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Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 28 de March de 2004 14:27

Aqui ficam dois artigos interessantes do «Público» de hoje sobre o tema da Quaresma, jejum e abstinência.
Alef

Católicos Optam por Jejuns Alternativos


Cristina Tordo, 28 anos, gosta de brincar no Carnaval. Por isso levou todos os seus produtos de beleza para passar a época em casa dos pais. Ao regressar a Lisboa, onde trabalha, deu-se conta de que se tinha esquecido dos produtos de maquilhagem. Decidiu que essa seria a sua penitência de Quaresma, o tempo que os cristãos dedicam à preparação da Páscoa: não se maquilhar.

Coordenadora da secção de "marketing" de uma empresa que trabalha com marcas desportivas, Cristina Tordo diz que sentiu falta da maquilhagem "nos primeiros dias". Depois, ficou contente. O tempo que gastava a maquilhar-se foi recuperado para outras actividades.

O caso de Cristina Tordo não é único. Nos quarenta dias que antecedem a Páscoa, muitos católicos escolhem um gesto para a sua renúncia quaresmal - o nome mais actual para o jejum e a penitência. Sérgio Reis, 22 anos, estudante universitário, decidiu cumprir mais escrupulosamente os limites de velocidade. "Às vezes saio atrasado, tenho a tentação de andar mais depressa, mas contenho-me. É uma oportunidade de respeitar mais os outros que andam na estrada."

Sílvia Bernardino, 25 anos, enfermeira, preferiu abdicar dos chocolates de que tanto gosta. E Ricardo Zózimo, 26 anos, que está na Irlanda a fazer uma pós-graduação em Gestão, resolveu "escrever a todos aqueles a quem sempre dizemos que o faremos" e, ao mesmo tempo, dar uma esmola "a todos os pobres" que lhe aparecerem.

Que sentido têm estes gestos nos quais ninguém - a não ser os próprios - repara? "A Quaresma não faz sentido nenhum só com estes gestos", diz Cristina Tordo. "A renúncia material a qualquer coisa, sem a oração e sem ter mais misericórdia com os outros, não tem sentido. Devemos dar o melhor que conseguimos, para que as pessoas notem que queremos qualquer coisa que vai contra a corrente."

Mesmo num meio profissional como o seu, em que o modo de se apresentar "não é supérfluo", Cristina Tordo diz que a imagem não é o fundamental. E no trabalho que faz, como voluntária, no Instituto Português de Oncologia, onde acompanha crianças com cancro, sentiu que, sem maquilhagem, estava "mais só para elas".

Abdicar dos chocolates durante estes 40 dias é, para Sílvia Bernardino, "importante". "Significa ter capacidade de mudar alguma coisa em mim, ter noção de que sou capaz de decidir a minha vida." Paralelamente, como lhe custa ver tantos pobres a pedir ajuda e não ter possibilidade de os ajudar, esta enfermeira decidiu comprar pacotes de leite para ter no carro e oferecer quando se cruzar com alguém que tem fome.

"Parar para pensar"

Sérgio Reis diz que o importante é "parar para pensar, tomar mais consciência de si próprio". Por outras palavras, Ricardo Zózimo fala também de um "tempo propício para olhar profundamente para dentro, ver o que está mal e oferecê-lo a Deus; ter confiança no facto de sermos humanos e de, sem Deus, ser difícil ver a saída de algumas situações com que nos confrontamos, na nossa vida e na dos outros. É o tempo também para ser mais compreensivo com os problemas dos outros e levar os gestos de amor mais além."

Cristina Tordo - que, noutro ano, já abdicou de doces, "foram 40 dias péssimos" - introduz uma outra ideia-chave: "Hoje, por causa da guerra e de outras situações, há uma grande falta de esperança. O cristão deve dar aos outros razões de esperança."

A proposta tradicional da Igreja para este tempo quaresmal pedia aos católicos que jejuassem em dias especiais - Quarta-Feira de Cinzas (dia após o Carnaval) e Sexta-Feira Santa - e fizessem abstinência de carne. Em 1984, um documento dos bispos portugueses propunha que, a par daqueles gestos, os católicos fizessem também a renúncia quaresmal, evitando "gastos dispensáveis ou supérfluos" - por exemplo, evitar fumar ou deixar de ir a "algum espectáculo" e canalizar depois o dinheiro assim poupado para algum fim de apoio social.

Ricardo Zózimo pensa que ambas as propostas - o jejum tradicional ou a abstinência de espectáculos, por exemplo - fazem sentido. "Alerta-nos para a necessidade de termos de nos abster de algo." Cristina Tordo entende que o problema é, mais uma vez, o da intenção que se coloca nos gestos: "Têm sentido se, ao querer ser melhor para os outros, eu me torno um pouco de Deus para as pessoas." Ou seja, o jejum ou o gesto que se faz deve traduzir a "necessidade de se alargar a outra maneira de viver".

