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Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 17:24
Firefox,
Me desculpe, sei que o seu caso não é de má fé. Digo essas coisas da boca para fora mas depois arrependo-me, e arrependi-me quase de imediato mal escrevi.
Há pessoas aqui que me tiram do sério, vc acabou por apanhar tb.
Mas vc há-de convir comigo que, tendo a Igreja uma infinidade de documentos a exaltar a sexualidade humana bem vivida, dentro do plano de Deus, e vc vir-me dizer que o sexo é sujo para a Igreja... rsrs
É preciso não distorcer o que a Igreja diz. As críticas não são bem-vindas – rsrsrs – mas se tiver de ser, paciência. Agora críticas bem feitas, com base no que a Igreja diz e defende e não em caricaturas e distorções.
A frase ali para a Luísa foi uma vingançazita, pq eu não gosto de recorrer a esses expedientes muito próprios dela.
Aproveito e peço, em meu nome pessoal, desculpa à senhora que iniciou este tópico; alguém que vivia um caso particularmente doloroso e difícil e pretendia, com este espaço, ir vendo as novidades na Igreja sobre o tema e a discussão franca e aberta da questão. Com o passar do tempo, aqui falou-se de tudo e do tópico original, nada, algo que deve ser muito desagradável para a dita senhora.
Seria bom que nos mudássemos, com este saco de gatos de temas, para outro tópico, a fim de que a dona Vera pudesse ter aqui o seu espaço de reflexão sobre o tópico iniciado.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 18:59
Rui,
Aproveitando que citou o catecismo, só para constar, não tenho problema com o texto na parte citada ;)
Miriam,
Vc está certa em dizer que a igreja nunca afirmou que o sexo era sujo, mas se atentar essa nem era minha questão. Minha preocupação é outra e acho que diz respeito ao abismo que existe entre o que o magistério afirma e qual mensagem é transmitida. É capaz de afirmar que os católicos não acabam com aquela visão ou que o magistério consegue se comunicar bem com o povo nesse assunto? Os casos de misogênia nem são raros no clero, a figura da mulher está associada ao pecado e dai ao sexo como sujeira é um piscar de olhos. Assim, afirmando ou não a sujeira, o magistério podia cuidar mais (como?) para não ensiná-la (sem querer, por suposto). Bem entendido agora?
Fica com Deus
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 20:48
" Citação:M Quanto à citação adulterada, fiz-te exactamente o mesmo que fizeste na semana passada , "
Normalmente, não costumo perder tempo a argumentar com pessoas mal formadas, mas esta ideia esdrúxula de justificar uma mentira com outra mentira, ultrapassa a razoabilidade. Basta ler o qua escrevi em vários posts para comprender que em nenhum momento alterei palavras do papa ou quaisquer outras.
Citação:M "Obviamente coloquei a citação toda, precisamente para ver se te davas ao trabalho de conferir, "
Tanta falta de formação humana nem merece comentários.
Prossigamos então com os factos _ O CÃNONE 10 DO cONCÍLIO DE TRENTO CITADO POR M ESTÁ ULTRAPASSADO E NÃO CORRESPONDE À DOUTRINA DA iGREJA DE HOJE.
( eu pensava que as pessoas iam a fátima ganhar saúde , mas parece que este ano foi o contrário - imensa gente adoeceu por ter ido a fátima e sujeitar-se a condições infrahumanas - é o que dá a falta de continência mística...)
Editado 3 vezes. Última edição em 17/05/2010 21:12 por luísa.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 21:19
Vamos então aos factos, porque a Luisinha - eu até gosto dela, por muito que ninguém acredite (eu disse isto?) - limita-se a debitar, mas apresentar documentos, tá quieto!
Antes de voltar para a cama – que já estou a abusar – mais umas reflexões:
1 Existe uma excomunhão, ou anátema, decretado por um Concílio Dogmático a quem afirme que, em termos de consagração ao Senhor – não em termos morais – o matrimónio se situa em plano de igualdade com a continência ou castidade perfeita, ou virgindade pelo reino. Quem disser que não é mais perfeito permanecer na castidade perfeita do que unir-se nos santos laços do matrimónio, seja anátema.
