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Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: ines melo (IP registado)
Data: 23 de April de 2004 09:28

Hugo


Gostei muito de ouvir o seu depoimento sobre o filme de a Paixão de Cristo.
Em tudo estou de acordo consigo, eu também já o vi duas vezes e irei vê-lo mais vezes pois é uma das melhores representações que se fizeram até hoje sobre a Paixão de Cristo. Muitas pessoas acham que é violento eu não acho, pois se Cristo perdeu todo o seu sangue pelo amor aos homens, como poderia ele não ter sofrido? Todas as pessoas deveriam de o ir vêr, pois a mensagem do filme é comovente e grandiosa aos olhos dos Homens.
Bem haja quem aceitou levar o nome de Cristo a tantas partes do mundo e a tantos homens que o têm esquecido, e se esquecem o que ele sofreu por nós.

Um abraço em Cristo

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Hugo (IP registado)
Data: 23 de April de 2004 10:25

Rodrigo,

Onde é que eu disse que temos de sofrer também como Jesus? Se Ele Se deu como derradeiro sacrifício, foi exactamente para que nós não tenhamos de o fazer... para que os nossos pecados ficassem justificados...

Quando eu falo de darmos a nossa vida, falo de outras coisas... que podem passar também pelo sofrimento... conheci uma senhora com cancro que a dada altura sabia que iria morrer em breve... Mas permaneceu sempre feliz. Mesmo no sofrimento podemos ser felizes. Se conhecermos Jesus Cristo, tudo ganha um novo sentido. Esta senhora, nunca se cansou de dar graças a Deus, nunca a ouvi queixar-se. E nas suas orações oferecia sempre o seu sofrimento. Todos nós temos momentos de sofrimento (mais ou menos intensos)... E é a forma como vivemos e encaramos esses sofrimentos que fazem a diferença. Sta Teresa dizia que o sofrimento nos aproxima de Deus... E que Ele permite alguns sofrimentos porque nos quer próximos de si, porque nos ama. Ela própria escreveu que, em alguns momentos, pedia: Meu Deus, não me ames tanto!

Já sei que vão dizer que tenho a visão de um Deus carrasco que nos faz sofrer... blá... blá... nada disso. Tenho a visão de um Deus que nos ama numa medida que nós nunca vamos conseguir abarcar... Um Deus que não interfere nas nossas vidas no momento em que nós gostaríamos... que nos deixa crescer com as coisas que vivemos... um Deus que do mal tira um bem maior... De um Deus que da morte, tira vida.

O grande mal da Igreja e vitória "do que separa" é o medo que temos de sofrer. Esse medo é o que mais nos afasta da Vontade de Deus. Esse medo é que nos trava... nos impede de caminhar... porque tudo nos parece insuportável... tudo nos parece difícil... tudo parece precisar de mais forças do que as que conseguimos dar... Nas primeiras cenas do filme, brilhantemente, vemos Satanás tentar Jesus usando exactamente este argumento. Não resultou. Mas nós não somos Jesus...

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 23 de April de 2004 10:45

Hugo,

Na minha opinião, começaste bem a tua mensagem mas depois disseste algo que não concordo contigo. Dizes que "O grande mal da Igreja e vitória "do que separa" é o medo que temos de sofrer". Na minha opinião, o problema não é o medo que temos de sofrer, mas o medo que temos de amar. Se por vezes o amor acarreta sofrimento, nem sempre isso acontece.

Não creio que devamos procurar o sofrimento. Não é esse o mandamento de Deus. Devemos aceitá-lo sim, mas se o conseguirmos evitar sem que com isso amemos menos Deus e o próximo, não vejo porque devamos continuar numa situação de sofrimento.
Citação:
Aproximou-se dele um escriba que os tinha ouvido discutir e, vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes
O escriba disse-lhe: «Muito bem, Mestre, com razão disseste que Ele é o único e não existe outro além dele; e amá-lo com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.»
Vendo que ele respondera com sabedoria, Jesus disse: «Não estás longe do Reino de Deus.» E ninguém mais ousava interrogá-lo. (Mc 12,28-33)
Jesus fala de amor, não de sofrimento.

Luis

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Hugo (IP registado)
Data: 23 de April de 2004 11:59

Sim Luís.
A mensagem é de amor.

E concordo. No fundo temos medo de amar. Só que, na maioria das vezes, para amar, temos de quebrar barreiras dentro de nós e à nossa volta... e é esse "quebrar das barreiras" que nos é apresentado como sofrimento. Fazer como Abraão e pormo-nos a caminho é sempre muito complicado... parece sempre que vamos sofrer... e temos medo... e ficamos quietos... parados...