Admitindo que "detestaria" deixar de ir ao cinema ou a um espectáculo, Cristina insiste em que o jejum deve ser sentido por dentro: "É no íntimo que isto se passa. São os nossos quarenta dias de deserto, como nos textos bíblicos, que dizem que devemos jejuar mas sem mostrar aos outros. O jejum, por si só, nunca chega."

Por POR ANTÓNIO MARUJO
«Público», Domingo, 28 de Março de 2004
[jornal.publico.pt]


A Renúncia A Quaresma e Os Que Mais Precisam


A Quaresma é o tempo litúrgico que antecede a Páscoa cristã e tem como objectivo preparar a celebração da morte e ressurreição de Jesus. A duração de 40 dias inspira-se nos 40 anos que o povo de Israel viveu no deserto, a caminho da Terra Prometida, e nos 40 dias que Jesus teria passado no deserto, antes de iniciar a sua vida pública.

Convite ao despojamento e à austeridade, a Quaresma é a época em que se apela aos crentes que entreguem uma verba - resultado da renúncia a um bem dispensável - para determinado fim social. Na mensagem deste ano, o bispo de Angra, António Braga, explica o sentido da renúncia quaresmal: "Sair do nosso pequeno mundo, apesar de também necessitado e abrir os olhos e a bolsa a quem precisa mais do que nós."

Este ano, segundo a agência Ecclesia, o produto da renúncia quaresmal é destinado, em vários casos, a países lusófonos. Braga e Beja apoiam a construção de um centro social e uma igreja em Bolama (Guiné-Bissau). Metade do dinheiro de Santarém irá para a Guiné-Bissau ou Moçambique, país com vários projectos apoiados por outras tantas dioceses: o Ordinariato Castrense dá para um orfanato de crianças em Tete e metade do dinheiro de Leiria, Portalegre-Castelo Branco e Viseu é para as rádios cristãs, a diocese da Beira, e um projecto da Cáritas no Niassa, respectivamente.

Setúbal apoia a construção de uma igreja em Luanda (Angola) e um centro de apoio a crianças em São Tomé (que também recebem um terço da verba de Viana do Castelo). Ainda para África (crianças carenciadas e vítimas da sida na Guiné-Conacri) vai o dinheiro de Évora e Açores, e metade do da Guarda (cristãos do Sudão).

Para as famílias vítimas da violência na África do Sul segue o dinheiro recolhido no Funchal, enquanto Viseu dá metade à população carenciada da Terra Santa.

As famílias em dificuldade no distrito de Setúbal receberão metade da renúncia de Santarém, e outro tanto de Portalegre irá para projectos da Cáritas.

Mais caseiras estão as dioceses da Guarda (metade da verba para obras no Seminário Maior), do Porto e de Viana (casas sacerdotais) e de Lisboa (arranjo de um mosteiro, em Alenquer, para restaurar da Ordem das Monjas Trapistas em Portugal).

Por A.M.
«Público», Domingo, 28 de Março de 2004
[jornal.publico.pt]

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: RODRIGO NETTO (IP registado)
Data: 02 de April de 2004 15:16

É realmente , sem sombra de dúvida , a uaresma é uma prática pagã. Nadatem haver com o verdadeiro cristianismo. Não sei por que as pessoas insistem empraticar isos ainda. Se fosse garantia de salvação.mas só yaohu shua(salva). Diz um ditado da biblia . Quem vive em cristo somenteuma vez na vida nesse caso me refiro ao período da quaresma) é o mesmo que nunca ter vivido em cristo. Devemos viver em crisot sempre , ou seja, não só no período de quaresma.

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de April de 2004 06:29

Rodrigo, de facto, podias ter um pouco de mais cuidado em escrever menos e ler (muito) mais. Isso ajudaria a escrever coisas mais certeiras e em Português que se leia ("nada tem haver"?!).

Além de começar por uma afirmação perfeitamente gratuita e falsa, o global da tua mensagem é inconsistente. Pode soar bem, tem um tom comicieiro dizer que «a Quaresma é uma prática pagã», mas não basta. Pergunto-me se é cristão escrever disparates deste quilate...

Acabas por dizer que que «devemos viver em Cristo sempre, ou seja, não só no período de Quaresma». Estamos de acordo, ninguém disse o contrário. Mas então esta tua afirmação implica que na Quaresma se procura viver em Cristo, logo como concilias isso com a tua afirmação inicial de que a Quaresma é uma prática pagã?

Alef

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 21 de February de 2007 02:02

Hoje, início da Quaresma, vale a pena retomar este tema, até porque temos andado muito monótonos, sempre a «malhar» no mesmo...