2 O Concílio de Trento, sendo um concílio dogmático e infalível, continua vigente na Igreja – como bem o atesta o Catecismo da Igreja Católica -, dado que a Igreja não se iniciou há quarenta anos e a sua doutrina é perene e não pode mudar. O Concílio Vaticano II não veio alterar a doutrina, mas aprofundá-la na continuidade; reformar algumas coisas que ainda não estavam tão bem exploradas pelo magistério e nada mais. É assim que o Papa Bento XVI nos pede para regressarmos ao autêntico Concílio. Ora bem, há coisas que muito legitimamente o Concílio redescobriu, reintroduziu; mas, para dar ênfase a estas novas que estavam já esquecidas pela Igreja, o Concílio não explorou outras – porque já havia bastante magistério sobre elas. Ou seja, o Concílio aprofundou-se no que ainda não estava tão bem explorado, dado que o resto já tinha suficiente doutrina e magistério, não precisando de ser melhor explorado. Logo, é muito legítimo – já que a minha Igreja tem 2000 anos – recorrer ao Concílio para explicar algumas coisas e a outros concílios e catecismos para aprofundar melhor outras. É o mais correcto a fazer-se: aprofundar toda a doutrina, presente nos vários concílios ecuménicos. Uns, exploram uma parte, outros outra, assim é a dinâmica da Igreja. O Vaticano II explora muito a santidade; o Vaticano I a infalibilidade; Trento as questões dogmáticas. E todos com importantíssimos contributos que podem e devem ser usados na apologética e na defesa da fé integral. O Vaticano II não é uma ruptura com os demais concílios, essa é a leitura do magistério e do Santo Padre, que já por diversas vezes insistiu nisto. Logo, tem de ser colocado na continuidade da Tradição e, na medida em que nele não estiver alguma doutrina tão bem explicada, devemos ir procurá-la à Tradição: catecismos, magistério, concílios anteriores.
Do mesmíssimo modo, se uma doutrina – como a da santidade no mundo – não estiver tão bem explicada noutros concílios – como de facto não está -, então vamos ao Concílio Vaticano II que se especializou nesta matéria, pegou nela, aprofundou-a.
A Igreja é uma continuidade dinâmica, feita de redescobertas, que aprofundam mas não alteram a doutrina tradicional católica. O Vaticano II veio dar-nos uma noção das coisas obscurecidas, não veio revogar a doutrina.
3 A Luísa disse que o meu muito amado Papa incorreria na tal excomunhão, dado que afirmava o contrário do que afirma o Concílio de Trento.
4 Eu enveredei por um mau caminho. Darei, sim!, as frases, mas o modo como coloquei a questão foi péssimo. Ao acusador, cabe o ónus da prova. É a Luísa e não eu – e reitero que colocarei as frases assim que possa – que cabe provar o que afirma. Não valem textos de exaltação do mattrimónio – isso eu também já fiz aqui e a Igreja tem riquíssimo conteúdo doutrinal de exaltação do santo sacramento.
Cabe à Luísa provar que o Papa incorre em anátema, que contradiz pública e manifestamente o que é dito pelo Concílio de Trento, ou seja, que o Papa defende que é mais perfeito permanecer em união conjugal do que em castidade perfeita ou continência. Ele só incorreria em anátema se afirmasse que não é mais perfeita a continência do que o matrimónio, ou se afirmasse que as duas formas de vocação têm o mesmo valor em termos de consagração total e perfeita a Deus, repito. Em lado nenhum ele diz isso, (diz precisamente o contrário, como veremos) logo não incorre em anátema. Só podemos anatematizar alguém com base no que diz e não com base no que não diz. Em caso de ambiguidade – que neste caso não existe -, deve adoptar-se o pensamento positivo, supor-se a boa intenção e a recta doutrina e não o contrário. No que não é dito, supõe-se boa doutrina. Só se ataca heresias públicas e manifestas e não aquilo que «poderia ter sido».
