobres": empregados, instruídos, socialmente integrados, mas, ainda assim, vítimas da pobreza e até da fome. Nos últimos três meses, chegaram ao banco alimentar de Alcântara 250 casos, 30% dos quais se enquadram nesta nova categoria. E em todos há pontos transversais: mais mulheres, muitas mães, desemprego inesperado, rupturas familiares, e sempre sobreendividamento.

(...) As famílias tradicionalmente carenciadas aparecem no banco alimentar, pedem olhos nos olhos. Os novos pobres gritam por ajuda, envergonhadamente, através do correio electrónico. Como Luciana, médica, cujo desemprego súbito do marido fez ruir a estrutura económica do lar de nove filhos. Sem ele saber, sem o magoar de vergonha, pediu apoio alimentar para um casa onde nunca tinha faltado nada. "

Re: Novos pobres?
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 19 de December de 2007 13:26

É mesmo para pensar...

Quando o desemprego bate à porta e não há uma estrutura familiar que apoie, deve ser mesmo terrível!

E, depois, o sobreendividamento! A mim sempre me fez muita confusão isto. Já não é o primeiro artigo que leio sobre essa situação. Desde há muito que a DECO tem falado sobre isso. Tem, parece-me, um gabinete de apoio às pessoas para gerir as dívidas.
Faz-me confusão que as pessoas façam empréstimos para o que não é essencial e depois cheguem a essas situações de desespero...

Cassima

Re: Novos pobres?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 04 de May de 2008 18:49

Mais duas notícias a ler.

Alef




Portugal deve preparar-se para a «fome»

Cáritas quer programas de apoio a carenciados. Crise alimentar mundial deverá causar danos graves no país


A Comissão Permanente da Caritas Portuguesa alertou este domingo em comunicado as autoridades para prepararem programas de apoio a carenciados tendo em conta a crise alimentar mundial que, prevêem, irá causar danos graves no país, refere a Lusa

De acordo com a Caritas Portuguesa, em Portugal gasta-se uma «fatia enorme de recursos» a «pagar quase dois terços do que consome, designadamente produtos alimentares» pelo que o país está «na linha da frente» daqueles que mais sofrem «com a elevação dos preços internacionais e a escassez dos bens de primeira necessidade no mercado».

«O espectro da fome paira assim sobre a cabeça dos mais necessitados, incluindo de muitos portugueses», com «muita gente a viver abaixo do limiar de pobreza e com esquemas de apoio social muito deficientes», considera a Caritas.

Para tentar «minorar o impacto nefasto desta crise alimentar» a nível mundial, a Comissão Permanente da Caritas Portuguesa reclama aos Governos para que deixem de «apoiar a produção de produtos energéticos a partir de produtos agrícolas» [biocombustíveis] mas também que criem «pacotes especiais» de leis que prevejam o «apoio social para atender aos casos mais prementes».

No caso português, considera a Caritas, as autoridades devem redobrar os «apoios aos mais carenciados, distribuindo bens de primeira necessidade aos mais necessitados e com manifesta escassez de recursos financeiros e alimentares», um esforço que deve ser seguido pelo resto da população.

Os portugueses devem ser alertados para a sua «responsabilidade na luta contra o desperdício de produtos energéticos e de bens alimentares» e as autoridades e organizações não governamentais devem aumentar a sua atenção aos casos problemáticos.

Fonte: «IOL Portugal Diário», 2008-05-04





Mil toneladas de alimentos recolhidos

Ajudas ao Banco Alimentar aumentaram 25 por cento em relação a Maio do ano passado


Mais de 1.000 toneladas de alimentos foram entregues este fim-de-semana ao Banco Alimentar Contra a Fome, 25 por cento mais do que a campanha de Maio do ano passado, disse este domingo fonte da instituição, refere a Lusa.

A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome (BA), Isabel Jonet, disse que só o centro de recolha de Lisboa aceitou até às 16:00 horas de domingo cerca 340 toneladas de alimentos, prevendo-se que chegue às 400 toneladas até às 24:00 de domingo.

«É maravilhoso», comentou uma das voluntárias na balança do centro de recolha de Lisboa, o que mais alimentos recolhe nas campanhas da instituição.