Qual o melhor jejum para os participantes deste fórum? ;-)

Alef

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 21 de February de 2007 09:36

«Qual o melhor jejum para os participantes deste fórum?»

Não se falar do referendo, nem do aborto durante a Quaresma.

Luís Gonzaga

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 21 de February de 2007 12:20

Não li as respostas ... me deu uma preguiça...tenho lido tanto...
Mas para mim a Quaresma é um tempo em que provo minha " realeza", pois só é rei e rainha que tem domínio sobre si .
Inicialmente é como um exercício , ficar 40 dias sem comer animais e doce,mas nunca ficaria 40 dias sem comer pelo menos peixe e chocolate senão fosse por amor.A maior atenção as obras de misericórdia corporal e espiritual...
Aqui acontece o salto na transcedencia ... Não é apenas ascese , é amor.
Digo , Te amo Trindade e movida por este sentimento tudo é doce e natural, nada é árduo ou difícil, tudo é motivo de felicidade.
Interessante que esse " regime alimentar" tem reflexo no corpo material , pois de certa forma faz uma purificação ou desintoxicação do organismo, tudo conspirando para que na Páscoa corpo e alma estejam renovados.
Eis a espiritualidade cristã, que é encarnada.

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 21 de February de 2007 12:52

Eu proponho que se reze mais.

Vigilate et orate!

Em comunhão

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 21 de February de 2007 14:05

NORMAS DA CEP SOBRE O JEJUM E A ABSTINÊNCIA

Em Julho de 1984, a Conferência Episcopal Portuguesa, de acordo com o Código
de Direito Canónico (Cân. 1253), estabeleceu as seguintes normas para o
jejum e a abstinência nas Dioceses portuguesas:

Os tempos penitenciais

2.Na pedagogia da Igreja, há tempos em que os cristãos são especialmente
convidados à prática da penitência: a Quaresma e todas as sextas-feiras do
ano. A penitência é uma expressão muito significativa da união dos cristãos
ao mistério da Cruz de Cristo. Por isso, a Quaresma, enquanto primeiro tempo
da celebração anual da Páscoa, e a sexta-feira, enquanto dia da morte do
Senhor, sugerem naturalmente a prática da penitência.

Jejum e abstinência

3.O jejum é a forma de penitência que consiste na privação de alimentos. Na
disciplina tradicional da Igreja, a concretização do jejum fazia-se
limitando a alimentação diária a uma refeição, embora não se excluísse que
se pudesse tomar alimentos ligeiros às horas das outras refeições.

Ainda que convenha manter-se esta forma tradicional de jejuar, contudo os
fiéis poderão cumprir o preceito do jejum privando-se de uma quantidade ou
qualidade de alimentos ou bebidas que constituam verdadeira privação ou
penitência.

4.A abstinência, por sua vez, consiste na escolha de uma alimentação simples
e pobre. A sua concretização na disciplina tradicional da Igreja era a
abstenção de carne. Será muito aconselhável manter-se esta forma de
abstinência, particularmente nas sextas-feiras da Quaresma. Mas poderá ser
substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo mais
requintados e dispendiosos ou da especial preferência de cada um.

Contudo, devido à evolução das condições sociais e do género de alimentação,
aquela concretização pode não bastar para praticar a abstinência como acto
penitencial. Lembrem-se os fiéis de que o essencial do espírito de
abstinência é o que dizemos acima, ou seja, a escolha de uma alimentação
simples e pobre e a renúncia ao luxo e ao esbanjamento. Só assim a
abstinência será privação e se revestirá de carácter penitencial.

Determinações relativas ao jejum e à abstinência

5.O jejum e a abstinência são obrigatórios em Quarta-feira de Cinzas e em
Sexta-feira Santa.

6.A abstinência é obrigatória, no decurso do ano, em todas as sextas-feiras
que não coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades. Esta forma
de penitência reveste-se, no entanto, de significado especial nas
sextas-feiras da Quaresma.

7.O preceito da abstinência obriga os fiéis a partir dos 14 anos completos.

O preceito do jejum obriga os fiéis que tenham feito 18 anos até terem
completado os 59.

Aos que tiverem menos de 14 anos, deverão os pastores de almas e os pais
procurar atentamente formá-los no verdadeiro sentido da penitência,
sugerindo-lhes outros modos de a exprimirem.

8.As presentes determinações sobre o jejum e a abstinência apenas se aplicam
em condições normais de saúde, estando os doentes, por conseguinte,
dispensados da sua observância.

Determinações relativas a outras penitências

9.Nas sextas-feiras poderão os fiéis cumprir o preceito penitencial, quer
fazendo penitência como acima ficou dito, quer escolhendo formas de
penitência reconhecidas pela tradição, tais como a oração e a esmola, ou
mesmo optar por outras formas, de escolha pessoal, como, por exemplo,
privar-se de fumar, de algum espectáculo, etc.

