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do Inferno e do diabo
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 15 de July de 2009 18:27

O Inferno desde sempre foi o local que a Igreja sempre disse ser o local dos condenados e o diabo, o seu regente. O inferno é descrito como um local onde as chamas proliferam e as almas são castigadas, pelos seus pecados. O diabo é o regente que se prazenteia com o cenário. O inferno está associciado às palavras Hades e Sheol[Wikipedia] que significou durante muito tempo o lugar de condenação e sofrimento para onde iam os mortos. O próprio Jesus diz-se ter passado por lá. Alguns teólogos mencionam entretanto que isso não se passou de facto mas de forma simbólica, porque o inferno deixaria de ser inferno se Deus lá estivesse.

Não sou um teólogo e estas palavras anteriores serviram só de introdução ao que quero dizer.
As perguntas que se me põem são:
A existência do inferno é vontade de quem?
O inferno é a última palavra de Deus?
Existe de facto um local fisico de seu nome "inferno", ou é apenas um local onde as almas se tentam esconder da luz de Deus, sendo esta a fonte, prenhe da consciência dos seus erros? É apenas um local metafisico de negação de DEUS?
O diabo representa alguém em particular, ou pode ser várias almas que negam de uma forma especial Deus e tudo o que ele é?


Para mim responder que o diabo é uma pessoa em particular desde o principio do universo acarreta para mim e para a minha razoabilidade alguns problemas. O primeiro é que se isso acontecer o mal definitivamente ganha sobre o bem, porque de facto existiu alguém que conseguiu resistir por tempos infinitos, à bondade de Deus e toda a teoria, de que não existe um mal que se possa opôr ao bem de Deus cai por terra.

Do meu ponto de vista, que me parece mais razoável, é que o diabo não é ninguém em particular, nem sequer foi anjo(se fosse far-me-ia pensar que se um anjo que está perto de Deus o nega, que erro pode ter então Deus?). Não vejo também que a Bíblia o afirme.

Deus não tem nenhum erro e alguém com a sabedoria de um anjo não negaria Deus. Um anjo saberia mais que ninguém que antes dEle ou após Ele não há nada, porque Ele é o principio e o fim de todas as coisas.


Toda esta teoria está consoante a tese de que o mal não tem fonte, não nasceu de ninguém, mas surge simplesmente da negação do bem, do amor, que é Deus. O inferno é o local metafisico dessa negação, que pode ser inclusivamente os nosso próprios corações. Esta negação pode ser consciente ou inconsciente, enquanto permanecemos num corpo, mas sempre consciente e por isso tormentosa, quando não temos corpo fisico, pois Deus está sempre presente em todos os lados do Universo. E esse é o verdadeiro inferno, para as almas dos pecadores. O INferno não é um lugar de condenação, mas de negação.



Editado 1 vezes. Última edição em 15/07/2009 18:30 por vitor*.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Desconhecido (IP registado)
Data: 15 de July de 2009 19:32

Bom post vitor.

Também sou da opinião de que o mal é fruto do do egoísmo e da ignorância.

Penso que Satanás (Acredito que de facto existe uma entidade, que abordou Jesus) será mais uma entidade que padece de ambas as coisas, como todos nós um pouco, uns mais, outros menos...

Dás a entender que se fosse anjo, então não seria razoável que encontrasse erros em Deus, pois deveria ter uma excelente noção da verdade. É um raciocínio interessante. Talvez, mediante o poder que deteve em si, se tenha deixado tomar pelo orgulho, enfim... apenas hipóteses, pois para isso seria necessário esclarecer o que são realmente os anjos.

Quanto ao destino dos que insistem na negação de Deus, baseando-me naquilo que acredito, penso que vão mesmo para um mundo inferior quando chegar o momento que todos os católicos conhecem certamente, que é a vinda de Cristo anunciada na "Revelação", para "colocar ordem na casa", mas que de algum modo é o fim eterno. Qualquer um, mais cedo ou mais tarde, acabará por seguir o bem.

É a minha opinião

cumps a todos

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 20 de July de 2009 15:26

Lá vamos nós outra vez...