Portanto, quando a Luísa afirma que o Santo Padre incorre no anátema, ela tem que provar aqui que o Papa afirmou o contrário do que afirma o Concílio de Trento. De contrário, não há anátema nenhum. A exaltação do santo matrimónio – já prevendo as costumeiras desonestidades – não prova o anátema. Se quiseres ponho-te aqui enormíssimos textos meus de exaltação do matrimónio e isso em nada contradiz que a virgindade pelo reino seja superior. Há anátema se houver - e obviamente não há – afirmação explícita, pública, manifesta e clara daquilo que é contrário ao que diz Trento.
5 Se nada o Papa dissesse – como diz, e depois veremos que diz -, supunha-se a recta doutrina e não o contrário. Se nada dissesse a respeito – e diz!!! -, supunha-se que segue o Catecismo da Igreja Católica e o Concílio Vaticano II. Não se suporia o contrário. Logo, não há anátema. Repito: para haver anátema, tem que haver afirmação taxativa, categórica, explícita contrária a Trento. De não ser assim, não há anátema. Ou há afirmação explícita contrária a Trento, ou então, se nada é dito, supõe-se a concordância. Se nada diz, concorda com o Vaticano II. Claro que diz.
A própria lógica de ser vedado o matrimónio aos sacerdotes – desconsidere-se as excepções – é a lógica de que, para ser ministro de Deus ou a Ele consagrado, tem que abraçar-se o mais perfeito, a forma de castidade mais excelente, logo a continência perfeita. Só no nome, continência perfeita, está tudo dito. De contrário, se as duas sublimes vocações estivessem no mesmo plano de igualdade, era dado – por Bento XVI, o excomungado que não concorda com Trento – o direito aos religiosos a eleger uma das duas iguais vocações. A lógica interna subjacente é que uma é superior à outra em termos de consagração, senão os consagrados poderiam escolher qual das duas preferem e ser consagrados na mesma. Olha aí a maior prova de que Bento XVI concorda com Trento, logicamente!
Não tem que ser usada a palavra «perfeita», podem ser usadas sinónimas, que significam exactamente a mesma coisa.
Concílio Vaticano II, que o Papa segue:
Não precisas de conferir as citações, dou-te a minha palavra de que estão correctas. Podes no entanto conferir, claro. Lol
A) «A continência perfeita e perpétua por amor do reino dos céus, recomendada por Cristo Senhor, generosamente aceite e louvàvelmente observada através dos séculos e mesmo nos nossos dias por não poucos fiéis, foi sempre tida em grande estima pela Igreja, especialmente na vida sacerdotal. É na verdade sinal e estímulo da caridade pastoral e fonte singular de fecundidade espiritual no mundo.
[Singular, única, insubstituível, inigualável, etc, tudo sinónimos]
Pela virgindade ou pelo celibato observado por amor do reino dos céus, os presbíteros consagram-se por um novo e excelente título a Cristo, aderem a Ele mais facilmente com um coração indiviso, n'Ele e por Ele mais livremente se dedicam ao serviço de Deus e dos homens, com mais facilidade servem o seu reino e a obra da regeneração sobrenatural, e tornam-se mais aptos para receberem, de forma mais ampla, a paternidade em Cristo. Deste modo, manifestam ainda aos homens que desejam dedicar se indivisamente ao múnus que lhes foi confiado, isto é, de desposar os fiéis com um só esposo e apresentá-los como virgem casta a Cristo, evocando assim aquela misteriosa união fundada por Deus e que se há-de manifestar plenamente no futuro, em que a Igreja terá um único esposo, Cristo. Além disso, tornam-se sinal vivo do mundo futuro, já presente pela fé e pela caridade, em que os filhos da ressurreição não se casam nem se dão em casamento.
Quanto mais, porém, a perfeita continência é tida por impossível por tantos homens no mundo de hoje, tanto mais humildemente e persistentemente peçam os presbíteros em união com a Igreja a graça da fidelidade, que nunca é negada aos que a suplicam, empregando ao mesmo tempo os auxílios sobrenaturais e naturais, que estão à mão de todos. Sobretudo não deixem de seguir as normas ascéticas, aprovadas pela experiência da Igreja e não menos necessárias no mundo de hoje. Por isso, este sagrado Concílio pede não sòmente aos sacerdotes, mas também a todos os fiéis, que tenham a peito este dom precioso do celibato sacerdotal e supliquem a Deus que o confira sempre abundantemente à Sua Igreja.»