A 33ª campanha - que arrancou às 8:00 de sábado - rendeu até às 24:00 desse dia mais de 800 toneladas de alimentos de primeiras necessidade, contra as 671 toneladas contabilizadas na campanha de Maio de 2007, o que traduz uma maior adesão da população, considerou Isabel Jonet.

Além do trabalho diário de recolha e distribuição de alimentos, o Banco Alimentar costuma realizar duas campanhas anuais extraordinárias, uma em Maio e outra Setembro.

O Banco Alimentar recebe os bens oferecidos por anónimos junto de supermercados, na maioria arroz, massas, leite, bolachas e bens de consumo básico que depois chegam aos centros em sacos dentro de caixas metálicas.

«Estamos a receber produtos que nem pedimos», revelou.

O Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa está instalado junto à estação de comboios de Alcântara-Terra, em armazéns cedidos gratuitamente pela Refer, e abastece diariamente mais de 370 instituições espalhadas pela região de Lisboa.

«São cerca de 80 toneladas de alimentos por semana» só em Lisboa, especificou Isabel Jonet.

Fonte: «IOL Portugal Diário», 2008-05-04







Editado 1 vezes. Última edição em 04/05/2008 18:52 por Alef.

Re: Novos pobres?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 05 de May de 2008 00:20

Eu tenho terras onde podem semear batata, feijão, cebolas, couves, etc. Onde há oliveiras, macieiras, videiras e ninguém me pede para as cultivar.Se houver alguém interessado darei o meu contacto e o local onde estão essas terras...

Re: Novos pobres?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 05 de May de 2008 01:13

Enquanto isso...

Alef






Dados do Ministério do Trabalho

Seis mil gerentes dizem ganhar salário mínimo



O sector da restauração e hotelaria é o que declara pagar pior aos seus gerentes e directores

Segundo dados apurados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, em 2006, seis mil gerentes de empresas disseram ganhar apenas o salário mínimo nacional, segundo noticia hoje o “Jornal de Notícias”.

Em 2006, estes seis mil gerentes afirmaram receber apenas 343,45 euros, ou seja, o salário mínimo de 385,90 euros, bruto, menos cerca de 40 euros de desconto para a Segurança Social.

O “Jornal de Notícias” cita dois responsáveis por empresas que recrutam e colocam quadros que acreditam que muitas destas seis mil pessoas fogem ao Fisco e à Segurança Social. Amândio da Fonseca, da Egor, diz que “não é crível que tantas pessoas” com a responsabilidade máxima numa empresa ganhem tão pouco. Pena da Costa, da Manpower, considera “impensável encontrar quem assuma uma gerência por esse valor”.

Ainda segundo o Ministério do Trabalho, em 2006 existiam 344.006 empresas, 85 por cento das quais não tinha mais do que dez trabalhadores a cargo. O sector da restauração e hotelaria é o que declara pagar pior aos seus gerentes e directores.


Enric Vives Rubio (arquivo), «PÚBLICO», 04.05.2008 - 09h31







Editado 1 vezes. Última edição em 05/05/2008 01:15 por Alef.

Re: Novos pobres?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 04:25

Alerta: Bispos estão alarmados com a escalada dos preços
Igreja alerta contra a fome


A Igreja Católica está preocupada com o impacto que a escalada de preços dos combustíveis e dos alimentos está a ter nas famílias portuguesas, sobretudo nas mais pobres.

Conheça todos os pormenores em exclusivo, na edição do ‘Correio da Manhã’ desta quarta-feira.

Re: Novos pobres?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 16:51

Alerta: Bispos estão alarmados com a escalada dos preços
Fome preocupa a Igreja
A Igreja Católica está preocupada com o impacto que a escalada de preços dos combustíveis e dos alimentos está a ter nas famílias portuguesas, sobretudo nas mais pobres.


O assunto foi ontem debatido no Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e os bispos alertaram para o facto de o drama da pobreza e da fome ser 'cada vez mais evidente'.