Com agrado, até, pois este é sempre um bom tema.

Mas já foi amplamente discutido. Comecemos por duas questões:

1 - O mais cómico na questão do inferno é a questão do local físico; e consequentemente a localização geográfica do mesmo.

Aguardemos os nossos irmãos literalistas, para nos darem as coordenadas geográficas do inferno.

2 - Quanto ao diabo, existe ou não? Ente ou recurso literário?

João (JMA)

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 20 de July de 2009 22:35

O paraíso tem localização geográfica ou é físico?

Não caiam já no erro como algumas pessoas que entram a matar estilo tu és isto e aquilo porque pensas diferente de mim.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 10:17

Citação:
Desconhecido
Bom post vitor.
Também sou da opinião de que o mal é fruto do do egoísmo e da ignorância.


se depois de ler o que escrevi, acha isso, então não percebeu nada do que eu disse. O egoísmo não tem fonte, surge como negação do amor, negação esta que pode ser consciente ou inconsciente, o que é bem diferente de dizer que o amor surge pela negação do egoísmo. O egoísmo não se nega, porque eu não nego o que não tem substância[1], não nego o conteúdo de um copo quase vazio(se estivesse desprovido de todo o bem deixaria de existir), simplesmente o encho. Simplesmente cesso de negar o amor e o egoísmo acaba.

Referências

[1] Marcos Roberto Nunes Costa," O problema do mal na polémica antimaniquéia de Santo Agostinho", Coleção filosofia, 2001



Editado 7 vezes. Última edição em 21/07/2009 10:46 por vitor*.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 11:08

Citação:
Desconhecido
Também sou da opinião de que o mal é fruto do egoísmo e da ignorância.

Discordo, pq se é verdade que o egoísmo e a ignorância tb podem produzir o mal, não é verdade que o mal possa ser todo explicado por aí. Na mesma direção, tb não concordo com o Victor qdo afirma que "o mal não tem fonte, não nasceu de ninguém, mas surge simplesmente da negação do bem, do amor, que é Deus", isto é, não me parece que isso explique todo o problema do mal. Acho que as duas respostas apresentadas ainda não consideraram toda a profundidade do problema. Parece-me que se limitaram a tratar do lado "mais fácil" da questão, a saber, do mal moral, mas não consideraram o problema do mal metafísico.

Dois exemplos talvez ajudem a esclarecer: um gatinho que nasce com um defeito na pata é um mal, e um terremoto que mata milhares de pessoas é um mal. Não é fácil imaginar um "culpado" nesses dois casos. Na verdade mesmo, nem tem que existir algum "culpado", afinal por que teria que existir um? Isso me recorda uma parábola contada por Nietzsche: "Que cordeiros tenham horror das grandes aves de rapina é algo que não surpreenderá ninguém; mas nem por isso se deve querer mal às grandes aves de rapina devido ao fato de elas atacarem os cordeirinhos". O cordeiro sofre por causa das aves de rapina que o devoram, e diz a si mesmo que, se as águias não o devorassem, as coisas seriam melhores. Tudo que elas têm que fazer, portanto, é não os devorar, e, se o fazem, é porque são más. Parece que todos que sofrem algum mal gostam de se colocar no papel de vítimas e procurar algum culpado.

É bom esclarecer de uma vez. O problema do mal ainda não encontrou resposta satisfatória nem na filosofia e nem na teologia, e todas as tentativas humanas para explicar o mal são parciais e, em certo sentido, insatisfatórias. Creio que a melhor resposta é apresentada na teologia cristã que encara a existência do mal como mistério, e assumir isso logo me parece o mais "honesto". Todavia, entendo que o fato de assumir o mal como mistério não tira o direito de que alguém se esforce para entender melhor o problema, é claro. Não é incomum encontrarmos cristãos tecendo considerações sobre o mal, mas imagino que o façam tendo em mente que estão avançando como numa nuvem. Escrevo isso agora pensando em Sto Agostinho, que tanto pensou sobre o problema do mal.