(Presbyterorum ordinis, número 16, Sacrossanto Concílio Vaticano II)
b) O Vaticano II começa a ser bastante apreciado por mim. Esta alínea é especialmente dedicada à nossa amiga Luísa, que acha que o Papa não segue o que o Vaticano II manda.
Ora vejamos o excomungado do Ratzinger que não segue os concílios da Igreja:
«Os alunos que, segundo as santas e constantes leis do próprio rito, seguem a veneranda tradição do celibato sacerdotal, sejam preparados com diligente cuidado para este estado, no qual, por amor do reino dos céus, renunciando à união da família (cfr. Mt. 19,12), aderem com amor indiviso ao Senhor muito em conformidade com a nova Aliança, dão testemunho da ressurreição da vida futura (cfr. Lc. 20,36), e obtêm um auxílio muitíssimo útil para o exercício contínuo daquela caridade perfeita pela qual podem no ministério sacerdotal fazer-se tudo para todos.
[Lê agora Luisinha! E diz-me se o Santo Padre Bento XVI discorda disto]
Conheçam devidamente os deveres e a dignidade do matrimónio cristão, que simboliza o amor entre Cristo e a Sua Igreja (cfr. Ef. 5,32 s.). Compreendam, porém, a excelência maior da virgindade consagrada a Cristo, de tal maneira que, por uma opção maduramente deliberada e magnânima, se entreguem ao Senhor por uma inteira doação de corpo e alma.
Ajudados pelos auxílios divinos e humanos, aprendam de tal maneira a integrar a renúncia ao matrimónio, que a sua vida e acção não só não venham a sofrer detrimento algum por causa do celibato mas adquiram um mais alto domínio da alma e do corpo, um maior progresso na maturidade, e uma mais perfeita compreensão da bem aventurança do Evangelho.»
(Optatam totius, número 10, sacrossanto Concílio Vaticano II)
Destaco, para ser lido, meditado, reflectido, bem analisado, e etc e tal:
«Conheçam devidamente os deveres e a dignidade do matrimónio cristão, que simboliza o amor entre Cristo e a Sua Igreja (cfr. Ef. 5,32 s.). Compreendam, porém, _a excelência maior da virgindade consagrada a Cristo,_ de tal maneira que, por uma opção maduramente deliberada e magnânima, se entreguem ao Senhor por uma inteira doação de corpo e alma.»
c) Mas, para que nenhuma dúvida nos reste, depois de dois documentos do Vaticano II, venha mais Vaticano II, na perfeita continuidade com o Concílio de Trento: «A castidade «por amor do reino dos céus» (Mt. 19,12), que os religiosos professam, deve ser tida como exímio dom da graça. Liberta de modo singular o coração do homem (cfr. 1 Cor 7, 32-35), para que mais se acenda na caridade para com Deus e para com todos os homens. É, por isso, sinal dos bens celestes e meio aptíssimo pelo qual os religiosos alegremente se dedicam ao serviço de Deus e às obras de apostolado. Assim, dão testemunho diante de todos os cristãos daquele admirável consórcio estabelecido por Deus e que se há-de manifestar plenamente na vida futura, pelo qual a Igreja tem a Cristo por seu único esposo.
(...)
Assim sucederá que não se deixarão mover pelas doutrinas daqueles que apresentam a continência perfeita como impossível ou nociva à perfeição humana, e repelirão, como que por um instinto espiritual, tudo aquilo que põe em perigo a castidade.
Visto que a observância da castidade perfeita atinge intimamente inclinações mais profundas da natureza humana, os candidatos não se abeirem nem sejam admitidos à profissão da castidade, senão depois duma provação verdadeiramente suficiente e com a devida maturidade psicológica e afectiva. Sejam não só instruídos sobre os perigos que ameaçam a castidade, mas formem-se de tal maneira que abracem o celibato consagrado a Deus também como um bem de toda a pessoa.