10.No que respeita à oração, poderão cumprir o preceito penitencial através
de exercícios de oração mais prolongados e generosos, tais como: o exercício
da via-sacra, a recitação do rosário, a recitação de Laudes e Vésperas da
Liturgia das Horas, a participação na Santa Eucaristia, uma leitura
prolongada da Sagrada Escritura.

11.No que respeita à esmola, poderão cumprir o preceito penitencial através
da partilha de bens materiais. Esta partilha deve ser proporcional às posses
de cada um e deve significar uma verdadeira renúncia a algo do que se tem ou
a gastos dispensáveis ou supérfulos.

12.Os cristãos que escolherem como forma de cumprimento do preceito da
penitência uma participação pecuniária orientarão o seu contributo
penitencial para uma finalidade determinada, a indicar pelo Bispo diocesano.


13.Os cristãos depositarão o seu contributo penitencial em lugar devidamente
identificado em cada igreja ou capela, ou através da Cúria diocesana. Na
Quaresma, todavia, em vez desta modalidade ou concomitantemente com ela, o
contributo poderá ser entregue no ofertório da Missa dominical, em dia para
o efeito fixado.

As formas de penitência não se excluem mas completem-se mutuamente

14.É aconselhável que, no cumprimento do preceito penitencial, os cristãos
não se limitem a uma só forma de penitência, mas antes as pratiquem todas,
pois o jejum, a oração e a esmola completam-se mutuamente, em ordem à
caridade.

(CEP - Normas publicadas com data de 28 de Janeiro de 1985).

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: JoseDias (IP registado)
Data: 21 de February de 2007 14:17

Ai, senhor padre, comi carne na sexta-feira


Trazia uma bengalita. Foi hoje de manhã. Vinha curvada pela idade. Cheia de trapos escuros. Eu estava sentado no meu cantinho do confessionário. Ajoelhou. Encostei o ouvido e ela também. Não falava alto nem ouvia bem. E disse: “Ai, senhor padre, comi carne na sexta-feira.” Eu também, respondi. “Mas eu não paguei a bula, senhor padre”. Nem sequer tinha dinheiro para tal e já não existe a bula. Esta servia para que os ricos pudessem comer carne nas sextas-feiras da Quaresma. Compravam o benefício. Nada mais contrário ao Evangelho. Como se só os pobres fossem obrigados à abstinência, Minha senhora, isso já não existe! Ela pergunta: “E perdoa-me, senhor padre?” Primeiro explico-lhe que quem perdoa é Deus. Depois explico que já não está obrigada pela idade. Depois ainda que a bula foi substituída pelo Contributo Penitencial, coisa que nas minhas paróquias também já esmoreceu. Esmorecia-o eu. Porque não concordava com esta forma de angariar dinheiro. Depois acrescento que antigamente a carne era mais cara que o peixe. Era comida fina. Hoje o peixe é mais caro. Seria pior comer camarão, sapateira e outros peixes assim, como eu já vi muitos cristãos bem intencionados. Mais, disse-lhe que também não se conspurcava com a carne. Expliquei com palavras mais simples. A carne não conspurca ninguém. “Ai senhor padre, mas sempre foi assim”. Pois. E eu farto-me de esclarecer isso na eucaristia. E nada. “O que posso então comer?” Lembrei-lhe que pela idade podia comer de tudo. Mas para a sossegar acrescentei que devia comer comidas simples, pobres. Em vez de requintadas, requentadas! “Só isso?!”.E seja boa. O melhor Jejum e Abstinência, o que agrada a Deus, é aquela ocasião em que estamos atentos ao próximo, que partilhamos com ele, que fazemos sacrifício para partilhar, que escutamos, que fazemos um gesto. É aquele sacrifício que fazemos para melhorar na nossa vida. Deixamos de fumar. Perdoamos. Estamos atentos ao outro. É aquela ocasião em que procuramos ser bons

[www.eupadre.blogspot.com]

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 23 de February de 2007 21:05