'Ninguém ignora que há em várias regiões do nosso país um número cada vez maior de famílias com grave carência de alimentos de primeira necessidade', disse o presidente da CEP, D. Jorge Ortiga, referindo que, 'sem alarmismos, cabe à Igreja alertar para este problema, de modo a que se possa combater com celeridade e eficácia'.

O arcebispo de Braga diz que 'dói a alma quando se tem conhecimento de casos de crianças que vão para a escola sem pequeno-almoço, porque os pais não têm o que lhes dar de comer' e alerta as autoridades governamentais para o facto de ser necessário 'apostar numa cada vez melhor distribuição da riqueza'.

De resto, a CEP manifestou 'inteiro apoio' à Caritas, que decidiu utilizar o seu observatório social, criado em 2006, para a monitorização de casos de carência mais grave.

Para além disso, os bispos pedem aos párocos maior 'atenção e acção' em relação aos casos de pobreza extrema que detectem nas suas paróquias, promovendo uma 'partilha de proximidade'.

Entretanto, em algumas dioceses, a Caritas vai abrir sucursais nos concelhos mais populosos.

AJUDA ALIMENTAR CONTA COM MENOS DINHEIRO

O programa de ajuda alimentar conta, este ano, com menos um milhão e meio de euros do que em 2007. No ano passado foram distribuídas 11 mil toneladas de alimentos, no valor de 15,5 milhões de euros, e para este ano a verba prevista é de 14 milhões, menos mil toneladas de alimentos. Segundo o ministro da Agricultura, Jaime Silva, estão programados oito concursos de distribuição de produtos alimentares às organizações não governamentais, cinco já este mês, para massas, cereais, bolachas, farinha e açúcar, e três no mês que vem, para leite e derivados. Apesar da diminuição da verba, o governante assegura que, 'se a rede de apoio for eficaz, não há risco de fome no País'. As organizações creditadas para distribuir alimentos são o Banco Alimentar, a AMI, a Caritas, a Cruz Vermelha, os bombeiros e as Misericórdias. Em 2007, foram ajudadas cem mil famílias, num total de 513 mil pessoas.

DISCURSO DIRECTO

'CLASSE MÉDIA/BAIXA FRAGILIZADA', D. Carlos Azevedo, porta-voz interino da Conferência Episcopal

Correio da Manhã – Que análise faz desta escalada de preços dos combustíveis e dos alimentos?

D. Carlos Azevedo – Trata-se de uma questão muito preocupante que, em nosso entender, vai provocar o empobrecimento dos mais pobres e fragilizar a classe média/baixa, que facilmente resvalará para uma situação de pobreza.

– A Igreja Católica vai fazer algo mais do que alertar para o problema?

– A Igreja está no terreno, conhece os problemas e este em concreto há muito tempo que o combate. O alerta serve para suscitar a reflexão sobre medidas que possam ser tomadas para atenuar os efeitos da crise.

– Para além do trabalho da Caritas, há outros organismos da Igreja a ajudar no combate à pobreza?

– Muitos. As paróquias, por exemplo, e todas as associações que lhes pertencem conhecem os problemas em concreto e realizam um trabalho notável e de grande eficácia.

INDICADORES DE POBREZA

- Está a aumentar o número de crianças que chegam às escolas sem terem tomado o pequeno-almoço e sem nada na mochila para o lanche.

- ACaritas nunca recebeu tantos pedidos de ajuda como agora. Em Braga, por exemplo, vão abrir sucursais nos arciprestados da diocese.

- O aumento da taxa de desemprego e o fecho contínuo de empresas estão a contribuir decisivamente para o agravar da pobreza em Portugal.

- Alguns centros distritais da Segurança Social dizem que tem crescido o número de pessoas a solicitar o rendimento social de inserção.