Não acho que devamos procurar sofrimentos. Sou completamente contra todos os tipos de promessas e penitências que impliquem o sofrimento. Isso é quase o mesmo que entregar animais em holocausto...

O que eu digo é que, muitas vezes, se diz que se Deus existisse e fosse bom, não permitiria este ou aquele sofrimento... e acho que nem todos os sofrimentos são maus... Se nos soubermos AMADOS, cresceremos a partir deles. Mas isso de procurá-los, não!

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 23 de April de 2004 12:09

Então, Hugo, estamos de acordo ;-)

Luis

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: rodrigo netto (IP registado)
Data: 23 de April de 2004 14:54

bem eu não falei que vc disse que devemos sofrer igual a cristo mas sim que tem pessoas que falam que para chegarmos a yaohu devemos sofrer. e discordo totalmente disso pois yaohushua como vc falou ja passou por isos para que nós não soframos mais embora sofrimento ainda exista claro.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de December de 2004 23:48

Espero não escandalizar ninguém mas...

a) só agora vi o filme "The Passion of the Christ" - talvez para preparar o Natal, dirão alguns ;-)

b) gostei!

c) fico com algumas reservas, de tipo teológico e espiritual.


Explico brevemente. Com um ou outro aspecto que poderia ser de outro modo, parece-me que cinematograficamente o filme está muito bem e tem a sua coerência interna. Não sou crítico de cinema, mas aprecio e gostei deste filme.

Objecções também as tenho e algumas são bastante pessoais.

Muitas coisas já foram aqui referidas e concordo com muitas delas. É verdade que, do ponto de vista literal, o filme peca em muitos aspectos, como quanto à quantidade de sangue derramado ao longo de toda a Paixão (10 litros não chegariam!); de resto, para "respeitar" a iconografia tradicional(ista), Gibson sacrificou alguns dados históricos hoje dados como certos.

Mas o que mais me impressionou foi o confronto entre a "letra" e o "espírito" da Paixão que vejo no Evangelho de S. João. É mais de ordem espiritual a minha objecção maior.

Se a "letra" do filme segue muito de perto o relato joanino (a partir deste integra os outros, com episódios da "Via Sacra" tradicional), o "espírito" já me parece bastante distante. Em S. João, Jesus sofre, certamente, mas é também Aquele que sabe que esta é a "Hora". Ao ler, meditar e contemplar a Paixão de Cristo desde o Evangelho de S. João "surge-me" um Jesus resoluto no amor, com uma densidade espiritual enorme.

Ora, essa densidade espiritual parece-me ficar bastante dissipada no filme com tão grande espalhafato sanguinário, com alguns requintes de "Rambo ao contrário". Já Maria aparece com outra espessura. A este nível, poderá dizer-se que Gibson escolheu uma linguagem de tipo "(hiper-)realista", mas com isso matou uma virtude do bom cinema, a capacidade de sugerir sem ter que mostrar. Gibson empenhou-se demasiado em mostrar e com isso perdeu-se muita da "sugestão". Pouco lugar fica para a imaginação. O filme rouba algum espaço à imaginação, porque pretende preenchê-la. Por isso, a impressão final com que fiquei foi a de que o filme move ao sentimento mais ou menos superficial, mas pode ficar muito longe de alimentar o espírito e de centrar-nos no essencial.

De qualquer forma, acredito (e os dados parecem confirmar isso mesmo) que o filme corresponde às "expectativas" de muita gente e talvez ajudem muitos a uma primeira aproximação. Simplesmente acho que às vezes se faz mal em nivelar por baixo.

Desculpem o atraso, mas o tópico ainda não tinha sido fechado ;-)

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 15/12/2004 23:53 por Alef.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 17 de December de 2004 15:47

Pois eu estou pior! :)

Comprei o DVD quando saiu, mas estou a guardá-lo para a Páscoa! Acho que se adequa melhor a essa época do que ao Natal!

Disseste, Alef, que <<de resto, para "respeitar" a iconografia tradicional(ista), Gibson sacrificou alguns dados históricos hoje dados como certos.>>

Pergunto eu: quais são? Assim, quando vir o filme, já estarei mais dentro do assunto para me pronunciar!

Cassima

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 18 de March de 2008 14:46

Pois é! Três anos e tal depois, aqui estou de novo. :)

Finalmente vi a Paixão de Cristo de Mel Gibson. Resolvia vê-lo, mas surgia sempre qualquer coisinha e deixava passar a Páscoa sem o fazer. E nas outras alturas parecia que não combinava. Desta vez é que foi.