(Perfectae Caritatis, número 12, sacrossanto Concílio Vaticano II)
O termo castidade perfeita já mostra como a virgindade consagrada é mais excelente e perfeita que a santa castidade conjugal. Logo, Concílio de Trento, Concílio Vaticano II e Papa Bento XVI: a conexão perfeita. E anátema é quem diz o contrário.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 22:17
1 - Citação:M "Existe uma excomunhão, ou anátema, decretado por um Concílio Dogmático a quem afirme que, em termos de consagração ao Senhor – não em termos morais – o matrimónio se situa em plano de igualdade com a continência ou castidade perfeita, ou virgindade pelo reino. Quem disser que não é mais perfeito permanecer na castidade perfeita do que unir-se nos santos laços do matrimónio, seja anátema."
2 - Ora, o Papa Bento XVI não afirma isto - pois que em vários textos teológicos e doutrinários afirma que casamento e celibato consagrado estão no mesmo plano de igualdade e dignidade e por isso o celibato consagrado não é um grau de perfeição superior ao estado conjugal.
3 - Perante este dado questionei, com alguma ironia
Citação:Luísa "querem lá ver que bento XVI é anátema?
4 - Em face a isto seguiram-se as diatribes infantis do costume.
5 - Ao que lancei o desafio de um único texto do actual papa onde tal ideia do Concílio de Trento fosse repetida.
Até agora, nada, nem um único texto do actual Papa onde o tal Cãnone 10 seja corroborado ou sequer citado.
6 - Nenhum dos textos citados é do actual papa e nehum dos textos citados corrobora a afirmação inicial. De facto, Bento XVI fala em continência perfeita e não em castidade perfeita quando se debruça sobre o celibato clerical.
O que significa, que a tal castidade perfeita não é algo exclusivo da vida consagrada, podendo-se concluír, a contrario, que pode também existir no casamento.
Em boa verdade em todos os textos de Bento XVI a noção de " castidade perfeita" foi substituída pelo termo " continência perfeita".
7 - Analisemos agora o texto do CVII sobre o celibato consagrado:
Citação:"Compreendam, porém, a excelência maior da virgindade consagrada a Cristo (23), de tal maneira que, por uma opção maduramente deliberada e magnânima, se entreguem ao Senhor por uma inteira doação de corpo e alma"
,
Como já referi anteriormente, frases isoladas e retiradas de contextos podem ter interpretações distorcidas. È o caso deste parágrafo, retirado de um documento mais extenso, o DECRETO OPTATAM TOTIUS sOBRE A FORMAÇÃO SACERDOTAL, que pretende estabelecer directrizes muito precisas sobre a formação dos seminaristas e onde se pretende incutir aos candidatos ao sacerdócio que um padre deve ser celibatário e não casado.
Ou seja a excelência maior da virgindade consagrada é referida para os que pretendem ser ordenados, o que justificaria que os padres não possam contraír matrimónio.
Isso não implica que o matrimónio seja menos[/center] [center][/center]excelente que a virgindade consagrada.
8 - "A castidade «por amor do reino dos céus» (Mt. 19,12), que os religiosos professam, deve ser tida como exímio dom da graça. "
Isto não significa que a castidade conjugal não deva ser tida como exímio dom da graça...
"O cânon 599 fala da obrigação da perfeita continência no celibato, mas como conteúdo do conselho evangélico da castidade assumido pelo Reino dos Céus. Põe assim, a obrigação do controle da vontade, na esfera da sexualidade. Trata-se, pois, de uma obrigação sustentada pela graça. O conselho evangélico da castidade celibatária deve tender a sua plena realização na virgindade do coração, da qual a virgindade física é sinal e tutela. Se falta, por qualquer razão, a virgindade física, a castidade celibatária, no dinamismo do amor, deve igualmente tender a sua perfeição na divindade do coração"
Mais uma vez, o conselho evangélico da castidade celibatária ordenada não retira quelquer valor nem é colocado num plano superior a castidade conjugal.