Secundino cunhaCOMENTARLER COMENTÁRIOSENVIARIMPRIMIR
» COMENTÁRIOS
07 Maio 2008 - 16h27 | H.Cesar

Isto deve ser pa rir gastam milhoes de euros gracas ao pobre que hainda vai acreditando nos milagres e mete o resto que tem e nao tem e eles injetam em santuarios como o de Fatima era melhor com esses milhoes abrirem 1 cantina para alimentar os pobres oh nao!Acredito sim em DEUS mas nao sigo nenhuma religiao pois sao como a Politica tem 2 caras!E que Deus nos proteja desta seita.
07 Maio 2008 - 16h23 | Justiceiro

Os bispos que não fiquem alarmados porque a eles nunca lhes vai faltar nada...a explorar o povo desta maneira e agora com uma recem construida basilica em vatima que custou vários milhões de euros podiam ter ajudado quem mais precisa em vez de xularem cada vez mais as pessoas crentes. Infelizmente o catolicismo cada vez mais é um negócio...é triste mas real.
07 Maio 2008 - 16h23 | josé afonso

Os responsáveis da Igreja deviam saber que a fome nunca acabou.Andou escondida muito tempo e alguma fome irá continuar escondida por vergonha de quem a passa.Não pode a Igreja só chamar a atenção.A Igreja e os seus representates vivem uma vida onde não lhes falta nada e essa vida não é condigna com a vida de Jesus Cristo.Esbanjamento de milhões em igrejas podiam matar muita fome.José Afonso-Alter
07 Maio 2008 - 14h51 | manolo

Que o santíssimo nos valha!A santa madre igreja preocupada com a fome! Estão a falar daquela igreja que vive na opulência?Que gasta milhões de euros numa igreja e que tem um novo projecto para a mesma localidade, onde vai gastar outro tanto?É dessa que falam?Dessa igreja que,em honra de s.Silvestre mobiliza os seus lacaios colocando-lhes um saco vermelho na mão enchendo de euros os bolsos do prd
07 Maio 2008 - 14h39 | jgomes

É sempre salutar saber que a IGREJA (um feudo preveligiado) se preocupa com a fome em Portugal. Pena foi que na ditadura de SALAZAR se tenha calado. O povo e os pobres sofreram muito mais que agora e a IGREJA nunca veio a terreiro para os defender!.......
07 Maio 2008 - 14h38 | jgomes

É sempre salutar saber que a IGREJA (um feudo preveligiado) se preocupa com a fome em Portugal. Pena foi que na ditadura de SALAZAR se tenha calado. O povo e os pobres sofreram muito mais que agora e a IGREJA nunca veio a terreiro para os defender!.......
07 Maio 2008 - 13h50 | João G.Oliveira - Beja

Deveria preocupar ao Governo, a Igreja só denuncia. Pode ser que o Povo acorde e na altura de meter o "papelinho" se lembre daquilo que está passando. É o pão, a gasolina, a carne, o peixe, os cereais, as casas, falta alguma coisa, falta aumentar os ordenados - condignamente.
07 Maio 2008 - 13h16 | Beatriz Lucas

Ao ver na televisão alguém do governo a comentar o estado em que se encontra Portugal, chego à conclusão que o governo não está a governar este país, talvez estejam a gorvernar um país tipo "o país das maravilhas". há cada vez mais pobreza envergonhada, para onde é que os politicos levam este país?????
07 Maio 2008 - 13h07 | Maria Costa

É óbvio que esta situação é preocupante mas, talvez esteja mais do que na hora de a igreja ter um papel mais social e contribuir com a sua riqueza, para minimizar o problema.
07 Maio 2008 - 12h56 | carlos algarve

Enquanto o fosso entre as classes sociais, ou entre os cada vez mais ricos e os cada vez mais pobres se acentua, há cada vez mais situações de pobreza extrema não só neste país mas também no mundo, e inerente a isso situações de fome, que devem preocupar não só a igreja mas também a população em geral. Deve haver acima de tudo vontade e alternativas por parte dos decisres politicos.

Re: Novos pobres?
Escrito por: PedroMestre (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 17:59

Isto dá muito que pensar...

Ouvi o seguinte comentário da boca de um político há cerca de uns 10 anos:

"O tempo das vacas gordas já foi, estamos no das vacas magras, qualquer dia não há vacas..."

Temo que estejamos a entrar na 3ª fase do comentário...

PMestre

Re: Novos pobres?
Escrito por: PedroMestre (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 18:16

Mais um comentário que tenho a este tópico.

Em 1996 fiz uma experiência vocacional numa comunidade missionária católica no interior do nosso país.