Gostei muito do filme. Depois de ler tanta coisa sobre ele, acho que estava à espera de muito pior do que foi na realidade. Há dois momentos que acho muito violentos no filme: a flagelação e a crucificação, concretamente o momento em que os cravos são espetados nas mãos e pés de Jesus.

Não achei que houvesse motivo para tanta polémica. O filme parece-me fiel ao Evangelho e aquela frase tão dura em que os judeus gritam que o sangue de Jesus caia sobre eles e sobre os filhos não aparece (ou pelo menos não apareceu nas legendas. Como era tudo em aramaico não deu para perceber nada do que diziam, a não ser a palavra "Abba - Pai -, que Jesus disse algumas vezes).
Os grupos de pessoas que são mais mal vistos são os sacerdotes e os soldados romanos. Os primeiros com a sua astúcia a tentar defender um estado das coisas. Os segundos, principalmente os que flagelaram Jesus, são simplesmente execráveis. A violência da flagelação é muitas vezes apresentada, não directamente, mas a filmar de baixo, mostrando a cara e a bestialidade dos que açoitavam.

Uma cena houve que não percebi: quando Nossa Senhora e Maria Madalena limparam o sangue derramado por Jesus na flagelação, com uns panos brancos trazidos pela mulher de Pilatos. Qual era o sentido?

Mas o filme tem vários momentos de ternura, nos flashbacks de Jesus. Estou a lembrar, por exemplo, a cena em que Jesus faz uma mesa e brinca com a mãe.

Para mim houve um episódio que muito me comoveu: a cena do encontro de Jesus e de Sua mãe. A cena da queda de Jesus Menino e a queda de Jesus a caminho para o Calvário, a corrida de Maria para o seu filho pequeno, a corrida de Maria para o seu filho adulto, Maria a embalar o pequeno Jesus e Maria a olhar para o Seu filho tão maltratado, o contraponto entre os dois tempos foi muito feliz.

Se Mel Gibson resolvesse fazer um filme sobre a vida de Jesus, tenho a certeza, por aquelas amostras, de que seria bem conseguido.


Cassima

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 28 de March de 2008 21:02

Olá, Cassima:

Mesmo com alguma pressa: passado já tanto tempo, não me lembro de todos os detalhes que tinha em mente quando escrevi a mensagem anterior, a propósito da «iconografia tradicional(ista)», mas retenho um: a colocação dos cravos na palma das mãos.

A propósito da cena da mão a ser cravada, cena particularmente violenta, talvez tenham notado o truque: a câmara vê a partir da ponta dos dedos, o que permite «esquecer» o comprimento do braço. A mão que vemos e os dedos que se movem, são, evidentemente, mecânicos... ;-)

Quanto à cena da limpeza do sangue derramado, esse é, a meu ver, um dos elementos-chave de «leitura» deste filme: é um filme sobre o «Preciosíssimo Sangue». Isso explica a quantidade de sangue e o máximo respeito por cada gota derramada...

Alef

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 31 de March de 2008 14:14

Alef

É a isto que te referes, quando falas da iconografia tradicional relativamente à crucificação?

Obrigada pela explicação relativamente à limpeza do sangue. Realmente não me ocorreu o porquê.

Queria ainda acrescentar algo que me impressionou no filme e me esqueci de falar na mensagem anterior: o peso da cruz.

Nos filmes nota-se facilmente que os objectos pesados não têm peso. :) Quando um actor pega numa caneca para beber algo, nota-se pela forma como a levanta e a move que está vazia. Quando pegam numa mala de viagem supostamente cheia de roupa, é perfeitamente visível que não tem nada lá dentro. Nota-se no próprio gesto de pegar nela.

Isso não acontece com a cruz que Jesus carregava no filme. Nem tanto pela forma como Jesus a carregava, porque fisicamente ele estava já destroçado. Mas principalmente quando Simão de Cirene passou a levá-la também, estando ele com todas as suas forças, nota-se o esforço no rosto, no corpo, da violência do peso. Acredita-se que a cruz é maciça e pesada.

Cassima

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 01 de April de 2008 14:38

É um filme hiper-realista.

Re: "The Passion Of The Christ"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de April de 2008 18:05

Olá, Cassima!

Referia-me especialmente ao lugar dos cravos nas mãos. Na iconografia tradicional os cravos aparecem nas palmas das mãos; representações mais recentes «colocam» os cravos mais próximos do antebraço.

Também são frequentes outras variações, como a de Jesus levar uma «trave» e não uma «cruz completa», mas, «obviamente», Mel Gibson não cedeu a essas variações...

Alef

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