O fato do problema do mal ser mistério desagrada alguns. O mal é escandaloso, e não ter uma explicação para o mal é assustador para eles. Ter isso em conta ajuda a entender, não o mal, mas a necessidade que as pessoas tem de inventarem as mais variadas "explicações" (que não explicam muita coisa, mas ajudam a esconder o problema para aliviar a tensão). Da minha parte, aceito que o mal é mistério e é escândalo. Não sinto necessidade de explicar o mal, mas acho o tema interessante.

Paz e Bem.



Editado 1 vezes. Última edição em 21/07/2009 11:10 por firefox.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 11:30

Querida raposita

Estava à espera que dissesses que o mal não é necessariamente um mal.
Para as aves os cordeirinhos fáceis de caçar são um bem, um mal seria não haver cordeiros e as suas crias morrerem de fome.
Muito sinceramente o mal só existe porque nos pomos a tentar classificar as coisas.
O soldado que mata em defesa da sua pátria - herói ou carrasco?

Não classificaria acontecimentos naturais como bem ou mal. Um tornado nem é um bem nem um mal, por si. Acontecesse numa zona sem habitantes e ninguém lamentaria.
Uma boa colheita é um bem, ninguém duvida. Mas se ela for ganha à custa do esgotamento do solo... é um bem que se torna um mal.

Então, o que será um mal? Um mal é tudo aquilo que é percebido como negativo e depende de nós.
Uma criança numa brincadeira empurra outra e mata-a. É um mal, pois podia ser evitado por adultos mais vigilantes mas não um mal nascido naquela criança. Ela matou mas o mal não está nela, mas no adulto ausente, pois ele é quem já possui um esquema integrado de bem e mal.

O mal nasce de nós, não pela famigerada natureza decaída, mas porque criamos normas, regras que orientam as nossas acções. Tudo o que viole essa norma é percebido como mal.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 11:32

bem fire para eu tecer considerações sobre o mal moral eu teria que ter tecido algumas considerações que julgam o mal. Eu não teci essas considerações. Nem me interessam. Podias esclarecer o que é o mal metafisico.

Acho que agostinho se não acertou andou lá perto, muito perto. Eu posso aceitar o mal como um mistério, no entanto não o acho o maior de todos os mistérios. Nas reflexões sobre o problema do mal deveria ser levado em conta o que joão diz: João 4:19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
Isto não implica que tudo o que façamos bom seja porque Deus tomou a iniciativa, mas nós tomamos a iniciativa.

Uma das coisas que ainda me leva a acreditar na teoria de que o mal existe como ter, não como ser, é o facto de todos nós, todas as coisas nascerem boas, independentemente do que quer que seja. Aos poucos por relacionamento com o meio que nos rodeia, vamo-nos esvaziando do bem que obtivemos e produzindo o mal, que existe, não naquilo que somos, mas naquilo que fazemos.

O mal não e absoluto, de tal forma que eu posso ter causado o mal que à partida pode ser um bem para outra pessoa. Mas convêm descenir "o bem" de "um bem", porque o bem é absoluto e um bem causado a uma pessoa nunca é um mal, causado a outra.



Editado 2 vezes. Última edição em 21/07/2009 12:00 por vitor*.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Isabella (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 14:28

Nem sempre o mal é fruto do egoísmo ou da ignorância. Um tornado é fruto de que?

Dizem que o mundo é do diabo, Deus já não existe!

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 14:55

A ignorância não pode ser acusada de nada. Como culpar alguém de algo que nem conhece ou entende?
Voltamos ao tempo em que débeis mentais eram condenados à morte?

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 15:44

Lena, eu posso dizer que um ignorante é maldoso se ele for negligente com o que deveria saber e não sabe, não o posso acusar com o que ele não sabe, nem tem obrigação de saber.
Praticar o mal é em certa parte ignorância do bem, daquilo que ele representa e realiza na vida de cada um de nós.
Basicamente, se eu conhecesse Deus, eu certamente não praticaria o mal. O problema está, é que eu primeiro preciso de o aceitar, para depois o conhecer. Este aceitar não implica credos, nem religiões, ou mesmo não acreditar na existência de Deus, implica aceitar o bem que ele quer realizar em nós e que se manifesta nos outros de diferentes formas. E isso qualquer um incluindo, um ateu pode sentir.
O facto é que mesmo sejamos muito santos dificilmente o conheceremos inteiramente e por isso ignoramos o bem que podiamos fazer e não fazemos. O mal é consequência da ignorância, mas a ignorância não é consequência do mal.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 16:17

vitor*

Mesmo quem não conhece Deus pode praticar o bem. E é mesmo bem, não se fica pelo meio.
E discordo por completo que o mal seja consequência da ignorância.
Quem sabe que faz algo errado, obviamente que não é ignorante, de outro modo não saberia que estaria a fazer mal.