Fazer ascese por amor - site dos franciscanos

Para que tu, leitor, não me abandones, pela rudeza do título acima, vamos começar com uma historieta. Buddha encontrou, certa feita, um penitente que praticava, há anos, espantosas austeridades corporais. Perguntou-lhe o que pretendia com tanto esforço. O monge disse que desejava desenvolver o poder de caminhar sobre as águas. Sorrindo, o mestre observou-lhe em tom compassivo: "Pouco vais lucrar com isto, com tamanho trabalho e desperdício de tempo. Dá uma pequena moeda ao barqueiro que te levará, gentilmente, para a outra margem do rio".
Se a historieta te cativou, leitor, vamos continuar. O tema, admito, é árido, mas tem sua importância. Há os que acreditam poder conquistar o céu ao preço de penosas penitências. Enganam-se redondamente. Nós, que admiramos a verdadeira Espiritualidade, acreditamos e sabemos que o céu - a outra margem do rio - é graça de Deus, que será dada para os que vivem em sua graça, e não para os que se vangloriam de caminhar sobre as águas. Deus é o barqueiro que nos levará para a outra margem da vida se não tivermos a presunção duma travessia solitária.
Ascese é uma palavra grega que significa simplesmente exercício. Religiosamente, comporta esforços, renúncias e penitências em vista da perfeição. Fazer ascese é exercitar-se para adquirir musculatura espiritual e poder percorrer com maior desenvoltura os caminhos do bem. Fazer ascese não tem nada a ver com a moderna "cultura do corpo", ou o fisiculturismo.
O verdadeiro asceta, por conseguinte, não é necessariamente magro, esquelético, descarnado. Muitas vezes o é, mas não se pode medir o grau de perfeição ou de espiritualidade pelo seu físico, mas antes pela intensidade de vida em prol dos grandes valores humanos e religiosos.
Em relação à ascese, os mestres espirituais sempre apontaram dois extremos a serem evitados: o do laxismo, que se caracteriza por um horror a qualquer tipo de renúncia ou sacrifício. O laxo é essencialmente um comodista, que só pensa no próprio prazer. É um egoísta sem grande caráter. Não busca forças para elevar-se, lutar, vencer e atravessar o rio. O segundo perigo é o rigorismo que se expressa como violência contra o próprio corpo. O rigorista não se dá descanso, acha que está pecando se sentir algum prazer material e quer atravessar o rio sozinho. Enquanto o primeiro é, via de regra, um glutão satisfeito, o segundo pode fazer-se um penitente carrancudo.
Não é preciso dizer que ambos estão longe do verdadeiro espírito da ascese cristã e dos verdadeiros caminhos da sabedoria humana. O laxo, por ficar aquém do que poderia ser e conseguir, e o rigorista, por perder o bom senso e ir além dele.
A Bíblia não faz a apologia da penitência, mas também não a desconsidera simplesmente. Jesus pregou: "Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga" (Mt 16,24; Mc 8,34; Lc 9,23). São Paulo parece temer as práticas ascéticas como se depreende da Carta aos Colossenses: "Ninguém, pois, vos critique por causa da comida ou bebida ou em matéria de festa ou de lua nova ou de sábados" (2,16). Denuncia o falso ascetismo de certas proibições que "são preceitos e doutrinas dos homens. Têm ares de sabedoria, mas são regras de afetada piedade, humildade e severidade com o corpo; em verdade não têm valor algum, a não ser para a satisfação da carne" (vv. 22-23).
Em contraposição, a tônica da verdadeira Espiritualidade se centra na consagração e no amor da pessoa a Deus, o que inclui um abandono e uma escolha: "Buscai as coisas do alto e não as da terra" (Cl 3,2) e "mortificai vossos membros terrenos" (v. 5). "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça" (Mt 6,33). "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho mas não vos preocupais com o mais importante da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade" (Mt 23,23)!
A verdadeira ascese, por isto, mais do que um caminho em direção a si mesmo, comporta uma luta em direção aos outros. Faz-se ascese como forma de consagração e amor. A pessoa se purifica para viver mais desimpedidamente pelos outros. Renuncia a coisas válidas para ser mais irmã e companheira.
A Tradição cristã encontrou sua melhor formulação ascética na expressão: "Nudus nudum Christum sequi", ou seja, seguir nu, despojado, o Cristo nu e despojado. Em vista disso, o movimento ascético, penitencial, não é uma operação fechada sobre si mesma, a se stante, como diz o latim. A penitência, em si mesma, não tem religiosamente nenhum valor. Seria apenas uma dieta espiritual, mas que não conduziria a endereço algum. A ascese só tem valor quando feita "por amor de", "em vista a", "em benefício de". Quando recebe apenas o caráter de quem a faz, mas não o endereço de por quem é feita, a ascese é vazia e perigosa, inútil, suspeita e não recomendável.
Por sua natureza, a vida é uma força selvagem, com uma pujança formidável, com majestade apaixonante e beleza muitas vezes cruel. É como um diamante que, para não deixá-la em estado bruto, precisa ser burilado pela ascese. Os pais e educadores fazem isto com as crianças. Os adultos, consigo mesmo.
Con-centrados em nós mesmos, não passamos de indivíduos. Des-centrados de nós e concentrados nos outros, tornamo-nos pessoas. Sobre-centrados em Deus, transformamo-nos em criaturas divinas. Este processo pode ser doloroso e corresponde à tríade espiritual bíblica do jejum (con-centração em si), esmola (des-centração de nós e concentração no pobre) e oração (sobre-centração em Deus).
Mas há outras formas de ascese. Na ascese da fé, a pessoa se aceita com seus dolorosos e insuperáveis limites, fraquezas e misérias, dor e desenganos da vida, e com o desfecho da morte, aparentemente o absurdo e total fracasso da vida. Na ascese moral, a pessoa diz sim ao bem e não ao mal, abraçando e renunciando ao mesmo tempo. Na ascese escatológica, a pessoa alimenta uma constante disposição para a partida e uma iluminada vigilância diante da vida em Deus. Para quem é cristão, existe ainda a ascese da cruz, que consiste em abraçar o escândalo do calvário, identificando-se com o Cristo que não afastou o cálice da dor nem fugiu da idiotice da cruz, fazendo-se obediente à vontade do Pai.
Em conseqüência, parece claro que fazer ascese não consiste em mortificar simplesmente o corpo, mas em morti-ficar (fazer morrer) o velho Adão ou o animal que é egoísta, guloso, violento, preguiçoso e cruel em nós. Fazer ascese consiste em renunciar ao eu não intencionado por Deus e não em tentar ser, simplesmente, mais e melhor.
A verdadeira ascese visa a fazer-nos mais livres, levando-nos a viver mais plenamente. Não procura arrancar qualquer erva daninha em nosso jardim espiritual, mas cultivar os frutos e as flores que ele pode, com a graça de Deus, com a ajuda dos irmãos e com a coragem pessoal, produzir.
Brevemente, eis alguns princípios que orientam o verdadeiro caminho da libertação humana: 1) A ascese é um meio, somente um meio, embora importante e, ao mesmo tempo, doloroso. 2) A ascese tem valor relativo e só é aceitável como serviço de amor e quando leva o penitente a identificar-se com os outros e com o grande Outro. 3) O ser humano tem uma natureza ferida pelo pecado e necessita da graça para resgatá-la e da ascese para fortalecer o homem espiritual e interior. 4) A ascese religiosa objetiva a purificação do pecador e é a contrapartida humana devida ao pecado. 5) A ascese não cria méritos para a graça, mas serve de conditio sine qua non (condição necessitante) para ela. 6) A ascese não é um luxo reservado a poucos, mas é um ideário abraçado por quem quer ser grande. 7) A ascese não faz ninguém santo, mas os santos fazem ascese.
Se alguém, por fazer ascese, se fizer triste e azedo, é melhor que não a faça. É preferível e é mais engraçado um comilão feliz a um atleta espiritual emburrado. Um dos frutos da verdadeira ascese é a alegria. Tanto quanto o comilão feliz, o asceta também sabe cantar. E canta. E canta melhor.