Editado 3 vezes. Última edição em 17/05/2010 22:32 por luísa.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 22:29
O último texto, enquadrado, é este:
"O conselho evangélico da castidade celibatária é, pois, sinal de vida futura e é fonte de uma mais rica fecundidade no coração indiviso. Só a virtude teologal da caridade é fonte de uma mais rica fecundidade no coração indiviso no hoje, mas na projeção da realização futura da qual a própria vida consagrada torna-se, assim, mais sinal(cf. VC 16, 33). Como conseqüência, os candidatos não devem ser admitidos à profissão ( da castidade), senão depois que tenha sido por eles alcançada uma [b]suficiente maturidade psicológica e afetiva. Visto que a observância da castidade perfeita atinge intimamente inclinações mais profundas da natureza humana, os candidatos não se abeirem nem sejam admitidos à profissão da castidade, senão depois duma provação verdadeiramente suficiente e com a devida maturidade psicológica e afetiva."
Nada deste texto afirma a superioridade da castidade na vida consagrada versus a castidade na vida conjugal.
Editado 1 vezes. Última edição em 17/05/2010 22:37 por luísa.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 22:42
Se queres passar por cima do Vaticano II, o problema é teu. Continuo a afirmar o mesmo: textos de Bento XVI em que afirme explicitamente o contrário de Trento e do Vaticano II.
Continência perfeita é outro nome para castidade perfeita, vindo... de Trento e da doutrina tradicional!
Mas que fique bem claro que o que aqui deixo é para outros se formarem na doutrina, não para ti, uma vez que tu tens o péssimo hábito de fazer dos teus delírios doutrina da Igreja.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 22:43
Nota linguística Continência perfeita nada tem a ver com perfeição mas com a total ausência de sexo. Sãos os eunucos.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 22:47
«Visto que a observância da castidade perfeita atinge intimamente inclinações mais profundas da natureza humana, os candidatos não se abeirem nem sejam admitidos à profissão da castidade, senão depois duma provação verdadeiramente suficiente e com a devida maturidade psicológica e afectiva.»
Aqui é dito castidade perfeita, para quem gosta de deturpar textos da Igreja. Castidade perfeita e continência perfeita são sinónimos, sua burra!
Nunca, nunca, nunquinha a Igreja usou «castidade perfeita» para o santo matrimónio!
Reitero o que já disse: para alguém ser anátema, tem que - tal como tu já fizeste - negar a doutrina, afirmar o seu contrário. Como o Papa aceita o Vaticano II e como tem a mesmíssima noção de vida consagrada de Trento e do v2, não incorre no anátema.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 22:52
Fica aqui mais que provada a total incapacidade da Luísa para ler e interpretar textos. É óbvio que o decreto é destinado a sacerdotes e seminaristas, mas fala nas realidades do matrimónio e da virgindade como um todo, não especificamente para eles.
«Conheçam devidamente os deveres e a dignidade do matrimónio cristão, que simboliza o amor entre Cristo e a Sua Igreja (cfr. Ef. 5,32 s.). Compreendam, porém, a excelência maior da virgindade consagrada a Cristo"
Dignidade do matrimónio, excelência maior da virgindade.
Voltamos à escola?...
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 22:55
De quelquqer forma fico á espera dos tais textozinhos do Papa Bennto XVI..
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 22:58
Enquadramento textual, contexto, não contam para compreender um parágrafo?
Ai a iliteracia ...
Editado 1 vezes. Última edição em 17/05/2010 23:02 por luísa.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 23:03
Nesta encíclica, o Papa Paulo VI farta-se de falar em «castidade perfeita», enquanto vida consagrada na continência perfeita.
[ www.vatican.va]
No Santo matrimónio fala-se em castidade conjugal, não em castidade perfeita! Logo, a virgindade consagrada é mais excelente e perfeita; logo não há qualquer anátema ao Santo Padre; logo o Papa jamais contradisse de nenhum modo esta correcta doutrina.
Outra coisa é falar na virgindade e no matrimónio como duas vocações. Isso é substancialmente diferente. Porque no primeiro caso, referimo-nos à superioridade de uma forma de consagração; no segundo, falamos de duas vocações a que o homem está chamado.
E julgo ter explicado tudo com a máxima clareza possível. Quanto à Luísa, deixai-a estar nos seus desvarios.
Claro, já cá faltava o argumento ad hominem, quando não vai lá com nada mais...