Agora quem é ignorante, no sentido de incapaz de entender as diferenças, se fizer mal não terá consciência dele, logo não entende que teria outra opção boa. Posteriormente, através da sua experiência até poderá concluir que outra opção seria preferível e a partir daí evitar a primeira classificando-a como má. Mas isso é depois, antes qd praticou a acção não sabia que era mal.

Pegando no mito da criação, voltamos à questão do conhecimento do bem e do mal. O pecado surge quando há consciência do que é bom e do que é mau. Antes o pecado não existiria , pois não havia conhecimento, não havia consciência.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 16:56

Citação:
Lena
vitor*
Mesmo quem não conhece Deus pode praticar o bem. E é mesmo bem, não se fica pelo meio.
O conhecimento tem a ver com o que Deus é e repito o que disse sobre o aceitar, que é caminho para o conhecer:

Citação:
Vitor
Este aceitar não implica credos, nem religiões, ou mesmo não acreditar na existência de Deus, implica aceitar o bem que ele quer realizar em nós e que se manifesta nos outros de diferentes formas. E isso qualquer um incluindo, um ateu pode sentir.

Conhecer não implica acreditar em Deus, mas acreditar, experimentar, e viver o bem, o amor a verdade, que é o que Deus é. Senão acredito, conheco o bem que realizo, como o posso realizar? Deus é só um nome para resumir tudo o que Deus é.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Isabella (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 17:38

Aqui agora apenas se fala no diabo e no inferno!

Muitos praticam o mal num estado de ira! Isso são partes do diabo? Se nunca me zangam eu nunca digo palavrões, mas se me zangam alguns saem-me da boca!

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 18:56

No pensamento cristão sempre houve um grande conflito metafisico entre o bem e o mal ("Deus separou a luz das trevas" como diz genesis), não há equilibrio entre estas 2 entidades, até chega a haver negação teórica ou intelectual em que o mal nem tem realidade em si, e segundo alguns é simplesmente uma privação do bem. O mal é visto no cristianismo como a a falta de Deus, a falta da comunhão com Deus que foi perdida, o afastamento do homem de Deus e incumprimento dos parametros que Deus estabeleceu, a privação ou ausência da luz, o que se afasta do bem estabelecido... Alguns defendem que se não houvesse o mal também não haveria a ideia do bem, daí Deus permitir o mal...
O que é certo é que há o pecado pontual, sobre o qual se pode agir, que se pode de diversas maneiras evitar, e por outro lado há também aquilo que é estrutural, automático, tão implacável como o micróbio ou o virus de uma determinada doença e como tal tragicamente inultrapassável.
Na prática derivado muito há moralidade judaico-cristã e não só sempre houve muito o velho receio da animalidade, o medo da sombra...e a velha tensão de mobilizar as energias individuais e sociais para procurar eliminar esse mal... na verdade forças profundas, que animam todos e cada um e a vida social no seu conjunto, que são parte de nós, a face obscura da nossa natureza, esse abismo negro da animalidade latente em cada um de nós, o da crueldade também, o do prazer e do desejo, aquilo que a cultura, a sociedade, a religião podem domesticar em parte mas que continua sempre a animar os nossos desejos, receios, sentimentos... os nossos afectos...
Então há quem procure fugir da sombra, reprimir tudo o que vem da animalidade a fim de que as energias se focalizem ao alto, se orientem para um objectivo a atingir, se projectem num ideal a realizar, o problema está é quando o mal ressurge incontrolado, de uma maneira dissimulada, perversa, desviada quando não há uma harmonia conflitual entre o instinto animal e a realidade... e então com tantos fardos pesados anti-natura que os fariseus da religião atam às pessoas, que nem eles mesmo conseguem suportar... daí tanta histeria e tanto neurótico e perverso que a religião fabrica...
Bem, não será que a descida aos infernos ou seja a confrontação com esse mundo subterraneo não é um momento necessário, de progressão? Será que não é necessário por vezes descermos ao inferno antes de voltarmos ao céu? Será que uma planta não tem necessidade de raizes para se erguer até ao céu? Será que os males diversos, as separações, as rupturas, os desamores, as doenças, os acidentes, em suma, todo o trágico da vida quotidiana não pertencem a essa categoria infernal?
Será que não pode existir uma forma de grandeza na negatividade? Será que a imperfeição também não pode ser um elemento estruturante da realidade humana? Será que não é mesmo verdade que há males que veem por bem? Será que a realidade humana não é feito de um pouco de tudo, e será que não era mesmo para ser assim? Será que a imperfeição, a parte da sombra não é um elemento essencial, importante de toda a vida individual ou colectiva?