Frei Neylor J. Tonin
Irmão menor e pecador

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 23 de February de 2007 21:32

Um texto bem a propósito sobre o Jejum e Penitência com o qual concordo.

Citação:
Confessionário dum Padre
Ai, senhor padre, comi carne na sexta-feira

Trazia uma bengalita. Foi hoje de manhã. Vinha curvada pela idade. Cheia de trapos escuros. Eu estava sentado no meu cantinho do confessionário. Ajoelhou. Encostei o ouvido e ela também. Não falava alto nem ouvia bem. E disse: “Ai, senhor padre, comi carne na sexta-feira.” Eu também, respondi. “Mas eu não paguei a bula, senhor padre”. Nem sequer tinha dinheiro para tal e já não existe a bula. Esta servia para que os ricos pudessem comer carne nas sextas-feiras da Quaresma. Compravam o benefício. Nada mais contrário ao Evangelho. Como se só os pobres fossem obrigados à abstinência, Minha senhora, isso já não existe! Ela pergunta: “E perdoa-me, senhor padre?”

Primeiro explico-lhe que quem perdoa é Deus. Depois explico que já não está obrigada pela idade. Depois ainda que a bula foi substituída pelo Contributo Penitencial, coisa que nas minhas paróquias também já esmoreceu. Esmorecia-o eu. Porque não concordava com esta forma de angariar dinheiro. Depois acrescento que antigamente a carne era mais cara que o peixe. Era comida fina. Hoje o peixe é mais caro. Seria pior comer camarão, sapateira e outros peixes assim, como eu já vi muitos cristãos bem intencionados. Mais, disse-lhe que também não se conspurcava com a carne. Expliquei com palavras mais simples. A carne não conspurca ninguém. “Ai senhor padre, mas sempre foi assim”. Pois. E eu farto-me de esclarecer isso na eucaristia. E nada. “O que posso então comer?”

Lembrei-lhe que pela idade podia comer de tudo. Mas para a sossegar acrescentei que devia comer comidas simples, pobres. Em vez de requintadas, requentadas! “Só isso?!”.E seja boa.