PS: Tenho vocação ao matrimónio e a ser mãe de família. Só não digo que a castidade conjugal, a que estou chamada e vocacionada, é superior à castidade perfeita.
Quanto à contextualização, está correcta a que eu dei, o magistério é claro quanto à superioridade, excelência e perfeição de uma relativamente à outra, também vocação santa e santificadora, com uma dignidade própria e rica no magistério.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 23:04
Citação:Mirim "Castidade perfeita e continência perfeita são sinónimos, sua burra!"
Devo então concluir que castidade perfeita é a completa privação de sexo.
O que explica a perfeita frustração de tanta casta beata.
Editado 2 vezes. Última edição em 17/05/2010 23:08 por luísa.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 23:07
Depende, se definires castidade como privação... negativamente... eu não a defino assim.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 23:12
A definição da falta de sexo pode variar mas os efeitos são óbvios.
De qualquer forma fico á espera dos tais textozinhos do Papa Bento XVI.
Editado 1 vezes. Última edição em 17/05/2010 23:16 por luísa.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 23:20
“A Castidade é o voto que para mim significa a maior oferta.”
“Por Ele [Jesus] sou capaz de abraçar e olhar com pureza”
Padre António Valério, s.j.
Em nenhuma destas frases, há uma visão negativa da castidade perfeita.
Quando não sabemos, perguntamos, não afirmamos. Que legitimidade tens tu para me atribuir esta ou aquela definição de castidade?...
Só com vista a descredibilizar o que eu digo?... o mais grave: para descredibilizar o que a Igreja diz, posto que eu sou uma mera repetidora da doutrina da Igreja. Não tiro nada da cabeça, não sou pseudo-teóloga, sou católica e sigo o magistério eclesiástico.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 23:26
Sabemos bem o que se passa com castidade"perfeita" clerical e a perfeitas aberrações que tem originado.
Mas claro, eu sou apenas uma burrinha e a Mirim uma inteligência douta em matérias morais, teológicas e doutrinárias,sobretudo em tudo o que se refere ao Concílio Vaticano II.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 23:40
Nunca, nunca quando se fala em santo matrimónio, se fala em castidade perfeita, jamais. É castidade conjugal, mas não é castidade perfeita.
«Compete-vos também exortar os vossos sacerdotes à excelência na vida espiritual e moral, recordando-lhes em particular o vínculo único que associa o sacerdote a Cristo e cujo celibato sacerdotal, vivido na castidade perfeita, manifesta a profundidade e ao carácter vital.»
DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
AOS BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
Castidade perfeita=continência perfeita, sempre associada aos religiosos e sacerdotes – à vocação da vida consagrada ou aos consagrados que vivem na castidade perfeita no meio do mundo, como seculares.
Castidade conjugal=fidelidade e amor no santo matrimónio=vocação santa e santificadora com dignidade própria. Mas não castidade perfeita. A virgindade consagrada, continência perfeita, castidade perfeita, virgindade pelo reino é superior, mais excelente. Assim diz a doutrina, assim diz o Papa – ninguém prova o contrário.
Mas assim eu aceito. Tens todo o direito a criticar a Igreja e a sua doutrina. O que não posso aceitar como correcto é que queiras impingir como doutrina da Igreja algo que não é. Criticar e achar que devia ser diferente, tens todo o direito. Não podes é adulterar o que a Igreja diz.
Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 18 de May de 2010 21:03
" Citação:nunca quando se fala em santo matrimónio, se fala em castidade perfeita, jamais. É castidade conjugal, mas não é castidade perfeita. " ~~
Sim, fala-se, mas pronto. Fica lá com a perfeita castidade castração sexual.
A noção cristã de castidade é outra. A doutrina católica sobre castidade não se reduz à privação sexual, mas ao dom de entrega de si mesmo e pressupoe a ideia de sacralidade da sexualidade humana.
Claro que se o sexo conjugal é uma coisa suja, um pecado,só permitido com fins procriativos, naturalmente que os casados nunca podem ter uma castidade perfeita e por isso mesmo a conjugalidade é sempre inferior á esteril virgindade.
O que me lembra aquela famosa frase de Woddy Allen...
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