Quando lá cheguei perguntei, porquê missionários cá dentro de Portugal e não vão para África, América Latina e outros países subdesenvolvidos?

A resposta foi: "Há muita pobreza em Portugal. Qualquer dia estamos a receber missionários de África para trabalhar cá..." De facto nos 4 meses que lá estive consegui uma experiência muito dura em termos Humanos, porque não é nada fácil ver as pessoas com as dificuldades em que vivem, entregar alimento em casas que nem sequer têm onde conservar... um desses lares viva um casal com uma filha deficiente e somente tinham uma lâmpada na sala, tiveram que pedir aos vizinhos para guardar a comida congelada e fresca, pois não tinham como...

Eu sempre tive frigorífico em casa de meus pais...

E isto era um caso concreto em Portugal em 1996/1997.

Outra coisa que tenho a certeza, é que os nossos reformados (por velhice e não só) passam fome, pensem na reforma que eles recebem, retirem as contas certas mensais indispensáveis: água, electricidade e gás, depois medicamentos (alguns são dados, mas nem todos), e pão e leite. Acham que chega? Não! Então Passam fome!

Estes testemunhos que estão aqui no fórum sobre os novos pobres são uma grande realidade, e os já existentes também...

O que podemos fazer em ambos os casos, sem ficar com os braços cruzados?

Dar o peixe só não é o suficiente, mas ensinar a pescar o quê e como?

1Abraço em Cristo,
Pedro Mestre

Re: Novos pobres?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de May de 2008 19:52

Eu diria: os políticos recebem muito com certeza. O Cavaco Silva, possivelmente já é reformado da Universidade de Coimbra e ainda deve receber dinheiro por ser o Presidente da Republica. Então que dê um salário para os pobres. Assim como outros políticos.
Esse País é dos políticos, vocês não vêem isso?
Aqui o preço da gasolina, arroz, farinha, agua, luz, gás subiram muito. Mas o governo aos idosos e deficientes da mais de $1.000 Dólares por mês a cada um...aqui os casalitos novos, em vez de terem 2 carros na casa têm um apenas, é assim que se poupa ou que se consegue avançar na vida! Parecer rico é uma ilusão.
Prefiro ser do que parecer...

Re: Novos pobres?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 10 de May de 2008 14:39

Frase que o «Público» colocou hoje em destaque (sublinhado meu):

Citação:
«Tenhamos consiência de que, no Mundo, 900 milhões de pessoas vivem com um dólar por dia e a maioria das pessoas pobres depende directa ou indirectamente da agricultura para a sua subsistência». .
.

José Silva Peneda, eurodeputado, "Jornal de Notícias", 10 de Maio de 2008

Alef

Re: Novos pobres?
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 11 de May de 2008 10:24

Esses pobres de 1 dólar só são novos porque os anteriores morreram de fome, de doença, em guerras, em desastres naturais...

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Novos pobres?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 11 de May de 2008 16:11

Aqui também há pobres. Alguns dedicam-se a bebida e a outras drogas e não trabalham, outros não sabem administrar o que ganham.
Na Comunidade portuguesa onde há mais de 10.000 não conheço pobres! Conheço sim homens e mulheres que retiraram o nome da conta do Banco de algumas mulheres e dos maridos porque gastavam o dinheiro todo ate à última Dólar.
Saber viver!

Re: Novos pobres?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 11 de May de 2008 20:45

Citação:
Ana
Aqui também há pobres. Alguns dedicam-se a bebida e a outras drogas e não trabalham, outros não sabem administrar o que ganham.
Na Comunidade portuguesa onde há mais de 10.000 não conheço pobres! Conheço sim homens e mulheres que retiraram o nome da conta do Banco de algumas mulheres e dos maridos porque gastavam o dinheiro todo ate à última Dólar.
Saber viver!

Ainda bem que tem sal-de-fruta aqui, pq ler essas coisas me dá azia.
Se houvesse tanta preocupação em ser cristão verdadeiro, em vez de "rico verdadeiro", iríamos ler uma reflexão diferente dessa coisa de neoliberal de boteco.