O melhor Jejum e Abstinência, o que agrada a Deus, é aquela ocasião em que estamos atentos ao próximo, que partilhamos com ele, que fazemos sacrifício para partilhar, que escutamos, que fazemos um gesto. É aquele sacrifício que fazemos para melhorar na nossa vida. Deixamos de fumar. Perdoamos. Estamos atentos ao outro. É aquela ocasião em que procuramos ser bons.

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 24 de February de 2007 01:00

Em tempo de Quaresma é habitual promoverem-se conferencias quaresmais.
Deixo esta pequena noticia tirada da Ecclesia:

"Atenção à Família

Em Coimbra, numa tradição com mais de 20 anos, a paróquia de São José organiza também um percurso quaresmal através de conferências. A opção dos convidados é também ela diversa. A jornalista Laurinda Alves, o Pe Vasco Magalhães, do Centro Universitário Padre António Vieira no Porto, o psicólogo Eduardo Sá, João Paulo Barbosa, director do Centro de Estudos de Formação Autarca e D. Carlos Azevedo são os convidados a proferir as conferências dedicadas ao tema “Família, Espaço de Crescimento”.

O objectivo de orientar este espaço de reflexão para uma realidade próxima das pessoas e a preocupação com os novos modelos familiares, com o papel da Igreja no apoio à família, com a educação dos pais e com a “crise de civilização”, esteve na base da escolha do tema, segundo manifesta o Pe. João Castelhano, pároco de São José.

Saliente-se a escolha deste sacerdote em convidar gente que se destacou abertamente na luta pela vida - a Laurinda, o Padre Vasco, D. Carlos Azevedo.
Iniciativas destas são fundamentais para neste tempo de quaresma formar as almas mais necessitadas,

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Sebastião (IP registado)
Data: 26 de February de 2007 21:04

Decreto sobre as Indulgências:

989. Tendo recebido de Cristo o poder de conferir Indulgências, já nos tempos antiquíssimos usou a Igreja deste poder, que divinamente lhe fora doado (cfr. Mt 16, 19; 18, 18). Por isso ensina e ordena o sacro Concílio que se deve manter na Igreja o uso das Indulgências, aliás muito salutar para o povo cristão, e aprovado pela autoridade dos sacros Concílios, condenando como excomungados os que afirmem serem as indulgências inúteis, bem como os que negarem à Igreja o poder de concedê-las... (Capítulo XXV, Decreto sobre as indulgência, Concílio Ecuménico de Trento)

1. A Indulgência é assim definida no Código de Direito Canónico (cf. cân. 992) e no Catecismo da Igreja Católica (n. 1471): "A indulgência é a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições pela acção da Igreja que, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica, por sua autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos".
10. Obra de penitência:
pelo menos por um dia:
abster-se de consumos supérfluos (fumo, bebidas alcoólicas, etc.) ou jejuar;
ou fazer abstinência de carne (ou de outro alimento, segundo as especificações dos Episcopados), oferecendo uma proporcionada quantia aos pobres.

[http://www.vatican.va/roman_curia/tribunals/apost_penit/documents/rc_trib_appen_pro_20000129_indulgence_po.html]

Como se vê a indulgência é necessária, e é a remissão da pena temporal devida aos nossos pecados. Portanto esse texto que faz gozo da venda de bula, que é uma carta papal, segundo o dicionário priberam online.
Portanto deixo bem claro que suponho que nesse texto onde se refere a bula,refere-se a indulgência. E pela autoridade infalivel do Concílio Ecuménico de Trento o qual nos ensina que as indulgências são úteis e pelo ensinamento de Card. Baum de que se deve fazer abstinência de carne, posso afirmar com pouquissima margem de erro, que nesse texto a velhota curvada e "Cheia de trapos escuros" confessou-se a um padre protestante.

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 27 de February de 2007 05:12

Sebastião, se vc tiver algum texto edificante sobre indulgências, ou alguma razão evangélica para que sejam praticadas nos dias de hoje, teria prazer em ler. Infelizmente esse é um prazer que não tenho com declarações legalistas em tom autoritário. Até então estava fazendo bem a leitura dos posts neste tópico, lembrava aquelas conversas entre irmãos de caminhada. De repente, assim do nada, reapareceu a idade média...

Se uma leitura literalista das Escrituras já faz muito mal, imagine-se que desastre faz uma leitura literalista de textos medievais. A linguagem do Concílio de Trento era de um contexto de guerra religiosa, em clima de agressividade defensiva que pouco ou nada recorda a mansidão evangélica. Por favor, tenha cuidado em ler textos do período das guerras religiosas para não tomar alimento contaminado por revanchismo, por intolerância, por proselitismo e até por ódio. Existiram muitos exageros dos dois lados da guerra.