Editado 1 vezes. Última edição em 21/07/2009 19:01 por Jorge Gomes.

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 19:43

O bem e o mal sim, podem ser uma questão de moral, portanto, de tempo e espaço.
Mas pensando num psicopata como é que se pode falar em moral se, por definição, o psicopata não a tem? Há um mal e não se pode falar em moral já que aqui há total falta de respeito a ela ou sequer seu reconhecimento.
Inclusive, no processo de individuação, o que é socialmente mal, poderá ser o bem de uma pessoa e vice versa...
E há um bem e um mal que não podem ser questionados nem mexidos que é algo do próprio Inconsciente e que portanto transcendem a nossa consideração digamos que é o princípio de discernimento ético. O Mal é, o Mal não é apenas uma questão moral...

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Jorge Gomes (IP registado)
Data: 21 de July de 2009 21:38

Citação:
Isabella
Aqui agora apenas se fala no diabo e no inferno!
Muitos praticam o mal num estado de ira! Isso são partes do diabo? Se nunca me zangam eu nunca digo palavrões, mas se me zangam alguns saem-me da boca!

Bem biblicamente falando Deus também se ira. Ira-se contra a mentira, contra as injustiças, etc. Não ouviu falar de ira santa? Há iras e iras...
Jesus disse que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também Paulo salientou Irai-vos mas não pequeis...

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: Desconhecido (IP registado)
Data: 24 de July de 2009 03:50

Citação:
firefox
Citação:
Desconhecido
Também sou da opinião de que o mal é fruto do egoísmo e da ignorância.

Discordo, pq se é verdade que o egoísmo e a ignorância tb podem produzir o mal, não é verdade que o mal possa ser todo explicado por aí. Na mesma direção, tb não concordo com o Victor qd afirma que "o mal não tem fonte, não nasceu de ninguém, mas surge simplesmente da negação do bem, do amor, que é Deus", isto é, não me parece que isso explique todo o problema do mal. Acho que as duas respostas apresentadas ainda não consideraram toda a profundidade do problema. Parece-me que se limitaram a tratar do lado "mais fácil" da questão, a saber, do mal moral, mas não consideraram o problema do mal metafísico.

Ola firefox

Agora é uma boa questão a que deixaste. Posso estar enganado, mas sempre que penso as vezes nas coisas que as pessoas fazem de errado, existe sempre um motivo pessoal por trás, ou uma boa intenção que dá para o torto por desconhecimento de algo, ou por pura diversão. Não consigo alcançar outros grandes grupos de motivos.
É apenas a minha opinião, baseada no que me apercebo.

O terramoto é mau por exemplo para aqueles que perderam alguém e que, estando apegados a essas pessoas (uma reacção do ego, que sente falta de algo que tinha, logo, resulta de um sentimento egoísta), recusam-se a aceitar em pleno a sua partida, e até pedem a Deus que os traga de volta. Se essas pessoas partiram, foi porque assim Deus quis, pois a sua missão na Terra terminara. Devemos orar para que essas pessoas sigam em paz. O culpado então, na minha opinião, vem do ego das pessoas que sentem o acontecimento de perto e que o vêm como mau. É uma opinião teórica eu sei, pois e se fosse comigo? Teria eu forças para vencer o meu ego? Uma pergunta que não sei se estaria preparado para responder... que Deus me dê força nessa altura.