Re: Novos pobres?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 12 de May de 2008 11:01

são 2 realidade muito distintas, a dos pobres que vivem na miseria, com menos de 1 € por dia, e a dos novos pobres, se assim lhes podemso chamar, de paises desenvolvidos que vivem com maiores ou menores dificuldades porque se atolaram em dividas ou simplesmente porque não têm controle e não conseguem gerir o dinheiro apesar de ganharem bem.
Como a Rita disse, conheço pessoas que ganham mais de 2000 € mensais e andam atolados em dividas. Até conheci um que ganhava mais de 5000 € mensais e fugiu do pais por causa das dividas que fazia permanentemente.
São realidades distintas. Uma é a realidade de familias que podem até ganhar 2 ou 3 mil € mensais mas têm prestações do carro, da casa, da mobilia (que muitas vezes já foi vendida por 1/10 do preço de compra original) para pagar. Muitas vezes estas familias têm dificuldades em se adaptar aos rendimentos disponiveis, em reorganizar a asua vida de forma mais economica. Alguns continuam a gastar em tabaco mais que uma familia pobre do 3º mundo tem para viver, sentem-se pobres, vêm-se em dificuldades para comprar alimentos mas não prescidem do automovel, dos 2 cafes diarios no cafe do bairro, do maço de tabaco diario. Ainda outro dia, veio estava a passar na rua em frente a um café e veio uma dessas pessoas, que estava a tomar o seu cafezito com uma filha, pedir-me ajuda, dizia que já não tinha nenhum arroz em casa. Bem, as despesa que ou vi que essa pessoa tinha feito no café, naquela ocasião, davam bem para comprar 2 kilos de arroz.
Tambem há casos de pessoas que até ganham razoavelmente mas a subida das prestações da casa, de dividas antigas com um automovel (que não vendem mas está quase sempre parado), foi de tal ordem que agora eles têm rendimentos disponiveis que estão abaixo do RIS.
Mesmo assim só em casos muitissimo raros em portugal surgem casos de miseria comparaveis aos pobres que morrem de fome no 3º mundo.

Re: Novos pobres?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 12 de May de 2008 15:50

Camilo

Gostei de te ler...
Aqui vão ao banco alimentar e alguns vão de taxi:-) Muitos taxistas dizem: ajudar o banco alimentar para que? Têm dinheiro para taxi e não têm dinheiro para comprar comida?
Essa a tomar café e a pedir arroz está boa!!!

Re: Novos pobres?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 12 de May de 2008 18:15

Parece-me que vcs estão confundindo "pobres" com "pródigos", o que acaba sendo uma grande injustiça com os primeiros. E não falo somente daqui, posso estar enganado mas não me parece que a Europa esteja tão bem que não exista por aí ninguém passando necessidade. Se é verdade que existem pródigos, entendo que isso não autoriza a generalização.

É fácil criticar os que passam necessidade como se tudo fosse sempre culpa deles. É fácil fazer isso sentado confortavelmente numa poltrona, e se dispõe de tempo para escrever tranqüilamente no fórum. Alguns não tem esse "luxo". Têm idéia de que existem muitos casos diferentes? Por isso, enquanto criticam os pródigos, prefiro defender os pobres mesmo, para que não tenham ainda que passar por mais discriminação.

Compaixão para quê?

Re: Novos pobres?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 12 de May de 2008 19:24

Há os pobres que não têm trabalho, comida, nem sequer meios para conseguir comida como os pobres do 3. mundo...esses são os pobres, mas aos outros que vão tomar café e pedem por arroz ou vão de táxi ao Banco Alimentar, ou que fazem dividas sem as poderem pagar, a estes eu chamo "Os pobres de juízo"[i][/i]

Re: Novos pobres?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 12 de May de 2008 22:53

Se não está conseguindo se tornar uma pessoa mais compassiva através do exemplo de Cristo, tente um passeio como o do Sidarta. Saia um pouco do refúgio cor-de-rosa e caminhe por outros lugares. Descobrirá que também existe pobreza nos ditos "de 1o mundo".



Editado 1 vezes. Última edição em 12/05/2008 22:55 por firefox.

Re: Novos pobres?
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 13 de May de 2008 17:43

No Brasil, porque o Lula não os ajuda. Em Portugal não vejo assim tanta pobreza!

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