Felizmente é próprio do modo de ser da igreja interpretar e contextualizar os escritos religiosos. Ainda que fosse verdade, por hipótese, alguma afirmação da igreja, se ela não fosse anunciada com amor passava por desgraça a mentira. 1 Cor 13.

A propósito, concordo com o padre citado, é bom saber que ao acusá-lo de protestante vc só está fazendo elogios aos não-católicos. Veja abaixo que, mesmo o dom Lucas, considerado um bispo bem conservador, apoiaria aquele presbítero.

VOCÊ SABIA? Quando era arcebispo de Salvador, dom Lucas sempre liberou os fiéis da abstinência de carne na Semana Santa. Segundo ele, os pobres da capital baiana faziam jejum praticamente o ano inteiro. O cardeal ainda dava entrevistas nos veículos de comunicação dizendo: “Comam carne, pelo amor de Deus, porque o peixe está muito caro!”
fonte: [www.terra.com.br]

Sebastião, cuidado com essa mania de querer excomungar todo mundo!

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 27 de February de 2007 08:29

O engraçado disto tudo é que para uma coisas os Concílios são infalíveis mas para outras já não convêm.

Faço minhas as palavras do Firefox, há que ler e interpretar os textos medievais, com alguma cautela.

Felizmente a Igreja caminha e corrige erros.

Em comunhão

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 27 de February de 2007 09:10

Seguindo a autoridade infalivel do Concílio Ecuménico de Trento , estou a pensar em almoçar um linguado "au meunier", depois de um cocktail de camarão, e seguido de uns quantos profiteroles.

E cumpro integralmente o jejum, ou será que tenho de retirar os profiteroles? Mas não, continuo a fazer abstinência de carne...

João (JMA)

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 27 de February de 2007 10:47

Sebastião,

Desta vez são os concílios que são infalíveis, doutras vezes é o Papa que é infalível...

Deus, como somos humanos!!!

Em tempo de Quaresma deveriamos ser mais humildes e admitir os nossos erros mais do que jejuns e abstinências ritualistas e por decreto.

Fica aqui para reflexão, em especial para o Sebastião, alguns documentos Papais nada infalíveis.

- Bula Ad extirpenda - 15 de Maio de 1252 - Inocêncio IV -Autorização da tortura de heréticos

- Bula Unam Sanctam - 1302 - Bonifácio VIII - Supremacia da Igreja Católica Romana sobre o estado

- Bula Dum diversas - 1452 - Nicolau V - Autorização de Afonso V de Portugal para escravizar os infiéis da África Ocidental

- Bula Inter cætera - 1493 - Alexandre VI - Realinhamento da divisão do Novo Mundo entre Espanha e Portugal, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, assinado no ano seguinte

Para não falar de muitas outras coisas. Caro Sebastião, se quiser comer carne pode pagar a Bula...

Senhor, Tende oiedade de nós

Em comunhão

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 27 de February de 2007 13:51

Só uma pequena correcção, o concilio de Trento decorreu na idade moderna, não foi um concilio medieval.

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 27 de February de 2007 14:34

Será que faz sentido ajudar os outros?

Quem duvida?

A abstinência consiste em que a comida seja simples e pobre.
É preciso estar muito afastado da igreja católica para não saber isso.

E o dinheiro que se poupa não é para o próprio. è para ajudar alguém.
Quem não sabe?

Eu porque sou católica participo na Missa. Um dos exemplos apresentado foi que com esse dinheiro poupado se ajudasse a comprar os medicamentos de alguém carenciado.

Quem se afirma católico nunca ouviu falar na renúncia quaresmal e que essa renúncia resulta de dinheiro que não se gastou porque na quaresma se fez a mortificação de fumar menos cigarros, de beber menos cafés, de escolher refeições mais económicas, etc? Há um cem número de renúncias. E a igreja não impõe esta ou aquela, mas dá sugestões.

Como sabem, em certos países, comer carne era sinal de riqueza. Os pobres não tinham acesso a ela.Daí essa norma.

Claro que, como em tudo, os humanos dão a volta ao assunto e fazem-se falcatruas: exemplo de ir comer marisco ou um peixe caro e com o todo requinte.

Falar por falar para denegrir a imagem de alguém é que vai contra todo o espírito da quaresma... Concordam, ou não?

Quem se atreve a falar de certo assunto da ciência quando sabe que não está na posse dos dados?

Em minha opinião, sobre religião toda a gente sente que pode opiniar, sem se preocupar em estar informado.

Para mim isto é uma das manifestações de desonestidade intelectual. O que acham?

Re: Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 27 de February de 2007 15:58

Havia outra razão para a norma.
Em muitas regiões os senhores feudais só permitiam a venda de peixe depois de terem vendido a carne que produziam (mais cara que o peixe).

Isso prejudicava quer os pescadores quer os servos da glebe. A proibição de comer carne furava esse monopolio de muitos senhores feudais.

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