Mas fazes uma distinção entre "mal moral" e "mal metafísico". Se queres dizer que o "mal moral" é o que a sociedade condena, e que o "mal metafísico" é aquilo que realmente é o mal aos olhos de Deus, então aí quero dizer que refiro-me ao segundo claro, mas o que nós conseguimos compreender, é o lado moral, que é assimilado precisamente pela mente humana, que evolui juntamente connosco. Mas mais não se pode dizer a respeito do "mal metafísico", pois até saber a que corresponde realmente o "mal metafísico"... só Deus sabe.
Se não é nada disto que disse neste ultimo paragrafo, então agradecia que dissesses o que realmente queres dizer.

Ola vitor

Quanto ao que disseste em resposta ao meu comentário, não concordo em absoluto. Passo a explicar o porquê:
Na minha ideia, acho que no inicio, o amor divino não é a regra geral, mas sim algo, que ao longo da nossa existência, nos é dado, transmitido, ensinado. Assim como na vida erramos algumas ou muitas vezes até acertar, coisa normal de acontecer a quem aprende algo, eu penso que o bem, ou melhor, o que se considera como sendo o bem, é também por si, o resultado de uma aprendizagem, com erros e percalços no seu caminho. Quanto ao professor: Deus, a vida, o amigo, o inimigo, etc...

Para deixar de negar o amor de Deus, é necessário vencer o próprio egoísmo primeiro, não penso que seja ao contrário.

cumps a todos

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 24 de July de 2009 10:10

egoísmo :estar apegados a essas pessoas que vivemos uma vida inteira ao lado, de quem chorámos lágrimas e abrimos sorrisos, demos pancadas nas costas como quem afasta a noite do seu olhar e escrevemos poesia em corações cansados de tanto lutar. Isso é egoísmo... isso não é teoria...

Re: do Inferno e do diabo
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 24 de July de 2009 19:33

Citação:
vitor*
A existência do inferno é vontade de quem?
Só pode ser vontade de "quem" para lá vai.
E quem vai para lá?
Quem recusa a comunhão com Deus.

Citação:
vitor*
O inferno é a última palavra de Deus?
Não tem a ver com Deus mas com quem recusa Deus.

Citação:
vitor*
Existe de facto um local fisico de seu nome "inferno", ou é apenas um local onde as almas se tentam esconder da luz de Deus, sendo esta a fonte, prenhe da consciência dos seus erros? É apenas um local metafisico de negação de DEUS?
Não existe nenhum lugar físico com as características enunciadas. Aliás tal concepção é uma contradição nos seus próprios termos. Não obstante termos tido discussões anteriores em que um lugar geográfico era a tese sustentada. Infelizmente nunca tivemos acesso às coordenadas geográficas de tal lugar, mas a tese persistiu.

Citação:
vitor*
O diabo representa alguém em particular, ou pode ser várias almas que negam de uma forma especial Deus e tudo o que ele é?
A existência do diabo tem alguma coisa de "mania da organização"
Assumindo a existência de um lugar logo lhe arranjaram um chefe.
O homem tem horror ao vazio.
Eu acho curiosa a expressão "mafarrico chifrudo" pois é bastante colorida. Mas não acho necessário a existência de tal coisa.

Se considero necessário que o homem tenha a opção de negar em absoluto a comunhão com Deus, consequentemente parece-me necessário que tal situação hipotética de negação de Deus exista de facto em possibilidade.
Se lhe chamarmos inferno (ou qualquer outra coisa) parece-me necessário que o mesmo exista.

Questão diferente é o "grau de ocupação" de tais "instalações".
Será que existe alguém de negar em absoluto a comunhão com Deus? Noutras palavras, será que "alguém" "vai" "para o inferno"?

João (JMA)

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